Antes de realizar a proposta, veja se sua escola tem um gramado ou parte da superfície com gramas no espaço externo. Confira se esse ambiente oferece segurança e conforto aos bebês.
Materiais:
Bolas de tamanhos variados, bambolês, cadeiras pequenas, cabo de vassoura ou outro objeto parecido que tenha em sua escola, garrafas pet limpas e com água ou areia dentro.
Espaços:
A proposta acontece no espaço externo da escola, sobre a superfície do gramado. Organize nele um percurso que convide os bebês a engatinhar, rolar, caminhar etc, assim montado: três bambolês no chão, um ao lado do outro, possibilitando que engatinhem ou caminhem entre eles; duas cadeiras distantes uma da outra com um cabo de vassoura entre elas, para que os bebês arrastem-se por baixo; um “corredor” com cadeiras e tecido por cima, simulando um túnel, oportunizando que passem por ele engatinhando ou arrastando-se por baixo. Arrume as garrafas pet enfileiradas uma ao lado da outra, deixando um espaço entre as fileiras para que os bebês passem rolando. Disponha de espaço livre para que as crianças se desloquem com autonomia. Ofereça, depois do circuito, as bolas e os bambolês dispostos pelo chão.
Tempo sugerido:
40 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Como os bebês experimentam a superfície proposta? Quais são as descobertas deles em contato com ela?
2. De que forma seus movimentos e formas de deslocamento ampliam as pesquisas exploratórias corporais e sensoriais no gramado? E durante o circuito? E como as bolas e os bambolês enriqueceram a experiência?
3.Como os bebês utilizam-se da imitação durante a proposta? Qual a importância da imitação para eles?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Proponha apoios para garantir a participação dos bebês que não sentam sozinhos, garanta espaço seguro para aqueles que sentam com autonomia e espaço de mobilidade para os que engatinham e andam, com ou sem autonomia. Leve ao local da proposta um cesto com brinquedos favoritos dos bebês para ofertá-los a eles, caso seja necessário.
O que fazer durante?
1
Convide o grupo todo de bebês para lhe acompanhar até o gramado da escolae explique que irão brincar sobre a superfície e com materiais diversos. EncoraJe aqueles que já engatinham e andam, levando os bebês menores ao colo.
Oportunize aos bebês menores que já sentam sozinhos ficar sobre a grama. Reserve tempo para que explorem livremente o espaço, possibilitando que interajam com a superfície usando todo o corpo e movimentos. Retire seus calçados, demonstrando prazer ao experimentar o gramado com seus pés e sugira que as crianças façam o mesmo, se assim desejarem, e enriqueça as sensações. Assim, elas podem ampliar a percepção e investigar, ao entrar em contato com as características do gramado, elementos tais como textura, consistência e temperatura. Registre esses momentos por meio de fotos e vídeos, que serão usados posteriormente.
2
Atente às expressões feitas pelos bebês ao entrar em contato com a superfície, observe quais são suas primeiras ações em relação a ela e como comunicam essas descobertas aos outros bebês e aos adultos. Convide aquele bebê que observa os colegas de fora do gramado para entrar nele, encoraje-o a conhecer a superfície, propondo acompanhá-lo para pisar sobre ela, passar a mão, sentar ou deitar. Acompanhe os bebês individualmente ou em duplas em suas descobertas motoras sobre o gramado: como os bebê que sentam, os que engatinham e os que andam se locomovem sobre ela e quais sensações/desafios essa superfície propõe a eles todos? Ofereça sua ajuda aos bebês menores, deitando-os sobre o gramado, possibilitando que observem-no de perto e sintam a superfície por meio das pernas, dos braços, da cabeça e que percebam suas características: cor, textura, temperatura, ampliando as experiências sensoriais.
