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Plano de aula: Práticas corporais de lutas, artes marciais e esportes de combate

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Descrição

No desenvolvimento deste plano, os estudantes irão identificar e distinguir os conceitos de artes marciais, lutas e esportes de combate, buscando analisar o percurso histórico dessas práticas corporais e como são vistas no mundo de hoje. Deverão analisar também o impacto dessas práticas na sociedade, avaliando os princípios que guiam os praticantes dos esportes de combate, das artes marciais e das lutas.

Habilidades BNCC:

Objeto de conhecimento

  • Esportes de invasão e combate.
  • Lutas do mundo.

Objetivos de aprendizagem

  • Identificar e compreender os conceitos de artes marciais, lutas e esportes de combate, buscando analisar o percurso histórico dessas práticas corporais na contemporaneidade.  
  • Analisar o fenômeno esporte em nossa sociedade.
  • Avaliar os princípios que guiam os praticantes dos esportes de combate, das artes marciais e das lutas.
  • Conhecer e experimentar modalidades de lutas, no que se refere aos seus aspectos técnicos, históricos e filosóficos.
  • Construir coletivamente formas de adaptar a modalidade tematizada de lutas do mundo às demandas do grupo e à realidade do contexto escolar (escola pública).

Competências gerais

1. Conhecimento

2. Pensamento científico, crítico e criativo

3. Repertório cultural

7. Argumentação

8. Autoconhecimento e autocuidado

9. Empatia e cooperação

As lutas têm sua origem nas formas primitivas de defesa e vêm evoluindo com a sociedade humana, representando em sua diversidade uma das manifestações do movimento humano mais expressiva, em que são estudados de modo indissociável o corpo e mente, ligados a uma filosofia de vida, privilegiando o respeito ao outro e o autoaperfeiçoamento, tendo a autodefesa como meta. Nesse sentido, é importante que o educador possibilite ao estudante, contato e vivências significativas com esse conteúdo, favorecendo, assim, uma reflexão crítica sobre essas práticas e sobre o mundo em que vivem (LANÇANOVA, 2006; RUFINO; DARIDO, 2015).

Sena (2014, p. 16) compreende a sistematização de ensino das lutas “[...] como uma maneira de organizar os conteúdos, propondo contribuir com o processo de ensino-aprendizagem nas aulas de Educação Física, adequando os conhecimentos da disciplina à realidade do ambiente, ao contexto escolar, ao nível escolar e às necessidades dos estudantes”.

De acordo com as orientações da BNCC, as lutas compõem o repertório de práticas corporais a serem abordadas ao longo das aulas de Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

A unidade temática “lutas” focaliza as disputas corporais, nas quais os participantes empregam técnicas, táticas e estratégias específicas para imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir o oponente de um determinado espaço, combinando ações de ataque e defesa dirigidas ao corpo do adversário. Dessa forma, além das lutas presentes no contexto comunitário e regional, podem ser tratadas lutas brasileiras (capoeira, huka-huka, luta marajoara etc.), bem como lutas de diversos países do mundo (judô, aikido, jiu-jítsu, muay thai, boxe, chinese boxing, esgrima, kendo etc.) (BRASIL, 2017, p. 216).

O universo das lutas é permeado por três diferentes terminologias: lutas, artes marciais e esportes de combate, que estão envoltas por múltiplos significados e contextos plurais. Para alguns estudiosos, os conceitos das diferentes terminologias podem apresentar algumas convergências e divergências.

Rufino e Darido (2009) consideram que não existe um consenso na área da Educação Física sobre qual nomenclatura “lutas, artes marciais ou esportes de combate” é a mais correta ou “ideal” para ser usada no tratamento dessa prática corporal.

O termo “marcial” está, entretanto, etimologicamente relacionado com Marte,

[…], e consequentemente com guerra, guerreiros, atividades militares e soldados. Portanto, essa suposição pode nos levar também a classificar as especializações do combate (modalidades) como artes da guerra, associando-as, consequentemente, mais com o campo de batalha e com as intervenções massivas de homens e material do que confrontos individuais. (RATTI; WESTBROOK, 2006, p. 26).

Atualmente, muitas “artes marciais” são vistas como “[...] um conjunto de ferramentas socioeducativas que contribuem para o desenvolvimento físico e na estruturação do comportamento e do caráter de seus praticantes, independentemente do local e/ou cultura, respeitando preceitos ético-filosóficos durante sua prática” (MOCARZEL; MURAD, 2012, p. 91).

Os esportes de combate, diferentemente das artes marciais, buscam a superação de um adversário em um determinado contexto competitivo, definido por regras rígidas e cabendo ao vencedor uma premiação. Várias modalidades podem ser ressaltadas como esportes de combate, destacando-se algumas que são mais praticadas e difundidas mundialmente: boxe, luta greco-romana, luta livre, judô, taekwondo, esgrima e karatê (CAMPOS, 2014).

