Para realizar essa atividade é importante que as crianças estejam habituadas com combinados para uso dos espaços dentro da rotina escolar e com momentos de livre escolha, que tenham o costume de escutar histórias lidas e contadas, com o manuseio de livros, que participem em sua rotina do contato com a leitura e diversos gêneros textuais para que, no momento da livre escolha, elas possam aproveitar os materiais disponíveis para fazer suas próprias leituras.
Materiais:
Esta atividade requer um investimento de tempo para organizar todo o espaço para que fique bem construído e muito convidativo.Disponibilize tecidos grandes (lençol, TNT, colcha) para montar uma cabana. Forre o chão com colchonetes, colchões ou tecidos e almofadas. Utilize esses materiais para a criação de estações de leituras, contação de histórias e interação com os livros, histórias e personagens. Enriqueça esses ambientes com materiais e acessórios referentes às histórias dos livros, criando um grande ambiente para as escolhas das crianças. Fantoches, livros do acervo escolar de diferentes gêneros textuais, giz de cera e folhas brancas.
Espaços:
Sala do grupo ou sala de leitura.Organize estações para que as crianças possam transitar, escolher e explorar os livros, as contações e leituras de histórias, os materiais e acessórios referentes às histórias dos livros. Organize as estações utilizando diferentes critérios. Nesta atividade propomos a seguinte a organização (repare que não há uma categorização por gêneros):
Estação 1 - cabana de leitura - uma grande cabana com contos contemporâneos, como caso do bolinho, casa sonolenta, o gato xadrez etc.
Estação 2 - livros e fantoches - alguns contos clássicos com fantoches para as crianças interagirem com a história - se tiver um teatrinho de fantoches, o inclua também.
Estação 3 - contos e tecidos e outros acessórios - um espaço para contos mais clássicos e elementos que remetem a eles: tecidos, espadas de jornal, coroas etc.
Estação 4 - diversidade de gêneros - poesias, parlendas, trava-línguas, livro de canções, gibis em uma cabana escura, para que as crianças leiam com lanternas.
Tempo sugerido:
Entre 40 minutos e uma hora.
Perguntas para guiar suas observações:
1.Como as crianças interagem com os cantos das estações literárias e entre si?Duranteas explorações surgem conflitos? De que forma elas buscam resolvê-los?
2. Como as crianças interagem com livros e textos dispostos nas estações? De que forma demonstram curiosidade e interesse por eles e pelas leituras realizadas pelo professor?
3. De que maneira as crianças demonstram apropriar-se de gestos e movimentos de sua cultura no cuidado de si nas brincadeiras e interações com com os cantos das estações literárias?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Ajude as crianças de acordo com suas demandas, interesses e necessidades a explorar todos as estações de leituras e a descobrir novos gêneros textuais, promovendo a leitura como uma atividade prazerosa de lazer. Organize o espaço das estações, livros e propostas de leituras acessíveis às crianças, atendendo às necessidades e à amplitude corporal e gestual delas.
O que fazer durante?
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A organização das propostas, do espaço e dos materiais é fundamental para os momentos de livre escolha.Durante a interação com livros, histórias, literaturas e faz de conta; o professor deve zelar pelo espaço do brincar, garantir o tempo, os materiais, a privacidade e ajudar as crianças a solucionar os conflitos, auxiliando-as na divisão dos brinquedos e dos espaços no convívio social. Atue visitando as estações com as crianças, estando atento a elas, lendo trechos e histórias. Faça os combinados sobre o compartilhamento de espaços, livros, brinquedos e materiais, sempre na perspectiva de orientar o grupo a respeitar as regras básicas de convívio social nas interações e brincadeiras estimulando a autonomia, a capacidade de escolha e o desenvolvimento de estratégias de uso e divisão dos livros e histórias entre as crianças.
2
Proponha ao grande grupo uma volta de reconhecimento pelas estações, uma espiadinha nos livros e materiais que ajudam a tornar as estações convidativas.
Enquanto as crianças caminham e observam o ambiente, vá contextualizando o grande grupo sobre as estações, as propostas de interações e as obras presentes em cada uma delas. Ajude o grande grupo lendo alguns títulos de histórias e textos, questionando sobre outros e buscando deixar todas as crianças entusiasmadas com a proposta. Convide o grande grupo para fazer uma roda de conversa, diga que deseja saber quais livros ou histórias cada um quer explorar. Garanta espaço de fala para todas a todos e atente-se às diferentes formas de comunicação (com gestos, olhares e expressões faciais).
