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Plano de Aula
Plano de aula: Conhecendo novas práticas corporais de aventura na natureza
Descrição
Este plano tem a proposta de contemplar atividades que permitirão aos estudantes conhecer novas modalidades das práticas corporais de aventura na natureza, identificando locais que possam oferecer ou adaptar tais práticas para o meio urbano, tendo como objetivos a interação dos praticantes com o meio natural, a responsabilidade ambiental e a segurança na realização das práticas.
Habilidades BNCC:
Objeto de conhecimento
- Práticas corporais de aventura na natureza.
Objetivos de aprendizagem
- Conhecer novas modalidades de práticas corporais de aventura na natureza.
- Pesquisar locais na comunidade onde sejam realizadas as práticas corporais de aventura na natureza, mesmo que adaptadas ao meio urbano.
- Programar uma visita ao local para experimentar práticas corporais de aventura na natureza que sejam menos familiares, interagindo com praticantes da modalidade.
- Propor a realização das práticas corporais de aventura na natureza priorizando a segurança e a preservação do meio ambiente.
Competências gerais
1. Conhecimento
2. Pensamento científico, crítico e criativo
7. Argumentação
8. Autoconhecimento e autocuidado
10. Responsabilidade e cidadania
Práticas corporais de aventura
As práticas corporais de aventura (PCA) são um conjunto de atividades caracterizadas geralmente por desafiar e aproveitar os ambientes físicos, lidar com riscos e perigos advindos da imprevisibilidade, oferecer emoções diversificadas e subverter modelos padronizados para estar e se movimentar nos meios urbano e na natureza.
Inicialmente realizadas em ambientes naturais, essas práticas surgiram em parte pelo desejo de conhecer outros lugares, ter novas experiências, viver diferentes percepções em meio à natureza, romper com a rotina, aproveitar momentos de lazer e obter prazer pela sensação de instabilidade e risco que envolvem essas práticas.
Práticas corporais de aventura na natureza
Segundo a BNCC, as práticas de aventura na natureza se caracterizam por explorar a imprevisibilidade dos ambientes físicos naturais (terra, ar e água) na geração de sensações de vertigem por meio de riscos controlados. São exemplos a corrida de orientação, mountain bike, escalada, alpinismo, rapel, tirolesa, arborismo, surfe, stand up paddle, mergulho, paraquedismo, voo de asa delta etc.
A questão do meio ambiente nas práticas corporais de aventura na natureza
O estudo das práticas corporais de aventura na natureza possibilita discussões importantes a respeito da relação entre praticantes e meio ambiente, considerando a natureza enquanto espaço usado nessas atividades pelo aproveitamento dos meios físicos (água, ar e terra). Desse modo, a ocorrência das PCA na natureza está diretamente ligada à utilização responsável dos espaços naturais, cuidando para sua manutenção. Esse debate também está alinhado ao exercício da cidadania sob o viés de ocupação dos espaços coletivamente. Cada indivíduo pertencente à sociedade deve ter clareza de seus direitos e deveres para com a preservação do meio ambiente.
O ensino das práticas corporais de aventura na escola
As práticas corporais de aventura surgem na BNCC pela primeira vez como conteúdos da Educação Física Escolar. Essas práticas vêm crescendo nos últimos tempos e disseminando-se entre crianças, adolescentes e jovens. Esse crescimento ficou evidente com a inclusão de modalidades como skate, escalada e surfe nas Olimpíadas do Japão (2020). A tematização dessas práticas na escola constitui um desafio para muitos professores. Em um artigo de pesquisa bibliográfica sobre o assunto, Oliveira et al. (2020) refere-se às principais dificuldades encontradas pelos professores na organização dessas práticas na escola. Entre elas, destacam-se a falta de locais apropriados, carência de materiais, incompreensão da escola sobre os conteúdos da Educação Física e o pouco conhecimento dos professores sobre esses conteúdos.
Bibliografia
FRANÇA, D. L. Práticas corporais de aventura nas aulas de Educação Física: as possibilidades pedagógicas no 5º ano do Ensino Fundamental. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação: Teoria e Prática de Ensino, Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2016. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/45271/R%20-%20D%20-%20DILVANO%20LEDER%20DE%20FRANCA.pdf?sequence=1&isAllowed=y . Acesso em: 03 out. 2021.
PEREIRA, D. W. et al. Novas experiências na aventura. Dimitri Wuo Pereira (org.). São Paulo: Lexia, 2015.
