Selecione vários materiais de diferentes texturas (lisos e rugosos, macios e ásperos) e temperaturas (frios e quentes). Organize-os em uma cesta de tamanho médio. Caso prefira, você pode confeccionar uma cesta com rolinhos de jornal, na internet há boas sugestões.
Materiais:
Texturas: tecidos, plástico bolha, esponjas, escovas, objetos de metais, madeira e plástico, entre outros.
Temperaturas: sacos plásticos, zipados ou lacrados, um contendo gel de cabelo gelado e outro com massinha morna.
Cesta de tamanho médio e rasa para organizar os materiais selecionados (aproximadamente 40 cm x 40 cm de comprimento e 20 cm de altura).
Celular ou máquina fotog?afica para registrar.
Espaços:
Organize um espaço na sala para que a cesta de toque e seus elementos sejam explorados por pequenos grupos de aproximadamente quatro bebês. Enquanto os pequenos grupos exploram, os demais se envolvem em outras atividades do cotidiano como, por exemplo, a exploração nos cantos de referência ou a manipulação de livros de histórias ou brinquedos preferidos.
Tempo sugerido:
Aproximadamente 40 minutos .
Perguntas para guiar suas observações:
Como os bebês interagem com os objetos da cesta? Manipulam, experimentam e exploram os materiais e o espaço por meio de experiências de deslocamentos de si e dos objetos?
Os bebês mostram-se interessados em explorar os elementos da cestas realizando ações de pesquisas que remete à comparação de diferenças e semelhanças?
De que modo os materiais da cesta potencializam as descobertas quanto às possibilidades corporais e sensoriais do bebê?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança ou do grupo. Garanta o apoio necessário à participação de cada bebê. Fique atento às especificidades motoras daqueles que precisam permanecer deitados ou sentados, bem como antecipando espaços de mobilidade àqueles que têm independência quanto a locomoção, seja se arrastando, engatinhando e andando com ou sem apoio. É importante conhecer as singularidades de cada bebê e viabilizar a participação de todos considerando aspectos que estão além dos motores, sociais, culturais, físicos etc.
O que fazer durante?
1
Enquanto os bebês estão envolvidos em explorações e brincadeiras a exploração nos cantos de referência da sala ou na exploração de livros de histórias, de seus brinquedos preferidos, inicie a proposta colocando a cesta de toques em um local previamente definido da sala onde será o território desta experiência. Observe se esta ação de incluir um elemento novo no espaço desperta o interesse de alguns bebês. Caso algum bebê se aproxime, encoraje-o para que chegue mais próximo. Se outro mostrar-se interessado, porém detendo-se a uma observação a distância, convide-o. Se atente também aos bebês que não têm independência para se aproximar com autonomia e auxilie-os garantindo um espaço para que a participação deles se efetive. Nesta dinâmica, favoreça a participação de quatro bebês por vez.
2
Valide as iniciativas dos bebês ao pegarem os elementos dispostos na cesta e deixe que explorem conforme seus interesses. Apoie os menores para que possam participar manipulando e explorando os objetos. Para isso, entregue os materiais de diferentes texturas nas mãos daqueles que não conseguem pegá-los sozinhos mas que possuem destreza para segurar. Favoreça a experiência aos bebês muito pequenos passando alguns destes materiais por suas mãos, pés e rosto, a fim de que percebam as especificidades de textura e/ou temperatura de cada elemento.
Possíveis ações da criança neste momento: o bebê pega uma escova de cabelo e toca as cerdas em seu braços, repetindo movimentos de vai e vem. Outro pega um tecido leve, fino e macio e coloca sobre suas pernas. Outro se interessa pelo saco zipado contendo gel gelado e o aperta, sentindo a textura e expressa surpresa. Outro sorri ao sentir a textura das penas em seus pés.
3
Potencialize as descobertas dos bebês, interaja com eles e sugira trocas e comparações. Ao notar que o bebê está envolvido com o gel gelado, brinque com ele e diga que está frio. Pegue o saco com a massinha morna e dirija-se a ele perguntando:
“Será que este está gelado também? Vamos sentir? Você gostaria de tocar?”
Veja também o bebê que brinca com a escova passando em seus braços, aproxime-se e peça a ele para pentear seus cabelos. Questione se ele gostaria que você penteasse os dele também. Na situação de passar as penas nos pés do pequeno bebê, caso observe que outra criança mostra-se interessada, convide-a para tirar os sapatos e experimentar passar a pena nos pés também. Ao longo da atividade, siga observando as ações dos bebê e interagindo com eles mediante às ações de cada um.
4
Enquanto brinca com os bebês, instigue-os a descobrir o que mais tem na cesta. Note o bebê que está realizando mais trocas e chame a atenção dos demais, para que, inspirados pela ação do colega, ampliem suas descobertas.
Possíveis falas do professor neste momento: olhem o colega está tirando vários objetos da cesta! Quantas coisas tem nessa cesta? Será que é tudo igual? Vamos descobrir? Quem quer ajudar a retirar mais materiais da cesta?
5
Com mais materiais fora da cesta é possível que a curiosidade dos bebês tenha sido aguçada. Desafie-os a ampliarem as pesquisas, encorajando ações como tocar com as mãos e com os pés a caixa de ovos, passar o corpo em diversos tecidos (veludo, lã, seda etc), apertar esponjas sintéticas e vegetal, caixas lisas e corrugadas, escorredor de macarrão com furos evidentes e potes lisos, plástico bolha e papelão. É importante que este incentivo se dê por meio da sua ação enquanto professor ao se colocar como participante ativo deste momento junto aos bebês.
