Plano de aula: Lutas do mundo: aprofundando aprendizagens

Assim como outras práticas corporais, as lutas acompanham o desenvolvimento da humanidade. Algumas delas nasceram da necessidade de se defender de predadores e inimigos, outras estão relacionadas a um estilo de vida, buscando equilíbrio entre o corpo e a mente.

Independente do seu uso, as lutas estão muito presentes no mundo. Algumas delas percorreram longos caminhos até que se disseminassem pelo mundo e chegassem a outros continentes e países.

Hoje em dia, entretanto, a velocidade de disseminação das informações e o contato com outras culturas são muito mais frequentes. Modalidades pouco conhecidas se tornam febre de uma hora para a outra. Muitas delas seguem os princípios dos seus criadores, outras são adaptadas à realidade local ou a determinados fins, como o jiu-jitsu brasileiro.

De acordo com a BNCC, as lutas compõem o conjunto de práticas corporais a serem desenvolvidas ao longo das aulas de Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental, constituindo-se em “[...] disputas corporais, nas quais os participantes empregam técnicas, táticas e estratégias específicas para imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir o oponente de um determinado espaço, combinando ações de ataque e defesa dirigidas ao corpo do adversário” (BRASIL, 2017, p. 216).

“Além das lutas presentes no contexto comunitário e regional, podem ser tratadas lutas brasileiras (capoeira, huka-huka, luta marajoara etc.), bem como lutas de diversos países do mundo (judô, aikido, jiu-jítsu, muay thai, boxe, chinese boxing, esgrima, kendo etc.)” (BRASIL, 2017, p. 216).

Considerando as lutas no contexto da Educação Física Escolar, interessa o significado das lutas como práticas de oposição e confrontos, e “[...] parcialmente os aspectos filosóficos e teológicos que envolvem as artes marciais e outras codificações específicas de regras dos esportes de combate” (CAMPOS, 2014, p. 43).

Neste plano, propomos estudar o boxe, representando uma das mais conhecidas e tradicionais modalidades de lutas do mundo.

Considera-se que a primeira atividade associada ao boxe ou pugilismo aconteceu no Egito por volta de 3.000 a.C, e os praticantes lutavam completamente nus seguindo os rituais de festividade do rei. Desde então, o boxe vem evoluindo bastante, atraindo muitos praticantes, especialmente por suas características e fundamentos específicos: socos e movimentos rápidos. O primeiro lutador a conquistar o cinturão olímpico foi um homem chamado Onosmastos de Esmirna, configurando tal modalidade como esporte de luta há mais de 2.600 anos (DUARTE, 2005).

A partir do século XVII, começaram a surgir as primeiras instituições de regras, sendo instituídas as luvas e o número de assaltos no Reino Unido, em 1867. Em 1904, aconteceram os primeiros Jogos Olímpicos com a modalidade de boxe, nos Estados Unidos, na cidade de Saint-Louis, com sete categorias de peso. A partir desse marco, o boxe foi ganhando maior visibilidade, cabendo ressaltar que a estreia do boxe feminino ocorreu nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012 (AIBA; CBB, 2021).

A fim de igualar e aumentar a competitividade durante os combates, categorias foram criadas considerando o peso corporal de cada atleta. O boxe profissional, conta com no máximo doze assaltos (períodos) com três minutos cada. Ao término de cada assalto, pontos são destinados aos lutadores, determinados por cinco juízes e classificados de acordo com os golpes e as defesas realizadas. No caso do atleta ser nocauteado, permanecendo por mais de dez segundos no solo, sem apresentar reação, a luta é encerrada. Lembrando que não são permitidos golpes abaixo da cintura, podendo o lutador ser punido por esta atitude (VIEIRA; FREITAS, 2007).

Os principais fundamentos e/ou golpes do boxe são:

Direto - golpe mais potente, aplicado com a mão que fica atrás da guarda.

Jab - golpe curto, com a mão que fica à frente da base (no caso dos destros, com a mão esquerda).

Cruzado - golpe lateral, de curta distância.

Uppercut - golpe executado de baixo para cima, tendo como alvo principal o queixo do adversário.

Gancho - golpe feito com um movimento semicircular curto que visa atingir a lateral da cabeça ou do torso do adversário, com ângulo mais aberto que o cruzado.

Outros fundamentos bastante utilizados no boxe:  

Clinch - quando os praticantes estão se segurando ou se apoiando sem trocar golpes.

Esquiva -  ato de desviar dos golpes do oponente.

