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Plano de Aula
Este plano propõe a análise e o reconhecimento por parte dos estudantes dos possíveis espaços disponíveis na escola enquanto locais para se movimentar por meio do brincar. Dessa forma, os estudantes vão analisar as brincadeiras e suas características concomitante à descoberta dos tempos e espaços a serem explorados para o brincar.
Brincadeiras e jogos do contexto comunitário e regional
1. Conhecimento
2. Pensamento crítico, criativo e científico
3. Repertório cultural
4. Comunicação
9. Empatia e cooperação
10. Responsabilidade e cidadania
As brincadeiras do contexto comunitário
As brincadeiras do contexto comunitário fazem parte do repertório cultural das crianças e são transmitidas por gerações. Também são conhecidas como brincadeiras populares ou de rua e fazem parte do repertório das crianças e da lembrança dos adultos. Elas são importantes para a manutenção de características de uma determinada região, comunidade ou grupo de pessoas, e apresentam algumas diferenças em cada localidade onde estão inseridas.
As brincadeiras realizadas na escola, geralmente, surgiram na cultura popular e apresentam características gerais das brincadeiras, como não possuírem regras fixas, de maneira que estas podem ser criadas ou modificadas pelos praticantes. Essas práticas também são adaptadas conforme a realidade das escolas e de seus espaços, materiais, e, principalmente, da importância dada ao momento do brincar pela equipe escolar. Infelizmente, os tempos e espaços destinados ao brincar são reduzidos e insuficientes no período em que a criança está na escola, muitas vezes, pautados pelo discurso de que nesses momentos as crianças se machucam, fazem barulho ou dão trabalho. Infelizmente, existem muitas escolas que não valorizam a importância do brincar, cerceando a socialização, a ampliação do repertório cultural, a autonomia e o desenvolvimento integral dos estudantes.
Os materiais alternativos para a realização de brincadeiras
Os estudantes na escola podem utilizar os mais variados materiais para compor suas brincadeiras: objetos e materiais apropriados, oferecidos pela escola, materiais alternativos (o que também favorece no desenvolvimento da criatividade), brinquedos levados pela criança para a escola. Independente da forma ou do material utilizado, salientamos a importância da valorização dos tempos e espaços destinados ao brincar dentro da escola, como garantia de direito dos estudantes, previsto na legislação brasileira.
As habilidades motoras e as capacidades físicas presentes no brincar
Além da dimensão cultural e social que o brincar possibilita, ele também contribui para a aquisição de habilidades motoras básicas, favorecendo o desenvolvimento integral do estudante em amplo aspecto. As habilidades motoras, também chamadas de habilidades fundamentais, são os principais alicerces para o desenvolvimento das habilidades esportivas específicas e dos movimentos mais complexos, que serão utilizados por toda a vida, como, por exemplo, chutar, lançar, rolar, andar, correr, saltar, escalar, desviar, equilibra-se e girar (GALLAHUE; OZMUN, 2003).
Além das habilidades motoras, as capacidades físicas também são trabalhadas nas brincadeiras, sendo qualidades próprias de cada indivíduo, que podem ser aprimoradas, integrando o desenvolvimento motor e as habilidades motoras. De acordo com Barbanti (2003), as capacidades físicas são atributos treináveis de uma pessoa para movimentar-se, com potencial a ser explorado e aprimorado para a realização de diversos movimentos, com resistência, força, flexibilidade, agilidade e velocidade, entre outros.
Os tempos e espaços escolares para brincar
A escola é uma instituição cuja finalidade privilegiou durante muito tempo a dimensão conceitual dos conhecimentos. Assim, toda outra forma de conhecimento, como os caracterizados pela dimensão procedimental, foram considerados menos importantes durante um bom tempo na história da educação. A sala de aula ficou representada como um espaço da estrutura física da escola onde essa aprendizagem se concretizasse. Hoje sabemos que, para além da sala de aula, os demais espaços e tempos escolares podem ser reconhecidos como construtores de momentos de aprendizagens. Todos momentos e espaços permeiam situações interessantes que podem ser transformadas em aprendizagens significativas para os estudantes levarem para a vida conhecimentos importantes. O pátio, o refeitório, os banheiros, a sala de informática, a biblioteca, os espaços abertos, como a quadra ou até mesmo os corredores, são espaços para aprendizagem e os estudantes aprendem a movimentar-se de forma conscientes neles, saber, por exemplo, que no corredor não devemos correr ou apostar corrida para evitar acidentes e, inclusive, analisar espaços e momentos oportunos para brincar etc.
