Plano de Aula
Plano de aula: Reconhecimento de figuras de linguagem (ironia, eufemismo, hipérbole) na tirinha
Plano 1 de uma sequência de 3 planos. Veja todos os planos sobre Figuras de linguagem: ironia, eufemismo, hipérbole
Sobre este plano
Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: Esta é a primeira aula de um conjunto de 3 planos de aula com foco em análise linguística e semiótica. A finalidade desse conjunto de planos é reconhecer as palavras que constroem o efeito de sentido de ironia, eufemismo e hipérbole na tirinha.
Materiais necessários: quadro, projetor (caso não haja, reproduzir material impresso), caderno, tirinhas.
Dificuldades antecipadas: Como as figuras de linguagem da ironia, do eufemismo e da hipérbole são bem comuns na comunicação oral, o aluno pode não conseguir perceber, na escrita, as palavras usadas para esses recursos linguísticos.
Referências bibliográficas sobre o assunto:
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Disponível em:
CEREJA, W.; COCHAR, T. Português Linguagens, 8. 8 ed. São Paulo: Atual Editora, 2014.
FIGURAS DE PENSAMENTO. Dicionário online Aulete, 31 ago. 2018. Disponível em: <http://www.aulete.com.br/gram/cap17-03-figuras_de_pensamento>. Acesso em: 31 ago. 2018.
Tema da aula
Tempo sugerido: 5 minutos
Orientações:
- Pergunte aos alunos se nas situações comunicativas cotidianas eles expressam aos seus interlocutores tudo o que pensam sobre o que estão conversando, se eles se calam ou se eles disfarçam o seu real pensamento.
- Peça que um aluno conte, resumidamente, uma situação em que ele foi sincero no diálogo com o outro e por que ele escolheu a sinceridade no seu discurso.
- Chame outro aluno para que narre uma história em que ele se calou para não dizer a verdade e por que ele fez isso.
- Escolha outro aluno para contar uma circunstância na qual ele pensou de um modo, mas se expressou de maneira diferente e o motivo disso.
- Pergunte para os alunos quem já leu tirinhas. Contextualize que geralmente são publicadas nos principais jornais e que, na aula de hoje, algumas serão lidas.
Introdução
Tempo sugerido: 15 minutos
Orientações:
- Peça a um aluno para ler em voz alta as frases 1, 2 e 3.
- Pergunte aos alunos qual a interpretação que eles fazem da frase 1 e se eles já falaram algo parecido; que descrevam qual a circunstância em que isso aconteceu.
- Oriente os alunos a destacarem qual a palavra usada para levá-los a essa interpretação e qual a ideia que essa palavra transmitiu a eles.
- Caso alguns alunos não percebam o exagero ao usar “mil vezes”, dê outros exemplos como: “Já falei mil vezes para você não se comportar desse jeito” ou “Estou morrendo de medo da prova de matemática”. O interessante é eles perceberem que “morrendo de medo” e “mil vezes” se assemelham quanto ao efeito de sentido.
- Faça o mesmo passo a passo anterior de 1 a 4, para as orações 2 e 3, mas troque os exemplos.
- Para a segunda frase, “ A concentrada da sua irmã esqueceu o livro de novo!”, capriche na entonação para eles perceberem a ironia, afinal alguém que é “concentrado”, teoricamente, não seria “esquecido”. Os outros exemplos poderiam ser: “Os políticos brasileiros são as pessoas mais preocupadas com o próximo!” ou “O boneco Chuck adora crianças!”. Nesses casos, “pessoas mais preocupadas com o próximo” e “adora crianças” se assemelham justamente porque, se se atentar para os sujeitos, refletem a ideia contrária à exposta, isto é, os políticos não são as pessoas mais preocupadas com o próximo e o personagem do filme de terror Chuck detesta crianças.
