Se possível, escolha um espaço externo da escola onde as crianças já tenham tido contato em propostas anteriores . Providencie lupas e binóculos para usarem na investigação dos elementos da natureza. Solicite anteriormente às famílias o envio de rolos de papel toalha ou higiênico para utilizarem no momento da proposta. Faça isso por meio de bilhete, mural de entrada da sala ou outro meio de comunicação que use em sua escola.
Este plano faz parte de uma sequência de cinco. São eles:
Binóculos, lupas, rolos de papel toalha ou higiênico. Estes materiais serão disponibilizados no espaço da proposta.
Espaços:
A proposta deve seer realizada no espaço externo, como pátio, jardim ou outro que possua em sua escola,onde haja variedade de elementos da natureza (folhas, galhos, pedras, flores, sementes). Disponibilize dentro de pequenas caixas os binóculos, lupas e rolinhos de papel toalha em alguns locais espalhados pelo espaço, possibilitando que tenham acesso a eles no momento da investigação e observação dos elementos naturais. Proponha focar o olhar do bebê durante suas pesquisas exploratórias.
Tempo sugerido:
Aproximadamente 40 minutos
Perguntas para guiar suas observações:
1. Como a atividade desafia as crianças a perceberem as diferenças e semelhanças durante a manipulação dos elementos naturais ali presentes? Como demonstram isso?
2. De que forma os bebês exploram o espaço e os elementos? Quais descobertas fazem?
3. Como expressam seus desejos e necessidades durante o passeio pela natureza (por meio de olhares, expressões, fala, balbucio)?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança ou do grupo. Garanta que todos possam estar em atividade conforme suas preferências, ritmos e habilidades. Assegure espaço suficiente para que os bebês menores explorem e façam suas pesquisas com os elementos ali disponibilizados com segurança e cuidado. Deixe disponível um cesto com brinquedos conhecidos das crianças para ser utilizado caso os bebês desejem.
O que fazer durante?
Proponha o passeio pela natureza e se encaminhem para o espaço externo, acompanhando aqueles que engatinham ou caminham com autonomia e auxiliando os menores que precisam de ajuda. Convide o grupo todo de bebês a observar os elementos naturais disponíveis. Aconchegue os bebês menores num espaço que tenha elementos da natureza ao alcance. Com entusiasmo, chame a atenção do grupo todo para o que há em volta: grama, galhos, folhas, árvores, terra, sol, nuvens no céu, vento, cheiro das flores e plantas presentes. Deixe que os bebês explorem o espaço de acordo com seus desejos e interesses. Apoie as iniciativas de exploração se colocando ao lado deles enquanto descobrem os elementos presentes no ambiente. Oportunize a todos o contato com os elementos naturais. Inicie os registros fotográficos e com vídeos, que serão usados posteriormente em documentações ou exposições na escola.
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O professor convida as crianças a se aproximarem do jardim, despertando a curiosidade para os sons da natureza. Fique ao lado do bebê que observa as pedras, folhas e galhos que estão pelo chão. A partir da manipulação dos elementos por algum dos bebês, pegue alguns na mão e mostre para o bebê falando: “aqui temos pedras!”. Aponte para o chão: “essa é a folha que caiu da árvore, ela está seca e por isso caiu”. Aponte para cima:
“Lá em cima também tem muitas folhas, mas ainda estão verdes! Esses pauzinhos são galhos. Há muitos pelo chão, vamos pegá-los?”
Encoraje os bebês a pegar os elementos nas mãos e sentir suas características. Atente à forma como cada bebê individualmente interage com o ambiente. Observe quem, aos poucos, vai chegando mais perto do grupo, se pega elementos naturais e quais suas expressões e ações ao ter esse contato.
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Aproxime-se de cada bebê ou das duplas e interaja de forma que contemplem os elementos presentes naquele espaço. Aos bebês menores que não sentam sozinhos, proponha deitá-los de barriga para cima com elementos próximos às suas mãos, oportunizando que eles os alcancem, observem e passem de uma mão para a outra. Quem já consegue virar-se com autonomia pode realizar esse movimento se desejar, ficando de bruços, observando e sentindo o que há no chão e adquirindo experiência sensorial. Vá próximo a uma flor e cheire-a, convidando os bebês a fazerem o mesmo. Passe sua mão sobre as plantas e flores, acariciando cada uma e convidando os bebês a fazerem também. Compartilhe das brincadeiras, sente-se ao lado dos bebês que sentam e engatinham e faça comentários que ampliem o olhar.
Possíveis ações da criança neste momento: Um bebê observa os elementos que estão no chão e pega alguns nas mãos. Logo pára ao lado de uma flor, sente seu perfume e passa a mão sobre ela, observando com atenção e admiração. Sorri para você como num convite para fazer o mesmo. Outro bebê se aproxima e coloca sua mão sobre a flor e acaricia, sorrindo. Em seguida, sente seu perfume e sorri.
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Compartilhe em pequenos grupos o uso dos binóculos, lupas e rolos de papel. Observe como usam os materiais propostos para investigação, se olham pelo buraco dos rolos descobrindo a imagem do outro lado. Pegue um rolo de papel toalha, coloque na frente de seus olhos e investigue as plantas, mostrando como essa ação dá mais foco ao que está vendo. Assim faça com os elementos presentes no chão, propondo momentos de imitação a partir de sua ação. Use um binóculo para olhar as plantas mais altas do espaço, chamando atenção para o que há de diferente. Faça o mesmo com as lupas, colocando-as próximas às flores, plantas ou chão, focando o olhar para os detalhes. Faça comentários convidando as crianças a pesquisarem. Seja o menos diretivo possível, partindo das iniciativas das crianças e ampliando suas pesquisas através de ações junto à elas.
