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Plano de Aula
Plano de aula: A construção dos personagens na narrativa mitológica
Plano 6 de uma sequência de 15 planos. Veja todos os planos sobre Mito
Sobre este plano
Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: esta é a sexta aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero Mito e no campo de atuação Campo artístico literário. A aula faz parte do módulo de Análise Linguística e Semiótica. É desejável que os alunos já tenham sido apresentados ao gênero mito, bem como introduzidos aos estudos dos adjetivos, para que consigam realizar de forma mais produtiva esta aula.
Materiais necessários:
- Computador, projetor multimídia, som e tela.
- Cópia do texto: “A origem da morte”. In: SISTO, Celso. Mãe África. São Paulo: Paulus, 2007, p. 16-18.
- Material para escrita: caderno, lápis, borracha etc.
Informações sobre o gênero: Narrativa pedagógica de tradição oral que explica os diferentes fenômenos naturais e sobrenaturais utilizando uma linguagem simbólica.
Dificuldades antecipadas: Os alunos podem ter dificuldades em caracterizar, por meio da escolha de adjetivos apropriados, os personagens porque eles terão que inferir características a partir das suas ações, contextualizadas em um tempo e espaço.
Referências sobre o assunto:
- DANTAS, I. M. ; SILVA, J. R. O par locução adjetiva/ adjetivo: uma questão de leitura e de escrita no ensino de língua. In: XXIV Jornada Nacional do Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste (GELNE), 2012, Natal/RN. XXIV Jornada Nacional do Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste (GELNE). Natal/RN: EDUFRN, 2012. v. Único. p. 1-9.
- MONTES, S. V. S.; NOGUEIRA, T. F. Uso do Adjetivo: Ferramenta de personalização do texto (causando diferentes efeitos de sentido). XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação Universidade do Vale do Paraíba. Disponível em: <http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2009/anais/arquivos/1169_1123_01.pdf>. Acesso em: 22 set. 2018.
Tema da aula
Tempo sugerido: 2 min.
Orientações:
- Apresente a proposta da aula aos alunos: nesta aula, será lido um mito sobre a “origem da morte”, sem muitos adjetivos. Os alunos terão que entender a história para, depois, fazer uma atividade para atribuir adjetivos aos personagens. Trata-se de uma estratégia para analisar os efeitos de sentido decorrentes da escolha e dos usos dos adjetivos nos mitos, promovendo a “personalização” do mito.
Introdução
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações:
- Organize a sala em duplas. A partir dessa organização, os alunos poderão trocar ideias e, juntos, discutir as atividades.
- Inicie uma conversa para ser debatida em cada dupla: “O que é a morte? Você conhece algum mito sobre a origem da morte? Se conhece algum mito sobre o tema, quem é protagonista desta história? Como ele é?”.
- Garanta o tempo necessário para que eles possam discutir o assunto e levantar seus conhecimentos prévios; muitos poderão, por exemplo, resgatar crenças religiosas para fundamentar as suas respostas. É interessante, neste momento, circular pelas duplas para ir mapeando as respostas dos alunos.
- Depois disso, quando finalizado, inicie uma breve exposição das respostas aos questionamentos iniciais, pedindo que um aluno de cada dupla conte para a turma as respostas debatidas.
- Ao finalizar as exposições, relate aos alunos que a aula irá propor uma nova visão sobre o tema: será feita a leitura de um mito africano sobre a origem da morte, analisando as ações dos personagens para caracterizá-los.
Respostas possíveis/desejáveis:
- Para esta atividade, há várias possibilidades de respostas. Trata-se de uma atividade de levantamento dos conhecimentos prévios, estimulando a curiosidade para a temática. É necessário, no entanto, que se garanta um olhar de respeito às diferentes respostas dadas aos alunos para discutir esses tópicos iniciais.
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 28 minutos
Orientações:
- Nesta etapa, será lido um mito africano sobre a origem da morte. Para ter acesso ao texto, clique aqui.
