Atividade para impressão 1 (opcional) - ilustração da história
Plano de Aula
Plano de aula: Reescrita de lenda: primeira ou terceira pessoa?
Plano 6 de uma sequência de 15 planos. Veja todos os planos sobre Lenda indígena
Sobre este plano
Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: Esta é sexta aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero lendas indígenas e no campo de atuação artístico-literário.
A aula faz parte do módulo de Análise linguística/semiótica.
Materiais necessários: Computador e projetor multimídia para passar os slides. Cópias do texto Iauaretê-mirim e o pajé, do livro As fabulosas fábulas de IAUARETÊ, de Kaká Werá Jecupé (caso não disponha do livro, utilize o Material complementar para impressão), caixa de presente média com tampa, trechos do texto impressos, atividades impressas para utilizar em duplas, papel kraft ou metro, fita dupla face ou fita crepe.
Informações sobre o gênero: Lendas indígenas são narrativas de tradição oral que tratam de questões vinculadas à existência e a sentimentos como o medo, a coragem, a dúvida, o amor… tratam de erros, acertos e sobre os enfrentamentos da vida, questões nem sempre fáceis de ser elaboradas. No Brasil, estas lendas inicialmente foram escritas por não indígenas no intuito de fazer conhecer esta cultura em um momento histórico em que se buscava construir uma identidade nacional. Entretanto, estes primeiros escritos, de caráter folclórico, muitas vezes trouxeram ideias genéricas sobre os índios. Desde os anos 90, a literatura indígena escrita pelos próprios índios vem ganhando força, e é por meio dela que buscaremos proporcionar aos alunos o conhecimento da pluralidade cultural do país, além do distanciamento de pré-julgamentos baseados em visões estereotipadas e pejorativas. Portanto, a leitura destes textos deve proporcionar a reflexão sobre como o outro vê e lê o mundo e como conta suas histórias. Nestas obras o texto é interativo e multimodal: as narrativas são permeadas de referências a sons, olfato, tato e sensações que podem ser mais bem descritas por quem de fato viveu ou esteve mais próximo destas experiências, além de geralmente conter desenhos tradicionais (como os grafismos) e paratextos com informações adicionais relacionadas a cultura, língua e localização da etnia em questão. Estes textos literários provocam o imaginário e a fantasia, a curiosidade, o sentido de descoberta e ao mesmo tempo promovem aprendizagens e questionamentos.
Dificuldades antecipadas: Muitos alunos apresentam dificuldades para expor por meio da escrita suas ideias e ao expô-las podem fazer trocas pronominais ou verbais, produzindo textos sem concordâncias. A dificuldade maior está no apoio que os alunos têm na sua fala que nem sempre segue a norma culta, e é papel da escola propor desafios para que o aluno incorpore tanto na fala como na escrita a linguagem padrão.
Referências sobre o assunto: THIEL, Janice Cristina. A Literatura dos Povos Indígenas e a Formação do Leitor Multicultural. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 38, n. 4, p. 1175-1189, out./dez. 2013. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/edreal/v38n4/09.pdf. Acesso em 16 de setembro de 2018.
GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. São Paulo: Ed. ática, 2002.
COELHO, N. N. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo, Moderna, 2000.
COSTA, M.M. Metodologia do ensino da literatura infantil. Curitiba: Ibpex, 2013.
Tema da aula
Tempo sugerido: 1 minuto.
Orientações: Apresente a proposta da aula para os alunos.
Introdução
Tempo sugerido: 10 minutos.
Orientações:
- Reproduza o slide ou mostre aos alunos a ilustração e faça os questionamentos. (Esta ilustração faz parte de uma das histórias do livro de Kaká Werá Jecupé. Caso não esteja seguindo a sequência de atividades, o livro foi abordado nas duas aulas anteriores, planos 4 e 5. Na aula 4, foi abordada a vida do autor, chamando a atenção para o fato de que a ilustradora do livro é a sua filha, Sawara. Se as aulas anteriores foram realizadas, será mais fácil buscar os conhecimentos prévios dos alunos.)
- O que vocês estão observando nesta imagem? (Um indígena observando o seu reflexo num dia ensolarado.)