- Já para a terceira frase, “Infelizmente, sua avó não resistiu! Sinto muito!”, chame a atenção deles para o não resistir que, nesse contexto, aliado às palavras “infelizmente” e “sinto muito” levam a interpretação de que resistir é igual a morrer. Algumas outras frases para ilustrar o eufemismo poderiam ser: “Não se pode faltar com a verdade!” (“Não se pode mentir.”) ou “Fulano partiu!” (referindo-se a alguém que tenha morrido), ressaltando que há maneiras mais diretas de dizer o conteúdo das orações exemplificadas.
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 20 minutos
Orientações:
- Peça a dois alunos para lerem a tirinha em voz alta, cada um “interpretando” uma personagem.
- Ressalte a pergunta feita no primeiro quadrinho “Será que o filme é bom?”.
- Pergunte aos alunos qual é o filme a que as vacas vão assistir (espera-se que respondam a nenhum filme) e por que eles têm a certeza da resposta (espera-se, também, que a atenção deles esteja voltada para a imagem do segundo quadrinho onde há uma placa com a palavra “Matadouro”, de mata = do verbo matar + -douro = lugar onde se pratica uma ação, ou seja, lugar onde se mata).
- Escolha outro aluno para que ele diga qual a situação desagradável que acontecerá com as vacas. Chame a atenção deles para a ironia da tirinha e como ela se dá. Uma possibilidade de resposta é que as vacas acreditam ir assistir a um filme, tanto que uma delas comenta que ele “tem um final bem inesperado!”, mas, no quadrinho seguinte, aparece a imagem do matadouro. Para as vacas, o final também será “bem inesperado”, mas, para os leitores, a imagem do Matadouro já determina que o final seja o esperado para elas.
- Caso haja tempo, discuta o uso dos animais em pesquisas científicas, acadêmicas e farmacêuticas. Indique aos alunos, como curiosidade, o documentário “Não matarás!” que aborda esse assunto.
Material de apoio: Não Matarás, Instituto Nina Rosa, 2005, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-21F84jvmn4 Acesso em: 31 de agosto de 2018.
Desenvolvimento
Orientações:
- Peça a dois alunos para lerem a tirinha em voz alta, cada um “interpretando” uma personagem.
- Ressalte as expressões ditas pela cachorro “Eu juro!!!”, “Fui abduzido!”.
- Pergunte aos alunos se, pelo contexto, o que o cachorro diz ao Níquel é o que realmente aconteceu a ele. Se não foi, como provar (chame a atenção dos alunos para relacionar a fala do cachorro com as imagens, em especial quando ele diz “Me colocaram numa nave vermelha!”. O que seria essa nave? Observe o carro à direita do segundo quadrinho). Então, por que ele diz o que diz? Espera-se que os alunos associam as expressões “Eu juro!!! Fui abduzido!” ao efeito de sentido do exagero do discurso, ao que, popularmente, chamamos de “drama”.
- Questione quem deles nunca usou palavras/expressões para exagerar os sentimentos, para dramatizar as situações cotidianas que, obviamente, não eram tão intensas assim.
- Instigue os alunos a perceberem o que o cachorro quis provocar ao usar essas expressões e se eles, ao se comunicarem em algumas situações também não querem provocar o mesmo efeito. Depois, explique que esse recurso é outra figura de linguagem que recebe o nome de hipérbole.
Fechamento
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações:
- Chame um aluno até o quadro (onde a tabela do slide estará reproduzida) e entregue-lhe uma caneta ou um giz.
- Convide os alunos para dizerem, com as próprias palavras, o que entenderam de eufemismo e do seu(s) uso(s). À medida que um dá a sua resposta, o aluno que está no quadro escreve algumas palavras-chave fora da tabela. Por fim, peça que tentem criar uma frase resumitiva que conceitue a figura. Escolha a mais objetiva possível, para escrevê-la na tabela. Por exemplo: Definição: “Suavizar o discurso”.
- Peça que reproduzam na tabela as palavras usadas nas frases do exemplo e nas tirinhas que dão o efeito de sentido de suavizar o discurso. Espera-se que coloquem: “não resistiu” e “estou amadurecendo”.
