Este plano contempla uma aula de 50 minutos, pode ser explorado de forma única, interdisciplinar e/ou transdisciplinar. Nele serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com as habilidades de História (EF03HI11) e (EF03HI12), e as de Matemática (EF03MA26) e (EF03MA28), que constam na BNCC. Como as habilidades devem ser desenvolvidas ao longo de todo o ano, você observará que elas não serão contempladas em sua totalidade aqui, podendo ter continuidade em aulas subsequentes.
O plano trabalha com o valor do salário mínimo para dar a dimensão de horas de trabalho para o sustento de determinado número de pessoas em uma mesma casa. Os estudantes são desafiados a calcular as despesas de uma família e fazer comparações com outras famílias de diferentes estruturas, moradia e profissões.
Relações de trabalho, salário mínimo e condições de lazer.
Orçamento familiar.
Leitura, interpretação de dados retirados de textos e representação em tabela.
Objetivos de aprendizagem
Identificar o valor do salário mínimo.
Reconhecer os gastos mensais de pessoas que convivem na mesma casa.
Comparar as relações de trabalho e lazer do presente com as de outros tempos.
Organizar dados de pesquisa em tabelas e resolver situações-problema, em contexto de renda familiar e gastos.
Competências gerais
1. Conhecimento
2. Pensamento científico, crítico e criativo
4. Comunicação
6. Trabalho e projeto de vida
7. Argumentação
9. Empatia e cooperação
10. Responsabilidade e cidadania
Para começar
Sobre os planos de Educação Financeira
A Educação Financeira integra a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como um dos temas transversais que deve ser explorado e trabalhado concomitante aos demais componentes curriculares. De acordo com a Base, a Educação Financeira não deve se restringir ao ensino cru de Matemática. “Essa unidade temática favorece um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e dinheiro”. Pretende-se, com os planos de Educação Financeira, fazer os estudantes refletirem sobre ações individuais e coletivas que podem impactar sua vida e a da sociedade.
As orientações deste plano não devem ser apresentadas aos estudantes, pois elas detalham as ações e trazem mais subsídios para que você, professor, se organize melhor para a realização da aula.
Os planos de Educação Financeira têm o objetivo de promover um trabalho inter e transdisciplinar, já que as habilidades destacadas para cada componente curricular se correlacionam com o tema transversal.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018a.
Ação prévia
Recomenda-se idealmente que o trabalho com organização de dados de pesquisa em tabelas já tenha sido realizado anteriormente, mas caso não seja a realidade da sua turma, desenhe a tabela no quadro e explique o funcionamento do registro em linhas e colunas.
Aqui trazemos algumas sugestões de materiais. De acordo com a sua realidade, utilize materiais similares, alternativos ou adaptados para a prática.
Contexto
Tempo sugerido: 10 minutos.
Orientações
Organize uma roda de conversa para mobilizar os conhecimentos prévios dos estudantes acerca dos gastos mensais de uma família e para iniciar uma reflexão sobre de onde vem o dinheiro para custear essas despesas. Desenhe um quadro com três colunas e registre os principais pontos levantados pelos estudantes sobre as necessidades básicas citadas, as contas mensais de uma família e as hipóteses mencionadas sobre a origem das rendas familiares. Essas anotações poderão servir para que tenham as primeiras percepções do tanto de contas que os adultos têm todos os meses e para que iniciem uma reflexão sobre o valor do trabalho e esforço das pessoas para manterem uma casa.
O que propor?
Lance as perguntas sobre as necessidades básicas de uma pessoa (alimentação, transporte, contas de água, gás, energia elétrica, entre outras). Estenda a conversa sobre a origem do dinheiro para custear essas despesas. Verifique se eles têm noção de que tudo o que consomem tem um custo e de que é preciso ter uma renda para pagar essas contas mensais. Sugestões de perguntas:
- O que uma pessoa precisa para viver?
- Quais contas uma família tem mensalmente?
- De onde vem o dinheiro para pagar as contas?
Aproveite as respostas pedindo que alguns estudantes especifiquem o trabalho que seus familiares exercem, quantas pessoas moram em suas casas, quantas trabalham, qual tipo de conta eles veem seus familiares pagando etc. Além dos profissionais citados por eles, explore outros tipos de trabalho exercidos na cidade e no campo. Tome o cuidado para não constranger ninguém e fale um pouco sobre diferentes salários. Pergunte se eles sabem o que significa ganhar salário mínimo, se conhecem o valor do salário mínimo. Então, apresente o valor registrando-o no quadro. Explique-lhes rapidamente que o salário mínimo é o mais baixo valor de salário que legalmente os trabalhadores devem receber pelas horas trabalhadas em um mês e que ele é reajustado de ano em ano, calculado, teoricamente, pelo aumento do custo de vida, isto é, pelos preços das coisas.