INÁCIO, H. L. D. Proposta de classificação das práticas corporais de aventura para o ensino na Educação Física Escolar. Rev. Bras. Ciências do Esporte, v. 43, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbce/a/JBt8mVCrp38pdD6KxPWjPZM/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 22 out. 2021.
OLIVEIRA, N. C. R.; GOMES, C. E. A.; ANACLETO, F. N. A. Práticas corporais de aventura na BNCC: análise das propostas e as dificuldades do corpo docente. Rev. Bras. Educ. Fís. Escolar. ano VI, v. 2, nov. 2020. Disponível em: https://www.rebescolar.com/_files/ugd/517549_8ccda6dc6a884dfea132963fd9360dec.pdf. Acesso em: 26 jan. 2022.
Materiais sugeridos
- Sala de aula.
- Projetor de vídeo, televisão, computador ou aparelho celular.
- Quadro ou painel.
- Caderno dos estudantes.
- Materiais esportivos disponíveis na escola: cones, cordas, colchonetes etc.
- Materiais recicláveis: caixas de papelão, garrafas plásticas, lonas plásticas, carpetes.
Aqui trazemos algumas sugestões de materiais. De acordo com a sua realidade, utilize materiais similares, alternativos ou adaptados para a prática.
Conversa inicial
Cabe ressaltar que nesta aula propõe-se uma visita monitorada a um ambiente externo à escola. Um dos princípios importantes propostos pela BNCC é a ação dos estudantes nos ambientes que frequentam e convivem, identificando nos arredores da escola os espaços que tenham relação com os objetos do conhecimento estudados e intervindo em sua realidade. Nesse caso, por meio das práticas corporais de aventura. As excursões com fins didáticos auxiliam na transposição didática e em aproximações dos conteúdos com o que está além do espaço escolar. Caso não seja possível sair da escola com os estudantes, a atividade pode ser adaptada ao espaço escolar, possibilitando situações de aprendizagem que ainda contemplem com abrangência as dimensões atitudinais e conceituais previstas.
Sugerimos que esta aula seja iniciada com um quadro ou painel para registrar a atividade e, se possível, um computador e projetor de vídeo. Retome os conceitos das práticas corporais de aventura (PCA) e especialmente das modalidades de PCA na natureza junto aos estudantes. Se necessário, utilize o Para saber mais como suporte. A seguir, questione-os: Quantos de vocês já experimentaram alguma das PCA na natureza? Qual foi a PCA na natureza experimentada? Quais PCA na natureza vocês têm curiosidade em experimentar?
Possibilite que os estudantes manifestem suas opiniões e sugestões. Cada manifestação será acompanhada de uma consulta aos demais, verificando a quantidade que também tenha experimentado a mesma PCA na natureza comentada pelo colega ou também tenha interesse em conhecer uma nova atividade. Observe se é necessário utilizar outras linguagens de comunicação para que toda a turma participe da discussão. Solicite aos estudantes que registrem no quadro a discussão da turma, utilizando uma tabela, conforme o exemplo a seguir:
PCA na natureza praticadas | Pessoas que praticaram | PCA na natureza de interesse | Pessoas que têm interesse |
Mountain bike | 23 | Surfe | 14 |
Rapel | 2 | Escalada | 21 |
Canoagem | 4 | Paraquedas | 9 |
Tirolesa | 7 | Esqui | 3 |
Caso sejam citadas práticas corporais de aventura na natureza que alguns estudantes não conheçam, peça para aqueles que já as tenham praticado compartilharem as situações vividas e descreverem a realização (quantidade de praticantes, equipamentos utilizados, riscos envolvidos, medidas de segurança tomadas). Garanta que toda a turma entenda o que está sendo compartilhado, fazendo uso de outras formas de comunicação.
Explique que o intuito da aula é identificar oportunidades para experimentarem práticas corporais de aventura na natureza que ainda não sejam conhecidas ou pouco familiares e isso pode ser realizado em algum local nos arredores da escola. Se disponível, utilize um computador para pesquisar na internet as PCA na natureza apontadas como interessantes pelos estudantes, exibindo vídeos ou imagens e conferindo se são realizadas nas proximidades. Peça que os estudantes analisem as informações encontradas (locais, atividades disponíveis, fotos, comentários, horário de funcionamento, organização dos espaços, trajeto, tempo e distância da escola) e considerem quais das PCA na natureza estão mais acessíveis, mesmo que de maneira adaptada.
