Plano de Aula
Plano de aula: Vestindo os bebês
Plano 5 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Cuidados pessoais
O que fazer antes?
Contextos prévios:
A atividade consiste em oferecer uma proposta na qual os bebês possam participar ativamente do cuidado de si. Coloque um espelho fixado na parede da sala e disponha colchonetes ou tapetes para tornar o espaço mais agradável e aconchegante para a troca. A brincadeira deve acontecer em um dia quente porque os bebês irão realizar uma troca de roupa. Prepare os materiais antes de iniciar a brincadeira e deixe a disposição tudo o que irá precisar: camisetas, blusas e calçados. Providencie cabides ou ganchos que devem estar fixados na parede para que as crianças organizem suas roupas ou caixas, identificadas com uma foto do bebê, onde eles poderão guardar os pertences.Nesta configuração é importante que haja mais de um professor para a realização da atividade para que todas as crianças tenham apoio. Solicite antecipadamente aos familiares uma fotografia recente do bebê ou o fotografe na escola e imprima a foto.
Materiais:
Espelho, trocas de roupa, colchonetes, almofadas ou tapetes, caixas para a organização das roupas ou cabides.
Espaços:
Nesta atividade o professor deverá organizar um espaço na sala de referência com colchonetes, almofadas, trocas de roupas e tapete, delimitando um local tranquilo e que facilite a visualização no espelho por todos os bebês. Coloque os colchonetes lado a lado de frente para o espelho. Providencie almofadas para o apoio da cabeça dos bebês menores ou para os que necessitam de apoio, se necessário.
Tempo sugerido:
Aproximadamente 40 minutos
Perguntas para guiar suas observações:
1. Como os bebês experimentam as possibilidades corporais na brincadeira? Eles demonstram curiosidade ao realizar a troca de roupas e experimentando diferentes possibilidades?
2. De que modo manifestam seus desejos em serem cuidados? Quais são os gestos, palavras e balbucios que expressam satisfação e bem-estar neste momento?
3. De que maneira os bebês participam dos cuidados pessoais e promoção do seu bem-estar?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança ou do grupo. Organize o espaço para que todas as crianças tenham asseguradas as condições de participar. Auxilie quando necessário, garantindo que todos os bebês estejam em atividade conforme suas preferências, ritmos e possibilidades .
O que fazer durante?

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Organize as roupas em local próximo aos colchonetes de maneira que os bebês tenham acesso. Organize-os em pequenos grupos(de 3 a 4 membros), convide-os a se aproximarem para a brincadeira com as roupas e a explorarem livremente os materiais disponíveis (camisetas, bermudas, saias, blusas, sapatos etc.). Diga como está o clima, se está frio ou calor ou se precisamos colocar ou tirar os casacos. Peça ajuda para as crianças para reconhecerem os pertences delas. Pergunte de quem é cada peça, separando aquelas que reconhecerem os próprios pertences. Incentive a interação entre os bebês, possibilitando que aqueles que têm maior autonomia possam auxiliar os que estão se desenvolvendo. Observe se reconhecem as próprias roupas, como comunicam as descobertas e interagem com os outros bebês neste momento.
Possíveis falas do professor: Vamos brincar com as roupas que trouxemos de casa? Que tal cada um achar sua roupa? Vamos descobrir e separar as de cada um?
Possíveis ações da criança:No momento em que estiver explorando e procurando a própria roupa, o bebê pode sorrir, indicando que reconheceu alguma peça, apontar para o colega ou se inclinar para frente ou para trás, indicando que sabe que aquela roupa não é dele. Outro bebê pode demonstrar espanto ao não reconhecer as próprias roupas.
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Após o momento de interação com os colegas e de descoberta e exploração, selecione com os bebês as roupas nas caixas ou cabides com as fotos. Mostre para que eles identifiquem o local a ser separado com os próprios pertences. Incentive-os a colocarem as roupas nas caixas ou cabides correspondentes. Convide as crianças a organizarem as roupas que identificaram como delas dentro das caixas a própria foto. Em pequenos grupos, nomeie as peças de roupas com os bebês enquanto guardam na caixa ou cabide. Inicie este momento auxiliando os bebês menores que não andam ou não sentam entregando as roupas nas mãos deles, começando a organização da caixa ou cabide e depois incentivando a fazerem sozinhos e aos poucos esta ação. Mescle as ações individuais e coletivas.
Possíveis ações da criança:Algum bebê poderá nomear a peça de roupa, outro esticará as mãos em sinal de querer se vestir ou se inclinar para que a professora o vista.
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Convide as crianças para o momento da troca de roupa de acordo com o clima, para que a brincadeira faça sentido. Converse com os bebês sobre a temperatura e a necessidade de se vestir ou de se trocar com uma roupa mais agradável ao depender do dia. Incentive-os a pegarem as roupas na caixa e possibilite que possam explorar os tecidos, descobrindo as maneiras de vestir cada peça. Faça da troca um momento de descoberta, no qual os bebês possam reconhecer e identificar as partes da roupa e do próprio corpo através do olhar e do toque. Observe como eles experimentam as possibilidades corporais na brincadeira e como participam desse momento de cuidado com o próprio corpo. Incentive diferentes possibilidades ao realizar a troca de roupas.
Possíveis falas do professor:Vamos brincar e descobrir quais roupas usaremos para a troca hoje? Qual roupa devemos usar no calor?
Possíveis ações da criança:As crianças poderão manusear os artefatos que fazem parte do momento da troca, como roupas, sapatos e meias. Elas podem participar de um rico momento de exploração e descoberta, escolhendo e manuseando a roupa que desejam colocar, mexendo nos botões, no zíper e no velcro, se tiver.
