Plano de Aula
Plano de aula: Coleções a partir de materiais trazidos de casa
Plano 3 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Resolução de problemas com coleções
O que fazer antes?
Contextos prévios:
Organize um momento em que as crianças escolham um tipo de objeto a ser coletado para construir uma coleção. Esses objetos podem ser tampinhas, garrafas plásticas, potinhos, figurinhas etc. Além de pedir às famílias para que contribuam com essas coleções, prepare uma caixa de coleta desses materiais (a ser deixada na entrada da escola para que funcionários e famílias de outras turmas também possam fazer doações para a coleção). Essa caixa pode estar acompanhada de um cartaz (que pode ser elaborado com as crianças) que explica o motivo da arrecadação dos objetos. Após a coleta, conte o número de objetos que vocês conseguiram arrecadar e tenha esse número consigo.
Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:
1 . Construindo uma coleção com objetos do parque
2 . Explorações e classificações de coleções feitas pelas crianças
3. Construção de coleções a partir de materiais trazidos de casa
4. Contagem e registro a partir de coleções
5. Organizando de uma exposição de coleções feitas pelas crianças
Materiais:
Uma caixa para coleta dos objetos que as crianças escolheram colecionar e os objetos que formarão a coleção (conforme descrito nos contextos prévios desta atividade). Para o engajamento com as famílias, confeccione o cartaz pedindo a estimativa de objetos, a urna (que pode ser uma caixa de sapatos) e folhas e canetas para compor as cédulas nas quais as famílias farão as estimativas.
Espaços:
A atividade pode ser feita na sala de referência das criança.
Tempo sugerido:
Aproximadamente uma hora.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Quais são as brincadeiras que as crianças inventam com os objetos da coleção? Quais explorações essas brincadeiras envolvem?
2. Como as crianças exploram esses objetos? Exploram cheiros, barulhos, cores, características topológicas para suas explorações (objetos que rolam, giram, quicam, etc.)?
3. Como as crianças contam os objetos? Elas fazem correspondência termo a termo? Percebem a contagem como estratégia para solução de um problema? Elas conseguem estimar que números grandes se relacionam a quantidades maiores?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Esteja atento para que todas possam explorar os objetos à sua maneira e para que percebam as características deles não só pelo tato ou pela visão, mas pelo olfato e pela audição (por exemplo, se forem tampinhas, cheirá-las, ouvir o estalo que elas fazem ao bater umas nas outras, o barulho que fazem quando caem no chão, seus formatos, cores e materiais diferentes, etc.). Também incentive que elas colaborem entre si nas estratégias de contagem e expressem suas ideias sobre números e quantidades de diversas formas.
O que fazer durante?

1
Reúna todas as crianças em grande grupo e inicie um diálogo sobre a coleta dos materiais que escolheram para colecionar. Levante algumas questões sobre o tema: Tivemos muitas contribuições para nossa coleção! Vocês acharam difícil encontrar os materiais? Onde vocês conseguiram encontrá-los? Quem ajudou vocês a encontrar esses materiais? Você se lembra quantos você conseguiu encontrar? Como eles eram?. Deixe que as crianças se expressem e converse com elas sobre dificuldades e facilidades do trabalho, bem como sobre o processo de busca e de investigação para coletar os objetos.
2
Diga para as crianças que elas poderão explorar os objetos que foram coletados. Espalhe os materiais no centro da roda e convide-as para brincar com tudo o que foi arrecadado.
Possíveis ações das crianças neste momento: as crianças vão começar a brincar com os materiais e podem surgir diferentes explorações dessas brincadeiras, portanto, incentive-as! Por exemplo, se forem tampinhas, as crianças podem começar a empilhá-las e perceber que tampinhas mais largas e altas, quando empilhadas, podem formar pilhas maiores, ou que algumas tampinhas maiores podem se encaixar umas nas outras etc.
3
Conforme as brincadeiras forem acontecendo, peça permissão dos pequenos para participar dessas brincadeiras e incentive novas explorações dos objetos com novas interações sensoriais (cheirar, raspar, bater ou batucar os objetos). Quando você perceber que as crianças já exploraram bastante os materiais, chame atenção da turma para que reúnam os objetos em um monte no centro da roda, para poderem conversar sobre eles em grande grupo.
4
Em grande grupo, inicie um diálogo com a turma sobre as explorações que as crianças fizeram. Peça aos pequenos falem sobre as brincadeiras que fizeram, sobre as explorações que realizaram, sobre os parceiros da brincadeira etc. Se quiserem, eles poderão até ensinar para as outras crianças as brincadeiras que inventaram! Com base na conversa, inicie alguns diálogos sobre as semelhanças e diferenças entre os objetos, comparações que puderam ser feitas, quem brincou com quem etc.
5
Chamando atenção para os objetos no centro da roda, desenvolva problematizações envolvendo quantidades: “Temos muitos ou poucos objetos aqui?”, “Como podemos saber quantos objetos conseguimos juntar?”. Deixe que as crianças elaborem suas hipóteses e as expressem. Caso alguma criança sugira a contagem para solucionar a questão, peça para que ela conte os materiais. Você pode sugerir a contagem, mas somente se nenhuma criança levantar essa possibilidade.
Possíveis falas e ações da criança neste momento: as criançaspodem também levantar hipóteses sobre a quantidade dizendo números aleatórios: um milhão, mil, cem, dez, etc., o que é normal que aconteça. A intenção aqui é que elas percebam esse grande número de objetos e que ele representa uma grande quantidade. Incentive que colaborem entre si para falar de quantidades e, caso necessário, intervenha nas contagens, contando junto com as crianças. Caso consigam contar os objetos, executem essa ação. Caso exista um número muito grande de materiais, diga que previamente você já conferiu quantos foram selecionados e fale o número que contou (dependendo do objeto, pode ser que consigam mais de 1000 exemplares!).
