Contexto - documentos
Plano de Aula
Plano de aula: Resistência de escravizados: petições e acordos por melhores condições de vida ou liberdade (XVIII-XIX)
Plano 3 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Africanos e indígenas no final do período colonial
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF08HI14 de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários: Data show para projetar as imagens e textos. Se não houver esta possibilidade, levar a cópia impressa das imagens e dos textos.
Material complementar:
Contexto - documentos:
Problematização - documentos para análise dos grupos:
Problematização - Expectativa de resposta dos grupos:
Para que os alunos aprendam a interpretar fontes históricas, é muito importante que você não forneça a eles as informações básicas sobre a fonte histórica antes da leitura de cada uma delas. Não comece a aula com uma exposição sobre o contexto histórico destes documentos, pois isso os impediria de construir o Contexto com base nas fontes, que é o objetivo central da aula de História.
Objetivo
Tempo sugerido: 2 minutos
Orientações: Apresente o objetivo aos alunos, escrevendo-o no quadro ou lendo-o para a turma. Se estiver fazendo uso do projetor, apresente esse slide e faça uma leitura coletiva. É muito importante começar com a apresentação do objetivo para que os estudantes entendam a proposta e compreendam qual a expectativa de aprendizado ao fim da aula.
Contexto
Tempo sugerido: 8 minutos
Orientações:
Leia a frase com a turma e observe a imagem. Depois, faça as seguintes provocações iniciais:
- A escravidão foi uma instituição que vigorou no Brasil por mais de três séculos. O que a frase aponta sobre a escravidão?
- O que significa resistir à escravidão?
- Cite algumas formas de resistência à escravidão praticadas no Brasil colonial:
Espera-se que os alunos identifiquem que a frase trata sobre a resistência à escravidão, indicando que, em qualquer lugar onde houve escravidão, seja ela de negros africanos ou de indígenas, houve resistência. Resistir à escravidão significa tentar conquistar a liberdade, garantir melhores condições de vida ou desobedecer ordens, mantendo suas crenças e cultura. Espera-se que os alunos citem formas de resistência de diferentes impactos: praticando religiões de origem africana, jogando capoeira, promovendo festejos (congado, reisado, jongo), desobedecendo, fazendo corpo mole no trabalho, quebrando ferramentas, incendiando plantações, suicidando-se, agredindo feitores e senhores, organizando revoltas, negociando melhores condições de vida e trabalho, fugindo sozinhos ou com companheiros, formando quilombos, dentre outras possibilidades. Vale lembrar que o escravizado era um “bem precioso” e sabia disso. Logo, suas estratégias de resistência poderiam transitar entre o embate aberto e coletivo e as micro-resistências individuais cotidianas.
Caso não seja possível projetar a frase e as imagens, leve-as impressas.
Fonte da imagem: Wikimedia. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e0/Obaluaye_no_Opanij%C3%A9_Orossi.JPG. Acesso em 27/04/2019.
Fonte da imagem: Wikimedia. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/27/Juliao12.JPG. Acesso em 27/04/2019.
Fonte da imagem: Impressões Rebeldes - Universidade Federal Fluminense. Disponível em: http://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/?revoltas_categoria=1685-quilombo-dos-palmares-pernambuco. Acesso em 27/04/2019.
Fonte da imagem: Wikimedia. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/51/CapoeiraEarle_02.JPG. Acesso em 27/04/2019.
Como adequar à sua realidade: Caso você esteja em uma região em que haja quilombos ou festividades referentes a cultura afro-brasileira, utilize suas referências para realizar esta discussão e reflexão junto a sua turma.
Para você saber mais:
REIS, João José e SILVA, Eduardo. Negociações e Conflito; a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
REIS, João José. Revoltas Escravas. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz; GOMES, Flávio dos Santos (Orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. Editora Companhia das Letras, 2018. p. 392.
Contexto
Orientações:
O trecho do livro de Laura de Mello e Souza que trata de escravizados que buscavam as autoridades para clamar por justiça. Após a leitura do trecho, faça os seguintes questionamentos:
- Sobre o que trata o trecho?
- O que levava alguns libertos a serem reescravizados?
- O que esses negros libertos faziam quando eram reescravizados?
- De acordo com o trecho, como era a justiça nesses casos?
Espera-se que os alunos identifiquem que o trecho comenta sobre um tipo de resistência: recorrer às autoridades (Justiça) em situações como a de reescravização de negros libertos. Muitas vezes, por engano (ao serem confundidos com outro escravizado, capturados por capitães do mato, presos quando não portavam sua carta de alforria…) ou por má-fé (para atender às vontades de traficantes, capitães do mato e senhores de escravos) alguns libertos eram reescravizados. Nessa situação desesperadora, visto que já haviam conquistado ou comprado sua carta de alforria, muitos libertos recorriam às autoridades, entrando com processos na Justiça. Porém, segundo o texto, a Justiça era lenta e quase sempre falha.
