Sobre este plano
Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: Esta é 10ª aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero fábula e no campo de atuação “Artístico-literário: Vida cotidiana”. A aula faz parte do módulo de oralidade .
Materiais necessários: A sala deve estar organizada em círculo, com espaço para que se vejam ou então todos no chão, mais voltados ao quadro;
Textos impressos das versões da fábula “a cigarra e a formiga” a serem lidos pelo professor e pelos grupos; 1 Papel A3 para produção de cartaz.
Informações sobre o gênero: De acordo com Bagno (2006) é muito provável que as fábulas que chegaram até nós, por meio da escrita, tenham existido durante muito tempo como narrativas tradicionais orais, o que faz esse gênero remontar a estágios muito arcaicos da civilização humana. As fábulas devem ter sido usadas com objetivos claramente pedagógicos: a pequena narrativa exemplar serviria como instrumento de aprendizagem, fixação e memorização dos valores morais do grupo social. É importante salientarmos também que as narrativas tradicionais orais circulavam entre crianças e adultos, indistintamente. Essa informação é importante para reconstruirmos os modos como esse gênero textual era produzido em épocas passadas e até mesmo para permitir uma análise mais crítica acerca das modificações por ele sofridas ao longo dos séculos.
Dificuldades antecipadas: Organizar a sala num tempo que não atrapalhe a dinâmica da aula; Exercitar a escuta atenta, a vez para falar: nesse sentido, o professor precisará ter bom controle da sala e foco no objetivo da aula: ao mesmo tempo em que retoma o gênero fábula, precisa priorizar o trabalho de oralidade e oralização, exercitando uma fala mais controlada, mais formal, tanto em sua exposição oral, quanto nas colocações dos alunos, visando a clareza por parte de quem enuncia e a compreensão por parte de quem ouve. Dar VOZ a todos: é importante que todos tenham a oportunidade, ao longo de aula, para exercitar a oralidade. Nesse sentido, combinados prévios, como dar a vez ao colega são importantes.
Referências sobre o assunto:
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2004.
SCHNEUWLY, B. DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. São Paulo: Mercado das Letras, 2010.
Oralidade e letramento: diálogos na escola. (16’55) https://www.youtube.com/watch?v=c_8pQ0534tY Acesso em 22/11/2018.
KOCH, Ingedore. Introdução à linguística textual. São Paulo: Contexto, 2015. págs 103- 126 (estratégias textual-discursivas de construção do sentido)
MARCUSCHI, Luiz Antônio…[et al]; Inês Signorini (org). Investigando a relação oral/ escrito. São paulo: Mercado das Letras, 2001. (Capítulos 1 e 2).
Para informações resumidas sobre o gênero fábula, clique aqui.
SILVA, Marlene Nasser, Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDe - produções didático-pedagógicas. http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_uem_port_pdp_marlene_nasser_da_silva.pdf - Acesso em 22/11/2018.
Tema da aula
Tempo sugerido: 5 minutos
Orientações:
- Organize a sala em roda, de modo que os alunos possam ver-se. Se não for possível, crie um espaço no chão, em que eles sentem-se voltados para o quadro para o uso do datashow ou dos cartazes, conforme a disponibilidade da escola.
- Projete a pergunta: Ler oralmente e falar são duas faces da mesma moeda? Ou, dito de outro modo: ler e falar são equivalentes, são a mesma coisa? Pode ser usada uma moeda, trazendo para o concreto o provérbio…)
- Ouça o que dizem e anote no quadro algumas assertivas - as opiniões que surgirem (para que se confirmem ou não). Esperamos que digam que há diferenças entre as duas modalidades, cada uma com suas características próprias. Geralmente o texto falado tende a ser mais claro, direto e informal, pois há um princípio de interpretabilidade entre as pessoas que participam da interação. Enquanto no texto escrito/lido há a possibilidade de retorno para ser relido, no oral não, por isso a clareza é fundamental. Mas aqui o importante é que pensem sobre, ainda não é momento de conclusões).
- Explique: esta será uma aula de escuta atenta, na qual vamos pensar que recursos mobilizamos ao falar- lendo ou não.
