Plano de Aula
Plano de aula: Danças do Brasil: região Sudeste
Por: Patricio Casco
Descrição
A proposta deste plano é a de levar os estudantes a conhecerem as principais danças da região Sudeste, seus sentidos, significados, passos, coreografias, origens sociais e históricas. Identificar e comparar os seus adereços, indumentárias e instrumentos com os da região de origem.
Habilidades BNCC:
Objeto de conhecimento
Danças do Brasil e do mundo.
Objetivos de aprendizagem
- Recriar as danças populares do Sudeste do Brasil: jongo e catira, por meio de exercícios de improvisação.
- Experimentar atividades rítmicas, expressivas e gestuais das danças brasileiras da região Sudeste.
- Fruir as danças brasileiras da região Sudeste, individual e coletivamente.
- Identificar os elementos constitutivos das danças do Sudeste do Brasil, seus passos, gestos e a ocupação do espaço.
- Utilizar movimentos nos planos alto, médio e baixo presentes nas danças brasileiras da região Sudeste.
- Relacionar o uso dos pés descalços e calçados aos ambientes nos quais as danças são realizadas (praia e tablado).
- Relacionar os movimentos dos passos ao pulso e à marcação rítmica.
- Elaborar sequências coreográficas simples das danças brasileiras da região Sudeste.
- Discutir sobre a importância do respeito às diversidades étnicas.
Competências gerais
1. Conhecimento
2. Pensamento científico, crítico e criativo
3. Repertório cultural
As danças brasileiras são conteúdos importantes da Educação Física, pois abrem amplas possibilidades pedagógicas e educacionais. Ritmo, expressão e movimento, associados à magia da cultura, são seus componentes fundamentais. Aqui também se aprendem formas de organização, convivência e respeito à diversidade e multiplicidade das expressões individuais e culturais.
Neste projeto, a viagem cultural tem como rota o Sudeste do Brasil. Para conhecer melhor essa região, tenha em mente a grande diversidade que a compõe e caracteriza. A riqueza dessa cultura deriva do encontro complexo entre as matrizes coloniais, originárias e afrodescendentes. As relações históricas, sociais, econômicas e políticas, particularmente a escravização, além da presença simultânea dos cultos afro-brasileiros e católicos, são os reflexos dessas contradições.
Assim, não há como definir um perfil homogêneo, que possa caracterizar essa região geográfica. Em seu livro O povo brasileiro, Darcy Ribeiro realiza um mapeamento cultural que não encontra paralelo exato com o mapa geográfico. Assim, segundo seus conceitos, o Sudeste brasileiro é, em sua maior parte, Brasil Caipira e, em menor escala, Brasil Crioulo e Sertanejo. É importante conhecer e compreender esses termos, dentro da concepção do antropólogo e sociólogo, evitando, dessa maneira, os preconceitos presentes no seu uso comum e corrente.
Neste plano, vamos conhecer o jongo e a catira, danças bastante diversas, que expressam, esteticamente, esse grande caldo cultural do Sudeste brasileiro.
O jongo, também chamado caxambu, tem origem na etnia Bantu, um dos povos africanos do Congo e de Angola escravizados no Brasil Colônia, nas lavouras de café e cana-de-açúcar, no Vale do Paraíba. Também está presente no Rio de Janeiro, polo de preservação cultural, no qual é destaque. É considerado um dos “pais do samba”. Dentro do mapeamento cultural proposto por Darcy Ribeiro, é, marcadamente, parte da herança cultural do Brasil Crioulo.
É dançado em roda, com todos batendo palmas, com os dançantes indo ao centro, em duplas, realizando vários movimentos com giros simultâneos e em sentidos opostos, de maneira sincronizada. Alguns dos passos têm nome específico, tal com a “umbigada”, no qual os dançantes fazem uma simulação de aproximar os umbigos. Outros passos são “amassa café”, que é feito com a marcação das plantas dos pés no lugar; o “mancador”, forma de deslocamento, e o passo principal, no qual se alternam giros com mudança de direção. Todos os passos são sincronizados, em duplas. É importante apropriar-se desses passos, previamente, para que sirvam de referência, após a improvisação.
A catira, ou cateretê, por sua vez, faz parte do quadro cultural do Brasil Caipira. As origens, nesse caso, não são tão definidas e consensuais, como no jongo. Tal condição demonstra a grande mistura cultural dos povos originários, afrodescendentes e coloniais em sua formação. O nome, de origem tupi, remete à própria dança. A forte marcação percussiva revela a presença africana e, por fim, sua prática nas festas católicas, a aproxima das cantigas das violas e violeiros de origem portuguesa. Nesse sentido, é uma dança tipicamente brasileira.
É feita com palmas e marcação de passos no lugar, de preferência um tablado e com botas, para aumentar a força percussiva. Não há grandes variações coreográficas de região para região. A formação básica é com os dançantes frente a frente fazendo passos e palmas de maneira sincronizada. A presença da dupla de violeiros, na “cabeça” da formação, completa o quadro inicial. Tradicionalmente, há uma evolução que se inicia com “escova”, “bate-pés”, “bate-mãos” e “pulos”, todos feitos no lugar, entre os versos cantados pelos violeiros. A seguir, a formação “serra-abaixo”, na qual os dançantes formam uma roda, em que se deslocam para terminar nos lugares iniciais. No “levante” e no “recortado”, são retomados os passos iniciais. É importante que se conheçam os passos tradicionais. Isso reforça o protagonismo dos estudantes.
VÍDEOS:
Os vídeos devem servir de apoio, caso não possa exibi-los aos estudantes. Caso possa assistir com eles, reserve um tempo para conversar sobre as imagens observadas coletivamente.
Bibliografia
Livros
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
Sites
Catira, acesso em: http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=104
Jongo, acesso em: http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/reportagens/8637-jongo-expressao-da-cultura-afro-brasileira
Para saber mais sobre o Mapa Cultural dos Cinco Brasis, fica a indicação para uma aula da Nova Escola para o 4º ano do Ensino Fundamental. Acesso em: https://planosdeaula.novaescola.org.br/fundamental/4ano/geografia/os-5-brasis/6359
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