Por fim, faça a pergunta a seguir para mobilizar os estudantes a pensarem sobre possíveis dificuldades financeiras que as famílias passam para garantir o sustento das pessoas que convivem em uma mesma casa.
-Considerando que o salário mínimo no Brasil está fixado em R$1.100,00, é possível viver e, quem sabe, até poupar ganhando essa quantia?
Sugestões de adequação
Registre as perguntas no quadro, dê uns minutinhos para os estudantes pensarem e convide dois ou três para responder oralmente os questionamentos. Depois, peça para quem quiser complementar as respostas com outras ideias. Pode ser que alguns estudantes sintam vergonha ou não queiram falar sobre dinheiro. Deixe-os à vontade, tomando cuidado para não constranger nenhum estudante.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações
Com essa atividade, os estudantes são levados a refletir sobre o que uma pessoa consome em uma casa e quanto de trabalho é necessário para que essas contas sejam pagas, compreendendo o contexto histórico dos trabalhos analisados. Explique aos estudantes que eles farão estudo de caso de famílias brasileiras: estrutura familiar, pessoas da família que trabalham, profissões que exercem, salários, despesas, como se organizam para sobreviver etc.Fale que cada grupo estudará um caso e depois irá compartilhar suas conclusões sobre o modo de vida dessa família com a turma.
Então, distribua os estudantes em três grupos e entregue para cada um deles um caso diferente (Grupo 1, Grupo 2, Grupo 3) e a Atividade. Deixe o registro no quadro do valor do salário mínimo para que eles possam consultar na hora do preenchimento da tabela.
O que propor?
Peça aos estudantes para estudarem o caso e destacarem no texto os dados numéricos. Oriente-os a analisar a tabela e preencher com os dados retirados do texto. Eles devem organizar a renda familiar e as contas (despesas fixas e despesas extras) nas linhas e colunas correspondentes. Depois, devem fazer cálculos baseados nos dados da tabela e indicar o total de ganhos e gastos mensais. Peça-lhes para conversarem sobre as perguntas que estão abaixo da tabela. As perguntas do número 2 estão relacionadas ao contexto familiar estudado, já as perguntas do número 3 são situações pessoais dos estudantes, suas opiniões, o cotidiano com seus familiares, os hábitos e possíveis programas de lazer que praticam. Oriente-os que se organizem e elejam um relator para apresentar as respostas e as conclusões do grupo.
Enquanto os grupos conversam, caminhe entre eles e observe se precisam de ajuda, esclareça dúvidas que possam ter em relação ao texto, possíveis palavras que não saibam o significado, como, por exemplo, renda familiar. Sobre a pergunta dos diferentes tipos de lazer, de antigamente e de hoje, instigue-os a falar sobre hábitos familiares atuais e o que sabem sobre o que seus pais e/ou avós faziam antigamente para se divertir.
Sugestões de adequação
Adapte os textos dos casos de diferentes organizações familiares, adequando-os à realidade de sua localidade. Acrescente outros casos, se preferir, e aumente o número de grupos. Desenhe a tabela no quadro e explique onde devem registrar a renda familiar, as despesas mensais e as fixas. Para facilitar a apresentação dos grupos na sequência, amplie a tabela para que eles possam preencher os dados numéricos diretamente nela. Nesse caso, registre as perguntas para a discussão no quadro.
Para apoiar os estudantes na leitura, leia as perguntas, uma a uma, certificando-se de que todos entenderam o que devem fazer. Apoie os grupos com a leitura do texto. Garanta que em cada grupo tenha pelo menos um estudante que esteja alfabetizado, para que possa conduzir a leitura do texto e das perguntas.
Sistematização
Tempo sugerido: 10 minutos.
Orientações
Organize a socialização dos trabalhos e das conclusões dos grupos de modo que o relator de cada grupo possa apresentar a tabela com os dados levantados na pesquisa feita na leitura do caso. Aproveite esse momento para avaliar a habilidade dos integrantes do grupo em registrar na tabela os dados transcritos do texto, dando devolutiva coletiva ao grupo. Permita aos grupos que possam compartilhar oralmente as aprendizagens construídas durante a discussão das perguntas, e sistematize coletivamente o que for relevante.
O que propor?
Para orientar a apresentação, peça aos estudantes para responder às seguintes perguntas, de acordo com os casos estudados:
Qual é a renda familiar e de onde vem esse dinheiro?