- Questione:
- O que é uma escuta atenta? (É uma escuta que atenta para a modulação da voz, para marcadores típicos da fala [oralidade] - daí, então, pausas - que desaparecem no texto apenas lido - [oralização]).
- Essa escuta também pode mobilizar a observação do corpo de quem fala? (Esperamos que digam que sim, pois os gestos de quem fala influenciam na compreensão por parte de quem ouve).
Introdução
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações:
- Coloque a gravação “As fábulas: definição e origem: a cigarra e a formiga” para ouvirem, acessando o link abaixo.
Questione:
- A quem é atribuído o gênero fábula? O que pudemos saber sobre a vida de Esopo? (Esperamos que digam que foi a Esopo, um escravo grego, que através de sua cultura e inteligência, criava pequenas narrativas, de cunho moral, para criticar, fazer as pessoas refletirem sobre determinados comportamentos sociais, comuns à humanidade, em qualquer época: esperteza, avareza, persistência, bondade etc.).
- A respeito do gênero, para ser fábula, o que é preciso haver no texto? (Esperamos que digam que as personagens são animais ou elementos da natureza, são narrativas em torno de um único problema e encerram uma moral, ou seja, uma conduta de comportamento socialmente aceito ou não, a ser posto em reflexão).
Os temas giram em torno do comportamento humano, em qualquer época: esperteza, avareza, persistência, bondade etc. e ele se desenvolve em parágrafos - blocos temáticos que conferem progressão ao que é narrado: uma situação inicial, o enredo, onde se apresenta e se desenvolve o problema a ser discutido através do discurso direto, marcado pelo travessão e também por alguma explicação do narrador sobre quem fala e a conclusão, da narrativa e posteriormente da moral, o ensinamento a ser transmitido.
- Essa narração foi lida ou apenas contada?
- O que pudemos observar para concluir isso? (Ela provavelmente foi lida, pois não há nenhum marcador da oralidade presente).
OU: caso não haja a possibilidade de acessar o link abaixo na aula, o professor deve explorar a oralidade X oralização da seguinte forma:
- Conte, sem ler, alguns episódios da vida de Esopo, explicando o motivo de criar fábulas.
- Leia a fábula projetada acima, modulando a voz, procurando modificá-la na passagem do narrador para as personagens.
- Retome oralmente as características do gênero: conteúdo composicional, características temáticas e estilísticas, através de questionamentos:
- O que faz uma fábula ser fábula? (Esperamos que digam que as personagens são animais ou elementos da natureza, são narrativas em torno de um único problema e encerram uma moral, ou seja, uma conduta de comportamento socialmente aceito ou não, a ser posto em reflexão).
Os temas giram em torno do comportamento humano, em qualquer época: esperteza, avareza, persistência, bondade etc. e ele se desenvolve em parágrafos - blocos temáticos que conferem progressão ao que é narrado: uma situação inicial, o enredo, onde se apresenta e se desenvolve o problema a ser discutido através do discurso direto, marcado pelo travessão e também por alguma explicação do narrador sobre quem fala e a conclusão, da narrativa e posteriormente da moral, o ensinamento a ser transmitido.
- Que moral poderia ter esta fábula? Que ensinamento esta versão quis passar? (Algumas possibilidades: “quem quiser passar bem pelo inverno, deve aproveitar melhor o tempo. Existe tempo para se divertir e para trabalhar”; “quem planta vento, colhe tempestade” etc).
Materiais complementares: Para ouvir a introdução da aula (5’ 08’’), clique aqui (acesso em 22/11/18). Obs: é necessário entrar pelo link, sair e entrar novamente em seguida para que o endereço chegue à gravação. Para acessar a fábula “A CIGARRA E AS FORMIGAS”, clique aqui. Para saber um pouco sobre Esopo e as características do gênero fábula, clique aqui.
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 25 minutos
Orientações:
- Divida a sala em quatro grupos:
- Grupo 1: lerá a versão “A formiga boa” de Monteiro Lobato;
- Grupo2: contará, sem ler, a versão “A formiga boa”, de Monteiro Lobato.
- Grupo 3: lerá a versão “A formiga má” de Monteiro Lobato.
- Grupo 4: contará, sem ler, “A formiga má” de Monteiro Lobato.