- Faça o mesmo do item 1 para “definir” hipérbole (“Exagerar o discurso”). E as expressões usadas são: “mil vezes” e “Eu juro!!! Fui abduzido!”.
- Termine o preenchimento da tabela com a definição de ironia (“Dizer o contrário do que se pretendia”.) “Concentrada” e “final inesperado”, expressões usadas na ironia.
- Indague aos alunos se foi mais fácil identificar e entender as figuras de linguagem (ironia, hipérbole e eufemismo) contextualizadas nas tirinhas. Aliás, é preciso deixar bem claro aos alunos que a interpretação das figuras de linguagem sempre depende do contexto.
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Recursos indicados
- Necessários: canais de comunicação (como WhatsApp ou e-mail), para envio das sugestões de atividades e das orientações (que também podem ser escritas em um documento de texto e disponibilizadas da maneira que for mais acessível às famílias);
- Opcionais: canais para aulas online - como o Google Meets ou o Zoom (veja como usá-lo no tutorial disponível aqui).
Tema
Envie, por WhatsApp ou outro canal de comunicação, um áudio ou um vídeo dirigido aos alunos. Nessa comunicação, apresente o tema da aula, conforme o slide Tema do plano de aula. Peça, previamente, que três alunos se voluntariem para responder, por áudio, às questões do slide. Comente que, nesta aula, os alunos lerão algumas tirinhas.
Introdução
Em um novo vídeo, leia as três frases enfatizando a entonação, para que os alunos percebam os efeitos de sentido decorrente do uso das figuras de linguagem. Ainda pelo vídeo, pergunte se os alunos já ouviram frases parecidas, e peça que eles as interpretem e respondam via mensagem ou áudio de WhatsApp. Ao final da exposição, mande um novo vídeo (ou áudio) dando novas frases que se assemelham com as frases lidas (veja os exemplos nas orientações do plano).
Desenvolvimento
Em um novo vídeo, mostre as duas tirinhas dos slides Desenvolvimento e peça que os alunos as analisem, conforme as orientações do plano. Oriente-os que, durante a leitura, percebam como os elementos verbais auxiliam no processo de construção de significado e, por fim, peça que os alunos mandem as suas análises (por meio de áudio ou mensagem de texto) no canal de comunicação estabelecido entre vocês. Estipule um tempo para a entrega. Envie um novo áudio, após receber as atividades, e diga que os recursos apresentados nas tiras são chamados, respectivamente, de eufemismo e hipérbole (explique brevemente as figuras de linguagem). Se puder, opte por um momento síncrono (via Zoom ou Google Meets), analisando as tirinhas com os alunos de forma mais proveitosa.
Fechamento
Em um novo áudio ou mensagem de texto, peça que os alunos conceituem, com suas próprias palavras, o que entenderam por eufemismo. Além disso, peça que expliquem as figuras ironia, eufemismo e hipérbole por meio das frases e tiras lidas durante a aula, e que entreguem a atividade.
Convite às famílias
Toda a família pode assistir ao documentário sugerido no plano de aula: Não Matarás, Instituto Nina Rosa, 2005, disponível aqui.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Professor-autor: Leandra Antoneli da Silva Franco
Mentor: Danyelle Ribeiro Vasconcelos
Especialista: Isabel Fernandes
Título da aula: Reconhecimento de figuras de linguagem (ironia, eufemismo, hipérbole) na tirinha
Finalidade da aula: Reconhecer que, dependendo do contexto enunciativo, as palavras expressam mais do que aparentam; nesta aula, em particular, para identificar o exagero das emoções (hipérbole), a suavização de uma expressão grosseira ou triste (eufemismo) e o “dizer” algo diferente daquilo que se quer realmente (ironia).
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental
Objeto(s) do conhecimento: Figuras de linguagem
Prática de linguagem: Análise linguística e semiótica
Habilidade(s) da BNCC: EF89LP37
Esta é primeira aula de um conjunto de 3 planos de aula com foco em análise linguística e semiótica. Recomendamos o uso desse plano em sequência.