Possíveis falas do professor nesse momento: Lá em cima da árvore tem um passarinho! Você quer ver também? Nessa planta tem uma flor bem pequena, pegue a lupa para olhar!
Para finalizar:
Avise que em 5 minutos irão retornar a sala e fale para as crianças qual será a próxima situação da rotina. Convide-as a colocar os binóculos, rolos e lupas na caixa onde estavam guardados e acompanhe no retorno à sala. Organize esse espaço com livros infantis apreciados pelos bebês, para que possam explorar conforme forem chegando.
Desdobramentos
Ao longo da semana, proponha mais momentos como esses dentro da rotina. Faça a proposta em pequenos grupos, buscando usar outros espaços externos da escola. Proponha interação com outros agrupamentos, possibilitando que continuem suas descobertas junto com crianças maiores e mais experientes. Recolha os elementos naturais explorados na proposta e leve-os para a sala, deixando a disposição dos bebês para que ampliem suas pesquisas exploratórias.
Engajando as famílias
Proponha às famílias que recolham elementos naturais que encontram no caminho para a escola. Organize esses materiais em um canto na sala, juntamente com outros que você e os bebês podem recolher no espaço externo da escola. Junto com eles, disponibilize os binóculos, rolos de papel e lupas e convide os pais para brincar ao virem buscar o filho na escola. Ofereça a possibilidade de se organizarem conforme sua disponibilidade de tempo. Na parede próxima a esse canto, fixe imagens da realização da proposta oportunizando que as crianças ressignifiquem as vivências junto às famílias.
Um passeio pela natureza
Apresente a proposta Envie fotos de espaços naturais, como o parque da escola, um jardim, a praça do bairro onde costumam brincar, dentre outros, de acordo com a realidade local, para ativar memórias dos contatos diversos que os bebês já tiveram com a natureza do entorno.
Explique que, neste momento, não é recomendado saírem de casa, mas é importante favorecer a aproximação do bebê, para que ele mantenha contato com os elementos naturais da forma que for possível e de forma segura. Para isso, recomende que os familiares acompanhem e sejam parceiros na observação e exploração do quintal, da janela, ao apreciar a natureza através do céu de dia e de noite ou de um vaso de plantas da sala etc.
Convide-os para a atividade, de forma animada e falando que esses momentos podem gerar descobertas e surpresas interessantes, através de interações prazerosas em casa. Envie o material pela plataforma que estão utilizando em sua rede ou pelo Whatsapp.
Adaptações necessárias Convide as famílias a fazerem um passeio pela natureza através das fotos que você enviar e com os elementos que tiverem em casa. Ofereça opções que sejam viáveis de acordo com a realidade local. Acesse aqui e encontre boas ideias para repertoriar suas escolhas nesse sentido. Oriente que o bebê participe ativamente do processo acompanhado de um responsável. Se possível, sugira que uma pessoa registre enquanto os demais brincam com o bebê.
Sugira às famílias Convide os familiares a deixarem o bebê em uma posição que favoreça a participação dele durante o momento da apreciação e acolhendo as expressões dele, pois elas podem sinalizar expressões de memórias com a natureza e indicar preferências.
Oriente que acolham e conversem de forma breve sobre o momento atual, assegurando que, assim que tudo passar, poderão voltar a brincar no parque e na escola, como antes. Sugira que favoreçam a exploração da natureza da forma que for possível em casa, nomeando os elementos, inclusive as ações do bebê, estimulando o contato dele com a situação e chamando a atenção para possíveis reações.
Por exemplo: ele poderá fazer careta ao passar a mão e sentir a textura áspera da folha da planta do vaso.
Oriente que coloquem o vaso a uma distância que estimule a ida até a ele, permitindo que o bebê possa se aproximar de acordo com os próprios interesses e, assim, explorar os elementos com curiosidade (sempre acompanhado).
Proponha que se envolvam de forma divertida, encontrando o jeito próprio da família. Por exemplo, podem brincar de esconder/achar com as folhas ou cantar uma música. Situações como essas oportunizam o aprofundamento dos vínculos estáveis, que geram segurança e uma boa base emocional para os envolvidos.
Para compartilhar com o grupo Convide os familiares a compartilharem os registros desse momento com você. Reúna e organize esse material, que além de repertoriar outras famílias, fazendo com que participem mais, é também um valioso recurso para diversificar a prática na escola.
Quando voltarem as aulas presenciais, exponha no parque e proponha novas descobertas para os bebês a partir das experiências vividas em casa. Avalie quais e como as atividades podem ser retomadas na escola. Desta forma, os fazeres de casa se conectarão com os escolares, tendendo a funcionar como um importante apoio na transição após o período de isolamento social e no retorno ao convívio escolar.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor:Fernanda Zanatta
Mentor: Keli Luca
Especialista do subgrupo etário: Ana Teresa Gavião
Campos de Experiência: O eu, o nós e o outro
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
Objetivos e códigos da Base (EI01ET05 ) Manipular materiais diversos e variados para comparar as diferenças e semelhanças entre eles.
(EI01ET03) Explorar o ambiente pela ação e observação, manipulando, experimentando e fazendo descobertas.
(EI01EO04) Comunicar necessidades, desejos e emoções, utilizando gestos, balbucios, palavras.
Abordagem didática: A natureza apresenta inúmeras características em seus elementos, como cores, formas, pesos, texturas e composições, que despertam a curiosidade dos bebês. Sendo assim, colecionar materiais como pedras, folhas e galhos é uma possibilidade de realizar propostas de seriar, associar e diferenciar as características presentes na natureza. É por meio da coleção e da organização de um espaço com tais elementos que os bebês constroem uma sensibilidade feita de olhares, gestos e respeito em relação ao nosso ecossistema.