- Cada grupo terá 2 minutos para combinar como será a apresentação e 3 minutos para apresentar.
- Relembre que devem reportar-se ao áudio do início da aula: “brincar com a voz- altura/ grave/ aguda, cuidar das expressões do corpo e faciais, ficar de frente para a plateia. No caso das equipes que não vão ler, devem compreender a história, sem decorar. Podem usar palavras do seu próprio vocabulário, o que precisam combinar e ter conscientes, é que contará cada cena narrativa. Professor, no momento em que estiverem combinando, dê atenção especial às equipes da oralidade, para que compreendam a narrativa e tenham mais autonomia ao contar.
- Ao final, em roda, chamando a atenção para a escuta atenta por todos, questione:
- A forma como cada apresentação aconteceu foi igual? (Esperamos que digam que não. A tendência é que versão “lida” seja mais rápida e a “falada”, mais longa, já que terão que recuperar na memória o fio condutor da progressão temática).
- Qual/ quais as diferenças mais salientes da oralidade (fala planejada, mas sem leitura) para a oralização (leitura)? (Neste momento talvez percebam a altura da voz, provavelmente dirão “o jeito de falar” - aqui o professor pode colocar que as diferenças podem acontecer por repetições de frase: ...e a cigarra ficou desesperada. Desesperada ela bateu à porta do formigueiro…”, há marcadores próprios: daí, então…, hesitações: hum, hã…)
- Anote no quadro o que forem falando e iniciar o fechamento da aula.
- Coloque no quadro a explicação das palavras/ expressões negritadas:
Eterna faina de abastecer as tulhas: trabalho sem fim de abastecer de comida o formigueiro.
Deliberou socorrer-se de alguém: foi pedir ajuda a alguém.
Manquitolando: mancando.
Paina: conjunto de fibras sedosas que envolvem as sementes de diversas plantas.
labutávamos: trabalhávamos.
OBs.: a moral pode ser discutida coletivamente pela equipe e dita ao final de cada apresentação.
Materiais complementares:
Para acessar o texto A FORMIGA BOA, clique aqui.
Para acessar o texto A FORMIGA MÁ, clique aqui.
Fonte: LOBATO, Monteiro. Fábulas. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1973.
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 25 minutos
Orientações:
- Divida a sala em quatro grupos:
Grupo 1: lerá a versão “A formiga boa” de Monteiro Lobato;
Grupo 2: contará, sem ler, a versão “A formiga boa”, de Monteiro Lobato.
Grupo 3: lerá a versão “A formiga má” de Monteiro Lobato.
Grupo 4: contará, sem ler, “A formiga má” de Monteiro Lobato.
- Explique: cada grupo terá 2 minutos para combinar como será a apresentação e 3 minutos para apresentar.
- Ao final, em roda, chamando a atenção para a escuta atenta por todos, questione:
- A forma como cada apresentação aconteceu foi igual?
- Qual/ quais as diferenças mais salientes da oralidade (fala planejada, mas sem leitura) para a oralização (leitura)?
- Anote no quadro o que forem falando e inicie o fechamento da aula.
Materiais complementares:
Para acessar o texto a formiga boa, clique aqui.
Para acessar o texto A FORMIGA MÁ, clique aqui.
Fonte: LOBATO, Monteiro. Fábulas. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1973.
Fechamento
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações:
- Chame a atenção para as falas neste momento da aula: a explicação do professor é uma exposição oral, a leitura é uma oralização do texto escrito e as respostas aos questionamentos são um exercício de oralidade. Contar sobre a vida de Esopo sem ler é oralidade.
- Monte um cartaz com os alunos: reconto oral X leitura em voz alta.
- Professor, aqui no cartaz é importante que percebam a diferença do registro oral mais ou menos formal/ mais ou menos monitorado, e não a nomenclatura em si. É importante perceber que na oralidade aparecem marcas próprias da língua falada e que estas desaparecem na leitura. A consciência do uso da oralidade é que possibilitará um refinamento no discurso oral. É interessante que percebam pausas, hesitações, o uso de estratégias reformulativas ou mesmo metaformulativas, durante o turno de fala.
Materiais complementares:
Para acessar e/ ou imprimir o cartaz, clique aqui.