Dessa forma, o papel do(a) professor(a) nesse processo é essencial para dar sentido e significado ao conhecimento, possibilitando os estudantes estudarem na teoria e na prática sobre o brincar com atividades motivadoras dirigidas, e, assim, entenderem e descobrirem momentos e espaços da escola onde poderão se envolver nas brincadeiras.
Para a realização das brincadeiras praticadas na escola, devem ser observados os espaços, os momentos, as ações e as características dessas práticas, propondo mudanças e intervenções tanto no espaço onde as brincadeiras são realizadas, quanto na organização delas enquanto manifestações culturais, possibilitando a participação de todos e as adaptações necessárias. Ainda, sugira aos estudantes identificar e recorrer à garantia dos direitos, como o direito ao brincar, previsto pela legislação educacional brasileira desde a primeiríssima infância, propondo como eixos norteadores das práticas educativas as interações e a brincadeira.
De acordo com Beckemkamp et al. (2011, p. 1), as brincadeiras que predominam durante o recreio dos escolares, são atividades simples, sem muitas regras e que não necessitem de materiais ou grandes espaços. A tradicional brincadeira de pega-pega ocupou lugar de destaque entre as preferidas, durante o recreio escolar”. Também os autores comentam que, durante o recreio, meninas e meninos têm suas preferências na escolha dos companheiros para as atividades, ou seja, as meninas, em sua maioria, preferem brincar com outras meninas, assim como os meninos preferem brincar com outros meninos. Isso ocorre talvez pelo fato de muitas atividades e brincadeiras estarem estereotipadas como sendo brincadeiras exclusivas de meninos ou de meninas.
Os autores ainda salientam que as “aulas de Educação Física devem proporcionar ao aluno atividades que permitam o seu desenvolvimento de forma integral, promovendo o enriquecimento motor da criança, seu desenvolvimento cognitivo e a socialização entre os estudantes” (2011, p. 1). Todavia, mais importante a ser levado em conta no planejamento das aulas, é levar aos estudantes atividades prazerosas, em que possam obter sucesso durante a prática, e que, infelizmente, muitas vezes, não são praticadas durante as aulas de Educação Física, nos demais momentos livres da vida escolar.
Dessa maneira, com um maior enriquecimento de seu repertório cultural, os estudantes teriam mais atividades a sua disposição durante os espaços e tempos na escola, ou nos momentos de intervalo e recreio. “Ideias, como proporcionar materiais aos estudantes e estratégias de intervenção durante o recreio dos escolares seriam ações que poderiam enriquecer as atividades desenvolvidas durante este período” (BECKEMKAMP et al., 2011, p. 1).
Para colaborar com essa reflexão e dar subsídios para as aulas, sugerimos que assista ao vídeo a seguir, que é uma reportagem do Jornal da Gazeta sobre o recreio monitorado. Escolas de São Paulo adotam o chamado recreio monitorado - um roteiro de atividade proposto para o que seria o tempo livre das crianças. Para uns, é uma forma de aumentar os momentos de aprendizado. Para outros, o método sufoca a criatividade infantil. No cardápio, as antigas brincadeiras de corda, corre-cotia e amarelinha.
Sugerimos, nesta sequência de aulas, que os estudantes identifiquem, no contexto escolar, as brincadeiras que podem ser praticadas na escola, observando o espaço, as ações e características dessas práticas, propondo mudanças e intervenções tanto no espaço onde as brincadeiras são realizadas, quanto na organização delas enquanto manifestações culturais, possibilitando a participação de todos e as adaptações necessárias. Para saber mais, indicamos o vídeo “Caramba, carambola, o brincar tá na escola”:
O recreio é um momento mágico, onde o brincar se manifesta quase que espontaneamente, porém não o único. Assim, é importante que os estudantes reconheçam outros tempos e espaços em que as brincadeiras possam também se manifestar. Mobilize os estudantes a reconhecerem esses outros espaços e momentos.