Quais as despesas fixas que eles têm?
Quais os gastos extras?
Sobra dinheiro para essa família? Se sobra, o que fazem com esse dinheiro?
Quais os hábitos de lazer desta família?
Eles fazem economia de dinheiro? Se sim, como?
Enquanto eles se apresentam, fique atento se respondem todas as perguntas e faça intervenções, se for necessário. Caso o relator não seja claro nas respostas, peça a outro membro do grupo para ajudar na apresentação. Chame atenção sobre as diferenças de trabalho e de lazer entre as pessoas que moram na cidade e as pessoas que moram no campo. Fale e dê exemplos também de profissionais autônomos, explique que a renda pode ser diferente de um mês para outro quanto à entrada de dinheiro, pois eles não têm um salário fixo, trabalham por conta própria e dependem de outros fatores. Depois, aproveite o caso do grupo 1, que traz a aquisição gratuita de remédios, e converse um pouco sobre os benefícios que podem ser usufruídos nos bairros ou no município, de acordo com a realidade dos estudantes, como, por exemplo: frequentar a escola pública perto de casa para economizar com o transporte, posto de saúde, farmácia popular etc.
Quando todos os grupos tiverem apresentado, organize uma conversa acerca das perguntas pessoais, correspondentes ao número 3. Leia as perguntas, uma de cada vez, e peça ao relator para apresentar as conclusões do grupo:
Vocês consideram o lazer importante? Justifiquem.
Será que o lazer é igual para todo mundo? O que vocês fazem para se divertir com seus familiares?
Como era o lazer de antigamente? O que seus pais e avós faziam para se divertir?
Converse com eles sobre a diferença dos programas de lazer que suas famílias costumam praticar hoje e os praticados antigamente. Dê exemplos de lazer que não envolvem dinheiro, como passeios em parques, andar de bicicleta, brincadeiras de bola, entre outros. Depois, faça a pergunta a seguir para a turma e medie a discussão para que os estudantes possam concluir que a forma de lazer depende da época e do lugar onde as pessoas moram.
Vocês acreditam que daqui alguns anos vocês farão as mesmas coisas que fazem hoje para se divertir?
Por fim, peça para o relator apresentar as conclusões de seu grupo relacionadas às perguntas:
Quais as dificuldades de se viver com um salário mínimo?
Quais outras dicas vocês dariam para as pessoas para economizar e compensar a falta de dinheiro?
Sistematize as respostas dos grupos, chamando atenção para as ações que podem ser feitas pelas pessoas que moram na mesma casa visando ajudar no orçamento e nos gastos do dia a dia. Reforce a fala dos relatores sobre as ações de economia das pessoas dos casos estudados e aproveite para dar outras dicas, caso os estudantes não tenham falado, como, por exemplo: reduzir os custos, não gastar mais do que podem, fazer boas escolhas de produtos mais baratos, comprar nas feiras, evitar produtos industrializados e com muitas embalagens, ser fiel à lista de compras, comparar preços em diferentes estabelecimentos comerciais, comparar peso e valor dos produtos, cuidados com a saúde para não ficar doente, evitar gastos com remédios, sempre que quiserem algo e que seus pais precisarem comprar parcelado, ter a compreensão de que essa compra precisa caber no orçamento familiar, entre outras sugestões de economia. Explique-lhes também que conveniência sai caro e tem custo embutido, por exemplo, comprar algo em uma loja de conveniência de um posto de gasolina ou em uma determinada loja do bairro pode trazer economia de tempo, ser mais prático, não precisando de deslocamento para outro lugar, porém paga-se mais caro do que se for comprar em um supermercado ou em uma loja mais distante. Assim, as pessoas que ganham pouco, e/ou não querem pagar mais caro, podem caminhar um pouco mais e usufruir do benefício da economia de dinheiro. Ressalte que deve haver um esforço conjunto, em que um membro da família ajuda o outro, desenvolvendo-se dentro das possibilidades, sem perder a dignidade.
Comente que, infelizmente, ainda é comum as pessoas não falarem sobre dinheiro mesmo entre os moradores de uma mesma casa. No entanto, essa falta de comunicação e de controle pode levar a graves consequências. Espera-se que os estudantes tenham concluído que em uma família todos devem participar, principalmente quando se ganha pouco. Reforce que a família deve ser unida para tentar resolver os problemas juntos, dividindo responsabilidades.