Guarda - posição inicial do combate, com uma perna levemente à frente da outra e as mãos posicionadas na altura do rosto.

Knockdown - quando um pugilista cai com um soco do adversário.

Sparring - nome dado ao pugilista que auxilia no treino.

Os confrontos devem ocorrer na presença de oficiais de luta, árbitros, cronometristas e médicos, em um espaço denominado ringue com solo macio e que permita a mobilidade dos movimentos de perna (não escorregadio) e quatro postes rígidos interligados por cordas elásticas. Os principais equipamentos de proteção utilizados no boxe são: protetores de cabeça, camiseta (somente no boxe feminino), protetor bucal, cinto, calção, protetor genital e botas. As luvas e uniformes de luta geralmente são diferenciados por cor (azul e vermelho) (VIEIRA; FREITAS, 2007).

Bibliografia

AIBA. Associação Internacional de Boxe Amador, 2021. Disponível em: http://www.aiba.org/. Acesso em: 20 dez. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: 25 out. 2020.

CBB. Confederação Brasileira de Boxe, 2021. Disponível em: http://www.cbboxe.com.br/.   Acesso em: 20 dez. 2021.

CAMPOS, L. A. S. Metodologia do ensino das lutas na Educação Física Escolar. Várzea Paulista, SP: Fontoura, 2014.

DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Panda, 2005.

RUFINO, L. G. B.; DARIDO, S. C. O ensino das lutas na escola: possibilidades para a Educação Física. Porto Alegre: Penso, 2015.

VIEIRA, V.; FREITAS, A. O que é boxe. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2007.

Sugerimos a leitura desta monografia que fala sobre as lutas na Educação Física.  Disponível em: https://docplayer.com.br/3067467-Lutas-na-educacao-fisica-escolar-alternativas-pedagogicas-jader-emilio-da-silveira-lancanova-resumo.html. Acesso em: 28 nov. 2021.

Sugerimos a leitura desta monografia que fala sobre as lutas na Educação Física.  Disponível em: www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=000360059. Acesso em: 28 nov. 2021.

Sugerimos a leitura desta dissertação que fala sobre as lutas na Educação Física.  Disponível em: https://1library.org/document/rz3llg9z-sistematizacao-conteudo-aulas-educacao-fisica-ensino-fundamental-medio.html. Acesso em: 28 nov. 2021.

Materiais sugeridos

• Caderno para registro do estudante.
• Lousa ou quadro.
• Flip chart (anotações/professor poderá transportar para outros espaços: quadra, pátio etc.).
• Projetor multimídia.
• Quadra poliesportiva, pátio ou jardim/gramado.
• Colchonetes e/ou tatames de EVA.

• Cones e giz para demarcação de espaços.
• Prendedores, espumas ou outros materiais similares (construção do sparring).

Aqui trazemos algumas sugestões de materiais. De acordo com a sua realidade, utilize materiais similares, alternativos ou adaptados para a prática.  

Conversa inicial

Inicie a aula, explorando o que os estudantes já sabem sobre as lutas. Retome as principais modalidades de lutas que os estudantes conheceram e experimentaram sobre a prática corporal (lembrando que já tiveram contato com a prática corporal anos anteriores). Apresente as características gerais das lutas segundo a Base Nacional Comum Curricular e outros documentos normativos a nível estadual e regional, que definem o conjunto de aprendizagens essenciais que o estudante deverá desenvolver ao longo das etapas da Educação Básica.

Depois, apresente aos estudantes os objetivos de aprendizagem do plano.

Considerando o mapeamento inicial, proponha a vivência de uma modalidade de luta do mundo bastante conhecida. Para essa aula sugerimos tematizar o boxe, modalidade de luta do mundo bastante conhecida e praticada em diversos contextos e regiões do Brasil.

Promova alguns questionamentos, buscando levantar os saberes prévios sobre a modalidade tematizada: Quem já ouviu falar sobre o boxe? Alguém já praticou? Onde viram essa luta? Conhecem a origem da modalidade e suas regras? Conhecem algum atleta praticante do boxe reconhecido no cenário nacional e internacional (caso não citem, relembrar alguns nomes conhecidos).

Apresente aos estudantes, por meio de vídeo, imagens e textos impressos ou exibidos pela tela do celular, a história, origem e principais fundamentos do boxe. Segue sugestão de materiais:

• Matéria “Rede do Esporte - Boxe”. Disponível em: http://rededoesporte.gov.br/pt-br/megaeventos/olimpiadas/modalidades/boxe. Acesso em: 10 dez. 2021.
• Matéria “Tudo sobre o boxe”. Disponível em: https://www.esportelandia.com.br/artes-marciais/tudo-sobre-boxe/. Acesso em: 10 dez. 2021.