- Vocês sabem quem a ilustrou? (Provavelmente dirão que não. Caso tenha realizado a sequência, no plano 4 ao abordar a vida do autor do livro de Jecupé, pode ser que os alunos relacionem a ilustração com as outras dos outros textos lidos e lembrem que faz parte do livro que já conheceram.)
- Ela faz parte da história que vocês irão conhecer nesta aula. Sobre o que será esta história? (Sobre um índio que estava se admirando por meio de seu reflexo no rio, sobre histórias de índios…)
- Quando e onde se passa esta história? (Por se tratar de lendas indígenas, pode ser que digam que se passou há muito tempo atrás e acontece em uma floresta ou aldeia.)
- O que vocês acham que irá acontecer? (Esta questão irá aguçar a criatividade dos alunos, poderão dizer que o índio irá cair no rio, que vai chegar alguém para conversar com ele...dentre várias respostas a depender do perfil da turma.)
Materiais complementares: Para acessar a ilustração para impressão clique aqui.
Introdução
Orientações:
- Reproduza o slide para a turma.
- Informe aos alunos que a ilustração que analisaram faz parte do livro As fabulosas fábulas de Iauaretê e que a ilustradora é Sawara, filha do autor do livro, Kaká Werá Jecupé. (Caso tenha desenvolvido a sequência de atividades, os alunos irão relembrar as aulas anteriores.)
- Leia a biografia de Sawara para os alunos e comente a respeito de seu envolvimento com o trabalho desenvolvido pelo seu pai e o amor que tem pelos livros e animais.
Materiais complementares: Para acessar a capa do livro e a biografia de Sawara para impressão clique aqui.
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 30 minutos.
Orientações:
- Leia em voz alta e pausadamente o texto “Iauaretê-mirim e o rio” para os alunos.
- No final da história tentem responder juntos as seguintes perguntas, checando se os conhecimentos prévios dos alunos estavam de acordo com a história real.
- Quando e onde esta história se passa? (No tempo passado, em uma floresta.)
- Quais são os personagens principais? (Iauaretê-mirim e a Mãe Cobra-Grande.)
- Qual é conflito inicial ou “conflito gerador”? (Numa manhã de ouro e prata, Iauaretê-mirim foi à beira do rio beber água e começou a observar seu reflexo, enquanto observava a sua imagem mudava de criança para menino, de menino para homem e de homem para velho e de velho para um tom dourado de prata, e assim ia circulando entre o silêncio e o som dos hábitos das manhãs mudando, mudando... Então ele pergunta à Mãe Cobra-Grande o que estava acontecendo, o que ela queria lhe dizer.)
- Qual é o desfecho desta história? (Iauaretê-mirim queria encontrar Wahutedewá, o espírito do tempo, quem produz o som e fabrica imagens. A Mãe Cobra-Grande diz que é melhor não se preocupar com ele e brincar a vida. Disse que quando não ligam para ele e brincam a vida, ele não fica manchando e desmanchando, ele esquece, é quando a vida acontece no sempre e no agora).
- Quem narra participa dela ou é apenas um narrador observador? Como vocês perceberam isso? (Nesta história o narrador não é personagem, chamamos de narrador em terceira pessoa, podemos perceber isso no início da história: Do alto daquele jatobá, Iauaretê-mirim olhou e viu o rio de cima; Ficou olhando, olhando, olhando… É interessante registrar algumas frases no quadro e destacar os verbos em terceira pessoa para os alunos perceberem o foco narrativo.)
Materiais complementares: Para acessar o texto para impressão clique aqui.
Desenvolvimento
Orientações:
- Convide dois alunos para fazer a leitura em voz alta do trecho do texto e do trecho adaptado de “Iauaretê-mirim e o rio” e questione:
- O que vocês estão observando de diferente nestes dois trechos? (No primeiro trecho quem está contando é o narrador observador e no segundo é o personagem índio Iauaretê-mirim.)
- Eles têm o mesmo sentido? (Sim, porém podemos observar dois pontos de vista.)
- O que mudou do primeiro para o segundo e por que mudou? (O narrador não é mais observador e sim personagem da história mudando o ponto de vista. Neste caso a história está sendo contada em primeira pessoa, podemos destacar também que este narrador é o personagem principal da história.) Chame a atenção dos alunos para a tabela, os pronomes ELE e EU, e compare os verbos que foram utilizados em terceira pessoa: (ELE) olhou, viu; com os mesmos verbos mas em primeira pessoa: (EU) olhei, vi.
