Ficha avaliativa – Esportes de campo e taco.pdf
Plano de Aula
Plano de aula: Rebater e correr
Descrição
No desenvolvimento deste plano, procuramos ampliar as aprendizagens sobre os esportes de campo e taco. Os estudantes irão pesquisar, analisar e recriar modalidades de esportes de campo e taco com regras e exigências motoras complexas em relação àquelas praticadas em anos anteriores, retomando seus elementos comuns. As atividades são pontuadas por reflexões e análises dos estudantes, em um ambiente de descoberta e participação coletiva.
Habilidades BNCC:
Objeto de conhecimento
- Esportes de campo e taco.
Objetivos de aprendizagem
- Discutir acerca das características das modalidades de campo e taco, enquanto jogo e esporte.
- Reconhecer os materiais e adaptações necessárias à prática dos esportes de campo e taco.
- Comparar esportes de campo e taco com outras modalidades.
- Reconhecer o ambiente físico onde as modalidades de campo e taco são praticadas.
- Respeitar as diferenças de desempenho e gosto pessoal na prática dos esportes de campo e taco.
- Elaborar formas de prática nas quais todos exerçam funções para atingir os objetivos da modalidade.
Competências gerais
1. Conhecimento
2. Pensamento científico, crítico e criativo
6. Trabalho e projeto de vida
9. Empatia e cooperação
Esportes de campo e taco: apresentando conceitos
A categoria de esportes de campo e aço é constituída por modalidades cujo objetivo é rebater a bola o mais longe possível dos adversários a fim de percorrer espaços determinados o maior número de vezes (GONZÁLEZ, 2006).
Nos esportes de campo e taco, os momentos de ataque e defesa entre as equipes são bem definidos, isto é, cada equipe tem a sua vez de atacar e a sua vez de defender. Ao contrário de outras modalidades, a equipe que está na defesa é a que tem a posse de bola e, consequentemente, a equipe que está no ataque não tem a posse de bola (MARQUES, 2021).
Esportes de campo e taco: características do esporte e do jogo
Os esportes e os jogos são produtos culturais, isto é, se transformaram ao longo do tempo, de acordo com as necessidades e interesses dos praticantes. Entretanto, há de se destacar as diferenças existentes entre ambos. Os esportes são regidos por regras comuns válidas em todo o mundo, estabelecidas por meio de convenção, com o objetivo de organizar a comparação de resultados ligados ao rendimento. Os jogos, por outro lado, podem ter suas regras alteradas numa determinada localidade, conforme a conveniência de um grupo (BOOG; URIZZI, 2017).
Assim, surgem diferentes formas de se praticar uma mesma modalidade. O taco ou bets, popularmente jogado nas ruas ou campinhos de bairros, pode ser considerado um jogo, pois, ainda que se assemelhe ao críquete (modalidade popular em países como Inglaterra, Austrália, Índia e Paquistão), não obedece todas as regras, incluindo número de jogadores, dimensões do campo ou equipamentos. Na escola, as práticas esportivas também podem ser consideradas jogos, levando em conta que as regras são adaptadas de modo a favorecer a participação de todos os estudantes.
Esportes de campo e taco: o ambiente físico (espaço, tempo de duração, condições do clima)
As modalidades de campo e taco são disputadas em campos abertos. Os campos de beisebol e softbol possuem um formato de diamante e quatro bases que devem ser percorridas pelos jogadores. No beisebol, as partidas não têm uma duração média, variando de uma hora e meia, quando uma equipe é superior a outra, até disputas de mais de seis horas, quando há equilíbrio entre os times. O softbol, oriundo do beisebol, além de ter uma bola mais leve, acontece num campo menor e as partidas são mais curtas. O críquete acontece em um campo oval com um corredor no centro. A duração das partidas pode chegar até oito horas, no formato One Day International.
Como são jogados em campos abertos, os esportes de campo e taco estão sujeitos às variações climáticas. Assim, o início de uma partida pode ser adiado ou pode ocorrer a suspensão da partida em virtude de fortes chuvas, por exemplo.
Bibliografia
BOOG, A. C.; URIZZI, E. J. Práticas corporais e a Educação Física Escolar: 3º ao 5º anos. São Paulo: Boreal Edições, 2017.