Verifique se entre os estudantes existe algum que necessite de auxílio para poder compreender o vídeo. Nesse caso, procure formar duplas para que um estudante possa explicar ao outro o que está identificando no vídeo. Observe-se é necessária a utilização de audiodescrição, legendas, ou instrução em Libras

Oriente os estudantes na elaboração do quadro das descobertas, a ser preenchido até o final desta sequência de aulas. No quadro deve haver perguntas sobre a modalidade tematizada e também as respostas a partir do que foi discutido em aula ou pesquisado pelos estudantes. O quadro poderá ficar exposto em um mural e os estudantes deverão reproduzi-lo em seus cadernos, preenchendo-o conforme as perguntas forem sendo respondidas. Retomar o quadro com os estudantes ao final de cada aula (sequência).

Sugestão de quadro das descobertas:

Novas linhas com questões dos estudantes podem ser inseridas conforme a aula for se desenvolvendo e novas dúvidas sobre as lutas surgirem.

Os estudantes deverão, no decorrer das aulas previstas, preencher o quadro das descobertas e, posteriormente, socializar as suas descobertas com os seus colegas de turma. Poderão utilizar também imagens, vídeos, filmes, fotos e reportagens para complementar e corroborar suas descobertas.

Atividade

Organize as atividades em duplas ou pequenos grupos, a fim de que os estudantes vivenciem as práticas com diferentes colegas. É importante oportunizar confrontos entre eles, independente de questões de gênero, físicas, ou de qualquer outra natureza. Cabe ressaltar que a organização das atividades nessa perspectiva poderá contribuir para que todos os estudantes participem e experimentem tais atividades, especialmente as pessoas com deficiência (visual, intelectual, física e auditiva).

Atividade 1 - Aquecimento / Rei da luta (variação do tradicional jogo de perseguição “rei da rua e/ou mãe da rua”)

Os estudantes deverão ser divididos em duas equipes, com funções distintas: uma equipe deverá desenvolver ações de ataque e a outra de defesa. A lógica da atividade é a mesma empregada na clássica atividade conhecida como “rei da rua” e/ou “mãe da rua”: a equipe de ataque deverá chegar ao outro lado da quadra (ou espaço delimitado previamente), enquanto a equipe de defesa deverá impedir o avanço dos adversários. A equipe de ataque deverá criar estratégias para chegar ao outro lado do espaço delimitado sem ser pega pela equipe de defesa. Para evitar contatos exagerados entre os estudantes, pode-se colocar prendedores nos jogadores da equipe de ataque, para que os jogadores de defesa, em vez de tocarem no oponente, busquem retirar os prendedores dos estudantes do time de ataque durante as tentativas de passagem. No caso dos defensores conseguirem retirar os prendedores dos atacantes, estes deverão retornar ao seu espaço inicial. Uma possível variação da atividade é transformar os atacantes pegos em defensores para auxiliar a equipe defensiva. Promova a troca de funções dos grupos, ou seja, a equipe que estava defendendo passa a atacar e a equipe que estava atacando passa a defender.

Atividade 2 - Sombra individual

Espalhados pela quadra ou outro espaço apropriado, os estudantes deverão simular a realização dos principais golpes do boxe (diferentes tipos de socos). Procure retomar com os estudantes, a partir de um glossário, os fundamentos básicos da modalidade:

1. Direto - golpe mais potente, aplicado com a mão que fica atrás da guarda.
2. Jab - golpe curto, com a mão que fica à frente da base (no caso dos destros, com a mão esquerda).
3. Cruzado - golpe lateral, de curta distância.
4. Uppercut - golpe executado de baixo para cima, tendo como alvo principal o queixo do adversário.
5. Gancho - golpe feito com um movimento semicircular curto que visa atingir a lateral da cabeça ou do torso do adversário, com ângulo mais aberto que o cruzado.

Outros fundamentos bastante utilizados no boxe:

• Clinch - quando os praticantes estão se segurando ou se apoiando sem trocar golpes.
• Esquiva - ato de desviar dos golpes do oponente.
• Guarda - posição inicial do combate, com uma perna levemente à frente da outra e as mãos posicionadas na altura do rosto.
• Knockdown - quando um pugilista cai com um soco do adversário.
• Sparring - nome dado ao pugilista que auxilia no treino.