Para finalizar:
Pergunte às crianças se elas gostariam de brincar mais com os objetos recolhidos. Em caso de afirmativo, deixe que brinquem mais e incentive que ensinem umas às outras as brincadeiras que inventaram e que criem outras com os objetos. Após as brincadeiras, avise às crianças que elas terão mais cinco minutos para guardar os objetos e iniciar outra atividade. Proponha maneiras divertidas de elas guardarem os objetos de acordo com as classificações, como: Primeiro vamos guardar os objetos verdes! Onde eles estão? Muito bom! Agora vamos guardar os objetos maiores! Quais são os objetos maiores? Agora vamos guardar os mais miúdos! Os pequeninos! Quais são eles?
Desdobramentos
Junto das crianças, escreva um bilhete em forma de cartaz agradecendo àqueles que colaboraram com a arrecadação dos objetos para a coleção e coloquem-no na porta da sala. Construa também uma tabela em um cartaz (fruto de uma escrita coletiva) em que estejam registradas as quantidades de objetos que conseguiram coletar. Essa tabela ficará na sala e poderá incluir características especiais do objetos, como “X objetos brilhantes”, “Y objetos coloridos” e “Z objetos ásperos”. A coleção também pode ser permanente e, ao longo de um tempo, pode sempre ser acrescida de novos objetos, a serem anotados na tabela. A cada semana vocês podem revisar as anotações sobre quantos elementos já têm e verificar quantos tinham, quantos receberam etc.
Engajando as famílias
Deixe os objetos agrupados na entrada da sala em um recipiente transparente e deixe um cartaz ao lado, explicando que esses foram os objetos coletados pela turma e que gostariam que as famílias tentassem estimar quantos objetos conseguiram arrecadar. Deixe junto da caixa uma urna em que os familiares poderão depositar os palpites, papel e caneta, para que possam anotar a quantidade estimada. Após alguns dias, é revelado o número certo e as estimativas podem ser expostas junto desse cartaz.
Coleções a partir de materiais trazidos de casa
Apresente a proposta
Para essa proposta, convide os familiares para conversarem com as crianças sobre os possíveis elementos que irão compor a coleção da turma. Elabore um formulário Google (disponível aqui) com as principais opções sugeridas por eles e coloque-as em votação digitalmente.
Crie um clima de suspense em torno de qual será esse material. Grave um áudio ou vídeo contando o resultado, instigando nos alunos a curiosidade e desejo de participação na proposta. Antecipe que levarão os resultados para escola posteriormente, onde darão continuidade na proposta. Convide:
- Que tal separarem em casa esse material para compor a coleção da turma?
Envie as orientações pela plataforma que estão usando em sua rede ou pelo Whatsapp.
Adaptações necessárias
As famílias serão convidadas a participarem junto com as crianças desse processo de composição da coleção com materiais trazidos de casa. Para isso, oriente que usem o que tiverem disponível nesse momento, seguindo as orientações do plano. Conforme você envia, reitere que acompanhem as crianças, para que as manipulações sejam seguras.
Peça para guardarem os materiais em um saquinho ou caixa, assim, poderão brincar, explorar e levar para escola no retorno às aulas presenciais, aprofundando a proposta.
Sugira às famílias
Oriente os familiares para favorecerem a organização dos elementos naturais disponíveis, destacando semelhanças e diferenças de forma leve, prazerosa e fazendo descobertas interessantes juntos. Sendo assim, oriente que conversem com as crianças, sendo parceiros delas. Sugira que auxiliem-nas e perguntem para você, caso tenham dúvidas no decorrer da proposta. Sugira situações como a que está no plano, porém, considere o contexto domiciliar de cada aluno.
Para compartilhar com o grupo
Solicite que as famílias enviem os registros que fizeram para você socializar com as demais, para que todas se sintam estimuladas a fazerem. No retorno, peça para enviarem esses elementos para você compor a coleção da turma e ampliar as explorações na escola. Além disso, organize seus registros e elabore uma exposição da forma que costumam fazer na escola. Isso irá facilitar a readaptação através das memórias afetivas evocadas por essas experiências que as crianças tiveram em casa.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor: Evandro Tortora
Mentor: Nilcileni Aparecida Ebani Brambilla
Especialista do subgrupo etário: Karina Rizek
Sugestão de idade: 3 anos.
Campos de Experiência: Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações; O Eu, o outro e o nós.
Objetivos e códigos da Base
EI02ET05) Classificar objetos, considerando determinado atributo (tamanho, peso, cor, forma etc.).
(EI02ET07) Contar oralmente objetos, pessoas, livros etc., em contextos diversos.
(EI02EO03) Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da mesma faixa etária e adultos.
Abordagem didática: É comum as crianças selecionarem e acumularem objetos, como uma coleção sem critérios: potinhos de diferentes cores e tamanhos, folhas de plantas e pedras encontradas pelo chão etc. Aproveitar esse movimento que surge das explorações e interesses delas para criar uma sequência de atividades com diversas intencionalidades de aprendizagem pode ser uma maneira de o professor tornar as propostas ainda mais significativas para as crianças. Elas podem ser convidadas a recolher elementos, inicialmente de maneira aleatória para, depois, selecioná-los, classificá-los, conversar a respeito deles e reorganizar uma coleção.