No desenvolvimento deste plano, propõe-se que os estudantes experimentem os elementos comuns dos esportes de marca que envolvem as habilidades motoras, correr, saltar, arremessar e lançar, e as capacidades físicas velocidade e potência muscular, no contexto dos esportes de marca.
Vivenciar as habilidades motoras de correr, saltar, lançar e arremessar e as capacidades físicas exigidas na experimentação de diferentes modalidades dos esportes de marca e de precisão.
Identificar as habilidades motoras de correr, saltar, lançar e arremessar em outras práticas corporais, bem como em atividades da vida diária.
Identificar as capacidades físicas exigidas nas atividades de esportes de marca, reconhecendo a sua presença em outras práticas corporais, bem como em atividades da vida diária.
Adaptar materiais recicláveis na construção dos equipamentos necessários para a prática das modalidades de lançamentos e arremessos.
Competências gerais
1. Conhecimento
7. Argumentação
8. Autoconhecimento e autocuidado
9. Empatia e cooperação
10. Responsabilidade e cidadania
Neste plano iremos retomar vivências dos elementos comuns dos esportes de marca, com foco nas provas de atletismo. Propomos a ênfase nas habilidades motoras fundamentais de correr, saltar, lançar e arremessar. Para isso, torna-se necessário recuperar alguns conceitos.
Na literatura das ciências do movimento humano, se observa diferentes nomenclaturas para o mesmo objeto de estudo. Alguns autores clássicos da área do comportamento motor, como Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), sugerem o termo habilidades motoras fundamentais para se referir aos movimentos que emergem, pela interação da criança, ao longo da primeira infância, com o ambiente. Identificando as suas individualidades biológicas e os desafios impostos pela tarefa, ainda nos primeiros meses, como o movimento de pinça, até posteriormente, observar a necessidade de emergir movimentos de locomoção (como correr, saltar), manipulação (como lançar, arremessar) e estabilização (como equilíbrio estático e dinâmico), para responder de forma coordenada a tarefas mais complexas, ao longo da vida. Por uma questão de tradução da língua inglesa, ou validação cultural, outros autores como Freire (2000) utilizam o termo habilidades motoras básicas para se referir às mesmas habilidades.
Quando utilizadas para fins de performance no esporte, os estudiosos sugerem que essas habilidades ganham um status de especializadas, porque exigem que os graus de liberdade sejam mais controlados. Para esses teóricos, “graus de liberdade” seria algo semelhante à forma de realizar o movimento, considerando a biomecânica e o controle do nível das capacidades físicas exigidas para atingir maior performance em sua execução. Dessa forma, então, eu deixo de ter um movimento mais natural, com mais liberdade, e passo a ter um movimento mais técnico, por vezes, desconsiderando individualidades biológicas e culturais.
É importante que você esteja atento a essas reflexões. A história da Educação Física escolar já foi conduzida por diversas tendências pedagógicas, dentre as quais, uma que defendia a experimentação e reprodução do gesto esportivo técnico, como obrigatória para o estudante. Contudo, essa proposição foi contrariada por evidências, que associam a falta de motivação dos estudantes para a aula de Educação Física à desvalorização do componente curricular Educação Física, dentre outros, a essa tendência pedagógica.
Portanto, considerando a proposta da Base Nacional Comum Curricular para a Educação Física, bem como as evidências atuais sobre a pedagogia do esporte e da Educação Física escolar, devemos possibilitar uma experiência de aprendizagem aos estudantes de modo que compreendam as práticas corporais como fenômeno cultural dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e contraditório. Desse modo, é possível assegurar-lhes a (re)construção de um conjunto de conhecimentos que permitam ampliar sua consciência a respeito de seus movimentos e dos recursos para o cuidado de si e dos outros, e desenvolver autonomia para apropriação e utilização da cultura corporal de movimento em diversas finalidades humanas, favorecendo sua participação de modo confiante e autoral na sociedade (BNCC, 2018).
Observados esses pontos, utilizaremos os conceitos das habilidades propostos por FREIRE (2000, p. 105-106) nessa sequência de aulas:
Correr: Surgindo a partir da habilidade andar, o correr é caracterizado por uma fase de apoio e uma fase aérea, ou sem apoio.