Considerando as lutas no contexto da Educação Física Escolar, interessa o significado das lutas como práticas de oposição e confrontos e “[...] parcialmente os aspectos filosóficos e teológicos que envolvem as artes marciais e outras codificações específicas de regras dos esportes de combate” (CAMPOS, 2014, p. 43).

Neste plano, propomos tematizar o judô, representando as diversas modalidades de lutas do mundo.

Modalidade criada no Japão, em 1882, a partir de uma adaptação do jiu-jítsu, pelo professor de Educação Física, Jigoro Kano, que tinha como objetivo criar uma técnica de defesa pessoal que pudesse desenvolver não somente o físico, mas também o espírito e a mente. O judô teve uma grande aceitação no Japão, espalhando-se, posteriormente, para o mundo todo, pelo fato de unir técnicas do jiu-jítsu (arte marcial japonesa) com outras artes marciais orientais. A modalidade chegou ao Brasil no ano de 1922, em pleno período da imigração japonesa (KANO, 1994; JANICOT; POUILLART, 1999).

O local de prática do judô é o tatame com formato quadrado (14 a 16 metros de lado), devendo ser capaz de manter uma pisada firme de modo que não prejudique os movimentos da prática e, claro, possa absorver os impactos das quedas e golpes. Para maior praticidade e menor custo, nas academias são usados tatames sintéticos de EVA (REAY, 1985).

Cada luta tem duração de aproximadamente cinco minutos, vencendo aquele que realizar o gesto ou movimento denominado “ippon” primeiro. Se no término da luta nenhum judoca atingir o ippon, vence aquele que tiver mais vantagens. Ippon nada mais é que o maior objetivo do judô (um ponto completo). O ippon é concretizado quando um judoca consegue derrubar o adversário, imobilizando-o, com as costas ou os ombros no chão durante 30 segundos. Quando o ippon é atingido, o combate se encerra (REAY, 1985; KANO, 1994; JANICOT; POUILLART, 1999).

O traje usado para praticar o judô é chamado de “judogui, que consiste em uma vestimenta ampla, geralmente branca, composta de duas peças principais: o blusão, conhecido também como “wagui”, e a calça, conhecida também como “zubon”. Em torno da cintura, o judoca usa a faixa “obi” amarrada com um nó direto, definindo as graduações (FJERJ, 2021).

As graduações no judô são feitas com o uso de faixas e suas diferenciações. Existem vários padrões de graduação no mundo inteiro, o Brasil adota um sistema com diferenciação de acordo com a idade do praticante. O judô utiliza federações e confederações para organizar as competições e regularizar a sua prática, sendo as questões internacionais organizadas pela IJF (Federação Internacional de Judô) e as questões nacionais, pela CBJ (Confederação Brasileira de Judô).

Bibliografia

BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: 25 out. 2020.

CAMPOS, L. A. S. Metodologia do ensino das lutas na Educação Física Escolar. Várzea Paulista, SP: Fontoura, 2014.

CORREA, A.; QUEIROZ, G.; PEREIRA, M. Lutas como conteúdo na Educação Física Escolar. Caderno de Educação Física, Centro Universitário Módulo - São Paulo, 2010.

FJERJ. Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro. Brasil, 2016. Disponível

em: http://www.judorio.org/portal/. Acesso em: 28 nov. 2021.

JANICOT, D.; POUILLART, G. O judô. São Paulo: Estampa, 1999.

KANO, J. Kodokan Judo. Japão: Kodokan and Kodansha International, 1994.

MOCARZEL, R. C. S.; MURAD, M. Sobre o homo diciplinatus: uma visão sócio antropológica do artista marcial. Corpus et Scientia, Rio de Janeiro, v.8, n.2, p. 87-98, out. 2012.

OLIVIER, J. C. Das brigas aos jogos com regras: enfrentando a indisciplina na escola. Porto Alegre: Artmed, 2000.

PARLEBAS, P. Activités physiques et éducation motrice. Paris: EPS, 1990.

REAY, T. Guia prático do judô. São Paulo: Presença, 1985.

RUFINO, L. G. B.; DARIDO, S. C. O ensino das lutas na escola: possibilidades para a Educação Física. Porto Alegre: Penso, 2015.

WESTBROOK, A.; RATTI, O. Aikido a esfera dinâmica: uma introdução ilustrada. São Paulo: Madras, 2006.

Sugerimos a leitura desta dissertação que fala sobre as lutas na Educação Física.  Disponível em: https://1library.org/document/rz3llg9z-sistematizacao-conteudo-aulas-educacao-fisica-ensino-fundamental-medio.html. Acesso em: 28 nov. 2021.

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