Plano de aula: Esportes de rede: ampliando conhecimentos

Jogo e esporte: distinguindo conceitos

Comumente, o jogo e o esporte são tratados como sinônimos, mas na verdade não são. Huizinga (2007) trata da descaracterização do elemento lúdico do esporte com a sua profissionalização e situa o jogo como uma atividade voluntária exercida dentro de certos limites de tempo e espaço e que se caracteriza pela criação e alteração de regras pelos próprios participantes, obediência de cada um ao que foi estabelecido previamente e apreciação do ato de jogar sem qualquer interesse em um resultado final. O esporte, por sua vez, é uma manifestação da cultura corporal de movimento elaborada a partir da comparação de resultados de um determinado desempenho entre indivíduos ou grupo de indivíduos, orientada por um conjunto de regras institucionalizadas por organizações (ligas, federações, confederações) que definem as normas de disputa e promovem o desenvolvimento da modalidade em todos os níveis de competição (GONZÁLEZ; FRAGA, 2009).

Esportes de rede/quadra dividida ou parede de rebote: apresentando conceitos

Os esportes de rede/quadra dividida ou parede de rebote são modalidades cujo objetivo é lançar, arremessar ou rebater um objeto (bola ou peteca) em direção à quadra adversária, sobre uma rede ou contra uma parede, de maneira que o adversário seja incapaz de devolvê-lo (GONZÁLEZ, 2006).

Várias modalidades podem ser assim classificadas e se orientam por características semelhantes. Nos esportes de rede/quadra dividida há uma rede que divide a quadra ao meio, compelindo os jogadores a jogarem apenas nas suas metades de quadra, sem que haja invasão do espaço adversário. Nessas modalidades, durante o ataque, o objetivo é sempre derrubar a bola nos espaços vazios da quadra adversária. Na defesa, o propósito é ocupar os espaços vazios da própria quadra para receber a bola de maneira eficiente e devolvê-la ao outro lado de um modo que dificulte a ação dos adversários.  Como exemplo, podemos citar modalidades como o voleibol, o vôlei de praia, o tênis, o tênis de mesa, o badminton, a peteca, e o futevôlei, o beach tennis e o sepaktakraw. 

Já nos esportes de parede de rebote há uma parede ou muro para onde a bola deve ser lançada ou rebatida, de modo que o adversário não consiga alcançar o rebote e rebatê-la de volta, cometendo assim um erro. Como exemplo, podemos citar modalidades como o squash, o raquetebol, a pelota basca e o wall handball.

Vale ressaltar que em modalidades como o tênis, o tênis de mesa e o badminton, a trajetória da bola ou peteca sobre a rede é direta, isto é, o jogador deve rebater a bola ou peteca diretamente para o outro lado da rede. Por outro lado, em modalidades como o voleibol, o futevôlei, e o sepaktakraw, é permitido aos jogadores realizar determinado número de passes entre os companheiros de equipe, de modo a construir uma jogada de ataque, antes de simplesmente enviar a bola para a quadra adversária.

Bibliografia

DARIDO, S. C.; SOUZA JÚNIOR, O. M. Para ensinar educação física: possibilidades de intervenção na escola. Campinas: Papirus, 2007.

GONZÁLEZ, F. J. Sistema de classificação dos esportes. In: REZER, R. (Org.). O fenômeno esportivo: ensaios crítico-reflexivos. Chapecó: Argos, 2006.

GONZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S. C.; BÁSSOLI, A. A. Esportes de marca e com rede divisória ou muro/parede de rebote: badminton, peteca, tênis de campo, tênis de mesa, voleibol, atletismo. Maringá: Eduem, 2017.

GONZÁLEZ, F. J; FRAGA, A. B. Referencial Curricular de Educação Física. In: RIO GRANDE DO SUL. Secretaria de Estado da Educação. Departamento Pedagógico. (Org.). Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. 1 ed. Porto Alegre: SE/DP, 2009, v. 2, p. 112-181.

HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo. Perspectiva: 2007.

Materiais sugeridos

• Bolas de vôlei ou borracha.
• Bola grande e leve (que flutue por mais tempo).
• Bexigas.
• Elástico, corda ou barbante.
• Giz.
• Cones.
• Folhas de papel A4.

Aqui trazemos algumas sugestões de materiais. De acordo com a sua realidade, utilize materiais similares, alternativos ou adaptados para a prática.  

Conversa inicial

Em sala comente os objetivos da aula com os estudantes e resgate o conceito de esportes de rede. Para isso, sugere-se a utilização de uma imagem da modalidade voleibol e tênis. Se for preciso, use imagens ampliadas, vídeos legendados ou outro tipo de material adequado às necessidades dos estudantes.

Peça aos estudantes que analisem as características das modalidades: Quem se recorda destes esportes? Como se marca pontos nele? Lembram-se dos esportes de rede? Quem poderia dizer algumas características desses esportes? Quais os principais movimentos que fazemos nesses esportes? É necessário algum equipamento específico para jogar? Não é necessário anotar as respostas. O propósito da análise das imagens e questionamentos é verificar aquilo que os estudantes já sabem, o que é preciso revisar ou mesmo apresentar. É importante ajudá-los a recordar, por exemplo, a lógica de funcionamento dos esportes de rede, isto é, derrubar a bola ou peteca nos espaços vazios da quadra oposta ou fazer com que o jogador adversário cometa um erro.

Observe atentamente a participação dos estudantes, principalmente aqueles que você já conhece e que podem apresentar alguma dificuldade de compreensão.

Na sequência, explique aos estudantes que irão ampliar os seus conhecimentos acerca dos esportes de rede.

Atividade

Voleibol com rede viva

Peça aos estudantes que se organizem em três equipes equilibradas e com aproximadamente o mesmo número de integrantes. Desafie-os a organizar um jogo com as características dos esportes de rede onde as três equipes jogam ao mesmo tempo. Talvez os estudantes tenham alguma dificuldade. Nesse caso, ajude-os questionando sobre qual a principal característica das modalidades esportivas que estão estudando, isto é, a rede. Questione-os também acerca dos movimentos possíveis de serem realizados e os segmentos corporais utilizados para jogar.

Na sequência, desafie-os novamente a realizar um jogo onde a rede seja formada por uma das equipes: Como fariam?

A ideia central da atividade é que a equipe que atua como rede se desloque apenas sobre a linha que divide a quadra ao meio, de um lado para outro. A equipe também pode saltar para interceptar a bola no momento em que é enviada de um lado para outro.  Quando ocorre a interceptação a equipe que perdeu a bola torna-se a rede.

Ajude-os a estabelecer regras básicas como: qual será o espaço de jogo, qual equipe começa sendo a rede, quais ações podem ser realizadas pela rede, como as equipes pontuam, quantos contatos são permitidos antes de enviar a bola ao outro lado da rede, se é permitido a bola tocar uma vez no chão. Como sugestão, proponha que os estudantes realizem as mais variadas formas de contato com a bola, de modo a ampliar as possibilidades até chegar no movimento de rebatida.

O jogo se inicia com um saque. Se necessário, permita que seja realizado a uma distância que os estudantes consigam enviar a bola para o outro lado. Uma equipe pontua quando consegue derrubar a bola na quadra adversária. Nesse caso, tem o direito de reiniciar o jogo com um novo saque.

Para esta atividade você pode utilizar uma bola de vôlei, de borracha ou quaisquer outros tipos de bolas, de diferentes tamanhos e pesos. Por mais tempo, contudo, é possível utilizar uma bola de vôlei ou de borracha.

