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Plano de Aula
Neste plano os estudantes irão conhecer e experimentar as práticas corporais de danças urbanas. Eles irão conhecer a origem dessa temática e algumas características associadas, como a moda, as artes, as músicas e seus elementos constitutivos (ritmo, gestos e espaço).
Danças urbanas
1. Conhecimento
2. Pensamento científico, crítico e criativo
3. Repertório cultural
7. Argumentação
8. Autoconhecimento e autocuidado
As danças constituem um dos representantes de manifestações culturais de maior relevância em diversas sociedades. Na BNCC ela é uma das unidades temáticas que é definida como:
o conjunto das práticas corporais caracterizadas por movimentos rítmicos, organizados em passos e evoluções específicas, muitas vezes também integradas a coreografias. As danças podem ser realizadas de forma individual, em duplas ou em grupos, sendo essas duas últimas as formas mais comuns. Diferentes de outras práticas corporais rítmico-expressivas, elas se desenvolvem em codificações particulares, historicamente constituídas, que permitem identificar movimentos e ritmos musicais peculiares associados a cada uma delas. (BNCC, p. 218)
Origens das danças urbanas
Vitorino (2008) nos conta que, na década de 1960, nos Estados Unidos, a luta pela igualdade entre brancos e negros era muito grande, os negros nesta época eram discriminados em ônibus, escola e banheiro. Essa luta era liderada por Martin Luther King, que os levou à liberdade do isolamento. Com isso, a classe média negra abandonou os guetos para ocupar postos nas universidades, para onde iam em busca de moradia a que antes não tinham acesso. A falta econômica da classe média deixa o bairro sem oportunidades. Martin Luther King é assassinado e muitos jovens partem para a guerra do Vietnã deixando suas famílias. Com a morte de Martin Luther King, os sonhos de unidade entre as pessoas morrem com ele (ROCHA, 2001, p. 15).
Nessa época, a paisagem do Bronx – bairro nova iorquino – era a mais devastada dos Estados Unidos, com 40% de seu casario destruído e condenado. A população havia reduzido de 38.300, em 1970, para 16.600, em 1980. O lugar se tornou um cenário em chamas e ruínas, com gangues em constante conflito, alto número de viciados em heroína e a ocorrência de muitos crimes que completavam o sinistro quadro.
Em meio a esse cenário, os jovens buscavam alternativas artísticas para sobreviver: “uma intensa movimentação cultural surgia entre as cinzas. Paredes com assinaturas coloridas, DJs riscando trechinhos de discos, moleques rimando no microfone enquanto outros rodopiavam no chão” (ROCHA, 2001, p. 17). Assim, nascia o hip hop, um estilo marcado por muitas definições, porém com objetivos bem claros. “O movimento hip hop é considerado a voz da periferia, uma cultura de rua, um estilo e uma filosofia de vida, um movimento de revolução atitude e protesto, marcado pela realidade e o desejo de mudanças” (LOURENÇO, 2002, p. 3). DJ Nezo em sua definição afirma que: “a cultura hip hop é um estilo de vida. É viver de forma diferente, interessante e produtiva. No hip hop tem aquela coisa de união, de um ajudar o outro, de dar uma força. Fazer parte da cultura hip hop é como fazer parte de uma família mesmo” (SOUZA; FIALHO; ARALDI, 2005, p. 13).
Ainda para a mesma autora, a origem do hip hop está ligada diretamente às manifestações sociais da rua, trazendo como pauta nas músicas e danças elementos que se destacam como: a luta pela igualdade entre brancos e negros; as dificuldades econômicas vividas pela classe média deixando os moradores de bairros mais afastados dos centros urbanos sem oportunidades; gangues em constante conflito; alto número de viciados e uma alta taxa de criminalidade.