Além do uso do computador, outras possibilidades são a utilização de celular, impressão de imagens de satélite dos arredores da escola para localizar espaços naturais, impressão de páginas e sites de locais que ofereçam PCA na natureza ou panfletos de divulgação dos locais para distribuir entre os estudantes e apoiar a busca de informações. Esteja atento para garantir que todos compreendam e acompanhem as informações pesquisadas, propondo a atividade em grupos e diversificando a linguagem a partir da leitura do quadro e de outros materiais utilizados.
Garanta que percebam as práticas corporais de aventura na natureza como atividades diversificadas em relação a outras opções mais acessíveis, sem que fiquem limitadas a espaços oficiais. Mesmo no meio urbano, podem ser adaptadas sob condições específicas, valendo-se justamente da proposição de alternativas em relação ao que seria regular para materiais e espaços familiares e da busca por novas sensações, sem abrir mão da segurança dos praticantes enquanto premissa básica do seu oferecimento.
Caso seja viável a organização de uma saída para experimentar novas PCA na natureza, proponha que a pesquisa realizada sirva como referência para a visita a um dos espaços, fazendo contato com o ambiente físico e eventualmente interagindo com praticantes dessas atividades. Discuta com os estudantes qual dos locais melhor atenderá ao objetivo dessa experiência.
Atividade
Atividade: Conhecendo novas PCA na natureza
Novamente, a proposta deste plano de aula é realizar uma visita a locais para prática das PCA na natureza, justificada pelos objetivos de aprendizagem e eventuais benefícios do estudo das práticas corporais de aventura na natureza realizado in loco. Consulte a gestão escolar a respeito dessa proposta para definição do deslocamento (ônibus fretado, caso o local seja distante, caminhada ou mesmo um passeio ciclístico, sempre monitorados por mais de um professor e/ou funcionário da escola em proporção adequada à quantidade de estudantes presentes), da comunicação com responsáveis (envio e conferência de autorizações para a saída), do contato com a administração do espaço a ser visitado (caso exista) e também da infraestrutura (lanches, água, materiais esportivos, materiais de primeiros socorros).
Na organização da saída, desenvolva um diálogo com os estudantes no sentido de compreenderem o caráter excepcional da atividade a ser realizada e o papel de cada um deles na garantia de uma experiência segura e satisfatória. Certifique-se de que todos os estudantes estejam autorizados pelos responsáveis legais e portem documento de identificação. Também cabe sugerir o uso de bonés ou chapéus, protetor solar, repelente, garrafa de água, calçado fechado, toalha e uma troca de roupa na mochila para o caso de ficarem molhados ou sujos após as atividades.
Outra necessidade prévia é que você realize uma visita ao local, determinando sua adequação à atividade. Verifique se o espaço é seguro para estar com os estudantes e identifique potenciais riscos de maneira preventiva. Verifique se o local possui acessibilidade (pisos táteis, rampas para acesso de cadeirantes, banheiros acessíveis), se há uma estrutura de banheiros e água e também a disponibilidade de algum espaço confortável onde seja possível realizar um lanche ou descansar. Busque contato com praticantes de PCA que utilizem o local, convide-os para que estejam presentes e possam dialogar com os estudantes no dia da visita, compartilhando suas experiências.
Caso a visita aconteça em um local especializado em oferecer PCA na natureza, cuide do uso de equipamentos de segurança certificados e da presença de monitores com treinamento adequado para instruir os estudantes na prática, inclusive os casos de mobilidades reduzidas. Caso não encontrem um espaço dedicado, é possível promover uma visita a algum local nos arredores da escola com espaços naturais para experimentar uma ou mais modalidades dentro de condições adequadas: disponibilidade e segurança do meio em questão, existência dos equipamentos necessários, adaptação segura dos deslocamentos e autorização de quem administra esse espaço.
Por exemplo, se houver nas proximidades da escola um parque com rio ou lago e for escolhida uma experiência de canoagem ou stand up paddle, ainda assim são necessários equipamentos para a prática (canoa, prancha, remos, coletes salva-vidas), presença de pessoas com algum conhecimento das modalidades e especialização em socorros aquáticos, e permissão da administração do parque.
No caso da impossibilidade de realizar uma visita a espaços externos para experimentar as PCA na natureza, outra sugestão é utilizar o próprio espaço da escola e materiais esportivos disponíveis (cones, cordas e colchonetes) combinados a outros materiais, como lonas, garrafas plásticas, carpetes e papelões, para adaptar movimentos que lembrem algumas das PCA na natureza de interesse da turma.