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Após o momento da troca, convide os bebês a se olharem no espelho. Proponha que comparem a roupa que estão vestindo, observando a imagem refletida e admirando as dos colegas. Possibilite que os bebês comuniquem através de gestos e balbucios o que vêem no espelho. Aproveite para realizar a documentação pedagógica e registrar as ações deles em diante das descobertas em frente ao espelho.
Possíveis ações da criança: O bebê pode observar e explorar o próprio reflexo no espelho através de diferentes perspectivas: olhando a si mesmo, ao colega ou admirando-se.
Para finalizar:
Diga aos bebês que a brincadeira acabará em alguns minutos e que os materiais serão organizados. Conte qual será o próximo passo na rotina. Isso acalma as crianças e faz parte da partilha do planejamento, possibilitando a participação mais efetiva dos bebês nas atividades. Convide-os a recolher as roupas que não usaram na troca e a guardá-las novamente.
Desdobramentos
Sempre considere a realização de atividades de cuidados pessoais em situações cotidianas. Realize esta atividade novamente para anteceder o horário do banho. Aproveite para fazer com os bebês a organização das roupas para o pós-banho. Considere manter um cabide ou uma caixa com a foto de cada bebê e contendo as roupas dele. Dessa forma, ele poderá escolher de acordo com as próprias preferências, brincar de se vestir e organizar os próprios objetos autonomamente.
Engajando as famílias
Faça um convite às famílias para que envolvam as crianças no momento da troca de roupa em casa, enriquecendo as experiências sensoriais e táteis e ampliando os cuidados com o corpo e bem-estar. Para isto, compartilhe a ideia do cabide ou caixa contendo as roupas das crianças e do uso do espelho, para que elas possam escolher as peças de roupas que irão vestir. Na reunião de pais, traga as fotos de registro da atividade para exemplificar a proposta desenvolvida e conversar sobre o desenvolvimento e autonomia de cada bebê, valorizando a participação deles.
Vestindo os bebês
Apresente a proposta
Selecione previamente fotos de camiseta, bermuda, vestido, sapato, dentre outras peças para vestir, e compartilhe pela plataforma de comunicação com as famílias. Grave um breve vídeo mostrando a roupa que mais gosta de vestir. Conte para eles que todos temos nossas preferências. Se quiser, pode contar, também, uma história relacionada ao seu jeito de ser, associando as ideias. Encerre com o convite:
- Que tal fazerem aí uma brincadeira bem bacana com as roupas da família?
Adaptações necessárias
Convide para que selecionem algumas roupas, acessórios e sapatos, de cada membro da família, e uma troca de roupas completa do bebê, colocando tudo em uma caixa que seja acessível. Na falta do espelho, como sugerido no plano, o familiar acompanha o processo funcionando como espelho ao nomear os objetos, ações, reações etc.
Sugira às famílias
Convide os familiares a deixarem o bebê livre para explorar a caixa com os pertences da família. Oriente que ajudem no reconhecimento de cada peça, bem como na nomeação delas. Esclareça que é interessante ir separando os pertences do bebê no decorrer desse processo. Proponha que seja divertido: os maiores vibram ao ir e vir, entregando para os familiares que estão ali envolvidos nos pertences. Os menores acompanham o processo, balbuciando, apontando, participando, sempre de acordo com as próprias possibilidades. Na hora que estiverem se vestindo, o bebê pode ajudar o adulto. Quando ele fizer tentativas nesse sentido, oriente que o familiar valide as iniciativas e ajude, se necessário. Informe que essa brincadeira é um momento de descoberta onde o bebê pode se identificar através do olhar e do toque na interação com os familiares. Uma valiosa oportunidade para estreitar os laços afetivos.
Para compartilhar com o grupo
Convide as famílias a realizarem a brincadeira e enviarem o registro (foto, vídeo, áudio etc.), se possível, desses momentos valiosos. Reúna-os e compartilhe com as demais famílias, para que se sintam estimuladas a participarem também. Quando o período de isolamento social terminar, organize um mural com imagens da atividade em família e exponha na escola. Esse será um valioso recurso, ao evocar memórias afetivas de casa, fazendo conexão com a escola e apoiando o processo de readaptação.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor: Djenane Martins Oliveira
Mentor: Adriana Vidaletti
Especialista do subgrupo etário: Ana Teresa Gavião
Campos de Experiência: O Eu, O Nós e O Outro; Corpo, Gestos e Movimentos; Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação
Objetivos e códigos da Base
(EI01EO05) Reconhecer seu corpo e expressar suas sensações em momentos de alimentação, higiene, brincadeira e descanso.
(EI01EF06) Comunicar-se com outras pessoas usando movimentos, gestos, balbucios, fala e outras formas de expressão.
(EI01CG02) Experimentar as possibilidades corporais nas brincadeiras e interações em ambientes acolhedores e desafiantes.
Abordagem didática: São momentos cotidianos imprescindíveis que possibilitam a construção de hábitos, a prevenção de doenças e, consequentemente, a promoção da saúde e bem estar. Ademais, por meio do olhar atento e da conversa, o vínculo afetivo é construído e o bebê, ao ser cuidado, constrói uma imagem de respeito consigo e com o outro. Neste sentido, mesmo as mais velozes situações de cuidado, como lavar as mãos, ou as mais morosas, como um banho (que podem ser acompanhadas por música ou brincadeira), devem ser planejadas para garantir o cuidado entrelaçado com o prazer, a construção do auto cuidado e a aprendizagem de bons hábitos.