Os estudantes poderão construir um “sparring” com materiais alternativos disponíveis na unidade escolar (espumas, colchonetes, bastões, trave do gol) para realização dos principais golpes do boxe.

Atividade 3 - Luta em dupla combinada

Organize os estudantes em duplas e oriente-os a combinarem alguns movimentos de ataque e defesa (sequência de três a cinco golpes do boxe), simulando um combate. Ressalte aos estudantes que não é necessário o contato direto, pois se trata de uma atividade de simulação, podendo inclusive ser realizada com uma certa distância entre ambos. As duplas poderão apresentar uma sequência de combinação de movimentos aos outros da turma. É importante enfatizar o respeito às individualidades do parceiro para que a atividade seja desenvolvida com o máximo de segurança.

Se julgar interessante, utilize colchonetes, caixas de papelão, bexigas presas em um local, ou outros materiais para que os estudantes vivenciem os golpes.

É importante orientá-los acerca do cuidado com o seu oponente durante as práticas. Dê voz aos estudantes, valorizando suas opiniões e posicionamentos sobre possíveis alternativas para a realização das práticas de maneira segura e efetiva, incluindo todos de acordo com as suas características pessoais. Para isso, questione se é necessário fazer alguma adaptação às regras ou ao modo de prática. As observações e recomendações de um colega poderão causar um efeito positivo nos demais no sentido de motivá-los às práticas.

Momento da reflexao

Organize uma roda de conversa com os estudantes para troca de impressões sobre as vivências e experiências, ressaltando a gestualidade adotada durante as práticas, facilidades e dificuldades de cada um, por meio de alguns questionamentos:

1. O que acharam das atividades propostas na aula?

2. Tiveram dificuldades em realizar as atividades propostas? Quais?

3. Como foi o contato com o colega durante as atividades em termos de cuidado e segurança? Houve respeito e zelo com o colega (oponente)?

4. Todos podem lutar? (Considerar as diferenças físicas e individualidade: alto, baixo, magro, gordo, forte, fraco, rápido, lento; e a questão de gênero: feminino e masculino).

5. Como vivenciar os fundamentos das lutas em diferentes contextos: na praça, na rua, na praia e no chão de quadra da escola? (Falar sobre as adaptações realizadas).

6. Conseguem apontar alguma transformação histórica de alguma modalidade de luta que já conheceram? (Promover uma discussão acerca das poucas regras e restrições existentes no contexto de origem das lutas, valendo-se quase tudo em um combate; Discutir a evolução das modalidades. São perguntas que também podem ser inseridas no quadro do conhecimento e pesquisadas posteriormente).  

7. Sabem dizer como ocorreu o processo de esportivização das lutas? Qual o papel das mídias nesse processo? (Essa pergunta também pode ser inserida no quadro do conhecimento e pesquisada posteriormente).

É importante adaptar as reflexões às características da turma. Verifique se é necessário fazer questionamentos específicos a determinados estudantes com dificuldade, ou utilizar recursos como textos, imagens ou ainda retomar o vídeo da Conversa inicial.   Utilize os mesmos procedimentos na Sistematização do conhecimento.

Para finalizar esse momento, promova uma reflexão com os estudantes a partir do seguinte enunciado: “Lutas da escola: lutando com o outro e não contra o outro”.

Se julgar interessante aprofundar sobre a influência das mídias nas lutas, sugerimos os artigos a seguir:

“A contribuição da mídia na adesão e aderência à prática de lutas esportivas e artes marciais”. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd188/a-midia-na-aderencia-a-lutas-esportivas.htm. Acesso em: 24 jan. 2022.

“Mídia, mercadorização esportiva e o movimento de popularização do MMA”. Disponível em: https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:lqK9A2VB8A4J:https://www.revistas.ufg.br/fef/article/download/28881/17116/135062+&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em: 24 jan. 2022.

Sistematizacao do conhecimento

Retome os registros realizados pelos estudantes acerca das modalidades mais conhecidas e praticadas por eles e também o quadro das descobertas, evidenciando as aprendizagens dos estudantes e promovendo uma socialização acerca das principais descobertas realizadas sobre o boxe. Observe se é necessário que os estudantes pesquisem acerca das respostas inseridas no quadro do conhecimento, o que pode ser realizado em casa e tragam nos desdobramentos deste plano.

Os estudantes poderão compartilhar suas descobertas de maneira colaborativa, ouvindo seu colega de turma e se apropriando dos saberes apresentados. Observe se é necessário ditar os conteúdos do quadro, considerando os estudantes com dificuldades em compreender os temas propostos em aula.