Desafio com bexigas

Entregue uma bexiga para cada estudante e explique que no voleibol uma das ações é não deixar a bola cair do seu lado da quadra.  Assim o desafio é manter a bexiga no ar durante o maior período de tempo usando diferentes movimentos com diferentes partes do corpo. Quem consegue? A seguir, argumente que no voleibol, por exemplo, as ações são realizadas majoritariamente com os membros superiores. Desse modo, o novo desafio é rebater a bexiga com os membros superiores, isto é, com as palmas das mãos, pontas dos dedos, antebraços, cotovelos, ombros, sempre variando os lados direito e esquerdo, sem deixá-la tocar o chão. Quem consegue? Na sequência, aumente o desafio: explique que no voleibol não se joga parado, então devem realizar a mesma atividade em movimento, andando para frente, para trás, para os lados, sobre linhas, realizando giros no próprio eixo, sentando, levantando, correndo. O passo seguinte é solicitar que realizem o desafio em duplas, trios, rebatendo a bexiga (uma ou mais) antes que ela toque o chão. Aumente o desafio propondo que utilizem movimentos mais parecidos com os usados no voleibol.

Posteriormente, repita os desafios usando bolas de vôlei ou de borracha. Solicite que os estudantes estejam atentos aos movimentos realizados: quais movimentos são mais efetivos para manter a bola no ar, se é mais fácil executá-los em posição estática ou em movimento, quais partes do corpo são melhores para rebater a bola.

Ao final da atividade, proponha uma reflexão: Qual dos objetos foi mais fácil manter no ar? Por quê? Quais foram as habilidades mais utilizadas na atividade? Qual movimento foi mais efetivo para manter a bexiga no ar? E a bola? Com quais partes do corpo foi mais fácil rebater a bola e a bexiga?

Mini voleibol

Prepare antecipadamente o espaço. Questione os estudantes sobre quais materiais podem ser usados para construir a rede e como fixá-los, assim como a altura ideal para jogarem. Por exemplo: usando um elástico, corda ou barbante (ou outro material disponível) entre as duas traves da quadra de futsal. Se for o caso, utilize outro ponto de ancoragem no local onde as aulas de Educação Física acontecem e ajude-os a montar a rede.

É importante que a rede fique numa altura em que consigam enviar a bola por cima. Explique que deverão construir mini quadras. Oriente para que delimitem o espaço de jogo usando as linhas laterais da quadra de futsal como linhas de fundo da mini quadra (utilize giz, fita crepe, cones ou outro objeto para construir as linhas de fundo, caso não seja possível usar as marcações de futsal) e marque as linhas laterais usando cones, giz ou fita crepe. É possível também adaptar a quadra de jogo ao espaço disponível da sua escola.

De acordo com a sua turma verifique se é necessário usar outro tipo de marcação do espaço, seja em relevo, usando cordas, por exemplo, ou empregando materiais com cores contrastantes que facilitem a visualização.

Incentive os estudantes a estabelecerem algumas regras básicas, de acordo com as características dos esportes de rede: o jogo começa com um saque ou lançamento da bola para a quadra adversária. A bola deve ser enviada para o outro lado da rede e, se cair no lado oposto, a equipe que a lançou ganha um ponto. Lembre-os de que a bola deve ser enviada ou derrubada sempre dentro dos limites da mini quadra.

Importante destacar que nem sempre os estudantes conseguirão enviar a bola de um lado para o outro ou realizar os passes aos companheiros. Neste caso, permita-lhes explorar variadas formas de manipulação que lhes permita jogar a bola para o outro lado da rede. Não é necessário limitar o número de contatos com a bola, apenas orientar que a cada vez que a equipe estiver com ela, três jogadores diferentes devem participar da jogada.

O jogo se inicia com um saque. Se necessário, permita que seja realizado a uma distância que os estudantes consigam enviar a bola para o outro lado. Uma equipe pontua quando consegue derrubar a bola na quadra adversária. Nesse caso, tem o direito de reiniciar o jogo com um novo saque.

Estimule-os a observar o posicionamento dos jogadores adversários e assim pensar estratégias que facilitem derrubar a bola na quadra oposta.

