Plano de Aula
Plano de aula: Corpo, saúde e beleza: pontos e contrapontos
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Descrição
Este plano visa levar os estudantes a retomar os conceitos de ser ativo e ser sedentário. Propõe-se que compreendam quais são as capacidades físicas relacionadas à aptidão física para o desempenho. Serão propostas práticas para avaliação das variáveis da aptidão física para o desempenho e as discussões sobre a utilização de substâncias e medicamentos para melhora do desempenho e transformações corporais.
Habilidades BNCC:
Objeto de conhecimento
- Ginásticas de condicionamento físico.
Objetivos de aprendizagem
- Reconhecer os conceitos que envolvam estar ativo fisicamente.
- Discutir sobre os problemas relacionados ao sedentarismo.
- Conhecer as capacidades físicas relacionadas à aptidão física para o desempenho.
- Discutir sobre a utilização de medicamentos sem o acompanhamento de profissionais especializados.
- Avaliar as capacidades físicas relacionadas à aptidão física para o desempenho.
Competências gerais
1. Conhecimento
2. Pensamento científico, crítico e criativo
7. Argumentação
A atividade física para o desempenho
A cada dia cresce no Brasil a oferta e a diversidade de modalidades de exercícios e atividades físicas. As mídias a todo tempo informam sobre a importância de se manter ativo e buscar um estilo de vida saudável. No entanto, dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram que 40,3% das pessoas com 18 anos ou mais estão classificadas como insuficientemente ativas (AGÊNCIA BRASIL, 2020). Os perigos do sedentarismo são inúmeros e bastante conhecidos, incluindo aumento de peso, colesterol e triglicérides, doenças cardiovasculares, mais risco de diabetes, entre outros. Dialogar com os estudantes acerca da importância de se manter ativo é muito importante. Nessa faixa etária, também começam a se interessar pelo próprio corpo e muitos procuram locais para a prática de atividades físicas ou exercícios físicos. Na pressa de se conseguir resultados rápidos, alguns fazem uso de substâncias ou medicamentos sem acompanhamento profissional, o que pode ocasionar problemas de saúde. Neste plano iremos discutir sobre a aptidão física relacionada ao desempenho e o uso de medicamentos para a ampliação do rendimento.
Desempenho
O desempenho ou performance envolve inúmeros fatores e associa um conjunto de características que irão influenciar o rendimento de um indivíduo. No que se refere à Educação Física, irá depender do que se pretende atingir com a melhora do desempenho. Por exemplo, a melhora do desempenho físico para a saúde relaciona-se ao desenvolvimento das capacidades físicas relacionadas à aptidão para a saúde, que são a força e a resistência muscular, a flexibilidade e a resistência cardiorrespiratória. Já no caso do desempenho físico para o esporte, é necessário avaliar as principais solicitações físicas requeridas na modalidade.
Além disso, o desempenho também é influenciado por outros fatores, como alimentação, sono (Antunes, 2008), desidratação (Melo-Marins, 2017), suplementação (Silva et al, 2021), utilização de substâncias ilícitas (ACSM, 1999), entre outros.
De acordo com Guedes (2007), os componentes da aptidão física relacionados ao desempenho motor são: a resistência cardiorrespiratória, a força/resistência muscular, a flexibilidade, a potência muscular, a agilidade e a coordenação e o equilíbrio.
Em planos anteriores foram desenvolvidas aprendizagens sobre a aptidão física para a saúde. As capacidades físicas relacionadas à saúde são a força e a resistência muscular, a resistência cardiorrespiratória e a flexibilidade.
Substâncias para transformação corporal
A indústria da beleza vem prometendo milagres com base nos mais variados e diferentes produtos para o corpo. O oferecimento de substâncias para a transformação corporal é extremamente amplo e vai muito além da utilização para o desempenho físico. Envolve desde cremes que prometem, por exemplo, a redução de silhueta, passando por pílulas emagrecedoras, chegando aos anabolizantes para aumento da massa muscular. Aqui, procuramos abordar especificamente os malefícios do uso dessas substâncias e a sua utilização sem o acompanhamento de um profissional especializado.
