Plano de Aula

Plano de aula: Lutas sem enfrentamento

mais ações

Descrição

Neste plano, os estudantes irão conhecer modalidades de luta sem contato físico, tais como os “katas”, do karate, além de identificar neles as capacidades físicas e habilidades necessárias para suas execuções. Por fim, os estudantes deverão criar posições, movimentos e sequências de luta, valorizando assim o protagonismo e a criatividade.

Habilidades BNCC:

Objeto de conhecimento

Lutas presentes no contexto comunitário e regional e lutas de matriz indígena e africana.  

Objetivos de aprendizagem

  • Reconhecer que existem modalidades de luta sem imprevisibilidade e sem contato.
  • Experimentar modalidades de luta sem contato e sem imprevisibilidade.
  • Criar sequências de movimentos oriundos das lutas.
  • Respeitar os colegas e as regras das atividades.
  • Fruir as atividades de luta sem contato e sem imprevisibilidade.

Competências gerais

1. Conhecimento

3. Repertório cultural

8. Autoconhecimento e autocuidado

10. Responsabilidade e cidadania

A definição formal das lutas propõe que elas são uma prática corporal imprevisível, caracterizada por determinado estado de contato, que possibilita a duas ou mais pessoas se enfrentarem numa constante troca de ações ofensivas e/ou defensivas, regida por regras, com o objetivo mútuo sobre um alvo móvel personificado no oponente (Gomes, 2008, p.49). Além disso, estabelece que  o objetivo central é o corpo do oponente e, por isso, é preciso que haja o embate, o conflito entre eles.

Existem, entretanto, práticas de movimentos que simulam as lutas e não preveem contato físico, como “katas”, no karate, os “katis”, no kung-fu, e os “poonsaes”, no taekwondo.

Gomes (2008, p.50) define as formas (“katas”, “katis” e “poonsaes”, por exemplo) como: “combinação de elementos e técnicas tradicionais, que expressam a essência dos movimentos das lutas, arranjados numa sequência preestabelecida, podendo ser executada na presença de adversários reais ou imaginários” .

Essas sequências de movimentos que existem nas lutas de origem asiática, de maneira geral foram criadas para guardar nelas as formas necessárias para os diferentes estilos de luta. Os movimentos das lutas podem ser treinados através dessas “coreografias”. Nesses movimentos sequenciados, os lutadores repetem exaustivamente a postura correta, bem como respiração, força explosiva, ritmo e equilíbrio adequados.

No karatê, existem competições nas modalidades kumitê e kata. No kumitê, os atletas lutam entre si, obedecendo às regras e respeitando os oponentes. No kata, os atletas apresentam um kata para ser julgado por um grupo de árbitros que avaliarão postura, explosão muscular, ritmo e precisão dos golpes. Existem atletas que competem apenas na modalidade kata. Portanto, no mundo das lutas, há espaço para a diversidade de gostos em estilos e modalidades.

As lutas no cinema

As lutas têm sido muito exploradas nas artes cênicas, principalmente no cinema, nos filmes de ação. Na realidade, a maior parte das cenas de lutas representam brigas, visto que não há regras e o objetivo não é o de marcar pontos, mas machucar o adversário.

Essas cenas são coreografadas e, normalmente, quem atua nelas são dublês, artistas marciais profissionais. Os lutadores que emprestam suas habilidades aos roteiros de luta certamente não concordam com o uso dos golpes para situações de resolução de conflitos com consequências de ferimentos graves e até mortes. Como um ator que faz um personagem e interpreta roteiros que não condizem com seus valores e princípios pessoais, assim faz o lutador que encena as ações dos filmes de luta (briga).

Os filmes, séries e desenhos animados que apresentam movimentos de luta aplicados fora dos contextos corretos (com regras e respeito ao oponente) geram confusões para os que assistem (principalmente crianças).  

Reforçando tal pensamento, Lançanova (2006) diz que:

Os filmes e séries de desenhos animados utilizam-se de muitos recursos para cativar os telespectadores como as fantasias ninja e os poderes dos protagonistas da série Power Rangers. Cada vez que os Power Rangers salvam a Terra dos vilões do mal, tornam-se como heróis para as crianças. Essas são demonstrações de como as lutas (“brigas”) são aceitáveis na sociedade e sugere às crianças que combater o mal com técnicas ninja espetaculares é certo, e dessensibiliza os mais novos acerca da violência, do choque e do terror de ver alguém sendo agredido. Desenvolvendo essa tolerância à violência, precisarão de cada vez mais violência para serem entretidas.

Vemos, portanto, um momento muito importante para tematizar o assunto com os estudantes, mostrando a forma como a luta tem sido apresentada aos telespectadores, que, muitas vezes, consomem estes produtos sem uma análise crítica em relação ao seu sentido e significado.

Bibliografia

GOMES, M. S. P. Procedimentos pedagógicos para o ensino das lutas: contextos e possibilidades. 2008. 139f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.

LANÇANOVA, J. E. S. Lutas na Educação Física Escolar: alternativas pedagógicas. 2006. 70 f. Monografia (Licenciatura em Educação Física) - Universidade da Região da Campanha, Alegrete, 2006. Disponível em: <https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/17034/1/TCC_Anna%20Julia_Burin.pdf>.Acesso em: 23 out. 2021.

Chatbot

Precisa de ajuda para criar uma aula personalizada?

Crie seu plano de aula em menos de um minuto no WhatsApp.

Um novo aliado para Professores Alfabetizadores

Acompanhe o progresso dos alunos durante o ano e otimize seu planejamento

ACESSAR AGORA