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Qual é o papel dos gestores de rede e de escolas na implementação da BNCC?

Profissionais de gestão são o ponto de apoio dos professores que buscam sanar suas dúvidas e saber como o cotidiano da escola, o tempo, as práticas e as aulas serão impactados pela Base

Autor: Beatriz Vichessi

Os gestores da rede e das escolas precisam estar preparados para a implementação da base, para incentivar os professores a se envolverem com o processo. Ilustração: Nik Neves/Nova Escola

As funções de quem está à frente de uma rede ou de uma escola são distintas, mas se relacionam em vários momentos quando o assunto é a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para torná-la realidade, os profissionais de gestão são o ponto de apoio de os professores tirarem as suas dúvidas e saber como o cotidiano da escola, o tempo, as práticas e as aulas serão impactados pelo novo documento.

Por ser um papel tão importante, é essencial que o gestor esteja preparado para a construção dos currículos e a organização de grupos de trabalho. Além disso, é preciso saber como delegar funções para disseminar informações e incentivar os professores a participarem ativamente de todo o processo de mudança.

Com caráter normativo, a Base define o que deve ser ensinado em cada etapa da escolaridade e em cada área. Considerando a BNCC, as redes podem definir expectativas de aprendizagem e de qualidade, gerando equidade de oportunidades para todos os alunos.

Veja a seguir como trabalhar na implementação da BNCC:



Qual o papel do gestor da rede?

Planejar

O gestor de rede é o guardião do planejamento da implementação da Base e deve estar alinhado aos movimentos de implementação da BNCC no âmbitos municipais, estaduais e/ou nacional. 

Sugerir e fornecer a formação necessária

Quem está à frente de uma Secretaria de Educação ainda precisa oferecer condições para as escolas executarem as tarefas relacionadas à Base. Por isso, reuniões de planejamento periódicas com os gestores escolares são obrigatórias. Sob a batuta do gestor de rede também fica a responsabilidade de escutar atentamente as demandas dos gestores escolares e de organizar encontros formativos, para que os profissionais que estão no chão da escola possam também receber apoio e formação para a construção dos currículos locais.

Garantir que haja colaboração

Ao secretário de Educação (e/ou equipe técnica) da rede estadual, em particular, também cabe garantir que o regime de colaboração entre estado e municípios (que aderirem ao esquema) funcione — já que os recursos financeiros vão para o estado e este é o responsável por administrá-los.



Qual o papel do gestor escolar?

O coordenador e o diretor precisam estudar a BNCC com precisão para desenvolver um trabalho consistente com os professores e para serem capazes de dialogar com a Secretaria sobre os passos da implementação. Esse gestor também precisa ter uma relação próxima com os profissionais das Secretarias para entender como eles podem ajudá-lo durante o processo de implementação.

Nas escolas que têm as figuras do diretor e do coordenador pedagógico, é importante que esses dois profissionais dividam de forma clara as tarefas a serem realizadas. É o coordenador pedagógico, por exemplo, que tem a missão de compreender os direitos de aprendizagem e buscar referências para que o percurso do aprendizado realmente aconteça.

Por isso, é importante ressaltar novamente que estudar a BNCC é essencial. É com informação sobre o documento, que os gestores poderão trilhar, com os professores, os caminhos de como levar as competências para a sala de aula, enquanto zelam pelo projeto político-pedagógico (PPP) da escola. Cabe ao diretor, além de manter um diálogo permanente com a Secretaria de Educação, promover a gestão democrática e garantir condições, principalmente, de tempo e de estrutura para que se estabeleça uma cultura contínua de estudos entre os professores.



Consultoria: Luiz Miguel Martins Garcia, dirigente municipal de Educação de Sud Mennucci (SP) e presidente da Undime/SP