3
Compartilhe com pequenos grupos de bebês a exploração do circuito já organizado, possibilitando a eles usar diferentes movimentos e posturas corporais para aprimorar suas descobertas na superfície. Vá ao lado do bebê que caminha e auxilie-o, se necessário, a passar pelos desafios. Encoraje aqueles que demonstram interesse em passar de forma autônoma. Observe e registre de que forma o circuito e os movimentos proporcionados por ele ampliam descobertas e sensações obtidas até aqui. Perceba como os bebês que não caminham utilizam o circuito para ampliar descobertas motoras: se tentam levantar segurando-se em algo, se caminham segurando nesses objetos ou se sentam e observam os colegas e, após isso, imitam os movimentos deles.
Possíveis ações da criança neste momento: Um bebê que engatinha chega próximo ao desafio com o cabo de vassoura, observa o espaço disponível abaixo dele, deita-se de bruços e arrasta-se por baixo. Percebendo que consegue passar, senta e sorri para os colegas, demonstrando satisfação pelo feito. Outro bebê que caminha descalço passa entre as garrafas dispostas rolando e sentindo o corpo todo na superfície gramada, atentando-se para não derrubá-las. Movimenta-se devagar, olhando ora para a grama ora para o céu, realizando expressões de admiração e alegria.
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Proponha que as crianças façam o circuito em duplas para que assim possam realizar trocas entre si: uma imitando a outra, comunicando descobertas e compartilhando as experiências. Dê liberdade para que brinquem, imitem, desafiem-se e divirtam-se no espaço e em relação aos recursos, interagindo e partilhando o que cada uma tem a aprender com a outra.
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Enquanto você acompanha e compartilha essa brincadeira no circuito, o outro professor fica junto aos bebês que já terminaram o percurso e exploram as bolas e bambolês disponíveis. Possibilite que cada criança, conforme seus próprios interesses e desejos, vá até esses materiais e realize movimentos e ações com a bola sobre o gramado ou explore os bambolês sobre ele.
Possíveis ações da criança neste momento: Um bebê que engatinha pega uma bola e joga para outro bebê que está sentado. Ele recebe a bola, olha para o colega e sorri, jogando a bola de volta. Este engatinha até a bola e a pega novamente, sorrindo para o colega. Um bebê que caminha segura o bambolê de pé sobre o gramado e vai empurrando-o pelo espaço. Outro bebê o observa, pega também um bambolê e tenta levantá-lo. Ao perceber que consegue, sorri e balbucia, realizando a mesma ação de empurrá-lo, imitando o colega.
Para finalizar:
Informe que em alguns minutos todos irão organizar os brinquedos, voltar para a sala e realizar a próxima atividade do dia. Convide os bebês para colocar os calçados, oferecendo sua ajuda aos menores e encorajando aqueles que tentam colocá-los sozinhos. Solicite que organizem o espaço, respeitando as possibilidades de cada um, guardando os materiais nos devidos lugares. Você pode cantar uma música que marque esse momento, por exemplo, Para arrumar a bagunceira, do Grupo Palavra Cantada Organize na sala de referência um espaço com brinquedos favoritos dos bebês, para que os explorem conforme forem chegando.
Desdobramentos
Proponha, em outro momento, uma exploração semelhante à da proposta sobre outras superfícies presentes em sua escola, como o tanque de areia, superfície de pedras ou terra. Se possível, organize também diferentes momentos, como um piquenique ou uma brincadeira com materiais de largo alcance (tecidos, canos de pvc, tocos de madeira etc) sobre o gramado, potencializando as experiências dos bebês em contato com essa superfície.
Engajando as famílias
Imprima algumas fotos da proposta e, junto com os bebês, monte um painel. Utilize plástico adesivo com a cola virada para cima e disponha as imagens ao alcance deles, mostrando a possibilidade de grudar as fotos/imagens. Respeite a forma como cada um fixar as imagens, mesmo que fiquem tortas. Descreva brevemente a proposta e coloque o painel na parede, próximo à porta da sala, oportunizando assim que famílias e outras pessoas da escola tenham conhecimento do cotidiano dos bebês. Esse painel poderá ser reutilizado para outras exposições de atividades. Para isso, encape as imagens/fotos com plástico, para que possam ser descoladas e outras sejam colocadas no lugar delas.