Como opções de espaços para obter as sensações de movimento normalmente encontradas nas PCA na natureza, temos:
- Gramados e caixas de areia - apresentam menor atrito e permitem o deslizar encontrado no surfe, stand up paddle, esqui e snowboard, além de favorecerem a realização de atividades em que exista o risco de quedas e desequilíbrios.
- Morros ou rampas - o grau de inclinação favorece o deslizar encontrado no surfe, stand up paddle, esqui e snowboard, o rolar de modalidades de mountain bike e downhill, e também subir em escaladas ou descer em um rapel.
- Árvores - escalar, saltar de alturas seguras ou em superfícies para amortecer a queda, balançar em cordas e caminhar sobre uma corda amarrada entre duas árvores como no arvorismo ou slackline.
Quanto ao uso de materiais, seguem algumas sugestões de adaptação das modalidades:
- Colchonetes: podem fazer o papel de prancha para deslizar, sendo puxado por colegas ou apoiado sobre bastões ou garrafas plásticas cheias de água ou areia e servir como superfície de aterrissagem ao saltar de um ponto mais elevado, como no salto de paraquedas.
- Cordas: podem substituir a fita de slackline, permitindo caminhar em cima dela no chão ou amarrada entre dois pontos fixos, também pode ser usada como obstáculo do arvorismo ao pendurar-se na corda amarrada em uma estrutura fixa.
- Garrafas plásticas: preenchidas com água ou areia, podem servir como “rodas” para deslizar colchonetes ou papelões por cima, e serem recortadas como “esquis” para servirem de calçados para deslizar em uma rampa inclinada, gramado ou caixa de areia, puxando uma corda ou sendo puxado por colegas.
- Lonas plásticas ou carpetes: também podem ser adaptados como pranchas ou outros tipos de equipamentos que deslizem (trenós, barcos) ou serem a própria superfície que permite deslizar. A lona também pode ser usada para simular uma onda na prática do surfe, conforme o vídeo a seguir:
- Papelão: deslizar em cima do papelão puxando uma corda ou sendo puxado por colegas, deslizar em cima da caixa de papelão sobre bastões ou garrafas plásticas cheias de água ou areia, deslizar em cima do papelão em rampas inclinadas, gramados ou caixas de areia.
Em visita a espaço externo, logo na chegada, reúna toda a turma, relembre os objetivos de aprendizagem pelos quais estão realizando esta saída e faça os combinados necessários quanto aos horários (início, lanche e partida) e circulação/utilização do local, inclusive se a realização das suas atividades não impede que outras pessoas circulem livremente ou cause danos ao meio ambiente. Essa é uma das questões mais relevantes no que diz respeito às práticas corporais de aventura na natureza, o senso de coletividade no uso e na preservação do patrimônio natural.
No caso de uma atividade monitorada por praticantes ou instrutores, acompanhe a turma e esteja atento para suprir eventuais necessidades de comunicação e utilizar diferentes linguagens durante orientações e explicações.
Se for o caso de uma visita espontânea sem um contato prévio com praticantes ou monitores, indique que os estudantes procurem praticantes das PCA na natureza no local e dialoguem para obter informações sobre como iniciaram na atividade, os motivos pelos quais praticam e os riscos e sensações envolvidos. Coloque à disposição da turma os materiais esportivos e recicláveis para eventualmente cumprirem a função de alguns dos equipamentos usados nas PCA, conforme as sugestões dadas anteriormente neste mesmo plano.
Garanta que vivenciem as mais diversas possibilidades, reconhecendo seus limites individuais, buscando superá-los gradualmente e de modo individual e coletivo, observando a própria segurança e dos demais participantes. É importante supervisionar atentamente as atividades para que os estudantes não deixem de considerar os riscos envolvidos, cuidando para garantir a segurança de todos.
Observe com os alunos se o local é acessível para todas as pessoas. Por exemplo, se possui rampas ou pisos táteis. Também é importante encaminhar com a turma um reconhecimento do espaço para que encontrem possibilidades de experimentar outras PCA na natureza pelas quais declararam interesse durante a Conversa inicial. Reforce a importância das suas habilidades e experiências prévias, criando novas alternativas para si e para os colegas na adaptação dos deslocamentos, compartilhando soluções e colaborando para que toda a turma seja atendida na experimentação da atividade.
Circule entre os espaços para garantir que os estudantes não deixem de considerar os riscos envolvidos, cuidando para garantir a segurança de todos. Indique que as atividades sugeridas precisam também considerar a individualidade pelas diferentes habilidades e experiências prévias encontradas no grupo. É fundamental que cada estudante possa explorar as mais diversas possibilidades e reconhecer seus limites individuais, buscando superá-los gradualmente, observando a própria segurança e a dos demais participantes.