Observe atentamente os jogos e visite os grupos, faça pequenas pausas e, como sugestão, pergunte-lhes: Qual é o objetivo do jogo? (Rebater a bola por cima da rede e derrubá-la no lado oposto). O que a equipe de posse da bola deve fazer? (Rebater a bola para os espaços vazios da quadra oposta). O que a equipe sem a posse da bola deve fazer? (Proteger os espaços vazios da sua quadra). Quando a bola é lançada para o nosso lado da quadra é adequado enviá-la para a quadra adversária diretamente? Por quê? (Não. Porque assim dificilmente vamos acertar os espaços vazios). Então o que se deve fazer? (Passar a bola para três companheiros e então enviá-la à quadra adversária). Por quê? (Assim temos mais tempo para preparar o ataque e dificultar a defesa do adversário).

Durante a pausa para questionamentos é necessário perspicácia para aproveitar as respostas dos estudantes e dar seguimento ao diálogo. Ao surgirem respostas que não sejam adequadas, valorize-as e conduza os estudantes para que alcancem as respostas corretas. Se achar necessário, permita que experimentem o jogo mais uma vez.

Mini voleibol 2

Nesta atividade será utilizada a estrutura e organização do jogo anterior, porém com algumas modificações. Sugere-se a utilização de uma bola grande e leve que flutue por mais tempo. Caso não seja possível, utilize aquela que estiver disponível. É importante que você estabeleça todas as regras. A ideia é que os estudantes não tenham muito espaço para organizar adaptações de regras ou modos de jogo. Nesta atividade toda a organização do jogo será predefinida como no esporte de rendimento

Organize a área de jogo utilizando as marcações da quadra de voleibol (ou construa as marcações usando giz, fita crepe ou outro objeto no espaço disponível). Novamente, verifique se é necessário usar outro tipo de marcação do espaço, seja em relevo ou materiais coloridos que facilitem a visualização.

Solicite aos estudantes que se organizem em três equipes com aproximadamente seis a oito integrantes. Peça-lhes para decidir quais equipes iniciam o jogo e qual ficará “de fora”. A equipe A inicia o jogo com um saque por baixo. Importante: se necessário, permita que os estudantes realizem o movimento a uma distância que possibilite que a bola seja passada para o outro lado por cima da rede. A equipe B deve recepcionar a bola realizando três contatos, não sendo permitido segurar a bola. Caso esteja utilizando uma bola que não tenha grande flutuabilidade, permita que a bola toque no chão uma vez antes de ser recepcionada, ou faça outra adaptação que julgar necessária.

A equipe que conseguir derrubar a bola na quadra contrária ou forçar o adversário a cometer um erro marca um ponto. Quando uma equipe sofre um ponto, é substituída imediatamente pela equipe que está “de fora”.

Sugere-se permitir que as equipes se reúnam para traçar suas estratégias de ataque e defesa. Observe atentamente o jogo e registre, se necessário.

Lembre-se de que é importante que as práticas levem os estudantes a perceber e reconhecer as suas potencialidades. Devem explorar diferentes maneiras de executar a tarefa e resolver problemas motores. Porém, é importante que todos cumpram o que foi proposto.

Momento da reflexao

Em roda de conversa, dialogue com os estudantes sobre as atividades experimentadas. É importante que todos participem desse momento. De acordo com a característica da turma, verifique se há a necessidade de utilizar outros recursos além da conversa, como um cartaz com imagens e/ou textos para que os estudantes observem, leiam as perguntas ou façam inferências sobre o que vivenciaram.

