Carta de um viajante
Plano de Aula
Plano de aula: As trocas comerciais entre os impérios africanos e o Oriente Próximo
Plano 5 de uma sequência de 5 planos. Veja todos os planos sobre Mercantilismo
Sobre este plano
Este slide em específico não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que fazem parte do trabalho com a habilidade EF07HI13, de História, que consta na BNCC. Como a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de todo o ano, você observará que ela não será contemplada em sua totalidade aqui e que as propostas podem ter continuidade em aulas subsequentes.
Materiais necessários: Quadro, giz, papel sulfite ou de caderno, lápis de cor.
Material complementar:
Carta da Descrição da África pelo viajante Leo Africanus - https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/r2mQqUTuR8cwnzsnPAD4v5DpThUS74zJBtdsfWMNjuBAGETcPendecVwZ79q/his7-13un05-carta-de-um-viajante.pdf
Carta (fonte) para os professores:
Contexto para impressão:
Para você saber mais:
Mercantilismo
O conceito de mercantilismo que se tem não é necessariamente comum a todos os teóricos, mas, sim, o mais aceito entre os mesmos. Este termo, então, compreende um conjunto de ideias e práticas econômicas dos Estados da Europa Ocidental entre os séculos XV e XVIII, voltadas para o comércio e, como fator predominante, o controle da economia pelo Estado. Caracteriza-se principalmente pela balança comercial favorável, protecionismo alfandegário e pacto colonial. Desta forma, é o conjunto de diferentes práticas e teorias econômicas do período do Absolutismo europeu.
Hibridismo
Termo utilizado para descrever as características religiosas, culturais, religiosas e das múltiplas identidades que coincidem e se misturam em um mundo globalizado. Peter Burke (2003) fala em hibridismo cultural, social, religioso, musical, dentre outros, que podem ser encontrados em todas
as partes do mundo em diferentes práticas culturais.
Objetivo
Tempo sugerido: 3 minutos.
Orientações:
O docente deve deixar os alunos em dupla desde o início da aula, já que farão a sistematização junto a um colega.
Ao falar sobre Mercantilismo, comumente remete-se às ações dos europeus sobre o mundo atlântico, entretanto, apesar de ter se desenvolvido no continente europeu, também teve influência no modelo asiático, e pode ser observado nas trocas comerciais entre os povos muçulmanos e africanos. Para tratar sobre as lógicas mercantis, é preciso deixar claro aos alunos que também é necessário fazer um contraponto com o Oriente, já que grande parte das trocas comerciais aconteciam com o Oriente, e que durante a aula, a reflexão se pautará neste objetivo apresentado.
Para você saber mais:
Mercantilismo
O conceito de Mercantilismo que se tem não é necessariamente comum a todos os teóricos, mas, sim, o mais aceito entre os mesmos. Este termo, então, compreende um conjunto de ideias e práticas econômicas dos Estados da Europa Ocidental entre os séculos XV e XVIII, voltadas para o comércio e, como fator predominante, o controle da economia pelo Estado. Caracteriza-se principalmente pela balança comercial favorável, protecionismo alfandegário, e pacto colonial. Desta forma, é o conjunto de diferentes práticas e teorias econômicas do período do Absolutismo europeu.
Contexto
Tempo sugerido: 7 minutos.
O tempo sugerido refere-se a este slide e ao subsequente.
Orientações:
Ao apresentar a fonte em questão, o professor deve sempre comparar aos mapas já conhecidos e utilizados pelos alunos, o que estará presente também nas questões a ser realizadas no próximo slide. Pode-se ressaltar a materialidade destes mapas, que eram feitos de tecido, e com pigmentos, que se tornavam tintas para as pinturas. Se for possível dar zoom na imagem, é possível perceber os detalhes da pintura.
Descrição da fonte:
A fonte apresenta parte de um Atlas Catalão, criado no século XIV para guiar os viajantes ao redor do mundo então conhecido, centrando-se principalmente no Mediterrâneo. Encontra-se representando o Norte da África a figura principal de Mansa Musa, rei de Tombuctu à época e considerado por muitos a pessoa mais rica da História (ver revista Galileu no “Para saber mais”). Também apresenta viajantes em camelos, animal muito utilizado nas rotas de comércio transaarianas, por aguentar altas temperaturas e cargas. Os pequenos vilarejos descritos são representados como castelos medievais, mas não se pode afirmar que estes realmente tinham as mesmas características. O Atlas é um dos mais conhecidos do período medieval e ocupa um importante lugar no acervo da Biblioteca Nacional da França. Este mapa ajuda a identificar as rotas que serão descritas na carta contida na Problematização.
Adaptando ao Contexto:
Caso não haja a possibilidade de projetar para os alunos, o professor pode imprimir e entregar para que analisem, ainda que seja em preto e branco.