Saltar: O propósito do salto é impulsionar o corpo para a frente e/ou para o alto, por meio do movimento das pernas, conjuntamente com a ação efetiva dos braços. O corpo fica suspenso no ar por alguns instantes, cumprindo a função do salto, ultrapassando um objeto, fazendo um arremesso, ou alcançando outro objetivo qualquer. Em qualquer salto, pode-se distinguir três fases: a impulsão, a fase de voo e a aterrissagem.
Arremessar: O objetivo do arremesso é propulsionar um objeto o mais longe possível, ou em direção a algum alvo. É uma habilidade tipicamente humana, que utiliza principalmente o braço, mas que exige também uma participação efetiva de todos os segmentos do corpo. Pode-se utilizar uma ou as duas mãos para realizar o arremesso.
O lançar e o arremessar são considerados sinônimos em sua etimologia. De acordo com Gallahue & Ozmun (2003, p. 262), o lançar “envolve imprimir força a um objeto a uma direção desejada”. O arremesso é um movimento realizado com as mãos e “varia conforme a forma, a precisão e a distância” (GALLAHUE; OZMUN, 2003, p. 299).
Ambos os verbos são utilizados para definir provas de atletismo (arremesso de peso, lançamento de dardo, martelo e disco). Neste plano iremos utilizá-los como ações semelhantes e complementares.
Os objetivos de aprendizagem desta sequência de aulas sugerem a experimentação mais específica de modalidades esportivas atreladas aos esportes de marca e precisão. Muitas destas modalidades exigem a utilização de determinados equipamentos em sua prática, tais como: o dardo, o martelo, o disco, a vara, as barreiras. Para tanto, diante dos desafios de acesso a esses equipamentos no contexto escolar, quer seja pela sua existência, qualidade ou quantidade, sugere-se a utilização de materiais recicláveis para a confecção desses equipamentos. Sendo assim, é possível associar, de forma transdisciplinar, competências e objetivos da área de linguagens e suas tecnologias, com a área de ciências da natureza. O meio ambiente também é um tema transversal na BNCC, tendo como assunto a educação ambiental e a educação para o consumo. O projeto desenvolvido por Santos (2012), chamado “Sucata Divertida”, traz uma excelente referência de como implementar essa ponte. A proposta exige que o professor de Educação Física se instrumentalize de conhecimentos prévios, atrelados à Educação Ambiental, e, em campo mais prático, no reaproveitamento de materiais recicláveis e sucatas para a construção de equipamentos esportivos.
Para tanto, sugere-se o acesso a algumas tecnologias digitais de informação e comunicação, a seguir relacionadas:
Bibliografia
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
DE JESUS MANOEL, E. A abordagem desenvolvimentista da educação física escolar–20 anos: uma visão pessoal. Journal of Physical Education, v. 19, n. 4, p. 473-488, 2008.
FREIRE, E. S. Habilidades motoras básicas na Educação Física Escolar. Integração (São Paulo), São Paulo, v. 6, n.21, p. 104-109, 2000.
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor:bebês, crianças, adolescentes e adultos. Phorte Editora: São Paulo, 2013.
SANTOS, F. S. Projeto Sucata Divertida: Cultura Ambiental na Educação Física. In: IV Congresso Sudeste de Ciências do Esporte/XII Congresso Espírito Santense de Educação Física. 2012.
Materiais sugeridos
Materiais recicláveis.
Aqui trazemos algumas sugestões de materiais. De acordo com a sua realidade, utilize materiais similares, alternativos ou adaptados para a prática.
Conversa inicial
Para essa sequência de aulas, é necessário que, antecipadamente, se solicite junto aos estudantes que tragam materiais recicláveis, dentre os quais: garrafas pet, caixas de leite longa vida, caixas de papelão, folhas de jornal, e um item importante para a confecção de um dos modelos de dardo, os flutuadores de piscina, popularmente conhecidos como “macarrões de piscina”. Com um macarrão, é possível a confecção de até três dardos.