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2019) mostrou que, nos últimos 30 dias que antecederam a pesquisa, 5,4% dos escolares de ambos os sexos, entre 13 e 17 anos, havia ingerido algum produto para perda de peso sem acompanhamento médico. Além disso, a “estratégia de consumo de produtos para ganho de peso ou massa muscular sem acompanhamento médico foi adotada por 7,2% dos informantes” (PENSE, 2019, p. 113).
Assim, o jovem e grande parte das pessoas são atraídas pela rápida e significativa transformação que as substâncias promovem. De acordo com Silva (2010), é inegável que as transformações corporais e a melhora de desempenho obtidas por medicamentos são muito eficazes e mais rápidas em produzir resultados em comparação a treinamento e dieta isolados.
A questão é que o uso sem acompanhamento dessas substâncias pode promover reações adversas no organismo do usuário. Entre aqueles utilizados para aumento de massa magra, podem ocorrer:
redução da produção de espermatozoides, atrofia dos testículos, dor escrotal, inflamação uretral, câncer de próstata, impotência, ginecomastia, predisposição a diabetes e alterações na tireoide. No sistema cardiovascular pode haver um aumento do colesterol total e LDL, e diminuição do HDL. (SILVA, 2010, p. 25)
É importante tematizar o assunto e dialogar com os estudantes sobre o uso de medicamentos na transformação corporal, pois sabemos que o uso sem acompanhamento especializado pode trazer prejuízos à saúde dos usuários, ao mesmo tempo em que existem medicamentos autorizados e indicados para determinados casos específicos.
É importante sensibilizá-los que as transformações corporais podem se dar por meio de exercícios físicos e outros recursos que não trazem riscos a sua saúde.
Bibliografia
ACSM. American College of Sports Medicine. Posicionamento Oficial. O uso do doping sanguíneo como recurso ergogênico. Rev. Bras. Med. Esporte. v. 5, n. 5, set./out., 1999. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbme/a/fvpjnvZnH7nvYQ7Y64mHNkc/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 07 jan. 2022.
ANTUNES, H. K.; ANDERSEN, M. L.; TUFIK, S.; MELLO, S. T. Privação de sono e exercício físico. Rev. Bras. Med. Esporte. v. 14, n. 1, jan./fev., 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbme/a/GtD8bbscVMCLrFGxJPvShYM/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 07 jan. 2022.
GUEDES, D. P. Implicações associadas ao acompanhamento do desempenho motor de crianças e adolescentes. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, [S. l.], v. 21, n. esp, p. 37-60, 2007. DOI: 10.1590/S1807-55092007000500005. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rbefe/article/view/16664. Acesso em: 11 jan. 2022.
MELO-MARINS, D.; SOUSA-SILVA, A. A.; SILAMI-GARCIA, E.; LAITANO, O. Termorregulação e equilíbrio hídrico no exercício físico: aspectos atuais e recomendações. Rev. Bras. Ci. e Mov. n. 25, v. 3, p. 170-181, 2017. Disponível em: https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:H28bCSYVa9QJ:https://seer.unifunec.edu.br/index.php/rfcn/article/view/1122/1113+&cd=11&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em: 07 jan. 2022.
PENSE. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, 2019. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101852.pdf. Acesso em: 07 jan. 2022.
SILVA, G. G. M. et al. Suplementos alimentares para desempenho físico e composição corporal: condutas baseadas em evidências. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v.4, n. 2 , p. 7304–7318, mar./apr. 2021. Disponível em: https://brazilianjournals.com/ojs/index.php/BJHR/article/view/27680/22741. Acesso em: 07 jan. 2022.
SILVA. F. G. O uso de esteroides anabolizantes no cenário da musculação. Monografia apresentada para a obtenção do título de especialista em Treinamento Esportivo Sequencial Musculação, da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, 2010. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9EALQ7/1/monografia_aprovada.pdf. Acesso em: 10 jan. 2022.
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