GONZÁLEZ, F. J. Sistema de classificação dos esportes. In: REZER, R. (Org.). O fenômeno esportivo: ensaios crítico-reflexivos. Chapecó: Argos, 2006.
MARQUES, J. P. Esportes de campo e taco. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/educacao-fisica/esportes-de-campo-e-taco. Acesso em: 8 out. 2021.
Materiais sugeridos
- Bolas de borracha.
- Cones ou garrafas pet.
- Bastões ou ripas de madeira.
- Giz.
- Balde ou caixa de papelão.
- Folhas de papel A4.
Aqui trazemos algumas sugestões de materiais. De acordo com a sua realidade, utilize materiais similares, alternativos ou adaptados para a prática.
Conversa inicial
Inicie a atividade com uma conversa com os estudantes acerca do que sabem sobre o tema. Explicite os objetivos da aula e resgate o conceito e as características dos esportes de campo e taco experimentados em anos anteriores. Para isso, sugere-se a elaboração de um cartaz com imagens das modalidades beisebol, críquete e betis. Se for necessário, use imagens ampliadas, vídeos legendados ou outro tipo de material adequado às necessidades dos estudantes.
A seguir, peça aos estudantes que analisem as imagens e amplie a discussão: Quem se recorda destes esportes? Como se marcam pontos neles? Há características em comum entre os espaços onde acontecem esses jogos? É possível identificar nas imagens os papéis e funções de cada jogador? Quais movimentos realizados vocês conseguem identificar? São movimentos simples? Complexos? Como vocês acreditam que um jogador se sente ao experimentar diferentes papéis durante o jogo? Ao arremessar? Ao rebater? Quando acerta a rebatida? Ou quando erra a rebatida? Como um jogador pode ajudar a sua equipe a marcar um ponto? Quais atitudes uma equipe espera do seu jogador? Quais materiais disponíveis na escola podemos utilizar para a prática destas modalidades? Em quais espaços podemos jogar? Pensam que será preciso realizar alguma adaptação de materiais e espaços?
Observe atentamente a participação dos estudantes, principalmente aqueles que você já conhece e que podem apresentar alguma dificuldade de compreensão. Na sequência, explique que irão experimentar o softbol. Para isso, sugere-se a exibição do vídeo.
Neste plano optou-se por tematizar o softbol, mas você pode escolher a modalidade que julgar apropriada.
Atividade
Pega-pega rebatida
Explique para os estudantes que devem organizar um jogo de pega-pega com características dos esportes de campo e taco, e, para isso, devem selecionar três jogadores para serem os pegadores. No centro da quadra (ou outro espaço onde acontecem as aulas), solicite que posicionem uma bola (que pode estar equilibrada em um cone ou posicionada no chão) e um bastão ou ripa de madeira (taco).
Oriente que a tarefa dos pegadores é pegar os fugitivos, assim como num jogo de pega-pega convencional. Contudo, eles devem acrescentar a bola, o taco e o movimento de rebatida.
A tarefa dos fugitivos é tentar pegar o taco e rebater a bola, sem ser pego. Dê dicas e ajude-os a estabelecer algumas regras para o jogo. Por exemplo: o fugitivo, quando pego, é eliminado e deve se sentar, ficando temporariamente fora do jogo. Se os três pegadores conseguirem pegar três fugitivos eles trocam os papéis. Contudo, quando um fugitivo consegue pegar o taco e rebater a bola, todos os fugitivos eliminados estão de volta ao jogo. Toda vez que a bola é rebatida, os pegadores devem recuperá-la e colocá-la de volta em seu lugar antes de tentar pegar e eliminar um fugitivo.
Base quatro
Explique brevemente as principais diferenças entre o beisebol e o softbol. Preparando previamente o espaço da aula, peça aos estudantes que espalhem arcos (ou desenhem círculos com giz) nos quatro cantos da quadra de futsal, no pátio ou em outro espaço amplo e sem obstáculos. Os arcos devem ser numerados de 1 a 4. Esta será a sequência de bases que deverão ser percorridas pelos jogadores da equipe atacante. No centro do espaço de jogo deve ser posicionado um balde (ou caixa de papelão). Se necessário, sinalize as bases com objetos de cores contrastantes ou utilize, por exemplo, fita zebrada para fazer as marcações. Outra possibilidade é construir as marcações em relevo usando cordas. Oriente os estudantes para que se organizem em duas equipes equilibradas e mistas com o mesmo número de jogadores e em seguida decidam qual equipe iniciará o jogo no ataque e na defesa.