Bibliografia
BARBANTI, V. J. Dicionário de Educação Física e Esporte. 2. ed. São Paulo: Manole, 2003.
BECKEMKAMP, D.; TORNQUIST, L.; BURGOS, M. S. Brincadeiras praticadas no recreio escolar e nas horas de lazer. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 16, nº 156, maio de 2011. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/>. Acesso em: 19 out. 2021.
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Editora Phorte, 2003.
Aqui trazemos algumas sugestões de materiais. De acordo com a sua realidade, utilize materiais similares, alternativos ou adaptados para a prática.
Inicie a conversa apresentando aos estudantes os objetivos desta aula e comentando que irão refletir sobre o brincar na escola. Elabore previamente algumas perguntas que levem os estudantes a fazerem a reflexão sobre o uso e a apropriação da escola como um ambiente de convívio social. Investigue quais brincadeiras podem ser realizadas na escola, como, por exemplo: Em quais momentos vocês brincam na escola? Onde brincam e com quem? Quais materiais ou brinquedos utilizam? Quais brincadeiras realizam? Quais movimentos e características necessitam para praticar estas brincadeiras?
Fique atento se a comunicação oral é efetiva para todos os estudantes ou se é necessário utilizar suporte visual e outros, tanto para a compreensão das perguntas disparadoras, quanto para permitir que os estudantes, mesmo os mais tímidos, não fluentes ou não oralizados em português, possam participar ativamente da conversa, estimulando e valorizando o pertencimento de todos.
Questione os estudantes sobre a hora do recreio, o que gostam de fazer e como se sentem nesse momento. Deixe que falem voluntariamente.
Por meio de jogos simbólicos e combinados com a turma, como, por exemplo, algum objeto (um urso de pelúcia, um mascotinho da turma, um chapéu, colar divertido) que quem estiver com ele na mão tem a vez de falar, pode-se usar como estratégia para que os estudantes falem e sejam ouvidos com clareza. Esse recurso permitirá aos estudantes que falem e sejam ouvidos por todos. Perceba quem possui restrições, seja por medo, alguma barreira na comunicação ou impedimento, e faça intervenções necessárias, dando dicas e incentivando os estudantes a se expressarem da maneira que for conveniente para eles. Também incentive-os a colaborar com os colegas.
Ouça atentamente os estudantes, pois, a partir da fala deles, você irá nortear as suas próximas ações pedagógicas nesta sequência didática. Faça apontamentos e anotações das respostas e dos comentários dos estudantes em seu caderno, que serão retomados mais tarde.
Comente com os estudantes que irão realizar nesta aula algumas propostas de brincadeiras e também irão recriar as próprias brincadeiras, que poderão ser utilizadas nos momentos de brincar livre na escola.
Atividade 1: Coelho sai da toca
Combine antecipadamente com os estudantes o espaço onde a atividade vai se desenrolar. Organize-os em trios e peça-lhes para se posicionar de pé num determinado local do espaço. Explique que dois estudantes deverão se posicionar frente a frente de mãos dadas, formando uma “toca”, enquanto o terceiro “coelho” ficará no meio dessa toca, isto é, entre os dois estudantes.
Explique que ao sinal “coelho sai da toca”, os “coelhos” deverão sair se locomovendo e procurar outra toca para entrar. Oriente que o “coelho” durante a procura das tocas terá livre acesso à “toca”, tanto para entrar como para sair dela.
Verifique as características dos estudantes e amplie as possibilidades de construção e de locomoção em busca da toca para evitar possíveis barreiras.
Observe com cautela a atividade de maneira que todos os estudantes possam participar da aula plenamente. Além disso, incentive os estudantes a incluírem todos os colegas nas atividades. Conte com a colaboração dos estudantes para facilitação da explicação, vivência das atividades e minimização de barreiras, caso existam.