Peça aos estudantes que descrevam no caderno de registros, com suas palavras, os fundamentos básicos e objetivos do boxe, experimentados durante a aula. De acordo com as características da turma, considere realizar essa proposta em grupos, nos quais os estudantes podem auxiliar uns aos outros na produção dos registros, ampliando assim a possibilidade de incluir todos.

Registro e avaliacao

Utilize o quadro das descobertas como evidência dos registros. Se for necessário, lembre-se de formar duplas com os estudantes em que um deles auxilia o outro nos registros.

Para sua avaliação, sugere-se que se faça uma composição a partir de:

• Observação dos estudantes durante as vivências e práticas: o respeito para com seu oponente e as regras propostas; a compreensão da diferença entre lutar e brigar, assim como a não associação das lutas com situações de violência.
• Levantamento de conceitos a partir da construção do quadro das descobertas.
• Observação das discussões dos estudantes sobre as práticas. As discussões evidenciam características importantes para o desenvolvimento das competências dos estudantes, como a comunicação, a argumentação, a empatia e o posicionamento crítico e respeitoso.

Considerando as dificuldades dos estudantes no uso de determinados recursos para realização dos registros, poderão realizar uma autoavaliação sobre as aprendizagens e vivências, a partir de diferentes recursos, como:

• elaboração de um podcast;
• texto escrito;
• desenhos;
• utilização de emojis;
• gravação de áudio simplificada;
• entrevista em duplas buscando evidenciar as sensações do outro;
• roda de conversa (compartilhar as experiências e vivências).

É importante que o professor dê feedbacks aos estudantes sobre a autoavaliação. Podem ser por meio de comentários escritos com o intuito de encorajar os estudantes a fornecer mais informações, descrever uma situação em mais detalhes, embasar melhor suas argumentações, ou seja, podem incitar os estudantes a pensar, refletir e se mobilizar a novas aprendizagens.

Barreiras

Barreiras

• Restringir as práticas dos estudantes em nome de uma suposta segurança. 
• Assistir aos vídeos de apoio disponibilizados para as atividades propostas. 
• Exigir precisão e/ou execução perfeita ao realizar um determinado tipo de movimento (golpe) ao vivenciar a modalidade de luta tematizada.
• Formalizar as aprendizagens por meio dos registros escritos.

Sugestões para eliminar ou reduzir as barreiras

• Organizar a turma em duplas e/ou pequenos grupos para que os vídeos de apoio possam ser interpretados e suas mensagens repassadas ao estudante que porventura apresente alguma deficiência, como, por exemplo, a visual. 
• Não exigir e/ou cobrar do estudante uma execução perfeita dos movimentos e ações. 
• Formar pequenos grupos (duplas ou trios) para juntos desenvolverem os registros de acordo com os recursos que tiverem mais familiaridade.

Desdobramentos

Sugerimos que se aprofunde saberes sobre as modalidades de lutas do mundo, dando continuidade às pesquisas sobre os elementos constituintes do judô, como: 

• Origem, história e principais transformações que permeiam a prática judô até os dias atuais.
• Principais características, fundamentos técnicos, gestualidades, objetivos e finalidades.
• Principais regras da modalidade no contexto competitivo.
• Vestimentas.
• Graduação.
• Diferentes locais de prática. 
• Participação de homens, mulheres e crianças.
• Prática do judô por meio dos jogos de oposição e/ou jogos de lutas.
• Outras curiosidades da modalidade.

Explore com os estudantes as capacidades físicas mais evidenciadas na modalidade, como a agilidade, a força muscular, a resistência muscular, o equilíbrio, a flexibilidade, a destreza; as habilidades motoras mais solicitadas; as principais estruturas corporais solicitadas, como músculos, ossos e articulações de várias regiões corporais, e os cuidados que devem ter para preservá-las de acidentes.

Como culminância das atividades, sugerimos o contato dos estudantes com um local onde o judô seja praticado em seu formato oficial. Tal contato possibilitará aos estudantes acessar conhecimentos distintos daqueles possíveis de serem abordados dentro do contexto escolar. Nesse sentido, organize uma saída pedagógica previamente com os estudantes e auxilie-os na elaboração de um roteiro de observação e perguntas acerca da modalidade. Caso não seja possível o deslocamento dos estudantes, convide um grupo de praticantes do judô para visitar a escola, narrar suas histórias e vivências e, sobretudo, compartilhar seus conhecimentos sobre a modalidade.