Plano de Aula

Plano de aula: Lutas e brigas

mais ações

Descrição

No desenvolvimento deste plano, propomos que os estudantes se apropriem, a partir de experimentações, explicações, debates e reflexões, as características das lutas no que se refere a regras, respeito ao oponente e sistematização de técnicas de golpes usados, diferenciando-as das brigas. Discutirão sobre a importância do respeito às regras e aos oponentes na prática das lutas, bem como do respeito às diferenças de gosto pessoal em relação às práticas corporais.

Habilidades BNCC:

Objeto de conhecimento

  •  Lutas presentes no contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana.

Objetivos de aprendizagem

  • Conhecer as caraterísticas das lutas e das brigas.
  • Diferenciar brigas e lutas em situações reais e fictícias.
  • Discutir sobre a importância do respeito às regras e aos oponentes na prática das lutas.
  • Respeitar as diferenças de gosto pessoal em relação às práticas de luta.

Competências gerais

        1. Conhecimento

3. Repertório cultural

8. Autoconhecimento e autocuidado

9. Empatia e cooperação

  O que significa lutar?

Lutar, para muitas pessoas, tem relação direta com outras palavras, como: agressão, violência, briga, desentendimento, machucar, bater. Muitos estudantes, quando perguntados sobre o que entendem por luta, ainda direcionam suas respostas para explicações que remetem ao que nos é apresentado constantemente em filmes, desenhos e mesmo no senso comum. Nesse contexto é fundamental que o trabalho com lutas seja baseado em uma prévia discussão acerca do que nos traz o universo das lutas, compreendendo-as como uma  atividade corporal com diversos aspectos que modelam sua prática para obtenção de múltiplos benefícios e, por mais que pareça que, devido aos movimentos específicos ou aos golpes utilizados, as lutas incentivam comportamentos agressivos por parte dos estudantes, há pesquisas que concluem o contrário. Dessa forma, Oliveira e Santos (2006) afirmam que:    

Ao invés de aumentar a agressividade, ela contribuirá eficientemente, como comprova a literatura e a práxis educativa de quem trabalha com lutas aplicadas a mais de 28 anos, que as lutas são preponderantes no ato de refreamento do comportamento de agressividade e ainda estudos comprovam que as lutas atuam na formação do caráter das crianças e adolescentes os tornando perseverantes com a autoestima positiva e altamente seguros de sua capacidade de vencer sem ter medo de perder (OLIVEIRA; SANTOS, 2006, p. 5).

Lutas e brigas são parecidas?

Lutas e brigas são dois termos distintos que geram confusão em muitas situações.

As lutas são atividades competitivas com marcação de pontos em que o objetivo central está no corpo do oponente e se desenvolve com enfrentamento físico direto. Em ambas busca-se subjugar o outro em um combate com regras muito bem definidas. Os lutadores demonstram respeito às regras e ao oponente. As ações têm caráter imprevisível e simultâneo.

As brigas, da mesma maneira que as lutas, têm como objetivo central o corpo do adversário, e os movimentos, de maneira grosseira, se assemelham aos movimentos observados nas lutas (normalmente sem refinamento técnico). As ações também têm caráter imprevisível e simultâneo. Nas brigas, porém, não há regras e não há respeito ao adversário. Nas brigas, o objetivo é machucar o adversário por meio de violência desmedida. As brigas, na maioria das vezes, são provocadas por desentendimentos em que, para os envolvidos, faltou habilidade para dialogar.

Nos confrontos da ficção, a vingança, a resolução de desentendimentos, o desejo da imediata reparação frente a um crime ou a quebra de contrato por parte de um dos lados são os motivos que mais levam os personagens a brigar. E as brigas são confrontos diretos visando submissão, ferimento ou morte da parte opositora. É importante que os estudantes investiguem as cenas dos desenhos e filmes de “luta” e reflitam se são mesmo de luta ou de briga.

Como fazer os estudantes entenderem bem as diferenças?

De acordo com Oliveira e Filho (2013, p. 1):  

Como parte da cultura humana, as lutas representam um meio eficaz de educação e um conjunto de conteúdos altamente importante para a Educação Física escolar, pois, qualquer que seja a modalidade de luta, exige respeito às regras, a hierarquia e a disciplina, valorizando a preservação da saúde física e mental de seus praticantes.

Já Souza Junior e Santos (2010, p. 1), quando discorrem sobre as lutas em contexto escolar, propõem que

As lutas, assim como os demais conteúdos da educação física, devem ser abordadas na escola de forma reflexiva, direcionada a propósitos mais abrangentes do que somente desenvolver capacidades e potencialidades físicas.

Apesar de ser um meio excelente para experimentação e desenvolvimento de capacidades físicas e habilidades motoras, as lutas precisam ser trabalhadas de maneira reflexiva, visto que os movimentos das lutas são, muitas vezes, confundidos com os das brigas.

A perfeita compreensão das características das lutas, focando no respeito às regras e ao oponente; o entendimento de que o colega de treinos é um aliado que nos permite evoluir na atividade; os cuidados constantes com a segurança de todos os participantes e as condutas sempre respeitosas dentro dos espaços de treino são elementos que levam os estudantes a diferenciarem de forma segura as brigas e as lutas.

Em se tratando das brigas, é importante que fique bem compreendido pelos estudantes que elas ocorrem por uma falta de habilidade para dialogar em situação de conflito de interesses. A contextualização das situações de briga, pela perspectiva dos estudantes, é a melhor maneira de criar, juntos, alternativas às soluções baseadas em violência de qualquer natureza.

A prática das lutas, no que se refere ao aspecto sócio emocional, é uma ferramenta muito potente para acessar as situações ligadas às brigas na escola, tanto pela possibilidade de canalizar de maneira positiva a energia agressiva dos participantes, quanto por dar elementos significativos para reflexão acerca do tema.

Portanto, é fundamental que, de maneira planejada e intencional, as atividades de luta sejam sempre utilizadas como ferramentas disparadoras para reflexões ligadas aos aspectos atitudinais das ações, reações e opiniões dos estudantes.  

Bibliografia

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, MEC/SEF, 1998.

OLIVEIRA, S. R. L.; SANTOS, S.L.C. Lutas aplicadas à Educação Física Escolar. Curitiba(PR), 2006.

OLIVEIRA, S.B.; FILHO, A.D.R. Ensino de lutas na escola: elemento pedagógico ou estímulo à violência? EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 18 - nº 180, maio de 2013. DIsponível em: https://www.efdeportes.com/efd180/ensino-de-lutas-na-escola.htm. Acesso em: 17 jan. 2022.

SOUZA JÚNIOR, T. P.; SANTOS, S. L. C. Jogos de oposição: nova metodologia de ensino dos esportes de combate. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 14, n. 141, fev. 2010. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd141/metodologia-de-ensino-dos-esportes-de-combate.htm. Acesso em: 18 nov. 2021.

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