Sobre este plano
Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Resumo da sequência: a passagem para o Ensino Médio é um tópico importante para os estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental, especialmente aqueles do 9° ano. Esse avanço de ciclo tende a englobar diversas alterações na vida estudantil, por exemplo: o currículo se amplia, mudam os professores e há grandes chances de ser necessário mudar de escola e deixar para trás o convívio diário com parte dos amigos. Muitos estudantes passam também a assumir trabalhos para complementar a renda familiar. A questão da carreira e do sentido dos estudos (ou da falta dele) ganha mais relevância. É importante que as escolas apoiem os alunos a projetarem essa transição e endereçarem expectativas e angústias de modo bem informado, de forma a buscarem construir os próprios projetos de vida. O componente Arte pode somar esforços nesse trabalho ao estimular reflexões e propor a ficcionalização desse momento da vida a partir de jogos teatrais que deem espaço para a liberdade, criatividade e expressividade.
A partir de reflexões sobre o significado da escola para cada um, de entrevistas e projeções sobre o Ensino Médio, os estudantes serão desafiados a realizar jogos teatrais com improvisação e outras atividades que coloquem em pauta sentimentos, perspectivas de futuro, vivências escolares e temáticas relevantes da adolescência/juventude.
Sobre este plano: previsto para ser realizado no decorrer de uma aula (totalizando 50 minutos), o plano propõe um compartilhamento da ação prévia e uma conversa inicial sobre o significado da escola para cada estudante. Com os estudantes no centro da aprendizagem, serão formados grupos para a realização de um jogo teatral. Cada grupo realizará uma cena de improviso sobre o contexto escolar e as relações interpessoais. Com algumas competências em pano de fundo e a intencionalidade do professor em desenvolvê-las, os estudantes serão estimulados a experimentar habilidades fundamentais da arte e empreendedorismo alinhadas às competências gerais da BNCC.
Nesta sequência, serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com as habilidades EF69AR26, EF69AR27, EF69AR29, EF69AR30 e EF69AR31, das unidades temáticas previstas em Arte.
Organização das aulas: desenvolva a aula 1 previamente planejada. Expresse os objetivos de forma clara aos estudantes e cuide da gestão do tempo. Envolva os alunos na proposta e finalize com um relaxamento, indicando o caminho do próximo plano. Sugerimos que cada aula seja contemplada na ordem da sequência didática, dando mais sentido aos planos.
Ação prévia: proponha aos estudantes que reflitam sobre o significado da escola na vida deles. Para disparar a reflexão, faça outras sugestões de perguntas, como:
- Como você se sente na escola?
- O que espera do Ensino Médio?
- Qual é o seu projeto de vida e como a escola pode te ajudar nele?
Incentive que cada um pense nesse tema por um tempo razoável e anote as respostas, reflexões, sensações e impressões que lhe surgirem à cabeça. Peça que leve essas anotações para o início da aula prevista neste plano.
Alinhamento da sequência com a Educação Empreendedora: o plano 1 indica competências e habilidades a serem desenvolvidas pela turma, como criatividade, responsabilidade, comunicação, análise, empatia, cooperação, autoconhecimento e autocuidado. A autonomia será estimulada durante o experimento das competências empreendedoras em pequenos grupos e alinhada às competências da BNCC. O trabalho, permeado com habilidades específicas intencionais, convida os estudantes à reflexão e projeção de sonhos pessoais e profissionais (aqui trabalhados, sobretudo, a partir da perspectiva da continuidade de estudos). Os jovens serão desafiados com questionamentos e tarefas e terão oportunidade de escolhas importantes na construção do trabalho prático. Vale ressaltar que os desafios, a gestão do tempo, o comprometimento com as equipes de trabalhos e o bem comum dos times serão prioridades nesta fase.
Materiais necessários: projetor ou TV para apresentação da aula e cadernos dos estudantes. Caso não seja possível a utilização desses recursos, adapte à sua realidade.
Para você saber mais: conheça um pouco mais sobre o ensino teatral, saiba que os jogos teatrais podem funcionar como metodologias ativas, sendo facilitadores do aprendizado. Abaixo, algumas reportagens que podem ser complementadas por você a partir de uma pesquisa por informações atualizadas em relação ao ano em que o plano de aula será realizado e à região em que a escola está localizada:
- Ulisses Araújo (parte 1- Metodologias ativas de aprendizagem). Fonte: Instituto Iungo. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Y1ChTj-tqn8
Acesso em: 15-mai-2020.