Proponha para a turma a realização da brincadeira com diferentes procedimentos, de modo a incentivar o protagonismo dos estudantes. Assim, proponha desafios, como:
Calcule o tempo disponível para uma experimentação significativa por parte dos estudantes. Faça intervenções nos grupos, quando for necessário, em ações preconceituosas e estereotipadas, e reforce a importância da participação de todos.
Atividade 2: Esconde-esconde
Apresente aos estudantes a atividade esconde-esconde. Explique-lhes que é uma brincadeira na qual uma pessoa fica com os olhos fechados contando até certo número combinado com os participantes, geralmente o número de pessoas que estão participando, enquanto os demais se escondem. Questione-os sobre outras variações conhecidas desta brincadeira. Explique à turma que você fará uma proposta inicial da brincadeira, mas que, em seguida, os estudantes irão criar e explorar novas maneiras de brincar de esconde-esconde.
Sugira que analisem os espaços disponíveis na escola para a experimentação. Leve-os previamente ao local sugerido e peça-lhes para verificar os aspectos de segurança. Faça combinados sobre o respeito aos espaços delimitados. Também peça para que observem se (1) o espaço oferece algum perigo que poderia causar algum acidentes, (2) a circulação de pessoas fora da aula se locomovendo pode causar acidentes ou atrapalhar, (3) os locais permitidos ou proibidos para se esconderem são conhecidos. Confirme se eles já conhecem essa brincadeira e, caso algum deles saiba, peça-lhe para explicar aos demais colegas.
A atividade consiste em escolher um colega do grupo para que seja o “procurador”, aquele que contará, com os olhos fechados, enquanto os demais estudantes se escondem. Sugerimos que escolha mais de um “procurador”, dependendo do número de estudantes na turma. Os estudantes que se esconderam têm de voltar ao lugar onde o “procurador” contou e bater no ponto de partida, falando uma frase, como: “1, 2, 3! (nome de quem bateu)” para se salvar. O último a ser encontrado pelo procurador irá substituí-lo na próxima rodada da brincadeira.
Para aumentar o desafio da atividade, caso o último a ser encontrado consiga chegar ao ponto e bater, ele tem a opção de salvar todos, falando a frase “salve o mundo”, possibilitando, assim, aqueles que não conseguirem se salvar, de serem salvos e o “procurador” terá de contar novamente.
Explique que o estudante que for descoberto pelo procurador deve partir para a atividade 3.
Na possibilidade de algum estudante apresentar impedimento motor, proponha alternativas para que decidam a melhor forma de realizar a atividade. Sempre observe as peculiaridades da sua turma na hora de organizar as atividades, permitindo a participação de todos.
Após a experimentação dos estudantes, sugira que formem pequenos grupos (entre oito a dez participantes) e diga-lhes para criar novas maneiras de brincar de “esconde-esconde”. Calcule o tempo disponível para uma experimentação significativa por parte dos estudantes. Em seguida, peça aos grupos para demonstrar para a turma quais foram as novas formas de realizar a atividade.
Atividade 3: Sugestão dos estudantes
Incentive-os a criar alternativas para que possam realizar e participar de outras brincadeiras caso sejam descobertos pelo procurador. Solicite aos estudantes que surgiram brincadeiras que possam realizar. Peça-lhes para combinar o espaço e verem os materiais e brinquedos disponíveis para se organizarem.
Nesta atividade poderão ser incentivadas brincadeiras de manipulação com brinquedos e objetos de montar e empilhar. Auxilie-os para que se organizem de modo que todos participem, conforme aumenta o número de participantes.
Faça uma roda de conversa questionando-os sobre a participação e a percepção deles nas atividades: Gostaram das brincadeiras? Quais movimentos vocês utilizaram para a realização destas brincadeiras? Quais características dos movimentos presentes no brincar? De quais materiais e brinquedos mais gostaram? Por quê? Estas brincadeiras exigem espaços grandes ou pequenos? Grandes ou pequenas movimentações? Essas brincadeiras poderão ser realizadas no horário do recreio ou em outros momentos e tempos escolares? Por quê? Quais brincadeiras já conheciam e quais foram criadas naquele momento? Como foi criar novas maneiras de brincar? Como eles poderão realizar estas brincadeiras na hora do recreio, individualmente, em duplas e grupos? Como eles podem organizar o recreio para que este momento seja mais divertido? Quais brincadeiras a mais que poderiam realizar no recreio? Onde mais e em que momento poderiam experimentar estas e outras brincadeiras?