Todos devem ser capazes de experimentar o movimento, o que requer pensar em alternativas e também auxiliar os colegas que apresentem dificuldades. Deixe claro que não há regras ou padrões para esta atividade, no entanto, faça com que observem se a realização da atividade não causa prejuízos ao espaço. Novamente, essa é a questão mais relevante no que diz respeito às práticas corporais de aventura na natureza: o senso de responsabilidade coletiva durante a prática, garantindo a segurança dos participantes e causando o mínimo impacto para contribuir na preservação do meio ambiente.
Momento da reflexao
Ao final, reúna os estudantes em uma roda e faça perguntas sobre a atividade realizada:
- Como foi experimentar novas PCA na natureza? Gostaram ou não gostaram?
- Quais práticas corporais de aventura na natureza possuem características semelhantes a alguma das atividades realizadas?
- Quais os riscos envolvidos nas PCA na natureza realizadas? Quais medidas de segurança foram necessárias?
- Como foi experimentar novos deslocamentos encontrados nas PCA na natureza? De que maneira os movimentos são diferentes em relação às modalidades esportivas mais tradicionais?
- Quais os equipamentos e meios físicos originalmente encontrados nas práticas corporais de aventuras na natureza? Por quais materiais e espaços foram substituídos durante a atividade?
- Como é a relação entre os praticantes e o meio físico onde a atividade se realiza?
- De acordo com o que vivenciaram, as práticas corporais de aventura na natureza podem ser praticadas por pessoas com alguma restrição de movimento?
Ainda em grupos, peça aos estudantes que dialoguem entre si procurando obter respostas, verificando se compreenderam as questões, utilizando outros recursos de linguagem para que todos consigam participar desse momento.
Sistematizacao do conhecimento
Organize as aprendizagens dos estudantes a partir das experimentações e discussões de aula. Reforce as características das práticas corporais de aventura na natureza, os espaços em que ocorrem, os equipamentos usados, as formas de deslocamento e sua organização, com destaque à intenção de propor uma relação direta com os meios físicos e seu caráter imprevisível, visando causar o mínimo impacto ambiental.
Sinalize a diversidade de deslocamentos utilizados nessas novas práticas corporais de aventura e como diferem de outras modalidades esportivas mais convencionais ao propor uma relação de menor controle em relação ao meio em que acontecem. Essas atividades buscam sensações diferentes e transitam entre aventura e risco controlado ao buscar deslocar-se de maneira mais fluida e conectada ao seu entorno.
Em visita a um local dedicado ao oferecimento das práticas corporais de aventura na natureza adaptadas ao meio urbano, relembre a exigência de meios e equipamentos específicos nessas modalidades, reforçando a possibilidade de serem adaptadas ao meio urbano, como paredes de escalada, ou mesmo dar origem a novas modalidades, como o surfe motivou a criação do skate.
Caso visitem um espaço natural, chame atenção para o fato de que esses locais pertencem a todos e o compromisso para seu cuidado e preservação é de todos. Faça relações com outras praças, parques e espaços públicos encontrados nos arredores da escola, estimulando para que sejam frequentados para a prática dessas e de outras atividades. Explique que o lazer é um direito de todos, contudo é nosso dever contribuir para a preservação do patrimônio público.
Converse também sobre a inclusão, refletindo sobre o caráter flexível das práticas corporais de aventura como atividades sem regras fixas. Embora predomine um entendimento de que pessoas com dificuldades de movimentação ou outro tipo de impedimento não poderiam participar dessas atividades, elas praticam diversas modalidades como skate e surfe. Esse é um tema interessante de se desenvolver nos desdobramentos deste plano.
Registro e avaliacao
Os estudantes podem registrar a atividade no caderno, desenhando ou descrevendo a visita e o espaço visitado, apontando como foi experimentar novas modalidades de PCA na natureza ou a sua adaptação. Caso não seja possível desenhar ou escrever, observe a necessidade de uma transcrição da fala ou de o registro ser feito em áudio.
Sugerimos que faça uma avaliação de observação das condutas e aprendizagens dos estudantes durante todo o desenvolvimento do plano. Para isso, pode ser montado um quadro com os critérios e que seja de fácil anotação, conforme modelo nos materiais complementares.