O objetivo do jogo é rebater a bola e, enquanto a equipe adversária tenta recuperá-la, o jogador rebatedor deve percorrer as bases para pontuar. A corrida deve iniciar pela base número 1, seguindo para a base número 2, base número 3, e finalizar na base número 4. Para conquistar as bases, o jogador deve pisar dentro dos arcos. Já a equipe de defesa, para eliminar o rebatedor, deve recuperar a bola e colocá-la dentro do balde antes que ele complete a corrida ou “queimá-lo” durante a corrida. Peça aos estudantes que discutam e organizem algumas regras do jogo como: o lançador deve ser trocado a cada nova rebatida? Os lançamentos acontecem até que o rebatedor consiga acertar a bola ou haverá determinado número de tentativas? Os jogadores da equipe defensiva devem ficar próximos das bases ou podem se espalhar pelo espaço de jogo?
É importante que a atividade leve os estudantes a perceber e reconhecer as suas potencialidades. Devem explorar diferentes maneiras de executar a tarefa e resolver problemas motores. Porém, é importante que todos cumpram o que foi proposto. Nesse caso, devem pensar como um grupo, observando não somente as suas potencialidades mas as de cada um da sala, propondo e testando hipóteses para cumprir a tarefa.
Desse modo, solicite que estabeleçam adaptações para facilitar a rebatida. Uma sugestão é permitir que a bola seja lançada por cima da linha do ombro (beisebol) e por baixo da linha do ombro (softbol), contudo, a bola deve quicar no chão e chegar à altura do quadril do rebatedor. Caso os estudantes optem por utilizar o taco, para facilitar a rebatida, sugere-se envolver o bastão (ou ripa de madeira) com algum material, de modo a aumentar a superfície de contato com a bola. Outra possibilidade é aumentar o tamanho da bola (uma das diferenças do softbol). Se necessário, permita que os estudantes posicionem a bola sobre um cone (ou outra estrutura) antes de a rebaterem.
Após todos os jogadores da equipe atacante experimentarem o papel de rebatedor, as posições de ataque e defesa entre as equipes se invertem. Para que a troca de posições seja mais rápida, sugere-se organizar o jogo em duas rodadas (ou innings do softbol). Por exemplo: a equipe A, composta por oito jogadores, na primeira rodada (inning), apenas quatro jogadores rebatem. Depois, trocam-se as funções com a equipe B no ataque e apenas quatro jogadores rebatem. Posteriormente, na segunda rodada da equipe A, rebatem os quatro jogadores restantes. O mesmo acontece com a equipe B.
Mini softbol
Nesta atividade será utilizada a estrutura e organização do jogo anterior com algumas modificações. Solicite aos estudantes que pensem em formas de adicionar mais elementos do softbol ao jogo.
Peça para que se organizem em duas equipes equilibradas e mistas e decidam qual delas iniciará no ataque e na defesa. A equipe que inicia na defesa deve estabelecer o jogador que vai ocupar a posição de lançador e os jogadores que vão ocupar as bases. Explique que, como no softbol, o lançador deve lançar a bola ao rebatedor por baixo da linha do ombro. O rebatedor, por sua vez, possui três tentativas para rebater a bola com o taco. Caso não consiga acertar a bola nas três tentativas ele está eliminado da rodada. Após todos os jogadores da equipe atacante experimentarem o papel de rebatedor, as posições de ataque e defesa entre as equipes se invertem. Se necessário, permita que o rebatedor apoie a bola sobre um cone (ou outra estrutura) antes de a rebaterem.
Após a rebatida, o jogador atacante deve largar o taco e percorrer as quatro bases, iniciando pela base número 1, seguindo para a base número 2, base número 3, base 4, e, fechando a corrida, chegar na base número 1. Aqui, ao passar pela base o rebatedor deve pisar dentro do arco (ou círculo de giz) para indicar que a base foi conquistada. A equipe defensora, por sua vez, deve recuperar a bola e enviá-la à base para a qual o rebatedor está correndo. Se a equipe defensiva conseguir levar a bola para a base antes do rebatedor, ele está eliminado. Se o rebatedor conseguir conquistar as quatro bases antes da bola, ele marca o ponto. Quando o rebatedor rebate a bola para o alto e o jogador de defesa consegue pegá-la antes de ela tocar o chão, o rebatedor está eliminado. Os jogadores da defesa também podem eliminar o rebatedor “queimando-o” com a bola durante a corrida pelas bases.