Essas questões podem aguçar os estudantes a analisar os espaços, tempos, materiais, e movimentos para brincar na escola. Solicite-lhes ainda que pensem em maneiras alternativas de melhorar o tempo da brincadeira no recreio e a utilização do espaço escolar de modo coletivo.
Incentive-os a se expressarem, não se preocupando em apontar respostas certas ou erradas, e sim falarem a partir da experiência vivida, lembrando sempre de possibilitar a oportunidade para todos, considerando a realidade e os possíveis impedimentos de seus estudantes.
A partir da reflexão sobre o uso e a apropriação da escola como um ambiente de convívio social trazida pelos estudantes na roda de conversa, comente sobre a importância do momento do recreio, como um horário em que podem organizar suas próprias brincadeiras e correr, andar, saltar, manipular objetos. Comente com a turma que nesta aula experimentaram, por meio de brincadeiras, algumas habilidades motoras básicas, como o correr, e também algumas capacidades físicas presentes no brincar, como força muscular, velocidade e equilíbrio. Explique-lhes que são movimentos importantes para se brincar e também muitos deles presentes no dia a dia.
Diga-lhes que, ao brincar, precisamos às vezes adaptar as brincadeiras de acordo com o número de pessoas, os materiais e espaços disponíveis, e que é importante que todos possam ser incluídos nas brincadeiras. Além disso, fale sobre os cuidados com a segurança de todos para não machucar, por isso devem pensar nas escolhas das brincadeiras e aproveitar o tempo e espaços livres da escola, brincando juntos e evitando conflitos. Explique que podem existir outros momentos, como, por exemplo, o horário de entrada ou saída para se envolverem no brincar. Confirme e apoie as ideias e sugestões como alternativas para melhor utilizar o tempo do recreio e o espaço escolar de modo coletivo, brincando.
Faça apontamentos, a partir da observação, das experimentações e condutas dos estudantes. Lembre-se de observar e ressaltar a segurança e a participação de todos os estudantes nas atividades. Converse e oriente sobre possíveis situações em que houve conflitos e exclusão, também apoie e incentive aquelas em que os estudantes apresentaram condutas positivas.
Para o registro da aula, peça aos estudantes para que novamente se organizem em grupos (trios ou quartetos) e disponibilize a cada grupo uma cartolina. Explique que registrarão o que aprenderam na atividade por meio de desenhos. Organize a atividade com uma pergunta disparadora: Onde as brincadeiras podem ser brincadas na escola?
Fique atento aos estudantes que apresentarem algum impedimento na realização do registro, e proponha alternativas, como, por exemplo, verbalizar sobre a experiência praticada e /ou ofertar outros materiais para o registro. Deixe os estudantes registrarem e, se possível, organize um mural com os cartazes, de preferência no espaço onde acontece o recreio. Não se esqueça de dar uma devolutiva aos estudantes a respeito dos registros realizados.
Para avaliar a aprendizagem, observe a participação dos estudantes e faça registros de como interagem com os objetos, com os demais estudantes e com você. Observe quais brincadeiras os estudantes mais gostaram de realizar. Você também pode utilizar a Atividade 3 como avaliação, observando se eles tiveram dificuldades ou facilidades em respeitar as ideias e a vez de falar do colega, se houve ou não conflitos e se compreenderam bem a proposta. Você pode fazer questionamentos aos estudantes individualmente sobre o que aprenderam. Dê um tempo para que respondam e verifique se compreenderam a proposta. Conforme realiza estas ferramentas, registre os resultados obtidos em seu diário escolar para verificar o desenvolvimento individual dos estudantes nas aulas.
Solicite aos estudantes que apontem momentos positivos e negativos sobre o horário do recreio para brincar. Peça-lhes para fazer propostas de melhoria para este espaço. Lembre-se de observar atentamente a segurança e a inclusão de todos os estudantes nas atividades, fazendo as adaptações necessárias, e solicite-lhes organizar e guardar os materiais no final da aula.