Inicie a aula em roda com os estudantes. Pergunte sobre os materiais recicláveis que os estudantes trouxeram. Questione se foi fácil ou difícil encontrá-los. Solicite-lhes para compartilhar onde encontraram (casa, casa de parentes, rua, lixo, etc.). Questione sobre o que são materiais recicláveis. Pergunte se a família separa o lixo em casa. Solicite que compartilhem como realizam essa separação.
Estimule para que eles observem se é possível reutilizar materiais recicláveis na construção dos equipamentos necessários para esportes de marca e precisão. Pergunte se já reutilizaram algum material reciclável para outras funções ou para construir algo novo. Comente que irão produzir equipamentos para a prática de esportes de marca e precisão utilizando os materiais recicláveis que trouxeram. Lembrem-se de viabilizar a participação efetiva de todas e todos no diálogo. Para tanto, não hesite em utilizar material concreto, imagens e demais recursos para que a comunicação aconteça. Se for necessário, pode recorrer à descrição de imagens, tato e Libras de maneira que ninguém fique de fora.
Atividade
Criando dardos, para lançamento a distância e arremesso ao alvo
Primeiramente, separe a turma em duplas. Faça a mediação da composição das duplas, de modo que estudantes que tenham alguma barreira física ou de compreensão sejam apoiados por colegas com maior afinidade. Sempre, além de explicar verbalmente a atividade, demonstre a execução da tarefa, potencializando as diferentes formas de compreensão. Observe a necessidade de que os dardos sejam minimamente funcionais para a execução da tarefa. Para tanto, utilize como modelo os exemplos dos vídeos.
Antecipadamente, separe o material necessário para a construção dos dois exemplos, e construa passo a passo, na frente dos estudantes. Disponibilize para que eles toquem e observem as características físicas dos materiais utilizados. Identifiquem qual é o material. Solicite-lhes verbalizar quais foram os materiais utilizados na construção dos modelos. Explique que os dois modelos de dardo são exemplos daquilo que eles podem fazer. Partindo dessas referências, eles podem optar por reproduzir algum ou criar algo totalmente novo. Argumente que a opção por esses modelos é porque eles já foram testados, o que auxilia na experiência prática. Disponibilize tempo para a confecção dos dardos. Apoie as duplas.
Finalizado o período de confecção do dardo, reúna os estudantes novamente em roda. Estimule-os a indicarem um local na escola, onde possam realizar a modalidade de lançamento de dardo à distância, com maior segurança. Problematize com o grupo se o local sugerido é acessível para todos estudantes da turma, de modo que, se houver alguém com mobilidade reduzida, não haverá barreiras para seu acesso ao local. Peça para que descrevam porque aquele local é o mais seguro. Incentive-os a identificarem quais elementos de segurança também precisam ser observados além do local, no momento do lançamento. Além da segurança, incentive-os a descreverem as regras previstas para essa modalidade de esporte de marca. Sugira que, considerando o espaço destinado para a prática, as regras de local de lançamento, a quantidade de lançamento, a forma de mensuração da distância sejam estabelecidas pela turma.
Observados os elementos de segurança e regras, solicite que os estudantes organizem a turma, de modo que todos possam participar com segurança, e seja possível realizar a mensuração da distância dos lançamentos. A fim de auxiliá-los nessa construção de organização de pensamento, utilize perguntas norteadoras:
Será que precisamos dividir tarefas para conseguirmos manter a nossa segurança e mensurarmos os lançamentos?
Quais tarefas seriam essas? Alguém para chamar quem vai arremessar? Alguém para observar se as regras estão sendo respeitadas? Alguém para mensurar? Podemos revezar essas funções? Algum colega necessita de alguma adaptação para realizar os lançamentos?
Ao longo do período de prática, incentive os estudantes a realizar o lançamento com os diferentes braços. Oriente para que eles experimentem diferentes formas de arremessar, como, por exemplo, combinando duas habilidades motoras: uma corrida prévia até o ponto de lançamento para, então, efetivar o lançamento. Um lançamento com o dardo sendo lançado por cima da cabeça, pela lateral do corpo. Estimule-os a verbalizar e testar outras hipóteses. Peça que meçam a distância atingida em todas as situações e vejam em qual o objeto chegou mais longe.