2. É importante demonstrar aos alunos que no texto original mesmo o narrador sendo observador (terceira pessoa) ele é onisciente, demonstra que sabe tudo sobre o personagem, seus pensamentos e desejos.
Desenvolvimento
Orientações:
- Providencie uma caixa de presente com tampa, contendo alguns trechos da história em primeira e terceira pessoa.
- Disponha os alunos em círculo sentados no chão, coloque uma música. Ao parar a música, o aluno que estiver com a caixa na mão deverá retirar dela um trecho, fazer a leitura e indicar se está em primeira ou terceira pessoa, justificando a sua escolha. Você poderá auxiliar os alunos pedindo para que justifiquem a sua escolha citando os verbos que foram utilizados.
- Caso o aluno não consiga ou não seja leitor fluente peça para que os outros colegas o ajudem nesta tarefa. O que importa é não deixar nenhum aluno de fora.
- Conforme os alunos forem cumprindo a tarefa, cole em papel kraft ou metro os trechos, separando-os em duas colunas: trechos em primeira pessoa e trechos em terceira pessoa.
Materiais complementares: Para acessar os trechos da história em primeira e terceira pessoas para impressão clique aqui.
Desenvolvimento
Orientações:
- Divida a turma em duplas e distribua as atividades impressas.
- Na atividade 1 peça para que façam a leitura dos dois trechos do texto que receberam e indiquem qual é o foco narrativo.
- Após a indicação do foco narrativo, sugira que façam a reescrita dos dois trechos transcrevendo-os para o outro foco narrativo. Ex.: Se estiver em primeira pessoa que transcrevam em terceira pessoa e vice-versa.
- Na atividade 2, os alunos deverão ler os trechos e indicar quem está contando, ou seja, identificar os diferentes pontos de vista na mesma história.
- Faça a socialização das respostas, na atividade 1 registre no quadro uma resposta de cada foco narrativo para que observem as diferenças.
Materiais complementares: Para acessar as atividades para impressão clique aqui.
Desenvolvimento
Orientações:
- Divida a turma em duplas e distribua as atividades impressas.
- Peça para que façam a leitura dos dois trechos do texto que receberam e indiquem qual é o foco narrativo.
- Após a indicação do foco narrativo, sugira que façam a reescrita dos dois trechos transcrevendo-os para o outro foco narrativo. Ex.: Se estiver em primeira pessoa que transcrevam em terceira pessoa e vice-versa.
- Faça a socialização das respostas e registre no quadro uma resposta de cada foco narrativo para que observem as diferenças.
Materiais complementares: Para acessar as atividades para impressão clique aqui.
Fechamento
Tempo sugerido: 9 minutos.
Orientações:
- Faça o fechamento da aula com a seguinte pergunta: Se você fosse produzir uma lenda indígena, qual o foco narrativo escolheria? Por quê?
- Peça para que os alunos registrem cada um a sua resposta no caderno, peça para que justifiquem a sua escolha salientando os efeitos causados e possibilidades com o uso de cada uma das opções.
- Registre no quadro as respostas de alguns alunos fazendo a comparação de suas escolhas.
Comentários: É importante que os alunos cheguem à conclusão de que, quando escrevemos um texto em terceira pessoa, o narrador está fora dos fatos narrados, seu ponto de vista tende a ser mais imparcial. Ele pode ser onisciente, ou seja, sabe tudo sobre a história (pensamentos e desejos dos personagens)
no caso da história de “Iauaretê-mirim e o rio”. Ele também pode ser onipresente, está presente em todos os lugares da história (narra tudo o que é observável).
Já um texto narrado em primeira pessoa , o narrador participa do enredo como qualquer outro personagem tem seu campo de visão limitado, ou seja, não é onisciente e nem onipresente. Nem sempre é o personagem principal, mas narra acontecimentos dos quais participou. (narrador testemunha).
No caso do narrador protagonista (que acontece na história de “Iauaretê-mirim e o rio”) o narrador é também o personagem central. Os alunos devem perceber a que distância o narrador coloca o leitor da história: pode ser perto, longe ou ficar alternando.