Barreiras
Sugestões para eliminar ou reduzir as barreiras
Para as próximas aulas, sugerimos verificar a possibilidade de explorar e descobrir junto com os estudantes outros espaços da escola para experimentar as brincadeiras. Organize e peça-lhes para avaliar os materiais que utilizam na aula de Educação Física. Proponha a experimentação de brincadeiras que conhecem nesses espaços, levando em conta possíveis adaptações e sugestões que a própria turma tenha feito a respeito. Solicite aos estudantes que criem uma lista de brincadeiras e que elas possam ser experimentadas nas aulas, analisadas e estudadas de modo a identificar os possíveis locais e tempos para se brincar na escola.
Considere a possibilidade de promover junto aos estudantes, se julgar interessante, uma campanha de “recreio feliz” ou “recreio sem brigas”. Você pode incentivá-los a criar um nome para esta ação, envolvendo o protagonismo dos estudantes do primeiro ano perante toda a unidade escolar. Oriente os estudantes e faça intervenções nesta atividade. Verifique junto à equipe gestora a possibilidade de se viabilizar as ideias sobre a hora do recreio.
Incentive os estudantes dos demais anos da escola para que usufruam destes espaços com qualidade. A campanha do “recreio feliz” ou “recreio sem brigas” poderá ser estendida para “escola feliz”, possibilitando à turma fazer cartazes para mobilizar toda a escola nesta campanha. Essa atividade poderá ser organizada também pelos demais docentes da escola, sendo, inclusive, inserida no Projeto Político Pedagógico da unidade escolar, por meio da gestão democrática e da participação coletiva dos estudantes nas decisões e na organização deste espaço, incentivando o protagonismo e a autonomia dos envolvidos.
Você também pode sugerir para toda a turma que recrie novas brincadeiras a partir das que eles já estão acostumados a brincar no recreio. Utilize a aula de Educação Física para organizar os momentos de brincar livre das crianças, propondo melhorias e sugestões e deixando com que os estudantes reflitam sobre as atividades e indiquem mudanças, de maneira que este momento seja prazeroso e significativo para todos.
Sugira aos estudantes que se organizem em grupos e confeccionem cartazes e informativos para expor ao restante da escola, com sugestões de organização do momento do recreio: como serão as novas brincadeiras, a maneira como pensam na disposição das atividades e regras de convívio social. Peça aos estudantes que façam, em grupos, cartazes, utilizando materiais diversos, como cartolinas, canetas ou até, se a escola tiver, computador e impressora para a criação de informativos. Você poderá fixar a atividade no mural da escola, preferencialmente no espaço onde fazem o recreio, com fita crepe, ou ainda, incentivar os estudantes a entrarem nas demais salas de aula para explicar as novas orientações para o momento do recreio aos demais estudantes da unidade escolar.
Aprofunde com os estudantes os conhecimentos, apresentando à turma algumas habilidades motoras e capacidades físicas utilizadas nas brincadeiras que realizam no recreio: Quais movimentos ou gestos são necessários para determinada atividade?, Qual brincadeira precisamos ser ágeis?, Em qual brincadeira precisamos ter força ou equilíbrio?, “Em qual atividade é necessário correr?, Em qual precisamos ter atenção?
Também proponha para a turma a criação de novas maneiras de brincar com as atividades já conhecidas, ampliando o repertório dos estudantes. Você também pode problematizar junto aos estudantes como respeitar as diferenças individuais de desempenho das habilidades motoras utilizadas no momento das brincadeiras para garantir a participação de todos. Contextualizando esses conhecimentos para a faixa etária dos estudantes, explore com eles quais habilidades motoras eles conhecem e que podem ser utilizadas nas brincadeiras. Peça-lhes para mostrar os movimentos ou exemplificar com suas próprias palavras a utilização destes gestos.