Possíveis falas do professor neste momento: Nossa, quantas histórias legais, olhem essa, nós adoramos ouvi-la em nossa sala, lembram? Olha só, tem aquela história na qual todo mundo da casa dorme, qual é mesmo o nome dela? É muito engraçado quando todo mundo se assusta e cai da cama não é gente? Todos podem ficar à vontade para ir a todas as estações descobrir o que tem em cada uma delas.
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Avise ao grande grupo que todas as estações com as mais divertidas histórias e textos estão abertas e que as crianças poderão explorá-las da maneira que preferirem, em duplas, individualmente ou em pequenos grupos. Deixe que elas se apropriem das estações, enquanto isso, observe como interagem com os livros e materiais, relacionando-os às histórias, de que modo elas se apropriam de gestos e movimentos de sua cultura no cuidado de si e do outro e ainda dos livros. Veja como as crianças se projetam diante dos livros, das leituras e contações de histórias. Cheque se existe encantamento, interesse e concentração e se os momentos de leitura e de interação com os livros trazem prazer para elas. Se possível, faça registros com fotos.
Possíveis ações das crianças nesse momento: Pedir para que o professor leia as histórias. Convidar o amigo para explorar um livro junto com elas. Organizar uma leitura de histórias de modo autônomo. Ficar mais envolvidas com alguma história ou estação. Mostrar euforia diante de algum livro em especial. Disputar um livro ou adereço com o amigo.
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Atente-se para todas as formas de comunicação das crianças com os amigos e diante das interações com as estações. Busque ajudar as crianças nas observações acerca dos livros, brinquedos e adornos ofertados para exploração das estações, suas características, diferenças, semelhanças e demais propriedades. Durante as leituras com as crianças, elogie as descobertas delas quanto aos detalhes de ilustrações das histórias e as possíveis associações dos enredos com o cotidiano. Busque desafios, jogos e brincadeiras proporcionais ao desenvolvimento das crianças durante as leituras e as contações de histórias.
Possíveis falas do professor neste momento: Diante de um livro sem ilustrações, Eita como será que é essa casa? Vocês perceberam que esse livro não tem nenhum desenho, então o autor deixou que cada um de nós criássemos um desenho dessa história na cabeça. Como vocês acham que essa casa é? Diante de um livro somente com imagens e ilustrações, Olha, aqui não tem letras para saber qual é a história desse livro, então cada um pode imaginar, com ajuda dos desenhos, uma história diferente. Quem quer criar uma história?
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Transite pelas estações interagindo e brincando com as crianças de acordo com a necessidade e o interesse delas. Sempre que iniciar a contação ou a leitura de uma história, informe para elas onde está escrito o título, os nomes de autores e quem foram os ilustradores, se o livro contar com fotos dessas pessoas mostre-as para as crianças. Caso necessário, ajude as crianças a interagir com brinquedos e materiais das estações, propondo um enredo que incentive a criatividade, a imaginação e a expressão delas, ao perceber que estão se interessando também por adereços e fantoches. Em alguns momentos basta que o professor brinque com um material ou com um brinquedo perto das crianças para que elas se interessem por eles. Observe como os pequenos transitam pelas estações, caso algum deles esteja muito atrativo e gere mais atritos que explorações e momentos de diversão, busque propor rodízios de pequenos grupos entre as estações. Ao perceber que alguma criança já finalizou suas explorações pelas estações pergunte se não deseja fazer uma pintura sobre sua estação mais encantadora, ou se não quer te ajudar a avisar para os amigos que daqui a pouco será o momento de guardar os livros, as histórias e os brinquedos.
Para finalizar:
Avise ao grande grupo que em dez minutos as aventuras dentro de livros e histórias chegará ao fim. Depois de cinco minutos repita o aviso e lembre a todos sobre a necessidade de cada um ajudar na organização do espaço das estações e
informe sobre a próxima atividade que farão. Ao perceber que alguma criança não está ajudando, entregue um material na mão dela, peça ajuda para guardá-lo e indique onde ela pode fazer isso. Cante uma canção que marque com o grupo os momentos de arrumação. Sugestão: Nós Vamos Guardar, de Fabiana Godoy: .
Desdobramentos
Proponha a leitura de uma receita de massinha e a confecção dela junto com as crianças.