Pensando nas características do softbol, utilize um bastão (ou ripa de madeira) envolvido por algum material que permita aumentar a superfície de contato com a bola. Sugere-se também usar uma bola grande.
Assim como no jogo anterior, é importante que a atividade leve os estudantes a perceber e reconhecer as suas potencialidades. Permita que eles explorem diferentes maneiras de executar a tarefa e resolver os problemas táticos do jogo. É igualmente importante que todos cumpram o que foi proposto. Ademais, devem ser orientados a pensar como um grupo, observando não somente as suas potencialidades, mas as de cada um da sala, propondo e testando hipóteses para cumprir as tarefas.
Esportes de campo e taco: criando um jogo
Solicite que os estudantes se organizem em três ou quatro grupos e que dividam a quadra, pátio ou outro espaço disponível para as aulas, em quadrantes, de modo que cada grupo ocupe um desses quadrantes. Na sequência, peça para que cada grupo crie ou adapte um jogo contendo as características dos esportes de campo e taco. Para isso, deverão se referenciar nas experiências da aula e de anos anteriores, ou seja, naquilo que já conhecem acerca dessas modalidades. É fundamental orientar os estudantes para que estejam atentos aos seguintes aspectos: a) estabelecer os objetivos do jogo; b) estabelecer formas de se colocar a bola (ou outro objeto) longe do adversário e percorrer espaços; c) estabelecer formas de recuperar a bola e eliminar o adversário; d) pensar em adaptações que permitam a participação de todos os colegas; e) pensar em estratégias que evidenciem o potencial de cada um; f) o foco não deve ser o ganhar e perder, mas sim a participação e experimentação; g) organização, decisões e adaptações devem ser sempre ações coletivas, ninguém pode ficar de fora.
Pode ser que os estudantes tenham dificuldades em cumprir esta tarefa. Nesse caso, dê dicas e orientações que os ajudem a organizar as ideias, cumprir a atividade e garantir a participação efetiva de todos, tanto na criação quanto na experimentação dos jogos.
Momento da reflexao
Converse com os estudantes sobre as atividades. Para isso, é importante que todos participem desse momento. De acordo com a característica da turma, verifique se há a necessidade de utilizar outros recursos além da conversa, como um cartaz com imagens e/ou textos para que os estudantes observem, leiam as perguntas ou façam inferências sobre o que vivenciaram.
Recorde o jogo pega-pega rebatida e, como sugestão, pergunte: Qual era o objetivo dos pegadores? E dos fugitivos? Em que este jogo se assemelha aos esportes de campo e taco? Quais foram as dificuldades dos pegadores? Os pegadores utilizaram alguma estratégia? E os fugitivos? Espera-se que percebam que este jogo carrega muitas características dos esportes de campo e taco, ainda que modificações e adaptações tenham sido feitas para garantir a participação de todos.
Na sequência, proponha uma análise acerca do jogo base quatro: Qual era o objetivo do jogo? Qual era a tarefa do rebatedor? Qual era a tarefa dos jogadores da equipe defensiva? O que foi preciso fazer para marcar o ponto? E para eliminar o rebatedor? Qual ação foi mais eficiente para eliminar o rebatedor? Todos os jogadores da equipe defensiva tentaram recuperar a bola e colocá-la no balde ao mesmo tempo? Ou a equipe se organizou e cada jogador assumiu uma tarefa? Os jogadores tinham funções específicas dentro do jogo ou todos faziam tudo? Foi necessário fazer adaptações para que todos os colegas participassem? Elas foram adequadas? O que poderia ter sido feito ou melhorado?
