Para discutir os processos de imigração na Europa, a situação dos refugiados, o intercâmbio cultural entre as nações e a xeonofobia, o professor Endrigo Pascoal Gonçalves da EMEF Rodrigues Alves, na cidade de São Paulo, usou a Copa do Mundo como tema de uma atividade. O professor buscava aumentar a motivação dos estudantes do 9º ano para pesquisar o tema e queria estimulá-los a posicionar-se criticamente sobre essas questões.
Assim, para desenvolver uma sequência didática, que os alunos pudessem compreender com facilidade, Endrigo considerou a realidade da comunidade escolar. “Como na escola temos diversos estudantes bolivianos, e a temática dos venezuelanos no Brasil também tem merecido destaque na mídia, resolvi dar ênfase a esses aspectos ao tratar dos deslocamentos no espaço e das imbricadas relações que se estabelecem a partir daí”, diz.
Confira, a seguir, como o professor desenvolveu a sequência didática:
Indicado para: Turmas do 9º ano
Material: Papel craft, canetinhas ou outros materiais para colorir e meio para exibir o vídeo indicado (computador, celular ou data show)
Na BNCC: A sequência didática aborda as seguintes competências específicas do componente: Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas; Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem; Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas; Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia e Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.
PASSO A PASSO
1. Identifique imigrantes, descendentes ou refugiados entre os jogadores das seleções
Peça para os alunos pesquisarem, em casa, sobre as seleções de cada país com o objetivo de levantar essas informações. Cada aluno deve pesquisar uma seleção. Após esse levantamento inicial, os alunos devem escolher um jogador imigrante ou refugiado e aprofundar a pesquisa sobre aquele atleta, indicando condição atual, origem, trajetória profissional e outros fatos. Nessa etapa, o papel do professor foi o de apoiar as pesquisas feitas na Internet. “Alguns estudantes tiveram dificuldade de encontrar informações e juntos, buscamos sites que trouxessem esses dados e que, ao mesmo tempo, fossem fontes confiáveis”, explica Gonçalves.
2. Resuma e visibilize para o resto da escola as informações pesquisadas
Após finalizar a investigação, oriente cada estudante a escrever um texto biográfico sobre o jogador escolhido, ajudando-os na seleção de dados que devem ser incorporados ao texto. No caso do professor Endrigo, os registros foram expostos na Feira Cultural promovida pela escola.
3. Customize um mapa com as bandeiras de países cujas seleções contavam com jogadores imigrantes/refugiados
Organize a turma em grupos e peça para que cada um projete no papel craft o mapa do país em questão. Em seguida, adicione e pinte as bandeiras dos países pesquisados. Nesse momento, a sugestão é não interferir na atividade prática, apenas ficar atento às dúvidas pontuais dos alunos quanto às representações cartográficas.
4. Aprofunde-se na questão dos refugiados, dando foco para a situação desse grupo no Brasil
Com base na exibição de um episódio do programa televisivo Profissão Repórter que enfocou o tema dos refugiados, discuta com os alunos a questão e introduza a questão da xenofobia, associando-a ao crescimento da extrema direita na Europa. Nas aulas subsequentes, estimule os alunos a traçar paralelos entre a questão dos refugiados e o contexto político brasileiro.
5. Consolide a aprendizagem
Na etapa final, peça para os estudantes elaborarem uma produção cultural, de escolha livre, representando os conhecimentos adquiridos na sequência didática: pode ser um quadrinho, um poema, um slam, uma música etc. “Os alunos foram avaliados durante todo o processo quanto à participação e à produção apresentada. Para a avaliação final, pensei em algo em que eles pudessem posicionar-se de modo crítico, expressando a visão que construíram sobre os conteúdos que foram acessados”, diz o professor Endrigo.