No Brasil, a mídia teve grande influência em popularizar os movimentos das danças urbanas a partir de filmes e clipes musicais difundindo os elementos constitutivos da dança (espaço, gestos e ritmo), como afirma Torres (2015):
Nos anos 80 foi lançado o filme Beat Street , trazendo o break às telas de cinema do Brasil. Logo em seguida, diversos filmes lançados traziam não somente o break, mas também o popping, locking e o waving, porém tudo era chamado de break, não havia uma divisão clara entre eles. [...] Os clipes também contribuíram para que as street dances fossem espalhadas pelo mundo. Michael Jackson em seus clipes dançava passos de locking, popping e outras vertentes das danças, contribuindo para o fenômeno que a dança estava se tornando naquela época. (Torres, 2015)
Neste plano iremos apresentar aos estudantes as danças urbanas partindo de seus elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos) e seus caminhos artísticos (criatividade, improvisação, expressões faciais, dentre outras), direcionando o olhar às experimentações dessa linguagem corporal. Os caminhos trilhados aqui possibilitam desdobramentos com o aprofundamento em cada elemento das danças urbanas e de sua constituição como manifestação cultural no Brasil.
Alguns estudantes já podem estar familiarizados com alguma dança urbana como o street dance, o hip hop ou o freestyle, para este plano, iremos desenvolver uma das modalidades de danças urbanas mais conhecidas, o hip hop.
Conceito de hip hop
O hip hop é um movimento cultural popular surgido nas principais zonas urbanas norte-americanas, na década de 1970, que se manifesta sob diversas formas artísticas, notadamente música, dança, moda e pintura (com grafite). Verbete Hip hop no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.
O hip hop é uma expressão social, artística e política do jovem excluído socialmente nas zonas urbanas. Ele é composto por quatro elementos artísticos: grafite, break, MC e DJ – esses dois últimos compõem o estilo musical rap. É um movimento de revolução, atitude e protesto, marcado pela realidade das periferias urbanas e a reivindicação de melhorias de vida (VITORINO, 2008).
Com tamanha força nas ruas dos Estado Unidos, o hip hop não demorou para influenciar povos de todo o mundo, sendo popularizado pelas mídias em filmes e clipes musicais.
Quando o hip hop chegou ao Brasil, não se tinha tantas informações sobre o movimento hip hop norte-americano. A música e a dança eram a principal referência sobre o movimento. Quando se falava de hip hop no Brasil, a imagem que se tinha do movimento era o rap e o breaking dance. [...] Na década de 1980, os jovens da periferia já dançavam o break dance e ouviam os raps, estes jovens começaram a fazer seus primeiros encontros na Rua 24 de Maio, grande parte destes jovens era composta por afro-brasileiros. O que colaborou para que o movimento se instalasse de vez no Brasil foi que desde os anos 70 já se vinha ouvindo funk e soul nos bailes black das grandes cidades do país. O antigo movimento black dos anos 70 não está distante do movimento hip hop. (Mattos et al. 2014)
Tão relevante quanto perceber que o movimento hip hop fez ganhar e dar voz à periferia se constituindo como um estilo de vida, é poder perceber que ainda hoje essa dança urbana está presente como manifestação cultural da rua, tendo espaço para o desenvolvimento das práticas corporais e das problematizações das temáticas sociais.
As atividades propostas no plano irão compreender os elementos constitutivos da dança por meio do hip hop (espaço, gestos e ritmo) e também irão abordar alguns elementos artísticos do hip hop, como o grafite, o break e o rap.
Sugerimos ao final da aula um modelo de avaliação por rubrica, definida como:
A avaliação por rubrica é um sistema de avaliação que permite reflexão nos objetivos pedagógicos e tarefas propostas, estimula rever práticas docentes e comunicação dos critérios e retorno dos estudantes e estabelece clareza e respeito nas dificuldades dos alunos. (Garofalo, 2018)
Desse modo, a avaliação por rubrica tem como objetivo fazer com que o estudante saiba quais as habilidades, conhecimentos e atitudes deveriam ser desenvolvidos durante o processo, e proporciona para ele um momento de autoavaliação e heteroavaliação, quando se propõe que cada estudante seja avaliado também pelo grupo, a fim de compreender se as etapas previstas foram alcançadas e traçar estratégias de retomada das etapas que não foram alcançadas.