- Inicialmente, sem entregar o texto aos alunos, leia-o em voz alta, pedindo que fiquem atentos à leitura. Essa estratégia possibilitará que os alunos imaginem a narrativa e criem uma imagem mental dos personagens, com suas características e ações. Caso julgue necessário, peça que a turma feche os olhos para escutar a história com mais atenção.
- Logo após a leitura, peça que eles discutam, em suas duplas, de forma oral e de acordo com a imagem mental que eles criaram durante a leitura, as seguintes questões: “Como os personagens se comportam? Quais palavras poderiam definir os personagens? Quais características podemos atribuir a elas?”.
- Garanta o tempo necessário para que as duplas discutam e, depois, disso, peça que um aluno de cada dupla relate as suas respostas.
- O tempo médio para a sequência de atividades deste slide é de, aproximadamente, 10 minutos.
Respostas possíveis/desejáveis:
- Na atividade oral, há muitas possibilidades de respostas. Os alunos podem apontar, entre outras coisas, que a lebre é submissa, atrapalhada etc; enquanto a lua é autoritária, vingativa, violenta, poderosa etc.
Desenvolvimento
Orientações:
- Entregue aos alunos, ainda em duplas, uma cópia do texto “A origem da morte” disponível aqui.
- Peça que eles preencham as lacunas deixadas no texto, inserindo os adjetivos que julgarem adequados.
- É interessante pedir aos alunos, que, durante a atividade, procurem por pistas no texto para justificar as suas escolhas de adjetivos para completar as lacunas.
- Durante a atividade, circule pela sala, garantindo a participação de todos. Nos casos em que as duplas tiverem mais dificuldades, faça algumas intervenções, fornecendo pistas, atentando-os também para a concordância dos adjetivos e o tipo de registro que predomina no texto (que norteará a escolha de modificadores formais ou informais). Exemplos: para o substantivo “lua”, será necessário o uso de um adjetivo feminino (“branca”, “pálida”, etc.); para o nome “homens”, por outro lado, será necessário o uso de um adjetivo masculino flexionado no plural (“imortais”, por exemplo). É necessário verificar que o texto não possui marcas de informalidade, então as escolhas de substantivos devem ser formais.
- Dê tempo necessário para que as duplas discutam a escolha dos seus adjetivos, aproveitando as informações obtidas a partir da atividade anterior, na qual tiveram que imaginar a história.
- Depois que acabarem, peça que cada dupla exponha as suas anotações para todos da sala, justificando as suas escolhas com base nas informações do texto.
- À medida em que as duplas forem lendo, teça comparações entre as versões (texto original e os textos reescritos pelas duplas), mostrando como a escolha dos adjetivos altera os sentidos das frases e, consequentemente, do texto; o adjetivo se configura como uma espécie de “personalização do texto”, renovando o mito cada vez que ele é contado, já que se trata de um gênero de tradição oral.
- O tempo médio para a realização dos procedimentos deste slide é de, aproximadamente, 18 minutos.
Material Complementar:
- Para mostrar para os alunos os efeitos de sentido entre as diferentes versões (de cada dupla) e para entender como os adjetivos, em uma narrativa, acabam “personalizando” o texto, leia o artigo ”Uso do Adjetivo: Ferramenta de personalização do texto (causando diferentes efeitos de sentido)”, de Montes e Nogueira, disponível aqui. Para as autoras, a escolha dos adjetivos em um texto é de extrema importância, pois interfere no modo como o seu leitor vai compreender o texto, bem como atribui um estilo próprio de escrita. Embora a autoria de um mito pertença ao seu lugar de enunciação (cultura e tradições de um povo), cada enunciador acaba deixando marcas de “personalização do texto” ao recontar o mito, renovando/ressignificando-o cada vez que ele é concretizado.