Sugerimos algumas questões que podem ajudar a descobrir as percepções e sensações dos estudantes: Qual a principal característica dos esportes de rede? (O uso da rede). Qual é o objetivo do voleibol? (Derrubar a bola na quadra oposta ou forçar o adversário a cometer um erro). Quando a minha equipe ataca? (Quando minha equipe tem a posse de bola). Quando a minha equipe defende? (Quando minha equipe não tem a posse de bola). O que uma equipe deve fazer quando tem a posse da bola? (Realizar os três contatos com a bola entre os companheiros e enviá-la para o outro lado). O que uma equipe deve fazer quando a bola é enviada para o seu lado da quadra? (Recepcioná-la, não deixando que toque o chão e construir o ataque usando os três contatos). Em qual dos jogos foi mais fácil cumprir o objetivo? Quais dificuldades foram enfrentadas no primeiro jogo de voleibol? E no segundo? Perceberam alguma diferença entre os dois? Quais movimentos vocês realizaram durante o jogo? (Passes, saques, rebatidas). Vocês conhecem algum outro esporte em que seja necessária a realização de passes, saques e rebatidas? Será que o ambiente e o clima podem influenciar o resultado de uma partida de voleibol?

Peça aos estudantes que relatem as diferenças existentes entre os momentos onde uma equipe tem a posse de bola nos esportes de rede e esportes de invasão, por exemplo. O esperado é que percebam que, ao contrário dos esportes de invasão em que é possível manter a posse de bola por um período de tempo maior para elaborar uma jogada, nos esportes de rede e parede, o tempo de posse de bola é muito curto, o que exige maior velocidade para a tomada de decisão e a construção das jogadas.

Incentive a turma a verbalizar suas impressões e sensações, explorando a oralidade. Se for necessário, ajude-os a organizar suas ideias. Ouça e observe com atenção as falas e, se julgar necessário, faça anotações sobre a compreensão deles para compor a avaliação. Retome também pontos considerados importantes e registros realizados durante a atividade prática, bem como situações em que houve conflitos e/ou condutas positivas dos estudantes.

Sistematizacao do conhecimento

Organize e sistematize, com os estudantes, tudo aquilo o que fizeram e o que aprenderam. Esse é um momento importante e pode ser realizado em forma de roda de conversa. Considere a necessidade de utilizar estratégias adicionais para que todos compreendam seus avanços e necessidades.

Recupere as características e ações motoras que aproximam as modalidades de rede. Explique para os estudantes que nos esportes de rede, nas situações de ataque (momentos em que a equipe tem a posse da bola) a ação principal deve ser derrubar a bola nos espaços vazios da quadra oposta ou forçar a equipe adversária a cometer um erro. Já em situações de defesa (momentos em que a equipe não tem a posse da bola), o intuito é sempre proteger os espaços vazios da sua própria quadra e evitar que a bola toque o chão.

Retome as principais capacidades físicas e habilidades motoras requeridas nas atividades e necessárias à prática dos esportes de rede. Converse com os estudantes sobre como as habilidades do jogo podem ser extrapoladas para outras situações cotidianas, como nas atividades de vida diária ou na prática de atividades físicas para a manutenção da saúde e lazer.

Converse com os estudantes sobre as sensações obtidas nos jogos experimentados. Nos jogos de voleibol com rede viva e mini voleibol a perspectiva adotada foi a de jogo, ou seja, as regras foram alteradas, adaptações foram feitas, materiais alternativos foram utilizados e os estudantes puderam opinar ou organizar a estrutura do jogo, adaptando-o à sua necessidade e à realidade da escola. Por outro lado, o jogo de mini voleibol 2, ainda que também tenham sido feitas adaptações, foi tematizado sob a perspectiva do esporte. Assim, as regras eram mais rígidas, não havia espaço para que os estudantes organizassem a forma como o jogo iria acontecer ou mesmo adaptações para facilitar as ações no jogo. Tudo estava definido pelo professor, que nesta atividade exerceu o papel das organizações institucionalizadas que regulamentam o esporte. Peça para que expressem suas impressões, pontos positivos e negativos de ambas as atividades.

Procure evidenciar os elementos que compõem as competências gerais, desenvolvidos em aula. O autocuidado, a cooperação, a importância do protagonismo, o lidar com situações de conflito, a superação de dificuldades, o ato de pensar e criar hipóteses, a criatividade, a argumentação. Esses elementos estão presentes em outras situações do seu dia a dia.