- A importância do teatro na educação. Fonte: Teatrando- série de entrevistas. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=XAKAAI96tLw
Acesso em: 15-mai-2020.
- Spolin: Games online (em inglês). Disponível em: https://spolingamesonline.org Acesso em: 15-mai-2020.
Alinhamento às competências da BNCC: esse plano faz parte de uma sequência de habilidades das unidades temáticas Teatro e Artes Integradas, do componente curricular Arte. Observe que as Competências Gerais da Educação Básica previstas na BNCC (4, 6 e 8) dialogam com as competências da área de linguagens e com as específicas de Arte.
Das 6 Competências Específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental, observe que esse plano de aula destaca algumas: 1, 2, 3 e 5.
1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.
2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.
5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.
Das 9 Competências Específicas de Arte para o Ensino Fundamental, observe que esse plano de aula destaca algumas: 4, 5 e 8.
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística.
8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.
Introdução
Tempo sugerido: 35 minutos.
Orientações: convide os estudantes para realizar um jogo teatral que explora improvisação, criatividade e os relacionamentos interpessoais na escola. Este jogo é uma adaptação de um jogo geralmente chamado de “Parte de um todo: relacionamento”, proposto por Viola Spolin (1906-1994), importante diretora de teatro estadunidense. O objetivo é que cada aluno defina um personagem por meio de um contexto, sem dizer a ninguém quem é. Dessa maneira, ele precisará comunicar quem é o personagem dele através de uma atividade de ações, gestos e falas.
Para o jogo acontecer, oriente a turma a se dividir em grupos de mais ou menos cinco estudantes. Um grupo começa, na frente da sala ou em um outro espaço amplo da escola, enquanto os outros ficam assistindo como uma plateia. O primeiro jogador do grupo deve entrar em cena e iniciar qualquer atividade ou gesto, sem escolher um personagem. O segundo jogador deve escolher uma maneira de se relacionar com o primeiro jogador, mas escolhendo um personagem para si mesmo que tenha a ver com o contexto escolar. Então os outros jogadores devem entrar, um a um, escolhendo um personagem para si e se relacionando com os outros personagens que já estão em cena.
Por exemplo: o primeiro jogador entra em cena, senta e começa a escrever em um papel. O segundo jogador entra e, secretamente, assume que é professor do primeiro jogador, por isso começa a explicar a ele informações sobre a Língua Portuguesa. O terceiro jogador entra em cena e, também secretamente, assume que é o diretor da escola, por isso começa a falar com os outros dois sobre ideias que teve para criar uma nova biblioteca. E assim por diante. No início, os jogadores não saberão os personagens uns dos outros, mas devem buscar sempre se relacionar com o que os outros estão fazendo, sem esquecer de tentar mostrar quem eles mesmos são.
Esclareça aos estudantes que não é necessário pressa, competições ou adivinhações, eles deverão se esforçar para mostrar quem são durante a atividade e, quem adivinhar, não precisa falar em voz alta. Esse jogo pode ser complicado no início e ocasionar cenas caóticas, mas isso é normal. Antes de começarem, diga a eles para evitarem o caos e irem organizando as cenas à medida que interagem. Para manter essa organização, aconselhe-os a ouvirem os colegas com atenção, não falarem todos ao mesmo tempo, darem espaço para a expressão dos colegas e respeitarem as escolhas alheias.
Você, como professor, deve evitar organizar e direcionar os estudantes enquanto a cena ocorre. O ideal é que dê dicas iniciais, mas deixe a cena fluir naturalmente ao longo do jogo, sem intervir, até que perceba que os personagens já foram descobertos por todos ou pela maioria da turma.
Ao final do jogo de cada grupo, converse um pouco com a turma e levante questões como:
- Plateia, quem eram os personagens?
- Como vocês perceberam isso?
- Jogadores, como vocês decidiram quem eram seus personagens?
- Como foram descobrindo quem eram os personagens de seus colegas em cena?