Materiais complementares: Para orientar os alunos na discussão final sobre os efeitos de sentido na escolha do foco narrativo você poderá acessar
https://portugues.uol.com.br/literatura/foco-narrativo.html Acesso em: 24 de setembro de 2018.
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/434347 Acesso em 24 de setembro de 2018.
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Recursos indicados
- Necessários: canais de comunicação (como WhatsApp ou e-mail), para envio das orientações por áudio, vídeo ou texto, e troca de mensagens com os estudantes sobre a atividade;
Texto “É índio ou não é índio?”, disponível aqui;
Texto “Juruá vira peixe”, disponível aqui;
Atividade do plano 5, disponível aqui, e resolução disponível aqui;
Texto “Iauaretê-mirim e o rio”, disponível aqui, e atividade do plano 6, disponível aqui;
Link para texto lacunado no Google Forms, disponível aqui.
- Opcionais: canais para videochamadas, como Google Meet ou Zoom (tutorial disponível aqui);
Capa do Livro “As fabulosas fábulas de IAUARETÊ” e biografia da ilustradora, disponíveis aqui;
Ilustração da história “Iauaretê-mirim e o rio”, disponível aqui;
Google Formulários (tutorial para criar um teste com gabarito disponível aqui).
Introdução
Esta é a adaptação dos planos 05 e 06 desta sequência, por isso em alguns momentos haverá mais de uma opção de percurso. Para iniciar, apresente aos estudantes, por WhatsApp ou outro canal de comunicação, uma outra versão da história “É índio ou não é índio?”, lida na aula passada. Essa versão está nas imagens dos slides da introdução do plano original. Se não for possível enviar as imagens, grave um áudio com a sua leitura. Depois, pergunte se houve algum estranhamento na leitura da história e o que poderia ser feito para melhorá-la. Diga para enviarem suas respostas ao grupo, de modo que todos possam compartilhar ideias. Dê uma devolutiva esclarecendo que a história foi contada por um narrador personagem, mas que alguns verbos não estão concordando com o sujeito.
Desenvolvimento
Escolha uma das histórias do livro “As fabulosas fábulas de IAUARETÊ” para enviar aos estudantes (se possível, envie o texto e o áudio com a sua leitura). O plano 05 propõe a história “Juruá vira peixe” e o plano 06, “Iauaretê-mirim e o rio”. Em ambos os casos, comente sobre o livro e as ilustrações, de forma que os estudantes possam antecipar o que vão ler. Envie os primeiros questionamentos, que dizem respeito à forma de composição das histórias: quando e onde a história se passa? Quais são os personagens? Qual é o conflito inicial ou “conflito gerador”? Qual é o desfecho? O narrador é personagem ou observador?
Envie a segunda parte da atividade, para reflexão sobre concordância verbal, no caso da história “Juruá vira peixe” (disponível aqui), ou foco narrativo, no caso de “Iauaretê-mirim e o rio” (disponível aqui). Escolha um dos dois percursos para realizar com os estudantes e siga as orientações dos planos originais. Estipule um prazo para o término e envio da atividade a você.
Analise o material recebido para dar uma devolutiva aos estudantes. Tanto o plano 05 quanto o 06 trazem muitas orientações para condução das discussões e aprofundamento da reflexão dos estudantes sobre as temáticas desenvolvidas; utilize-as para enriquecer suas devolutivas e mediações.
Fechamento
Para concluir a atividade, envie o link do Google Forms (disponível aqui) que traz um texto lacunado sobre a estrutura do gênero, com alternativas de respostas, e uma pergunta com resposta aberta: “Se você fosse produzir uma lenda indígena, qual foco narrativo escolheria? Por quê?” Com essa ferramenta, logo após responderem, os estudantes já têm acesso a um gabarito para autocorreção.
Mas para que você, professor, tenha acesso ao nome e às respostas dos estudantes de sua turma, será necessário criar um formulário de sua autoria. Para isso, utilize o modelo que criamos e assista ao tutorial que separamos para você (disponível aqui). Estipule um prazo para o término dessa atividade e organize uma devolutiva final para toda a turma.
Convite às famílias
As famílias podem ser convidadas a ler as lendas junto com as crianças, conhecendo mais sobre a literatura e os autores indígenas. As famílias podem auxiliar também na comunicação dos estudantes com a turma e no recebimento e envio das tarefas ao professor.