Apresente a proposta Envie, por WhatsApp ou outra plataforma de comunicação com as famílias, fotos de crianças brincando em diferentes espaços com grama. Se tiver fotos do seu grupo na escola, envie junto, para que o contexto se torne ainda mais significativo, principalmente para os bebês. Explique que a ideia é organizar um percurso sobre uma superfície gramada (ou, alternativamente, com algo parecido) para que a explorem com o corpo de diferentes maneiras. Aproveite e faça o convite: “Depois de olhar as imagens, que tipo de superfície parecida vocês têm aí em casa para inspirar uma divertida brincadeira?”
Adaptações necessárias As famílias serão convidadas a escolher a superfície: com grama ou com textura parecida em casa, para forrar o espaço e, assim, compor o percurso descrito no plano. Nesse caso, ofereça sugestões: cobertor peludo, pedaço de carpete, plástico bolha etc. Recomende que façam as substituições com os materiais que tiverem em casa: bambolês podem ser substituídos por pneus de bicicleta; uma mesa poderá ser usada para passar por baixo e garrafas PET poderão formar as fileiras também. É recomendado que acompanhem o bebê durante toda a atividade, para sua segurança. Sugira que uma pessoa registre o momento enquanto outra interage com o bebê.
Sugira às famílias Convide as famílias a preparar o local “gramado” ou com textura parecida dialogando com o bebê e convidando-o, de forma animada, para as ações envolvidas ali: engatinhar, rolar, caminhar etc. No plano, há uma sugestão para que você oriente as famílias com adaptações possíveis de acordo com a região onde vivem. É importante recomendar que façam a atividade num espaço livre, para que os bebês se desloquem com segurança. Recomende que acompanhem com atenção quais são os interesses dos bebês, permitindo que voltem e refaçam parte dos desafios que desejam, auxiliando-os se necessário. Sugira que nomeiem suas ações e reações, bem como as expressões durante o trajeto. Proponha momentos divertidos como, por exemplo: brincar que estão atravessando uma lagoa e há um jacaré ali que vai pegar o pé. Certamente serão momentos animados que trarão leveza e união para a família em casa, estreitando os laços afetivos.
Para compartilhar com o grupo Convide as famílias a enviar os registros e socialize-os com as demais, para que se sintam estimuladas a realizar a atividade também. Selecione os registros para compor uma exposição quando o distanciamento social terminar. Você poderá fazer um varal na área externa e gramada da escola para inspirar as brincadeiras ali. Converse com os bebês sobre o que fizeram em casa. Convide as famílias a reviver esses momentos na escola, numa exposição interativa, unindo os fazeres de casa com os da escola e estabelecendo conexão concreta e real entre eles. Proponha, ao final, que escrevam sobre o que sentiram nessa vivência. Essa pode ser uma interessante forma de construir uma base emocional positiva, como apoio para a retomada da rotina escolar.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor:Fernanda Zanatta
Mentora:Keli Luca
Especialista do subgrupo etário: Ana Teresa Gavião
Campos de Experiência: Espaços, tempos, quantidades, relações e transformaçõesCorpo, gestos e movimentos.
Objetivos e códigos da Base
(ET01ET04) Manipular, experimentar, arrumar e explorar o espaço por meio de experiência de deslocamentos de si e dos objetos.
(EI01ET03) Explorar o ambiente pela ação e observação, manipulando, experimentando e fazendo descobertas.
(ET01CG03) Imitar gestos e movimentos de outras crianças, adultos e animais.
Abordagem didática: As crianças passam boa parte do tempo muito próximas ou sobre superfícies variadas, seja sentadas, engatinhando, andando. Para os bebês, explorar essas áreas é uma oportunidade para descobrir texturas, cores, composições e temperaturas. Também para aprender mais sobre o próprio corpo, por meio do contato de pés, mãos, braços com essas superfícies. É interessante observar como os bebês interagem com uma superfície inédita, como a areia, por exemplo. E acrescentar um elemento novo a uma área já conhecida por eles.