Bibliografia
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
COLOMBERO, R. M. M. P. Danças urbanas: uma história a ser. Grupo de Pesquisa em Educação Física Escolar – Feusp, jul. de 2011.
Disponível em: <http://www.gpef.fe.usp.br/teses/agenda_2011_09.pdf>.
GAROFALO, D. Como avaliar o ensino criativo e inovador. Nova Escola, nov. de 2018. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/13029/como-avaliar-o-ensino-criativo-e-inovador>.
Hip-hop, no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, Disponível em: <https://dicionario.priberam.org/hip-hop>.
MATTOS, POSTALI, PIMENTEL, DAOLIO, VERDERI, SILVA, NEIRA. Grupo de estudos de Pedagogia e Educação Física. Fefiso - 2014. Disponível em: <http://www.fefiso.edu.br/download/grupo_de_estudos/pedagogia_educacao_fisica/02.pdf>.
TORRES, A. de S.Danças urbanas no Brasil – relato de uma história. Universidade Estadual Paulista – Unesp. Mar. De 2015. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/124231>.
VITORINO, S. M. B. Hip hop na escola. Universidade Estadual de Maringá. 2008. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2428-6.pdf>.
Aqui trazemos algumas sugestões de materiais. De acordo com a sua realidade, utilize materiais similares, alternativos ou adaptados para a prática.
Inicie com uma breve roda de conversa, retomando com os estudantes o que sabem sobre as danças. As respostas podem variar, de acordo com as experiências e percepções que cada um tem na relação com a dança (estudantes que dançam, que apreciam a dança ou não têm nenhuma relação nem contato com a dança). Procure aproximar os conceitos de danças da BNCC, descritos na seção Para saber Mais. Observe se todos os estudantes participam da discussão, pois este é um momento de avaliação dos seus conhecimentos prévios. É importante pensar em estratégias que mobilizem toda a sala para a aprendizagem. Isso pode ser feito distribuindo uma reportagem escrita para os estudantes divididos em duplas. Um deles faz a leitura de um parágrafo para o outro, e os dois discutem sobre o que entenderam. A seguir, amplia-se a discussão para a sala. Para isso, questione uma dupla sobre o que entenderam no primeiro parágrafo. Peça às demais duplas para complementarem a informação. No segundo parágrafo, modifique a dupla a ser chamada inicialmente. Observe principalmente aqueles estudantes que poderiam apresentar alguma dificuldade de compreensão.
Sugestão:
Após assistir ao vídeo, questione os estudantes sobre alguns aspectos que irão ajudar a compor a construção das origens das danças urbanas:
Possibilite aos estudantes discutir sobre o vídeo. Conduza o diálogo no sentido de perceberem elementos marcantes que identificaram e fazem parte das origens das danças urbanas (violência, espaços de rua, movimentos provocativos etc.).
Comente que as danças urbanas tiveram sua origem nas ruas, diferentemente de outras modalidades formais, como o balé, a valsa ou o tango. Elas foram criadas em guetos, manifestavam a luta pela igualdade racial e de direitos, as dificuldades econômicas na ocasião, as gangues de rua em constante conflito e a alta taxa de criminalidade e homicídios entre as gangues. Ressalte que as batalhas de dança surgem em meio a esse cenário social como possibilidade de dar voz à problematização social e também como alternativa para as batalhas entre as gangues.
Observe se é necessário fazer descrição das imagens para estudantes com baixa visão.
A seguir, sugerimos uma atividade para que os estudantes construam coletivamente o conceito de danças urbanas a partir dos seus conhecimentos sobre as danças e da atividade proposta. Divida a turma em grupos de até cinco estudantes, para que eles possam construir um conceito de danças urbanas. Terão que fazê-lo usando até 15 palavras. Essa escrita pode ser feita no quadro ou em um caderno. Observe os estudantes durante a atividade, verificando alguns elementos importantes como participação de todos, escuta, argumentação, saber ouvir, saber falar adequadamente, respeitar as opiniões e experiências de cada um. Sugerimos retornar ao texto das competências abordadas neste plano para observar esses elementos.