Para finalizar:
Observe o tempo de interesse dos bebês e, conforme mostram-se interessados em participar de outras propostas, sinalize que podem brincar nos outros espaços da sala. Assim, alterne os grupos considerando o interesse dos bebês, note quem está observando a atividade a distância e quem se aproxima, convidando eles para essa proposta. Faça esse movimento de alternar os bebês até que todos sejam contemplados e peça ao último grupo para que, dentro de suas competências, ajudem a guardar os objetos nas cesta.
Desdobramentos
Combine com a professora da turma das crianças bem pequenas para vivenciar juntamente com a turma dos bebês a proposta de exploração da cesta dos toques. É interessante que a turma convidada também organize uma cesta para que brinquem, troquem e compartilhem os materiais. Como o número de crianças será maior, é importante prever um local mais amplo para a realização desta atividade.
Engajando as famílias
Com os registros fotográficos da proposta, organize um cartaz, contando o objetivo da atividade. Coloque-o próximo a sala e, juntamente com este material, deixe a cesta exposta para que as famílias possam interagir com os objetos propostos nos horários de saída.
Cestinha de toques
Apresente a proposta Envie fotos de momentos em que as crianças exploram cestinhas surpresas diversas e de forma curiosa (se tiver registros desse tipo na sua escola, a atividade será mais significativa). Envie um vídeo se dirigindo às famílias, mostrando como é simples fazer uma cestinha a partir de rolinhos de jornal e convidando para a atividade. Explique que ela permitirá a manipulação de diferentes texturas e temperaturas para que os bebês explorem, gerando descobertas e surpresas interessantes através de interações prazerosas em casa. Envie tudo pela plataforma que estão utilizando em sua rede ou pelo Whatsapp.
Adaptações necessárias Convide as famílias a usarem uma cesta que tiverem em casa. Se não tiverem nenhuma, podem produzir uma, conforme sugerido. Neste caso, oriente que o bebê participe ativamente do processo de produção (sempre sob supervisão de um responsável).
Proponha que usem materiais que tenham em casa: jornal, revista ou outro tipo para a cesta; esponja de banho (pode colocar no freezer para ficar gelada ou por alguns segundos no microondas para esquentar, com cuidado para não oferecer risco de queimadura para a pele sensível do bebê – oferecendo diferentes temperaturas em casa), tecidos de várias texturas etc.
Se não tiverem como fazer uma cesta, outra opção é substituir por caixa de papelão ou uma bacia plástica em formato que permita fácil acesso aos elementos. Se possível, sugira que uma pessoa registre a atividade enquanto os demais brincam com o bebê.
Sugira às famílias Convide as famílias a deixarem os bebês em uma posição que favoreça a participação deles na confecção da cesta. Sugira que, durante o preparo e na brincadeira com as texturas, nomeiem os objetos e movimentos ali presentes, chamando a atenção para possíveis ações e reações dos bebês durante as interações.
Oriente que coloquem a cesta a uma distância que estimule a ida até a ela, permitindo que possam se aproximar de acordo com os próprios interesses e, assim, explorar os elementos como desejarem. Proponha que os familiares se envolvam de forma divertida, encontrando o jeito próprio de brincar: por exemplo, se têm tecidos finos, podem fazer coceguinhas e divertidamente cantar uma música que costumam dançar sempre em casa. Situações como essa oportunizam o aprofundamento dos vínculos estáveis, que geram segurança e uma boa base emocional para os bebês.
Para compartilhar com o grupo Peça para as famílias compartilharem os registros desse momento com você. Reúna e organize esse material que, além de repertoriar outras famílias e incentivá-las a participarem, é também um valioso recurso para diversificar a prática na escola. Quando voltarem às aulas presenciais, os bebês terão outras formas de fazer explorações com a cesta surpresa e você poderá propor novas descobertas para eles a partir das experiências vividas em casa.
Avalie quais e como essas experiências podem ser retomadas com os bebês na escola. Desta forma, os fazeres de casa se conectarão com os escolares, tendendo a funcionar como um importante apoio na transição após o período de isolamento social no retorno ao convívio escolar.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor:Tamira Paula Torres Martins de Souza
Mentor:Keli Patricia Luca
Especialista do subgrupo etário: Ana Teresa Gavião
Campos de Experiência:Corpo, gestos e movimentos; Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Objetivos e códigos da Base (EI01ET04) Manipular, experimentar, arrumar e explorar o espaço por meio de experiências de deslocamentos de si e dos objetos.
(EI01ET05) Manipular materiais diversos e variados para comparar as diferenças e semelhanças entre eles.
(EI01CG02) Experimentar as possibilidades corporais nas brincadeiras e interações em ambientes acolhedores e desafiantes.
Abordagem didática: A cesta evoca as mais interessantes sensações nos bebês: curiosidade, entusiasmo, receio, agitação, entre outras. O elemento surpresa, quando apresentado de maneira positiva, desperta neles o olhar atento e minucioso, fazendo com que eles queiram conhecer o objeto detalhadamente. Não basta ver. Os bebês desejam tocar, segurar, cheirar e, por vezes, colocar na boca. Aparentemente simples, as cestas trabalham várias competências, como observar, esperar, analisar algo por diferentes pontos de vista e perceber como o amigo interage de outro modo com o objeto.