Intercale momentos de vivência com conversa. Os estudantes devem identificar as habilidades motoras e as capacidades físicas requeridas nas práticas. Para isso, faça perguntas, como: Qual foi o movimento que fizeram para o objeto chegar mais longe? O que você precisou para o objeto chegar mais longe? Da capacidade física de força muscular? Só a força muscular ou também a velocidade do braço? Será que força mais velocidade tem um nome?
Questione os estudantes também sobre as diferenças individuais. As distâncias atingidas com o objeto foram as mesmas para toda turma? É interessante que percebam e respeitem as diferenças individuais. Nesse momento, conduza a discussão no sentido de que os estudantes percebam que é natural que ocorram as diferenças e valorizem a diversidade. As capacidades físicas são atributos que podem ser aprimorados, então, se eles praticarem, podem melhorar e lançar o objeto numa distância maior.
Após o período de prática, reúna a turma novamente tendo por objetivo os esportes de precisão. Solicite aos estudantes que recuperem as características dos esportes de precisão. Posteriormente, peça-lhes para descrever quais são as regras do arremesso de dardos, bem como os cuidados necessários para a manutenção de segurança de todos, na prática dessa modalidade. Explique que a próxima atividade tem por objetivo a construção de uma atividade de lançamento de dardo utilizando o dardo confeccionado. Indique que o espaço destinado para essa prática será o mesmo indicado por eles para a atividade anterior, uma vez que eles já observaram ser um local seguro. Indique que o jogo poderá ser construído, por meio dos materiais recicláveis disponíveis. Peça que compartilhem ideias sobre a construção deste jogo, suas regras, e se eles observam alguma necessidade de melhoria para a segurança. Peça para que sugiram como a construção poderia ser organizada para que todos participem. Recupere com eles a necessidade de estabelecer tarefas, para observar a segurança e o respeito às regras. Após a construção, possibilite a prática.
Diante do desafio de gerenciamento do tempo de aula, as habilidades de correr e saltar estão contempladas nas orientações para desdobramentos desta sequência de aulas.
Momento da reflexao
Separe os estudantes em pequenos grupos e solicite que conversem um pouco sobre a aula. Oriente para que eles comentem com o colega do que gostaram e se houve algo de que não gostaram na aula. Peça para que dialoguem também sobre a utilização dos recicláveis para a construção dos materiais da aula. Como eles se sentiram? Quais pensamentos tiveram durante a conversa sobre a separação do lixo, a utilização dos materiais na prática do lançamento e arremesso?
Eles devem partilhar também sobre as diferenças que observaram entre um arremesso e um lançamento. Quais diferenças são essas? Quando fizeram a tarefa com diferentes mãos, o que identificaram? Observaram diferenças ao utilizarem diferentes formas de lançamentos e arremessos? Quais foram essas diferenças? Quais habilidades foram utilizadas para lançar e arremessar? Identificaram as capacidades físicas utilizadas para lançar e arremessar? Quais estratégias foram utilizadas para possibilitar a participação de todos nas atividades? Quais situações foram observadas que poderiam dificultar a participação de todos nas atividades propostas para a aula?
Após um período, reúna os estudantes em roda. Possibilitando a fala para diferentes grupos, solicite que compartilhem as conclusões a que chegaram.
Sistematizacao do conhecimento
Converse com os estudantes sobre o que discutiram e experimentaram. Explique que o cuidado com o meio ambiente é uma responsabilidade de todos, e esse tema está presente em todas as áreas da nossa vida. Os equipamentos que são utilizados para a prática de algumas modalidades esportivas também utilizam recursos da natureza e geram resíduos (lixo). Comente que as empresas que fabricam esses equipamentos precisam pensar em maneiras mais sustentáveis de fabricar esses equipamentos, causando menor impacto ao nosso planeta. E essa reflexão serve para tudo aquilo que precisamos fazer para viver. Argumente que precisamos pensar sempre na preservação do mundo onde vivemos, assim como cuidamos do nosso quarto, da nossa casa, da escola.