Finalmente, fale sobre as estratégias individuais ou coletivas adotadas pelos estudantes durante a realização das atividades. Na sequência, priorizando os aspectos atitudinais da aula, converse sobre os conflitos que ocorreram: se foi necessário revisar as regras das atividades, se houve situações em que algum estudante tentou burlar os combinados para se beneficiar ou beneficiar a equipe, ou mesmo, no calor do jogo, se houve situações de desrespeito aos colegas. É importante colocar estas situações em debate, conversar sobre o porquê existem as regras e por que devem ser respeitadas, assim como o respeito aos colegas. Além disso, é possível ajudar os próprios estudantes a chegar a consensos sobre quais devem ser as ações tomadas quando um jogador descumpre uma regra ou desrespeita um colega.

Registro e avaliacao

Para a avaliação sugere-se a elaboração de um diário de campo. O diário de campo é um instrumento que permite registrar/anotar todos os dados, os acontecimentos, as observações, ou seja, todas as ocorrências que você julgar importantes.

Anote as atividades realizadas e peça aos estudantes que produzam registros acerca das suas impressões e experiências durante o desenvolvimento das aulas. Os registros podem ser produzidos de modo textual, verbal, por desenhos ou outra forma que julgar adequada.

Uma sugestão, para melhor organizar as informações no diário de campo, é estabelecer alguns critérios pelos quais você irá orientar suas observações, como no exemplo a seguir.

O diário de campo também pode ser utilizado para avaliar os objetivos de aprendizagem do plano. Basta substituir os itens pelos objetivos sugeridos no início do plano.

Para verificar as aprendizagens, sugere-se o uso de uma ficha avaliativa individual, adaptada da proposta de González e Schwengber (2012), a ser preenchida pelos estudantes. Essa ficha pode ser enviada como tema de casa ou ser completada em aula com o auxílio do professor. Caso seja necessário, você pode ler os enunciados e o estudante pode responder verbalmente.

Ficha avaliativa

Dê feedbacks sobre o que responderam, possibilitando aos estudantes refletir sobre o seu preenchimento. Você poderá também inserir outras linhas e colunas de acordo com o que julgar necessário.

Barreiras

Barreiras

• Espaços de jogo, limites e demarcações das atividades.
• Objetos, equipamentos e materiais utilizados na aula.
• A elaboração dos registros.

Sugestões para eliminar ou reduzir as barreiras

• Adapte os espaços para jogar. Se necessário, utilize objetos com cores contrastantes para as linhas e marcações.
• Adapte os equipamentos e materiais a serem utilizados. Se necessário, utilize materiais de diferentes formas, tamanhos, cores e peso. Esteja atento ao tempo necessário para a realização das atividades.
• Sugira diferentes formas de registros para os estudantes: produção textual, verbalização, desenhos, produção de vídeos ou áudio, cartazes.

Desdobramentos

Nas aulas subsequentes, prossiga com as aprendizagens. Sempre que necessário retome com os estudantes as características, ações táticas e motoras dos esportes de rede.

Organize os estudantes em grupos e solicite uma pesquisa acerca de outras modalidades de rede além do voleibol. A pesquisa deve conter elementos relacionados com origens, evolução, modo de prática, curiosidades, equipamentos utilizados. Os resultados podem ser apresentados por meio da escrita, exposição de cartazes, produção de vídeos. A partir das informações levantadas com a pesquisa, possibilite que os estudantes adaptem e experimentem outras modalidades de rede, compreendendo os elementos e as ações motoras constituintes.

Assim, é importante que você, no decorrer das aulas, esteja atento para ajudar a turma, durante os jogos, a ocupar os espaços vazios da própria quadra, observar os espaços vazios da quadra adversária, receber a bola, realizar três contatos com a bola e construir o ataque.