Contexto para impressão:
Fonte:
CRESQUES, Abraham. Detail from the Catalan Atlas Sheet 6 showing Mansa Musa - 1375. Wiki Commons, 2019. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Catalan_Atlas_BNF_Sheet_6_Mansa_Musa.jpg>. Acesso em: 23 jan. 19.
Para saber mais:
REVISTA GALILEU. Conheça Mansa Musa, o homem mais rico de todos os tempos, 28 de novembro de 2017. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2017/11/conheca-mansa-musa-o-homem-mais-rico-de-todos-os-tempos.html>.
Acesso em: 23 jan. 19.
Contexto
Tempo sugerido: 7 minutos.
Orientações:
Com base na descrição da fonte realizada no slide anterior, o professor deve direcionar os alunos a entender a importância da fonte histórica em questão para entender as relações entre Ocidente e Oriente, e também a relevância das trocas comerciais na África, mesmo antes do protagonismo europeu. A questão das características dos locais descritos pode estar associada à representação com base na visão europeia, mas é importante deixar claro que não necessariamente os vilarejos eram semelhantes aos castelos medievais europeus, e que houve uma História Medieval para além dos padrões europeus. O Contexto também será utilizado para realizar um contraponto na Problematização, em que aparece outra forma de descrever um local além dos mapas, o que os alunos devem perceber ao longo das discussões.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
O tempo sugerido refere-se a este slide e ao subsequente.
Orientações:
Antes de adentrar no conteúdo da fonte apresentada, é interessante perguntar aos alunos se eles conhecem algumas fontes possíveis para compreender a História, ainda mais de um período tão distante em que não havia fotografias, jornais, televisão etc. Isso porque a fonte apresentada é uma carta, que na atualidade já não faz mais parte do cotidiano dos alunos, mas é uma fonte rica para compreender a História e suas nuances. Feito isso, o professor pode ler a carta para os alunos ou imprimir para que cada um tenha uma cópia, que é o ideal.
Descrição da fonte:
A carta é datada de 1526, período em que as práticas mercantilistas começam a entrar em voga e a dominar o comércio e a economia. Por isso, ainda que não trate exclusivamente do comércio, a fonte apresenta elementos importantes para pensar nas características do comércio e do reino africano. O autor descreve Tomboctu - que pode ter diferentes variações, como Tumbuctu, Timbuktu, entre outras - e inicia falando sobre sua História, que, segundo ele, provavelmente foi fundada no século XI pelos tuaregues - povos muçulmanos que saíram da Líbia e outras localidades
do Oriente Próximo para o Norte da África -, e antes foi capital do reino de Mali em 1324. Tombuctu foi um dos reinos/impérios africanos mais importantes e ricos, sendo um importante ponto comercial e econômico do período.
Carta para impressão:
Para você saber mais:
Sobre Tomboctu:
VALENTE, Andressa. Timbuktu: A capital do Império Mali que, no século XIV, foi a cidade mais rica do mundo. Desacato, 13 de novembro de 2017. Disponível em: <http://desacato.info/timbuktu-a-capital-do-imperio-mali-que-no-seculo-xiv-foi-a-cidade-mais-rica-do-mundo/>. Acesso em: 17 jan. 19.
Problematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
O tempo sugerido refere-se a este slide e ao subsequente.
Orientações:
Com os alunos divididos em duplas, sugere-se que tenham em mãos lápis de cor, pois a carta é grande e os lápis possibilitam uma melhor organização. Caso não tenham lápis de diferentes cores, podem grifar com tracejados diferentes, contanto que se destaque os diversos trechos relacionados às perguntas.
Na fonte para o professor é possível encontrar as respostas para as perguntas com as diferentes cores, porém, fica aberta a possíveis interpretações e reflexões dos alunos que estejam para além das respostas. O objetivo é que eles identifiquem as práticas mercantilistas presentes na descrição do viajante, considerando que as principais são: a balança comercial favorável, protecionismo alfandegário, pacto colonial e acumulação de riquezas. Caso os alunos ainda não tenham conhecimento sobre estas práticas a partir de alguma aula anterior, o docente pode fazer um pequeno resumo antes de apresentar a fonte.
Carta para impressão:
Carta (fonte) para os professores:
Sistematização
Tempo sugerido: 20 minutos.
Orientações:
Com os alunos em dupla, os mesmos têm duas opções: Desenhar alguns dos lugares que o viajante descreve na carta ou fazer uma rota de onde ele passou como se fosse um mapa; escrever uma carta detalhando os lugares pelos quais ele passa para vir para a escola como se fosse um viajante.