Resgate o jogo mini softbol e pergunte aos estudantes: Qual era o objetivo do mini softbol? Quais dificuldades vocês enfrentaram no jogo? O que a equipe atacante tinha que fazer? E a equipe defensiva? Perceberam semelhanças entre os jogos realizados? E as diferenças? Havia alguma? Será que o ambiente e o clima podem influenciar o resultado de uma partida de softbol? Quais capacidades físicas e habilidades motoras vocês usaram durante o jogo? Vocês conhecem algum outro esporte em que seja necessária a realização de lançamentos, rebatidas, corridas e o uso da força e da velocidade? Durante o jogo de mini softbol todos os jogadores tiveram o mesmo desempenho? Vocês acham que existem diferenças de habilidade entre as pessoas? Como vocês acham que é possível lidar com essas diferenças de maneira que todos participem do jogo? O softbol das competições oficiais é o mesmo softbol que experimentamos na aula? Quais eram as diferenças? Por que era diferente? E sobre os materiais utilizados no jogo? Eles eram apropriados? Facilitaram ou dificultaram o desenvolvimento do jogo? Quais outras adaptações vocês imaginam que sejam necessárias para jogar o softbol ou outro esporte de campo e taco? Vocês acham que é importante que cada jogador tenha uma função dentro do jogo? Por quê? O que cada um fez de modo a contribuir com o resultado do jogo? E o que mais poderia ter feito?
Incentive a turma a verbalizar suas impressões e sensações, explorando a oralidade. Se for necessário, ajude-os a organizar suas ideias. Ouça e observe com atenção as falas e, se julgar necessário, faça anotações sobre a compreensão deles para compor a avaliação. Retome também pontos considerados importantes e registros realizados durante a atividade prática, bem como situações onde houve conflitos e/ou condutas positivas dos estudantes.
Sistematizacao do conhecimento
Procure evidenciar as aprendizagens dos estudantes por meio de uma conversa organizando o que fizeram e discutiram até aqui. Considere a necessidade de utilizar estratégias adicionais para que todos compreendam seus avanços e necessidades.
Recupere as características que aproximam as modalidades de campo e taco. Nelas, a equipe atacante deve sempre colocar a bola longe da equipe adversária e conquistar as bases (beisebol e softbol) ou conseguir o maior número de corridas (taco e críquete). Já a equipe defensiva deve recuperar a bola o mais rápido possível com a finalidade de eliminar o rebatedor. Apresente os elementos dos esportes de campo e taco e os elementos de outras categorias, de modo que os estudantes consigam construir conceitos e perceber as semelhanças e diferenças entre as modalidades de campo e taco e as demais modalidades esportivas.
Retome os conceitos sobre as principais capacidades físicas (força, velocidade, equilíbrio) e habilidades motoras (rebatidas, lançamentos, coordenação visomotora) requeridas nas atividades e necessárias à prática dos esportes de campo e taco. Converse com os estudantes sobre como exercitar essas habilidades e capacidades é importante para outras situações da vida deles, como as atividades diárias ou a prática de atividades físicas para a manutenção da saúde e lazer.
Explore aspectos relacionados às diferenças individuais de desempenho. Por exemplo: há estudantes que são mais fortes, mais velozes ou mais ágeis. Procure evidenciar como essas capacidades podem ser utilizadas no jogo e servir também como critério para orientar a escolha das funções a serem desempenhadas no jogo.
Converse com os estudantes sobre as sensações obtidas nos jogos experimentados. Fale sobre as diferenças individuais de desempenho e as adaptações de materiais e organização dos jogos que construíram e que permitiram que todos jogassem. Aproveite e retome os conceitos de jogo e esporte. No esporte formal, o objetivo é a valorização do mais forte, mais rápido ou mais hábil e a exclusão dos menos aptos. O jogo, por sua vez, tem características que permitem adaptação de regras, de materiais, de espaços visando a participação e experimentação de todos. Enfatize que nas aulas de Educação Física o objetivo é o de que todos avancem, cada um com o seu potencial. Assim, nas atividades propostas, valorizou-se o processo, a experimentação, e não o resultado.
Explore as habilidades da BNCC e explique aos estudantes os conceitos de protagonismo e trabalho coletivo numa perspectiva inclusiva a partir das atividades desenvolvidas na aula. Nos jogos experimentados, houve situações nas quais os jogadores precisavam assumir o controle e tomar decisões para a sua equipe. Nesse caso, evidencia-se o protagonismo. Por outro lado, os esportes de campo e taco são modalidades coletivas e, consequentemente, o trabalho coletivo foi fundamental para determinar o desempenho de uma equipe durante as atividades.