Respostas possíveis/desejáveis:
- Na atividade, há várias possibilidades de adjetivos que os alunos poderão usar. É preciso tomar cuidado, no entanto, com algumas escolhas equivocadas. Confira se as escolhas dos alunos mantêm coerência interna (com as informações presentes no mito) e externa; isto quer dizer que o adjetivo usado não pode entrar em contradição com alguma outra informação do texto.
- Caso julgue necessário, como forma de correção, mostre aos alunos uma possibilidade para a atividade, acessando o material disponível aqui,
Fechamento
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações:
- Peça que os alunos, ainda em duplas, respondam à questão: “O que descobriram sobre o uso dos adjetivos nos mitos?”. Além disso, em seguida, peça que escrevam um comentário, fazendo uma recomendação para o uso de adjetivos em mitos, baseados nas conclusões a que eles chegaram a respeito do uso dos modificadores no gênero mito após essas atividades.
- Depois disso, peça que as duplas exponham as suas respostas. Anote-as no quadro e peça que todos os alunos façam o registro em seus cadernos.
- Você pode retomar esse registro no momento em que for feita uma produção textual sobre o gênero mito, para lembrá-los da importância do uso e escolha dos modificadores no gênero, dada sua função e os efeitos de sentido que podem gerar.
Para o professor
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Recursos indicados
- Necessários: canais de comunicação (como WhatsApp ou e-mail), para envio das sugestões de atividades e das orientações (que também podem ser escritas em um documento de texto e disponibilizadas da maneira que for mais acessível às famílias).
- Opcionais: canais para aulas online, como o Google Meet ou o Zoom (tutorial disponível aqui); Google Drive (tutorial disponível aqui); Google Docs (tutorial disponível aqui).
Introdução
Grave um áudio ou um vídeo especial aos alunos, contando a narrativa mitológica “A origem da morte”, disponível aqui, recontada por Celso Sisto. Peça, no mesmo áudio, depois da contação, que os alunos escutem mais de uma vez a narrativa e busquem, a cada oitiva, criar imagens mentais cada vez mais ricas dos seres e ambientação da história. Avise que esse exercício de imaginação será utilizado na atividade desta aula. Sugira que desenhem ou anotem essas imagens mentais, listando as características desses seres e desse ambiente da história. Avise que as demais atividades serão compartilhadas por escrito (sugestão: via Google Drive).
Desenvolvimento
Encaminhe aos alunos o texto lacunado deste Plano, avisando que irão fazer outra versão do que foi ouvido, desta vez, personalizando o texto com adjetivos. Oriente-os a preencher as lacunas lembrando-se das imagens mentais que fizeram quando estavam ouvindo a história. Deverão preencher com adjetivos que combinem com o clima da história, buscando pistas no texto para que utilizem esse recurso de forma coerente com o contexto. Estabeleça um prazo para a atividade e solicite que, após o término, compartilhem na pasta criada no Google Drive para esse fim. Auxilie sua turma nesse processo utilizando as ricas Orientações ao professor do Plano.
Fechamento
Depois que todos tiverem feito suas escolhas, peça que leiam os trabalhos dos colegas e comparem-nos, buscando perceber como o adjetivo personaliza o texto, fazendo com que o narrador que o reconta coloque um pouco de si na história, de modo a renovar o mito cada vez que ele é contado, uma vez que se trata de um gênero de tradição oral. Faça um fechamento desta aula compilando as aprendizagens e compartilhando com os alunos essa compilação. Caso haja possibilidade, realize uma reunião no Google Meet ou no Zoom para concluir esta aula e siga o passo a passo do slide de Fechamento para aproveitar esse momento de interação ao vivo.
Convite às famílias
As famílias podem ouvir o seu áudio contando a história e buscar fazer o mesmo exercício de imaginação que você sugeriu ao aluno – junto com ele ou em outro momento. Sugira que cada membro da família preencha também o texto lacunado; depois podem compará-los para perceber como cada um colocou um toque de sua personalidade no texto, na escolha dos adjetivos. As famílias que toparem o desafio podem compartilhar suas produções na mesma pasta criada para esta atividade no Google Drive da turma.