Plano de Aula

Plano de aula: Ginástica de solo: explorando e desenvolvendo sequências

mais ações

Descrição

Neste plano procuramos desenvolver aprendizagens sobre as ginásticas e as diferentes possibilidades da prática individual e coletiva desta modalidade. O tema foi abordado de forma teórica e prática, através de brincadeiras, encenação, replicação e criação de novas possibilidades de movimentos, resolução de problemas, trabalho em equipe e discussão sobre o tema.

Habilidades BNCC:

Objeto de conhecimento

Ginástica geral

Objetivos de aprendizagem

  • Experimentar movimentos de rolamentos, velas, espacates, paradas de mão, equilíbrios e pontes.
  • Construir sequências de ginástica de solo, individuais e coletivas.
  • Identificar as habilidades motoras predominantes na ginástica de solo.
  • Compreender a importância das habilidades motoras.
  • Reconhecer as estruturas e potencialidades do corpo para movimentar-se na ginástica.
  • Discutir sobre as dificuldades enfrentadas na prática da ginástica de solo.

Competências gerais

2. Pensamento científico, crítico e criativo

3. Repertório cultural

8. Autoconhecimento e autocuidado

9. Empatia e cooperação

10. Responsabilidade e cidadania

A ginástica é uma prática corporal que fundamentou a Educação Física nas escolas, mas sua origem é ainda mais antiga. O termo “ginástica” teve origem na Grécia antiga e significa o ato de “treinar”, ou seja, realizar o treinamento com exercícios metódicos para preparar para as atividades de preparação militar, por exemplo (CBG, 2021; RIBAS, 2011).

Atualmente, existem diferentes tipos de ginástica, que vão das práticas mais simples e inclusivas, como a ginástica para todos, até as mais complexas, como as ginásticas esportivizadas.

Conhecer e dominar seu corpo, bem como saber sobre os objetivos de cada uma das práticas da ginástica é fundamental para condicionar aos estudantes novas possibilidades de desenvolver o controle do corpo, considerando a sua cultura corporal de movimento. No entanto, esta sequência didática irá focar na ginástica de solo, que pretende envolver os estudantes em experimentações individuais e coletivas de rolamentos, velas, espacates, paradas de mão, equilíbrios, pontes, entre outras.

Para que tais elementos sejam realizados, alguns cuidados e observações devem ser tomados. Nos rolamentos, é importante haver material e espaço físico adequado para a prática, como colchonetes e colchões, além dos materiais, a execução deve considerar algumas ações fundamentais, como apoiar as mãos no chão na largura do ombro, encostar o queixo no peito, impulsionar o corpo com os membros inferiores unidos em um movimento explosivo e formar um arco com a coluna.

Na vela, os estudantes devem ficar em decúbito dorsal com as mãos elevando o quadril, mantendo equilíbrio invertido em que a nuca fica apoiada no solo e o corpo elevado.

No espacate não se espera que a maioria dos estudantes sejam capazes de fazer uma abertura total das pernas, a flexibilidade deve ser treinada regularmente para que consiga resultados mais efetivos, no entanto, os exercícios podem ser do mais simples aos mais complexos. Antes de iniciar as atividades desse tipo garanta um bom aquecimento para o corpo, incluindo atividades de mobilidade articular. Após o aquecimento, realize alongamentos como borboleta, alongamento frontal com pernas afastadas, extensão total de uma das pernas com a outra flexionada apoiada à frente do corpo, aumente a amplitude dos movimentos, utilize apoios como bancos para que os estudantes possam controlar a extensão dos membros inferiores. Quando houver maior domínio corporal, é possível retirar os materiais auxiliares.

Para realizar a parada de mãos, alguns educativos podem ser utilizados, uma das atividades é o “cavalinho” onde o estudante deve apoiar as mãos no chão e dar “coices” no ar, elevando cada vez mais as pernas em sentido vertical. Para a parada de mão completa, o estudante deve estar em pé, com uma das pernas à frente do corpo e os braços elevados na largura do ombro. Para que o movimento seja completado, deve projetar o tronco e braços para frente e para baixo, apoiando as palmas da mão no chão, após realizar o apoio deve elevar a perna de trás seguido do quadril e tronco, ficando de cabeça para baixo em posição ereta. Inicialmente, o desmonte pode ser feito voltando à posição de início, já no movimento completo, no desmonte deve rolar para frente, encostando o queixo no peito, flexionando os braços e apoiando as costas ao solo seguido do resto do corpo com as pernas flexionadas.