Evidencie que, tanto na sala de aula quanto na Educação Física, o protagonismo e o trabalho coletivo são muito importantes. Ao exercitá-los, os estudantes podem desenvolver competências importantes para a vida, como valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, posicionamento ético em relação ao cuidado com os outros, exercitar a empatia, o diálogo e a cooperação na resolução de conflitos.
Finalmente, enfatize que a escola é um local onde todos têm os mesmos direitos de aprender, experimentar e conhecer. Dessa forma, todas as atividades, jogos e práticas esportivas devem ser experimentadas e apreciadas por todos, de acordo com suas potencialidades e interesses.
Registro e avaliacao
Proponha aos estudantes que façam um breve relato sobre as suas aprendizagens. Observe se compreenderam a sua solicitação. Se for necessário, apresente um relato a eles. O relato pode ser feito por múltiplas linguagens, em áudio, por escrito, em vídeo, oralmente, por desenho, de acordo com a escolha dos estudantes. Posteriormente, essas informações podem ser resgatadas para orientar os momentos de reflexão, dar seguimento ao plano e também compor a avaliação.
Para a avaliação, sugere-se a elaboração de um diário de campo. O diário de campo é um instrumento que permite registrar/anotar todos os dados, os acontecimentos, as observações, ou seja, todas as ocorrências que você julgar importantes.
Uma sugestão, para melhor organizar as informações no diário de campo, é estabelecer alguns critérios pelos quais você irá orientar suas observações, como no exemplo a seguir.
Esportes de campo e taco | ||||
Compreende/ realiza ações em situação de ataque? | Compreende/ realiza ações em situação de defesa? | Participa das discussões/ formula hipóteses? | Formula estratégias para o jogo respeitando o professor/colega? | |
Estudante 1 | Sim | Às vezes | Sim | Sim |
Estudante 2 | Não | Às vezes | Sim | Sim |
Estudante 3 | Sim | Sim | Sim | Não |
Para verificar as aprendizagens, sugere-se o uso de uma ficha avaliativa individual, elaborada a partir da proposta de Sadi (2010), a ser preenchida pelos estudantes. Essa ficha pode ser enviada como lição de casa ou ser completada em aula com o auxílio do professor. Caso seja necessário, você pode ler os enunciados e o estudante pode respondê-los oralmente.
Dê feedbacks sobre o que responderam, possibilitando aos estudantes refletir sobre o seu preenchimento. Você poderá também inserir outras linhas e colunas, de acordo com o que julgar necessário.
Barreiras
Barreiras
- Deixar de considerar diferentes formas de explicações, proposição dos jogos e atividades de acordo com as características da turma.
- Propor atividades que exijam dos estudantes movimentos e regras não flexíveis.
- Conduzir o foco das atividades práticas para o resultado e não para a participação de todos.
Sugestões para eliminar ou reduzir as barreiras
- Simplicidade e objetividade nas explicações, incluindo outros tipos de comunicação, sempre mantendo o mesmo objetivo inicial proposto.
- Diálogos sobre as diferenças de desempenho e atividades de sensibilização (rebater com a mão não dominante, por exemplo). A escola e, consequentemente, a aula de Educação Física, é um espaço de democratização do saber sobre as práticas corporais. Todos têm o direito de aprender independentemente de condição social, etnia, biotipo, experiências prévias.
- Observar com os estudantes a importância da participação de todos nas atividades.
Desdobramentos
Nas aulas subsequentes, prossiga com as aprendizagens. Sempre que necessário retome com os estudantes as características, ações táticas e motoras dos esportes de campo e taco.
Organize os estudantes em grupos e solicite uma pesquisa acerca dos aspectos relacionados à lógica externa das modalidades de campo e taco. A pesquisa deve conter informações sobre o local de surgimento, por quem e quando essas modalidades foram criadas, e quem são os maiores praticantes delas na atualidade. Além disso, devem apresentar informações acerca das ações individuais e do trabalho coletivo necessários para essas modalidades.