Prepare um grande momento de faz de conta, dando a possibilidade de livre escolha dos adereços (varinha de condão, cavalinhos de pau, coroas, perucas, capas, colares, pulseiras, espadas, etc) e fantasias que representem os contos clássicos num ambiente todo preparado com música, espelho, painéis etc.
Engajando as famílias
Converse com as famílias sobre as várias ofertas de leituras e interações com livros, histórias e brinquedos dentro das estações e sobre como as crianças interagiram de modo animado e curioso diante dessa possibilidades. Convide cada responsável a compartilhar um gênero textual com a turma, que pode ser explicado pelo familiar ou pela criança. Nesse caso, deixe uma lista para que os pais possam marcar o dia e a hora mais conveniente para eles. Esse compartilhamento pode ser feito também por meio do envio de um texto e que será lido pelo professor para o grande grupo.
Escolhendo livros e histórias
Apresente a proposta Grave um vídeo contando uma história que sua turma goste bastante, usando adereços ou materiais que representam o enredo. Por exemplo: a história “O caso do Bolinho”, utilizando massinha e um pegador de cozinha representando o lobo.
Você pode encontrar essa história cantada aqui, para se inspirar. Compartilhe outras histórias por fotos, para que possam usar em casa, caso não tenham acesso aos livros físicos. Fale o quanto é importante dar continuidade a esse momento em família. Envie o material por Whatsapp ou outra plataforma de comunicação. Faça o convite: “ouviram a história preferida na escola que acabei de contar, agora me contem: qual é a históroa preferida na sua casa?”
Adaptações necessárias Convide as famílias a disponibilizar histórias que tenham em casa, junto com outras que você enviar, para que possam continuar interagindo com os livros e narrativas. Dessa forma, poderão escolher acessar os livros físicos que tiverem e também o acervo que você enviar. Outra adaptação possível para ampliar repertório de gênero é o site “Leia para uma criança”.
Sugira às famílias Oriente as famílias a buscarem um local especial e convidativo para a leitura: um cantinho aconchegante com almofadas ou uma tenda diferente, que podem montar em casa. O importante é que o espaço seja organizado com a criança, a partir do que tiverem disponível em casa, e atenda as preferências dela.
Proponha que a criança escolha, dentre as diversas opções, a história que deseja. Oriente que ela possa interagir durante a leitura. Para tornar esse momento mais divertido, os familiares poderão fazer de conta que são os personagens com alguns elementos representativos e assim ficará mais animado. Esses momentos tendem a fortalecer e unir os laços familiares entre os envolvidos.
Para compartilhar com o grupo Sugira que compartilhem os registros da atividade com você, de modo que possa socializá-los com todo o grupo, para que mais famílias também se sintam estimuladas a participarem. Encaminhe o material por Whatsapp ou pela plataforma que estiverem usando em sua rede. Faça uma apresentação digital usando o Apresentações Google com os títulos preferidos de cada família e exponha da forma que costumam fazer na escola. Desta forma, este material se tornará uma potente ferramenta para despertar memórias afetivas, funcionando como apoio, o que tende a facilitar o processo de convívio escolar na readaptação.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor:Leda Barbosa
Mentor:Vládia Maria Eulálio Raposo Freire Pires
Especialista do subgrupo etário: Karina Rizek
Sugestão de idade: 3 anos.
Campos de Experiência: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Escuta, fala, pensamento e imaginação.
Objetivos e códigos da Base
(EI02CG01) Apropriar-se de gestos e movimentos de sua cultura no cuidado de si e nos jogos e brincadeiras.
(EI02EO06) Respeitar regras básicas de convívio social nas interações e brincadeiras.
(EI02EF08) Manipular textos e participar de situações de escuta para ampliar seu contato com diferentes gêneros textuais (parlendas, histórias de aventura, tirinhas, cartazes de sala, cardápios, notícias etc.).
Abordagem didática: Nos momentos de livre escolha, os conflitos tendem a ocorrer com mais frequência, pois, diferentemente das atividades dirigidas – nas quais, em geral, todos estão desenvolvendo a mesma proposta, cada um com seu material –, as crianças devem negociar a divisão de brinquedos e materiais e combinar
sua utilização. Cabe ao professor saber como mediar os conflitos e aproveitar essas situações para conversar e elaborar listas de regras, ajudando os pequenos na conquista de aprendizagens progressivas sobre estar com outros, respeitar, dividir e se adequar a regras básicas de convívio social.