Caso não seja possível projetar o texto, leve impresso.
Fonte: SOUZA, Laura de Mello e. Opulência e miséria nas Minas Gerais. São Paulo: Brasiliense, 1997. p. 62. (Tudo é História)
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos
Orientações:
A proposta da aula é dividir a turma em grupos menores para que cada grupo analise um documento que apresenta um tipo de resistência à escravidão: proposta de acordo, testamente e requerimento individual e coletivo à Assembleia Constituinte. Ao todo, são quatro documentos a serem analisados.
Os textos para análise dos grupos estão disponíveis nesse documento:
Gabarito para o professor - Resposta das questões analisadas pelos grupos:
Sugestão Complementar: Caso tenha maior disponibilidade de tempo de trabalho com a turma, peça para que os grupos troquem os documentos entre si, de modo que todos terão acesso ao conjunto de casos estudados.
Sistematização
Tempo sugerido: 20 minutos
Orientações:
Leia os trechos com a turma e peça que analisem a manifestação do deputado da Assembleia Constituinte (Costa Aguiar) e a decisão final do Imperador D. Pedro I, ressaltando que essas eram algumas possibilidades de respostas aos requerimentos naquele momento histórico - logo após a independência do Brasil e na ausência de uma Constituição.
Em seguida, solicite aos alunos que discutam e elaborem, em grupos menores (os mesmos formados anteriormente), possíveis respostas para o requerimento de Maria Joaquina, para o Tratado de Paz proposto pelos trabalhadores do engenho e para o requerimento coletivo de Inácio Rodrigues e outros escravizados. Quanto ao Testamento, proponha ao grupo uma reflexão sobre sua viabilidade.
Algumas proposições poderão nortear esta etapa de atividades:
- No caso do requerimento à Assembleia Constituinte, qual seria o posicionamento do governo imperial diante do pedido da escravizada: acolheriam seu pedido e garantiriam a ela a liberdade combinada com sua senhora ou apoiaria Felizarda Querubina em sua decisão de manter Maria Joaquina na condição de escravizada?
- Quanto ao Tratado de Paz proposto pelos escravizados trabalhadores do engenho baiano, qual seria a resposta de seu senhor: atenderia parcial ou totalmente às solicitações ou recusaria os pedidos feitos?
- E no caso do requerimento coletivo, qual seria a decisão final: o pedido de assistência gratuita seria concedido pela Assembleia, a decisão em primeira instância seria respeitada até a decisão em instância superior ou o direito à propriedade de Águeda Caetana estaria acima da benevolência da Assembleia nesse momento?
- Quanto ao Testamento, o fato de ser um liberto deixando bens (por meio de um procurador visto que não sabia assinar) poderia ser questionado após sua morte, pondo em dúvidas sua garantia ao direito de propriedade? Ele poderia correr riscos em relação a essa garantia?
É importante lembrar os alunos da necessidade de considerar em suas decisões que o sistema escravista permaneceu vigente no Brasil até o ano de 1888 e que tais decisões são individuais, não eliminando a estrutura da escravidão - ou seja, não garantindo abolição da escravatura.
Após a produção em grupos menores, solicite que os alunos comentem o que foi discutido no grupo e qual a decisão em relação aos pedidos feitos pelos escravizados.
Fonte: RODRIGUES, Jaime. Liberdade, humanidade e propriedade: os escravos e a Assembléia Constituinte de 1823. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 39, 1995. p. 164 e 166. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/72079 Acesso: 09/05/2019.
Sugestão complementar: Solicite que os estudantes organizem uma exposição com o nome: “Onde houve escravidão houve resistência”, composta por cartazes com desenhos, fotografias e frases representando os diferentes modos de resistência a escravidão, focando nas petições à Justiça, acordos com senhores e modos de solidariedade entre cativos e libertos. Exponha este material em algum espaço adequado da sua escola e organize a turma para explicar sobre este trabalho às pessoas que visitarem a exposição.
Materiais complementares
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: PDF com documentos de texto, imagens, áudio ou vídeo, com orientações do professor.
- Optativas: Google Sala de Aula, Google Meets, Padlet, Google Apresentações.
Contexto
Encaminhe o objetivo da aula, as fontes propostas e os questionamentos sobre elas. Utilize o meio que for mais adequado à sua realidade, por escrito, via e-mail, Whatsapp, Facebook, Google Sala de Aula etc.