Os resultados podem ser apresentados de forma escrita, exposição de cartazes, desenhos, produção de vídeos. A partir das informações levantadas com a pesquisa, possibilite que os estudantes continuem a adaptar e experimentem outras modalidades de campo e taco, compreendendo seus elementos constituintes e aprimorando as capacidades físicas e habilidades motoras envolvidas
No decorrer das aulas, esteja atento para ajudar a turma, durante os jogos, a acertar a rebatida, correr, recuperar a bola, posicionar-se e observar o posicionamento dos outros jogadores e a desenvolver diferentes estratégias que possibilitem o cumprimento dos objetivos dos esportes de campo e taco. Ademais, é importante que as atividades sejam adaptadas de modo que os estudantes continuem experimentando as modalidades como for possível, numa perspectiva que valorize as diferenças de desempenho e a inclusão.
Inicie o bloco de aulas utilizando a dinâmica da Conversa inicial. Informe os estudantes que iremos retomar as características e o conceito dos esportes de campo e taco. Tente extrair dos estudantes tudo o que eles sabem sobre os esportes de campo e taco, com a intenção de obter os conhecimentos prévios deles. Apresente as imagens sugeridas e amplie as discussões com os questionamentos descritos na Conversa inicial.
Junto com os estudantes, cheguem à conclusão de que a categoria de esportes de campo e taco é constituída por modalidades cujo objetivo é rebater a bola o mais longe possível dos adversários, a fim de percorrer espaços determinados o maior número de vezes. Nos esportes de campo e taco, os momentos de ataque e defesa entre as equipes são bem definidos, isto é, cada equipe tem a sua vez de atacar e a sua vez de defender. Ao contrário de outras modalidades, a equipe que está na defesa é a que tem a posse de bola e, consequentemente, a equipe que está no ataque não tem a posse de bola.
Exponha aos estudantes o vídeo a seguir para elucidar melhor as características e os conceitos dos esportes de campo e taco, discuta com eles as regras básicas de cada esporte, bem como os objetivos de cada um.
Aproveite este momento para fazer os seguintes questionamentos a respeito dos esportes de campo e taco, com a intenção de aprofundar os conhecimentos dos estudantes:
Quais as habilidades motoras mais presentes no esporte de campo e taco?
Quais as capacidades físicas mais requeridas nestes esportes?
Quais as estruturas do nosso corpo são mais solicitadas na prática destes esportes?
O ambiente físico interfere nos movimentos dos jogadores? Por quê?
Agora que eles relembraram os conceitos e características dos esportes de campo e taco e aprenderam um pouco mais sobre esta categoria, aproveite a Atividade 3 da aula presencial, com as devidas adaptações em razão da aula ser remota, e solicite aos estudantes que, individualmente (isso não quer dizer que eles não possam se comunicar entre si), criem ou adaptem um jogo contendo as características dos esportes de campo e taco. Para isso, deverão se referenciar nas experiências da aula e de anos anteriores, ou seja, naquilo que já conhecem acerca dessas modalidades. É fundamental orientar os estudantes para que estejam atentos aos seguintes aspectos: a) estabelecer os objetivos do jogo; b) estabelecer formas de se colocar a bola (ou outro objeto) longe do adversário e percorrer espaços; c) estabelecer formas de recuperar a bola e eliminar o adversário; d) pensar em adaptações que permitam a participação de todos os colegas; e) pensar em estratégias que evidenciem o potencial de cada um; f) o foco não deve ser o ganhar e perder, mas sim a participação e experimentação; g) organização, decisões e adaptações devem ser sempre ações coletivas, ninguém pode ficar de fora.
Pode ser que os estudantes tenham dificuldades em cumprir esta tarefa. Nesse caso, dê dicas e orientações que os ajudem a organizar as ideias, cumprir a atividade e garantir a participação efetiva de todos.
Informe-os de que este jogo será apresentado na aula final deste tema, e que serão selecionados alguns desses jogos para serem vivenciados nas aulas presenciais. Lembre-os de que o jogo deve ser pensado para sua realização nos espaços da escola e que, se precisarem de materiais, eles podem utilizar os que têm na escola, e, se por acaso não tiver, eles podem propor a criação de materiais alternativos. Enfatizamos que o papel do professor é fundamental nesse momento de criação, com suas orientações e ideias aos estudantes.
Este plano de atividade foi elaborado pelo time de autores NOVA ESCOLA.
Autor: Tiago Aparecido Nardon
Coautor: Laércio de Moura Jorge
Mentor: Ricardo Yoshio Silveira Ribeiro
Especialista da área: Luis Henrique Martins Vasquinho