É interessante dar as duas opções, pois há alunos que se expressam melhor na escrita e outros desenhando, além de que alguns deles podem morar próximos à escola e não ter muitos lugares para descrever.
Importa neste momento que os alunos atentem principalmente para as questões do cotidiano, do comércio e da riqueza, descritas na carta e presentes ao estudar o período mercantil, entendendo que as trocas comerciais aconteciam também com o Oriente Próximo, que se envolvia com o mercantilismo de forma direta, ou seja, apesar de a temática sempre estar atrelada aos estudos da História Moderna na Europa, também faz parte das práticas do Oriente.
Como adequar à sua realidade:
Como salientado previamente nas Orientações, caso os alunos morem no campo, assentamentos ou terras indígenas, os mesmos podem descrever o espaço onde vivem ou o caminho que eles percorrem para chegar à cidade.
Materiais complementares
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Ferramentas sugeridas
- Essenciais: fontes históricas (em PDF, print ou link), Whatsapp, E-mail ou Google sala de aula.
- Optativas: Hangouts, Mentimeter, Kahoot, Flipgrid, Anchor.fm.
Contexto
O objetivo desta aula é compreender as relações entre o continente africano e asiático, ao longo dos séculos XIV e XVIII, e perceber as semelhanças com a dinâmica do Mundo Atlântico.
Para desenvolvê-la com os seus alunos, você poderá trabalhar de forma:
- Assíncrona, disponibilizando por meio do Whatsapp, e-mail ou Google sala de aula (veja como usá-lo aqui), os materiais e orientações necessários. As devolutivas dos alunos podem ocorrer da mesma forma ou com agendamento de um momento síncrono.
- Síncrona, apresentando os materiais (projetando-os na tela) e orientações enquanto realiza uma videoconferência por meio do Hangouts (veja aqui como criar uma reunião online).
Disponibilize a imagem de parte do Atlas Catalão e proponha para reflexão:
- Quais as semelhanças você percebe entre o mapa apresentado e os mapas da atualidade? Em que se diferenciam?
- Como os locais são representados?
- Para que tipo de interesses seria importante mapear pontos estratégicos em um mapa, como estas construções?
Para acesso a um mapa mundi atual e mais informações sobre ele, indique: ABRANTES, Beatriz. Mapa-múndi: tudo sobre a representação do globo terrestre! Stood, 21/08/2018. Disponível aqui. Acesso em: 17/06/2020.
Problematização
Disponibilize o texto “Carta do Viajante Leo Africanus (...)”. Para que interajam com os colegas a respeito das características do Reino de Tombuctu. Você pode organizar um jogo de “Fake ou Fato” a partir de comparações deste reino com a Europa, por exemplo: “Tombuctu não tinha condições de realizar comércio com cidades européias”; “o rei não intervinha nas relações comerciais de Tombucto”. Isso pode ser feito por meio do Kahoot (veja como usá-lo aqui) ou do Mentimeter (veja como usá-lo aqui).
Após a dinâmica, proponha que registrem no caderno ou em mídias digitais que já utilizam, como o Google sala de aula:
- Quais as características marcantes de Tombuctu?
- O que o viajante relata sobre as práticas comerciais?
- Cite um trecho que mostre a importância da riqueza?
- Qual a relação entre Tombuctu e a Europa?
Sistematização
Para que se expressem a respeito do reino de Tombuctu ou dos caminhos cotidianos, recomende que elaborem as descrições no formato de carta, relato ou instruções de como chegar, direcionadas a uma pessoa que pediu informações a respeito. Enfatize que eles devem ser detalhistas e citar o máximo de características sobre os lugares. Peça que gravem áudios ou vídeos curtos fazendo essas descrições. Para compartilhá-las entre a turma, podem fazer uso de ferramentas como o Flipgrid (veja como usá-lo aqui) ou o Achor.fm. (veja como usá-lo aqui).
Convite às famílias
Para que conheçam mais a respeito do reino de Tombuctu, sugira que acessem:
- VALENTE, Andressa. Timbuktu: A capital do Império Mali que, no século XIV, foi a cidade mais rica do mundo. Desacato, 13 de novembro de 2017. Disponível aqui. Acesso em: 17/06/2020.
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola
Professor: Ruhama Sabião
Mentor: Andrea Paula Kamensky
Especialista: Guilherme Moerbeck
Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso
Ano: 7º ano do Ensino Fundamental.
Unidade temática: Lógicas comerciais e mercantis da modernidade.
Objeto(s) de conhecimento: As lógicas mercantis e o domínio europeu sobre os mares e o contraponto Oriental.
Habilidade(s) da BNCC: EF07HI13 Caracterizar a ação dos europeus e suas lógicas mercantis visando ao domínio no mundo atlântico.
Palavras-chave: Mercantilismo, impérios africanos, islamismo.
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