Para facilitar a interpretação das fontes pelos estudantes de forma autônoma, algumas questões propostas no plano original foram alteradas ou excluídas, bem como novas questões podem ter sido incluídas neste material. Faça uso dos questionamentos da maneira que considerar mais eficiente para a turma.
- A escravidão foi uma instituição que vigorou no Brasil por mais de três séculos. O que significa resistir à escravidão? Cite algumas formas de resistência à escravidão praticadas no Brasil colonial.
- O que levava alguns libertos a serem reescravizados?
- O que essas pessoas faziam quando eram reescravizadas?
- De acordo com o texto, como era a justiça nesses casos?
Estabeleça um prazo para que os estudantes reflitam, enviem as respostas e debatam. Eles podem encaminhá-las por escrito, áudios ou vídeos, no próprio grupo da sala.
Outra alternativa para este momento é marcar uma aula síncrona com a turma, para ouvir as respostas e fazer um debate, enquanto esclarece dúvidas e acrescenta informações.
Problematização
Nesta etapa da aula, a proposta é dividir a turma em grupos para que cada grupo receba uma fonte, acompanhada dos questionamentos para a análise. Para trabalharem agrupados, eles podem se comunicar por Whatsapp, e-mail, Facebook ou qualquer outra ferramenta. O importante é que troquem informações e se auxiliem na análise das fontes. Você pode deixar que se agrupem livremente ou pode dividí-los em duplas, trios ou grupos produtivos, de acordo com seu conhecimento sobre a turma.
Se você estiver utilizando o Google Sala de Aula, é possível criar atividades diferentes e distribuí-las para os alunos, de maneira bastante simples, mas você também pode fazer isso via e-mail, Whatsapp, Facebook etc.
Na aba materiais e atividades deste plano de aula, você encontra os textos em formato PDF, acompanhados dos respectivos questionamentos, e um segundo arquivo, com as respostas esperadas para as questões.
Estabeleça um prazo para que os alunos enviem as respostas aos questionamentos, escritas ou através de áudios e vídeos. Você pode encaminhar pequenos áudios ou vídeos esclarecendo dúvidas, chamando a atenção para informações presentes nas fontes que os alunos possam não ter percebido, e acrescentando informações.
Outra possibilidade é agendar um momento síncrono para que os alunos possam compartilhar as respostas com você e o restante da turma.
Sistematização
Na atividade de sistematização, os alunos podem continuar trabalhando agrupados. Cada grupo pode fazer a produção proposta de acordo com a fonte que analisou na sistematização. Eles podem enviar as produções no grupo da turma ou postá-las em mural no Padlet, para que os colegas possam ver e comentar.
Outra possibilidade pode ser propor que os grupos expliquem sobre o tipo de resistência que encontraram nas fontes e, depois, produzam um texto coletivo, ou cartaz coletivo no Google Apresentações, sobre os tipos de resistência discutidos durante a aula.
Convite às famílias
Incentive os estudantes a compartilharem as criações com os familiares e amigos através das redes sociais.
Caso haja interesse, as famílias podem assistir aos episódios do documentário História do Brasil por Bóris Fausto, disponíveis no site da Tv Escola, que apresentam de maneira bastante didática, os principais aspectos de todos os períodos da História do Brasil (disponível aqui).
O site Era Virtual disponibiliza visitas virtuais a vários museus brasileiros, o que pode enriquecer muito o aprendizado da História de nosso país (disponível aqui).
O Documentário “Retornados”, disponível no site da Tv Escola, mostra histórias de ex-escravizados que retornaram à Africa e que desempenharam papel importante na formação das sociedades africanas e brasileiras (disponível aqui).
Links pra tutoriais sobre as ferramentas propostas neste plano
Google Sala de Aula (como criar e postar atividades).
Google Sala de Aula (como criar uma turma).
Google Drive (como organizar pastas).
Google Meet (como criar uma reunião online).
Padlet (como usar).
Google Apresentações.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Guilherme Fraga
Mentor: Bianca Silva
Especialista: Sherol dos Santos
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 8º ano do Ensino Fundamental
Unidade temática: Os processos de independência nas Américas
Objeto (s) de conhecimento: A tutela da população indígena, a escravidão dos negros e a tutela dos egressos da escravidão
Habilidade(s) da BNCC: (EF08HI14) Discutir a noção da tutela dos grupos indígenas e a participação dos negros na sociedade brasileira do final do período colonial, identificando permanências na forma de preconceitos, estereótipos e violências sobre as populações indígenas e negras no Brasil e nas Américas.
Palavras-Chave: Resistência; escravidão; escravizados
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