Nos movimentos de equilíbrio, as atividades podem envolver diferentes tipos de equilíbrio como o dinâmico e o estático. Ficar em um pé só, andar na ponta dos pés, saltar em pontos específicos, manter o equilíbrio após a realização de saltos, andar sobre superfícies com área de contato reduzida são atividades que poderão desenvolver essa capacidade física.  

Por fim, o movimento de ponte é um exercício preparatório para a realização de outros mais complexos, como o salto mortal para trás, portanto, deve ser trabalhado logo na fundamentação da ginástica. Para realizá-la, na fase iniciante, o estudante deve deitar-se em decúbito dorsal (com a barriga para cima), flexionar os joelhos apoiando os pés ao chão, colocar as mãos apoiadas ao solo ao lado das orelhas, levantando o corpo em uma hiperextensão da coluna. Nas fases mais avançadas, os estudantes podem formar a ponte partindo da posição em pé, para realizá-la o professor pode segurar na altura do quadril do estudante ajudando a preparar-se para formar a ponte, até que ele sinta-se seguro para realizar o movimento de forma autônoma. Lembre-se, antes de realizar a ponte é importante que os estudantes estejam preparados com o aquecimento, treino de flexibilidade e mobilidade articular das principais estruturas envolvidas, como as do punho, quadril e coluna.

Para desenvolver uma sequência individual e coletiva de ginástica de solo, alguns passos devem ser considerados, como: (I) as aulas não devem trabalhar no formato da ginástica competitiva, ou seja, a partir dos movimentos realizados os estudantes não devem apenas focar na sua qualidade estética e grau de dificuldade, devem pensar nas diversas possibilidades em diferentes contextos; (II) a progressão pedagógica deve ser considerada na elaboração do plano de aula, indo do mais simples ao mais complexo; (III) o ambiente físico e as atividades propostas devem passar segurança para os estudantes; (IV) o uso de equipamentos pode ser adaptado, utilizando colchões e colchonetes, por exemplo.

Para que os estudantes obtenham sucesso na ginástica, aqui não se fala em rendimento, mas em apropriação segura e consciente da modalidade, é fundamental que haja uma preparação e controle das habilidades locomotoras básicas. As habilidades motoras podem ser divididas em três grupos: manipulativas, locomotoras e de estabilização. As locomotoras são atividades como correr e saltar. As de estabilização são atividades como rolar, equilibrar, flexionar e realizar apoio invertido, por exemplo. E as habilidades de manipulação são movimentos de agarrar, arremessar, rebater e chutar  (SÃO PAULO, 2021). Para saber mais sobre cada uma delas sugerimos a leitura do texto “Habilidades Motoras” da Secretaria Municipal de Educação de São Sebastião disponibilizado na bibliografia.

Durante as aulas, é importante que os estudantes reconheçam as habilidades motoras envolvidas em cada atividade, possibilitando a discussão nos momentos de reflexão. Entende-se como habilidade motora “ações  complexas  e  intencionais,  envolvendo toda uma cadeia de mecanismos sensório, central e motor que, através do processo de aprendizagem, tornaram-se organizadas e coordenadas de forma a alcançar objetivos predeterminados” (TERTULIANO, 2021, p. 128).

Na ginástica de solo é possível realizar e perceber quase todos os elementos da ginástica artística, por isso, é importante que os estudantes se apropriem dos seus elementos e, após as atividades realizadas, sejam capazes de organizar uma sequência individual e coletiva de ginástica de solo.

Bibliografia

BRASIL. Comitê Brasileiro de Ginástica (CBG), 2021. Disponível em: https://www.cbginastica.com.br/faq. Acesso em: 29 out. 2021.

BRASIL. Ginástica Artística. Comitê Olímpico Brasileiro (COB), 2021. Disponível em: https://www.cob.org.br/pt/cob/time-brasil/esportes/Ginastica-artistica/.Acesso em: 29 out. 2021.

RIBAS, R. D. Fundamentos da ginástica olímpica escolar. Ponta Grossa – PR: UEPG, 2011.

SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação de São Sebastião. Habilidades motoras. Disponível em: http://www.saosebastiao.sp.gov.br/ef/pages/Corpo/Habilidades/index.html#t0. Acesso em: 29 out. 2021.

TERTULIANO, I. W.; OLIVEIRA, V. de; CASTRO, H. de O. Vivência de atividades físicas e aquisição de habilidades motoras. Biomotriz, [S.L.], v. 15, n. 1, p. 123-139, 1 jul. 2021.

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