Ao final do tempo que julgar necessário, peça a um estudante representante de cada grupo que leia em voz alta a frase que foi construída. Os representantes devem explicar como chegaram a essas respostas. A intenção não é avaliar uma possível frase correta, mas perceber quais caminhos os estudantes percorreram conjuntamente para chegar a essa resposta. A partir das exposições dos estudantes, procure estabelecer aproximações e construir com eles o conceito de danças urbanas. Após a elaboração e apresentação das frases pelos estudantes, peça-lhes para reavaliar e reelaborar a frase utilizando alguns conceitos discutidos com a sala.
A seguir, comente com os estudantes que irão desenvolver aprendizagens sobre um estilo de danças urbanas bastante conhecido, o hip hop. Explique-lhes que irão vivenciar alguns movimentos e identificar as suas características para depois produzir um workshop de hip hop a ser apresentado na escola.
Inicie a atividade apresentando aos estudantes algumas músicas de hip hop. Se houver estudantes que apreciem ou conheçam músicas, pode solicitar-lhes que as indiquem para que todos ouçam. A ideia é uma apreciação e identificação do ritmo, da cadência, das batidas da música, do modo como são cantadas para um contato do estudante com esse estilo musical. Para isso, faz-se necessário o uso de um equipamento para reproduzir áudio.
Divida as atividades em estações para facilitar os elementos das aprendizagens sobre o hip hop.
1° Estação - Identificação de elementos que caracterizam um cantor/dançarino de hip hop
Nesta atividade sugerimos que possibilite aos estudantes identificar as características de um(a) cantor(a) de hip hop. Separe previamente cinco imagens ou vídeos, se houver disponibilidade, de personalidades da música, dentre eles dois devem ser de cantores(as) de hip hop brasileiros(as). Procure imagens que ressaltam: roupas largas, bonés, tênis esportivos, correntes - vestimentas que possam identificar visualmente esses artistas.
Sugestão de imagens para serem utilizadas:
As imagens podem ser impressas e coladas em um cartaz, apresentadas em um projetor ou em um celular. Observe se é necessário fazer uma descrição delas para estudantes com baixa visão. Eles devem observar as imagens e depois responder aos seguintes questionamentos:
Quais desses(as) cantores(as) ou dançarinos(as) são do hip hop? Como identificaram quem são cantores(as) ou dançarinos(as) de hip hop? Como eles se vestem? Existe algo característico nos seus movimentos posturais quando canta ou gestos quando dança?
Permita aos estudantes discutirem espontaneamente. A seguir, proponha a segunda atividade em que irão experimentar os elementos constitutivos da dança: gestos, ritmo e espaço.
2° Estação - Dança: experimentar e fruir
Antes da atividade, retome os conceitos dos elementos constitutivos das danças:
Gestos: movimentos expressivos que podem criar determinados passos da dança.
Ritmo: tempo que demora para repetir um movimento na dança.
Espaço: as direções (cima, baixo, lado, frente, trás e diagonais), as dimensões (pequeno, médio e grande), os níveis (baixo, médio e alto) e as extensões (perto, médio e longe). Essa orientação espacial também se refere ao local onde a dança se manifesta, espaço físico (rua, praça, estação de trem, salão, palco etc.).
É importante comentar que os estudantes inicialmente não se preocupem com um jeito certo ou errado de dançar, mas deixem o corpo sentir o ritmo da música com movimentos dos pés e pernas, do tronco, dos braços, cabeça, pescoço e mãos.
Sugerimos uma música como referência no link abaixo. A ideia é possibilitar aos estudantes uma vivência de se movimentarem ao som do hip hop. Pode-se também solicitar a estudantes que conheçam músicas para compartilhar com os colegas. Peça aos estudantes que se movimentem considerando a batida da música e tentando manter os gestos dentro de um ritmo, observando e respeitando o espaço por onde esse corpo se movimenta. Se houver estudantes com baixa audição, pode-se utilizar uma superfície na qual os estudantes sintam a vibração do som.