Sugestões de adequação
As apresentações dos grupos podem ser feitas ao mesmo tempo, isto é, leia pergunta por pergunta e peça a cada relator que fale para, depois, passar para a próxima questão. Assim, pode-se ganhar no tempo, apoiar a fala dos relatores que possuem dificuldade na oralidade, além de fazer comparações, em tempo real, entre as diferentes profissões, salários, modos de vida, lazer, tempo e espaço. Deixe as perguntas registradas no quadro para orientar os relatores. Desenhe no quadro as tabelas dos grupos com os dados numéricos preenchidos, para que eles possam se apoiar na hora da apresentação. Ou peça a um estudante alfabetizado para escrever no quadro, enquanto o relator apresenta.
O que aprendemos?
Tempo sugerido:
10 minutos.
Orientações
Passe o vídeo:
O vídeo trata da história da família do Cebolinha que estava em apuros para pagar suas contas. Pause o vídeo no tempo 0:19 min e peça aos estudantes para registrar uma sugestão à família do Cebolinha que resolva o problema das contas a pagar e da falta de dinheiro para a viagem. Quando todos tiverem escrito suas sugestões, passe o restante do vídeo. Faça as perguntas sugeridas e medie uma avaliação coletiva da aprendizagem sobre a organização e o controle dos gastos para resolver problemas de falta de dinheiro. Depois, dê continuidade na avaliação individual, propondo aos estudantes o registro da autoavaliação descrita a seguir.
O que propor?
Sugestão de perguntas para a avaliação coletiva:
Qual foi o pedido que o Cebolinha fez aos seus pais?
Quais as dificuldades que a família do Cebolinha estava passando?
Qual sugestão o Cascão deu para o Cebolinha ajudar os seus pais?
Como acabou a história?
O que fez com que o desejo da família do Cebolinha pudesse ser realizado?
Por que é importante que a família converse sobre suas contas?
Espera-se que os estudantes percebam que o Cebolinha, ao pedir um adiantamento da mesada para comprar os pés de pato que usaria na viagem programada com seus pais, se deparou com o problema familiar de falta de dinheiro para pagar as contas, e, provavelmente, o cancelamento da viagem. Cebolinha queria bolar um plano para ajudar seus pais. Foi quando ele aprendeu com seu amigo Cascão sobre orçamento familiar e que poderia ajudar sua família a economizar e controlar os gastos. Espera-se que os estudantes concluam que a união da família em torno da organização do orçamento familiar foi o que ajudou na economia de dinheiro, resultando na viagem sonhada por eles.
Depois, peça a cada estudante que faça uma autoavaliação, registrando possíveis ações a serem incorporadas, a partir das aprendizagens de hoje, para ajudar seus familiares no orçamento familiar.
Sugestões de adequação
Se não for possível passar o vídeo, faça a descrição do problema enfrentado pela família do Cebolinha por meio de contação de história. Permita que os estudantes que ainda apresentam dificuldade na escrita possam dar suas sugestões oralmente e fazer o registro da autoavaliação em forma de desenho ou esquema.
Envie as perguntas do Contexto e as orientações por e-mail, via Google apresentações ou WhatsApp. Solicite a um adulto responsável pelos estudantes que os ajude na análise e no registro de suas opiniões, depois peça-lhes para enviar suas respostas por áudio pelo WhatsApp. Para os estudos de caso, distribua os estudantes em grupos de WhatsApp e encaminhe a atividade e o texto. Envie junto um áudio com as explicações, pedindo que conversem, façam as discussões das perguntas e preencham a tabela. Oriente-os a fotografarem a tabela preenchida e enviarem a imagem e as conclusões do grupo por WhatsApp. Para apresentação, o relator pode ficar responsável por gravar um áudio e compartilhar as conclusões com os demais grupos da sala. Reúna as informações enviadas pelos grupos e faça a sistematização da aprendizagem digitalmente. Depois, envie para todos os estudantes. Encaminhe o vídeo da história do Cebolinha ou grave um áudio contando a história até o tempo em que deve ser pausado. Peça aos estudantes para fazerem a atividade avaliativa e a encaminharem por meio de texto, desenho ou áudio. Depois, envie o vídeo completo e promova a avaliação coletiva por meio digital. No caso dos estudantes não possuírem acesso à internet, envie tudo de forma impressa e peça-lhes para transcrever os dados numéricos do estudo de caso para a tabela e, depois, devolverem as respostas das perguntas para você. Proceda da mesma forma com a avaliação, enviando a descrição da história por escrito. Nesse caso, encaminhe a história completa e peça aos estudantes para responder às questões.
Este plano de atividade foi elaborado pelo time de autores NOVA ESCOLA.