Caso não consiga avaliar ou identifique estudantes que não tenham atingido uma avaliação satisfatória, estabeleça um diálogo individual sobre o tema da aula fazendo uso das questões propostas para reflexão sobre os objetivos que não tenham sido bem aproveitados.
Barreiras
Barreiras
- Pautar-se por uma atividade fundamentada na demonstração e padronização.
- Deixar de diversificar os recursos comunicativos: apenas falar ou apenas escrever ou apenas demonstrar etc.
- Escolher local que restringe a participação de alguns estudantes em virtude da ausência da acessibilidade universal.
Sugestões para eliminar ou reduzir as barreiras
- Possibilitar adaptações para superar as tarefas conforme a individualidade de quem pratica.
- Utilizar recursos audiovisuais, escrever, desenhar no quadro, demonstrar, descrever oralmente o que se faz e o que pode ser feito.
- Ajustar as atividades de modo que todos participem, adaptando exigências, materiais, espaços.
Desdobramentos
Sugerimos desdobramentos desta aula considerando ampliar a experiência com modalidades de práticas corporais de aventura na natureza.
Você pode propor pesquisas relacionadas a outras modalidades de PCA na natureza que ainda não foram experimentadas: origem, desenvolvimento, principais técnicas e locais de prática encontrados nos arredores da escola.
Convide um praticante de PCA na natureza para conversar com a turma, apresentando suas experiências, os equipamentos utilizados e promovendo uma prática com os estudantes.
Verifique a possibilidade de organizar com os estudantes formas adaptadas das PCA na natureza ao ambiente escolar. Discutam quais modalidades poderiam ser realizadas com segurança nesse espaço e quais equipamentos poderiam ser substituídos pelos materiais existentes na escola. Por exemplo, a disponibilidade de cordas resistentes e compridas o suficiente aliada à existência de pontos fixos próximos servem a uma experiência adaptada de slack line ou arvorismo. Essa mesma corda e a disponibilidade de um ponto fixo elevado (uma rampa, escada ou elevação no terreno) permitem a experiência adaptada do rapel. A proposição e a elaboração coletiva deste momento são um espaço importante para discutir as questões relacionadas à segurança e integridade física e às diferentes formas de deslocamento encontradas nas PCA na natureza.
Comece a conversa informando os estudantes que irão estudar sobre locais onde experimentar as práticas corporais de aventura na natureza. Este conteúdo pode ser estudado remotamente com algumas adaptações. A Conversa inicial pode solicitar que os estudantes pesquisem imagens de PCA na natureza que eles tenham interesse. Peça que apresentem as atividades pesquisadas, se já experimentaram, em que locais acontecem, quem são os praticantes e os motivos de seu interesse. Estimule que dialoguem com outros colegas interessados nessas mesmas atividades. Após os estudantes apresentarem seus achados, juntamente com suas intervenções, pergunte a eles quais espaços nos arredores permitem a sua prática e quais dessas modalidades podem ser adaptadas ao meio urbano. Discuta também a questão da preservação do patrimônio ambiental e a diminuição de áreas naturais próximas às cidades.
Já a atividade prática precisa ser proposta de acordo com o contexto em que cada estudante está inserido, uma vez que muitos deles convivem com limitações espaciais. Solicite que percebam no seu entorno os locais disponíveis e se podem realizar alguma prática corporal de aventura na natureza, mesmo que de maneira adaptada e considerando a segurança individual como aspecto essencial. Indique que observem as possibilidades existentes e procurem experimentar algum tipo de deslocamento, conforme seu repertório de experiências motoras e a garantia de uma execução segura. Sugira também que observem pessoas que realizam essas práticas em espaços nos seus arredores, solicitando aos estudantes que registrem essas experiências (as que o estudante pode fazer nas imediações do espaço em que reside ou de suas observações de outras pessoas que as praticam nesses locais). Peça que socializem as sensações com a turma e compartilhem entre si o que foi semelhante ou diferente.
Sistematize o conhecimento construindo um quadro coletivo em que todos podem acrescentar suas descobertas de locais onde seja possível realizar práticas corporais de aventura na natureza, as modalidades praticadas e os tipos de deslocamentos usados nessas modalidades. Peça aos estudantes que indiquem também estratégias de segurança, valendo-se das contribuições individuais como forma de registro e um dos critérios de avaliação.
Este plano de atividade foi elaborado pelo time de autores NOVA ESCOLA.
Autor: Guilherme de Arruda Carvalho Freitas
Mentor: Edison de Jesus Manoel
Especialista da área: Luis Henrique Martins Vasquinho