Durante a atividade, observe a atitude dos estudantes: se participaram, se respeitaram os colegas, se sentiram vergonha, se se soltaram, se exploraram os espaços, se dançaram sozinhos, se interagiram.
Ao final da prática, retome os elementos constitutivos das danças (ritmo, espaços e gestos) e pergunte aos estudantes sobre qual deles sentiram mais facilidade ou dificuldade durante a prática.
3° Estação - Grafite
Comente com os estudantes que o grafite é uma manifestação artística ligada ao movimento hip hop e tem como característica a intencionalidade de comunicar alguma mensagem criando desenhos e imagens nos espaços urbanos, utilizando a arte para realizar uma crítica social.
Nessa estação proponha que os estudantes façam uma produção utilizando a linguagem do grafite e relacionado ao conteúdo da aula.
A produção pode ser feita no caderno ou, se houver material disponível, em uma folha de papel A4, A3, cartolina ou papel kraft. Um material interessante para os desenhos é o giz de cera, que pode ser substituído por lápis de cor.
Ao final da produção, peça aos estudantes que compartilhem os desenhos e expliquem o seu significado para os colegas. Observe se os estudantes têm atitudes negativas sobre a qualidade do desenho e comente que este não é o foco da aprendizagem e sim a compreensão da presença da utilização de diferentes linguagens, entre elas o grafite, na manifestação cultural do hip hop.
Após as práticas, organize uma roda de conversa para discutir com os estudantes sobre o que fizeram e discutiram propondo alguns questionamentos:
De acordo com a sua realidade, proponha estratégias complementares para incluir todos na reflexão. Por exemplo, pode-se utilizar um cartaz ou imagens de celular com fotos e as perguntas em formato de texto escrito para ampliar a compreensão dos estudantes.
Organize e sistematize as aprendizagens conversando com os estudantes sobre o que praticaram e discutiram acerca das danças urbanas.
Retome a contextualização sobre as origens e os elementos que compõem a construção histórica das danças de rua, como essas danças surgiram como alternativa à violência e quais suas características: roupas, atitudes, grafite, fatores sociais etc. Dialogue com os estudantes como esse histórico apresenta alternativas para resolução de conflitos, enfrentamentos, provocações e como é possível usar outras linguagens para se expressar, reivindicar, protestar, sem o uso da força e da violência.
Valorize a dança como um importante elemento de manifestação cultural. Devem perceber que, no caso específico das danças urbanas, são práticas sociais presentes nas grandes cidades e possibilitam intervenções nos espaços públicos e a sua apropriação, a expressão de sentimentos e emoções, a reivindicação de direitos sociais e de respeito à diversidade.
Comente sobre a possibilidade de desenvolver as capacidades físicas, como a coordenação, o ritmo, a resistência muscular e as habilidades motoras de locomoção e estabilidade por meio das danças urbanas e de outras danças.
Assim como no momento de reflexão, pode-se utilizar o recurso do cartaz com as perguntas para evidenciar as aprendizagens dos estudantes.
No registro e avaliação, sugerimos que organize com os estudantes um workshop de hip hop a partir das suas aprendizagens. Pergunte-lhes: o que precisamos para produzir esse projeto?