Descreva que foi possível reutilizarmos aquilo que antes era lixo para a construção adaptada dos equipamentos que são utilizados para a prática do lançamento de dardo à distância e arremesso de dardo. Argumente que a reutilização daquilo que antes era lixo, além de possibilitar a experiência prática, poderá ser utilizada por outras turmas da escola, que poderão ter acesso à mesma aprendizagem. Esse reaproveitamento de coisas que usam recursos da natureza para serem fabricadas se estende para a nossa casa. O reaproveitamento do lixo, como fizemos, que é a reciclagem, de roupas e calçados, que estando em bom estado podem ser doados, e estando um pouco mais danificados, podem se transformar em panos de limpeza, retalhos para costura etc.
Explique também que as duas modalidades da aula utilizavam o mesmo dardo, porém uma era esporte de marca e outra esporte de precisão. Reforce a diferença de características desses esportes, em que na marca, a ênfase está na maior distância, peso e no menor tempo, e nos esportes de precisão, estamos buscando a pontaria.
Comente sobre as adaptações que são necessárias, quando observamos alguma barreira para a prática dessas modalidades por parte dos nossos colegas. Para isso, precisamos sempre levantar hipóteses no momento de organizar a experiência prática, como exemplo: Como uma pessoa que não enxerga poderia fazer esse esporte? Como eu explicaria e auxiliaria na atividade uma pessoa que não escuta?
Registro e avaliacao
A utilização dos materiais recicláveis para elaboração dos dardos se caracteriza como um registro. Ampliando essa possibilidade de registros, oriente os estudantes a levarem o dardo para as suas casas e gravarem um pequeno vídeo, explicando aos seus familiares sobre o que é um dardo, compartilhando sobre os esportes em que esse equipamento pode ser utilizado, bem como orientando um dos seus familiares a experimentar o lançamento a distância e o arremesso ao alvo desse dardo. Antecipadamente, prepare uma ferramenta digital para o devido recebimento e armazenamento desses vídeos. Da mesma forma, por se tratar de uma atividade avaliativa a ser realizada com a participação e o suporte dos familiares, elabore um bilhete a ser encaminhado aos responsáveis, descrevendo e orientando como eles devem proceder para o encaminhamento dos vídeos. Tal registro também pode ser realizado por meio de uma construção artística ou um desenho, utilizando os recursos pelos quais o estudante mais se interessa (lápis de cor, giz de cera, canetinhas, tinta guache etc.). Ele deve criar uma representação artística dele, explicando sobre o dardo e suas possibilidades no esporte, para seus familiares. De modo breve, ele deve indicar, por meio de texto, quem são as pessoas na representação e o que ele está explicando. Exemplo: Eu e meu pai João. Estou explicando a diferença entre lançamento de dardo a distância e arremesso de dardo. Uma das regras é respeitar o espaço indicado para o arremesso. Eu não posso escolher de onde vou arremessar. Para que o dardo vá bem longe, eu preciso lançá-lo com muita força. Para acertar o alvo, eu preciso usar a pontaria, controlando a minha força. Nosso dardo foi construído por materiais que reutilizamos, como garrafas pets, papelão, folhas de jornal. Esses materiais são conhecidos como recicláveis. A reciclagem ajuda na preservação do nosso planeta. O processo avaliativo pode ser realizado observando as respostas dos estudantes no momento de reflexão, caracterizando uma avaliação formativa. Observe o quanto os estudantes se aproximam ou se distanciam das competências e objetivos de aprendizagem previstos para essa aula em suas respostas. Posteriormente, avalie o registro de vídeo ou produção artística dos estudantes, com a mesma intenção.
Barreiras
Barreiras
Limitar as formas de explicação, utilizando somente a conversa para conduzir elementos conceituais da aula.
Exigir movimentos específicos das modalidades.
Limitar as práticas e utilizar poucas variações que possam incluir todos na prática.
Sugestões para eliminar ou reduzir as barreiras
Ampliar as formas de explicação, utilizando os diferentes recursos audiovisuais, linguagem de Libras e demonstração.
Flexibilizar as formas de execução da tarefa motora, por meio da adaptação de regras, equipamentos e locais de prática.
Observar e conversar sobre a prática de esporte de alto rendimento olímpico e paraolímpico. Inserir na aula, como possibilidade de experimentação.