Você pode retomar com os estudantes as características do brincar e arrecadar com eles materiais alternativos para compor as brincadeiras na hora do recreio. Organizem uma campanha com a escola toda para que os estudantes tragam potes com tampas, panelas, colheres, garrafas pet, utensílios domésticos em bom estado, caixas de variados tamanhos, rolos de papel higiênico, rolos de linha, cones de papel, e incentive-os a brincar com estes materiais, com os quais poderão inventar as brincadeiras, utilizando o faz de conta e a imaginação. Ofereça a aula de Educação Física para que a turma seja estimulada em sua criatividade, utilizando esses materiais e estimulando-os a inventarem suas atividades. Também pode sugerir aos estudantes a confecção de brinquedos com materiais não estruturados, e e solicitar-lhes que, junto com as famílias, criem brinquedos e levem para a escola para usarem na Educação Física e na hora do recreio. Uma outra ação que também pode ser incentivada é uma campanha de arrecadação de brinquedos velhos em bom estado, para compor uma caixa de brinquedos para o uso dos estudantes na hora do recreio. Você poderá incentivá-los a organizar esta campanha.
Conforme o número de aulas reservadas para essa sequência, aprofunde o tema. Incentive os estudantes a serem sempre protagonistas nas ações pedagógicas nas aulas de Educação Física: recriar novas brincadeiras, ampliar os movimentos necessários para a realização das brincadeiras e estimular a criatividade. Também reforce a importância do respeito entre todos, da inclusão dos colegas na aula e das adaptações necessárias nas atividades para que nenhum colega se sinta excluído. Lembre-se sempre de que o tempo e o número de aulas serão determinados de acordo com o contexto de sua escola. Procure estimular a participação ativa dos estudantes nas atividades sugeridas.
Para o ensino remoto, é importante considerar o desenvolvimento das habilidades de maneira adaptada, para que consigam realizá-las em casa. O professor pode introduzir o assunto pedindo para os estudantes falarem a respeito das brincadeiras que realizavam na hora do recreio, quando frequentavam a escola. Também pode solicitar aos estudantes a utilizarem registros como desenhos, vídeos ou áudios, falando sobre os espaços de brincadeiras livres que conhecem, como uma praça ou algum espaço de lazer do bairro, e quais as brincadeiras são realizadas nesses lugares.
Sugerimos que os estudantes apresentem as brincadeiras comuns realizadas nestes espaços de lazer do bairro, da rua. Os estudantes poderão relatar as brincadeiras feitas e responderão a alguns questionamentos, como: O que foi necessário para realizar tal brincadeira? Quais movimentos corporais foram exigidos na atividade? Vocês inventaram alguma brincadeira? Essas brincadeiras podem ser realizadas na escola? Em que momentos? Foi necessário algum material para realizar as brincadeiras? Esses materiais podem ser substituídos por material alternativo? Os estudantes podem utilizar múltiplos registros como forma de sistematização do conhecimento: desenhos, escritas (com auxílio de um familiar), gravações de áudio e vídeo, imagens ou fotografias para apresentar à turma as brincadeiras praticadas na rua ou no bairro onde moram.
Uma sugestão é solicitar aos estudantes que se encontram em ensino remoto que criem brinquedos com materiais não estruturados, para serem doados para a escola. A criança poderá relatar, por meio de desenho, como brincar com o brinquedo confeccionado por ela.
A avaliação dos estudantes a respeito da aula poderá ser feita por meio de um relato oral (gravação de áudio) sobre como foi para eles participar da atividade proposta. Não se esqueça de propor as adequações necessárias para que todos os estudantes que se encontrem em ensino remoto sejam incluídos na atividade. Atente a respeito do uso das tecnologias, pois não são todos os estudantes que têm acesso a essas ferramentas. Importante sempre disponibilizar a orientação das atividades de maneira impressa para que as famílias busquem na escola e façam a devolutiva, de maneira a atender todos, sem distinção. É importante que eles descubram que é possível brincar independentemente dos espaços e materiais disponibilizados.
Este plano de atividade foi elaborado pelo time de autores NOVA ESCOLA.
Autor: Renata Cristina Rogich Merighi
Coautor: Laércio de Moura Jorge
Mentor: Ricardo Yoshio
Especialista da área: Luis Henrique Martins Vasquinho
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