Sugerimos que à medida que dialoga com os estudantes sobre o workshop, organize as atribuições de cada um, conforme sugestão da tabela abaixo:
Componentes do workshop | Descrição da atividade | Como será feito (pesquisa,entrevista, visita a locais de prática, gravações externas etc.) | Como será exposto ao público. Papel, cartaz, folder, apresentação oral, vídeo, desenho, desfile, teatro, dança, podcast | Responsáveis |
Moda (roupas e acessórios) | Como são as roupas e acessórios de um cantor e dançarino de hip hop. Como esse estereótipo evoluiu ao longo da história do hip hop. | Exemplo: levantamento histórico das vestimentas e moda da época, pesquisa em filmes, sites e entrevistas com pessoas que dançaram hip hop antigamente e ainda hoje. | ||
Origens e evolução do hip hop | Apresentar a origem e a história do hip hop, sua evolução e como ele se manifesta hoje. | Exemplo: pesquisa em artigos, livros, publicações na internet sobre a origem e a história do hip hop. | ||
Rap (letra e cantores) | O que é o rap, como é cantado, sobre o que as letras falam, quais temas abordam. Quem são os principais cantores. Onde nasceram, a sua etnia, classe social, entre outros. | Exemplo: pesquisa em sites, blogs, redes sociais, locais de prática próximos à escola etc. | ||
Dança | Como são as danças, quais movimentos, o que representam. | Exemplo: os estudantes criam e apresentam uma coreografia de hip hop. | ||
Tutorial de passos (ensinando a dançar) | Como se aprendem os principais passos ou os passos iniciais do hip hop. | Exemplo: gravar e apresentar um tutorial de passos básicos, ensinando a dançar hip hop. | Organizar uma oficina para ensinar passos do tutorial. | |
Organização do evento | Necessidades do dia do workshop como local disponível, equipamentos necessários, duração, distribuição das apresentações, se houver, apresentador. | Exemplo: pesquisa junto à direção de dias e locais disponíveis, fazer uma lista de materiais de cada necessidade. | Quadra ou pátio da escola. | |
Divulgação | Divulgação do workshop. | Exemplo: divulgação por folder, cartaz, panfletos, vídeos curtos, pequenas apresentações de dança, redes sociais, rádio. | ||
Registro da produção e do evento | Registro das etapas de preparação para compor um registro final. | Filmagem dos celulares dos próprios estudantes. | Exibição de um videoclipe. |
A tabela serve para uma melhor visualização e preenchimento dos estudantes, bem como para controle a fim de verificar se todos estão inseridos na atividade.
O projeto deve envolver três etapas:
Para avaliar, sugerimos uma rubrica. A rubrica deve ser apresentada à turma antes de começar a distribuição das atividades do projeto, para que possam ter ciência de como serão avaliados em cada etapa do projeto. A ideia é a de que cada estudante avalie a si mesmo e aos integrantes do seu grupo responsáveis pelo componente do workshop. No seu caderno deve estar escrito:
Etapas:
Planejamento
Integrantes do grupo:
Pedro (o próprio estudante)
Maria Emília
Joana
Sebastião
Os estudantes devem ler a rubrica proposta para esta etapa, que pode estar disponível em um cartaz em local acessível à turma:
PLANEJAMENTO: Definição das tarefas, organização das ações de cada um, formatos de apresentação, prazo para entrega das atividades. | |
1 | Não participou da definição das tarefas. Não organizou as ações. Não fez proposições sobre o formato da apresentação. Não participou da elaboração dos prazos para entrega da atividade. |
2 | Participou de algumas da definição de tarefas. Organizou algumas ações. Contribuiu dando poucas ideias do formato da apresentação. Participou de parte da elaboração dos prazos para entrega da atividade. |
3 | Participou da maioria das definições de tarefas. Organizou boa parte das ações. Contribuiu dando ideias do formato da apresentação. Participou da maior parte da elaboração dos prazos para entrega da atividade. |
4 | Participou de todas as definições de tarefas. Organizou as ações e contribuiu dando ideias do formato da apresentação. Participou de toda a elaboração dos prazos para entrega da atividade. |
Ao final da etapa de planejamento, o estudante deve avaliar a si próprio de acordo com o que a rubrica descreve, atribuindo a si mesmo uma nota de 1 a 4. Deve fazer o mesmo em relação aos demais componentes do grupo. Atribua notas de 1 a 4 aos estudantes de acordo com as suas observações. Ao final, solicite-lhes que compartilhem as suas notas, comentando sobre a sua avaliação. Nesse momento, é importante a sua mediação. Alguns estudantes podem atribuir notas maiores ou menores a si mesmos e aos colegas, de acordo com a sua percepção. Uma comparação com as suas notas pode mediar a questão. Esse procedimento exercita a escuta, a empatia, o respeito às opiniões do outro, o exercício da justiça, da autopercepção, entre outros componentes fundamentais para o desenvolvimento de competências. Procure evitar comentários sobre o que os estudantes não fizeram e sim o que podem fazer para avançar.