Desdobramentos
Para as próximas aulas, explore outras modalidades dos esportes de marca e precisão que utilizam equipamentos. Como sugestão, tendo como referência a necessidade de equipamentos, compartilhe com os estudantes as seguintes modalidades e organize uma votação para que eles possam ordenar o sequenciamento das aulas, considerando o maior interesse pela prática, bem como a curiosidade no processo de construção dos equipamentos exigidos para ela: lançamento de disco, lançamento do martelo, corrida com barreiras, corrida de revezamento, tiro com arco, boliche, sinuca, golfe. Antecipadamente, separe imagens, impressas ou por vídeo, a serem compartilhadas com os estudantes, auxiliando no processo de escolha. O uso de diferentes recursos audiovisuais apoia os estudantes de modo a não criar barreiras que impeçam a participação de todos com seus diferentes corpos e especificidades. Organize as próximas aulas, combinando duas modalidades por aula, sendo preferencialmente uma de esportes de marca e outra de esportes de precisão. Tal estratégia possibilitará aos estudantes observarem as diferenças e as aproximações das modalidades, no que se refere ao uso dos mesmos movimentos em outras situações do dia a dia, diferentes capacidades físicas utilizadas, nível de utilização dessas capacidades físicas, habilidades motoras fundamentais utilizadas, dentre outros. Diante do ordenamento preestabelecido, observe também os materiais recicláveis necessários para a elaboração de modelos que venham a instrumentalizar os estudantes de referências para a reprodução ou criação de equipamentos. Observe atentamente que algumas confecções podem demandar maior tempo, bem como exigem uma destreza manual mais complexa. Dessa forma, realize um pré-preparo dos materiais, facilitando o processo de construção dos estudantes.
Examine os vídeos a seguir. Eles trazem excelentes referências da utilização de materiais recicláveis para a elaboração dos equipamentos exigidos para a prática das modalidades propostas.
Corrida com barreiras:
Corrida com bastão:
Título do vídeo:Como fazer um implementado adaptado: bastão de revezamento
Esta é uma aula que pode ser explorada quase que totalmente utilizando as mesmas estratégias da aula presencial.
Proceda do mesmo modo como solicitado na Conversa inicial. Os estudantes podem produzir os seus dardos em casa utilizando como referência os mesmos vídeos:
Proponha que observem onde podem realizar as experimentações. Veja com os estudantes se um adulto pode ajudá-lo a escolher o local e a medir a distância atingida do lançamento do dardo. Assim como na atividade presencial, solicite-lhes que inventem diferentes formas de lançar: utilizando diferentes braços, combinando duas habilidades motoras, como uma corrida prévia até um ponto para então efetivar o lançamento, um lançamento com o dardo sendo lançado por cima da cabeça, pela lateral do corpo. Peça que meçam a distância atingida em todas as situações e vejam em qual o objeto chegou mais longe.
No caso da impossibilidade de se realizar a atividade do dardo devido ao material ou pouco espaço para o lançamento, peça aos estudantes que realizem as atividades de salto. Inicialmente realizando saltos parados no lugar, tentando chegar à maior distância à frente, depois, com um passo e salto, a seguir, com uma breve caminhada e com uma corrida e salto.
Em cada atividade proposta, os estudantes devem identificar as habilidades motoras e as capacidades físicas requeridas nas práticas. Para isso, proceda com as mesmas perguntas propostas na aula presencial: Qual foi o movimento que fizeram para o objeto chegar mais longe? O que você precisou para o objeto chegar mais longe? Da capacidade física de força muscular? Só a força muscular ou também a velocidade do braço? Será que força mais velocidade tem um nome?
Questione os estudantes também sobre as diferenças individuais. As distâncias atingidas com objeto foram as mesmas para toda turma? É interessante que percebam e respeitem as diferenças individuais. Nesse momento, conduza a discussão no sentido de que os estudantes percebam que é natural que ocorram as diferenças e valorizem a diversidade. As capacidades físicas são atributos que podem ser aprimorados, então, se eles praticarem, podem melhorar e lançar o objeto numa distância maior. Proponha-lhes praticar em casa e depois em um momento presencial experimentarem todos juntos.
Este plano de atividade foi elaborado pelo time de autores NOVA ESCOLA.
Autor: Rafael Kanitz Braga
Mentor: Ricardo
Especialista da área: Luis Henrique Martins Vasquinho