Proceda da mesma maneira em relação às outras etapas, utilizando as rubricas sugeridas para cada uma ou criando as suas próprias rubricas:
EXECUÇÃO: Construção das atividades propostas. | |
1 | Não participou. Não entregou os materiais solicitados. Não produziu e não se envolveu na execução das atividades. Não cumpriu os prazos. |
2 | Participou pouco. Entregou alguns materiais solicitados. Produziu pouco, se envolvendo em algumas etapas da execução das atividades. Não cumpriu todos os prazos. |
3 | Participou bastante. Entregou a maioria dos materiais solicitados. Produziu algumas etapas das atividades. Não a maioria. |
4 | Participou efetivamente. Entregou os materiais solicitados. Produziu e se envolveu na execução das atividades. Cumpriu todos os prazos. |
APRESENTAÇÃO: Culminância do projeto e apresentação final para o público do Festival de hip hop. | |
1 | Não participou da culminância. Não cumpriu com as responsabilidades da função escolhida. Não colaborou com os colegas para a entrega final e apresentação da atividade. |
2 | Participou pouco da culminância. Cumpriu em parte com as responsabilidades da função escolhida. Colaborou pouco com os colegas para a entrega final e apresentação da atividade. |
3 | Participou bastante da culminância. Cumpriu com boa parte das responsabilidades da função escolhida. Colaborou a maior parte do tempo com os colegas para a entrega final e apresentação da atividade. |
4 | Participou efetivamente da culminância. Cumpriu com as responsabilidades da função escolhida. Colaborou com os colegas para a entrega final e apresentação da atividade. |
Esse formato de avaliação irá possibilitar a reflexão de cada etapa do workshop envolvendo o estudante no processo de autoavaliação e heteroavaliação.
É importante que o workshop inclua a participação de todos. Organize as funções dos estudantes de acordo com as suas características, valorizando o potencial de cada um. Para a avaliação, os estudantes podem ler uns para os outros sobre os itens das tabelas.
Barreiras
Sugestões para eliminar ou reduzir as barreiras
Para os planos subsequentes, sugerimos um olhar para a cultura do Brasil. Peça aos estudantes para realizarem uma pesquisa sobre quais elementos das danças urbanas estão presentes na realidade brasileira: Qual é a história das danças urbanas brasileiras? Como elas chegaram no Brasil? Quem são os principais rappers, MCs, funkeiros, grafiteiros que influenciam a construção desse legado artístico brasileiro? Nesse momento, além da identificação sobre essas aprendizagens, é importante proporcionar que haja um ponto de conexão com a realidade local.
Aprendizagens sobre o grafite, trazendo a origem dessa técnica, quais são os temas em geral produzidos, seus significados, além de proporcionar um momento de prática na aula. Como conexão local, é interessante que se proponha um levantamento dos espaços públicos na sua cidade onde existe o grafite. Essa aula pode ser feita em parceria com o(a) professor(a) de Artes da escola, caso haja viabilidade.
Outro exemplo poderia ser o rap. Propor aprendizagens sobre como é a construção e o desenvolvimento da linguagem: escrita, música, canto e dança, sons e ritmos - atividades com e sem música, usando os movimentos corporais: batidas de mãos e pés criando uma harmonia e construindo em conjunto uma coreografia temática. Essas aulas também podem ser feitas em parceria com o(a) professor(a) de Música ou Artes da escola.
As atividades acima foram criadas para atividades presenciais, embora possam ser adaptadas para o ensino remoto, conforme orientação nos tópicos que seguem:
Observação: as demais propostas descritas no plano podem ser conduzidas em diálogos na aula remota síncrona.
Este plano de atividade foi elaborado pelo time de autores NOVA ESCOLA.
Autor: Anansa Barbosa Campos.
Mentor: Edison de Jesus Manoel
Especialista da área: Luis Henrique Martins Vasquinho
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