Quadro com funções em um jornal
Plano de Aula
Plano de aula: O que está faltando nessa carta?
Plano 6 de uma sequência de 15 planos. Veja todos os planos sobre Carta de reclamação
Sobre este plano
Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: Esta é sexta aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero carta pessoal e de reclamação, no campo de atuação da vida cotidiana e vida pública. A aula faz parte do módulo Análise Linguística e Semiótica.
Materiais necessários: slide, retroprojetor.
Informações sobre o gênero: É inegável o prazer que podemos sentir com o recebimento de uma carta física ou com a espera por uma resposta de alguém com quem nos correspondemos. A troca de cartas entre remetente e destinatário é uma forma antiga, mas eficaz de comunicação. Atualmente ela vem perdendo seu espaço para a troca de emails e mensagens por celular, o que permite uma interação comunicativa quase em tempo real. A carta é um gênero que pode cumprir com diferentes funções sociais, entretanto, neste conjunto de aulas, priorizamos as cartas e e-mails de reclamação, reivindicação e de solicitação. Cartas como essas fazem parte da vida cotidiana, e oportunizam ao autor o uso de tal forma de comunicação como meio de exercício de sua cidadania. É possível, no entanto, que essas cartas ganhem muito mais força ao serem enviadas para publicação em diferentes mídias (jornais, revistas, televisão e internet), expondo dessa forma o problema para a sociedade e cobrando, sob a vista de muitos, os responsáveis pelo problema. Nesse caso, o gênero passa a pertencer ao campo da vida pública. É possível que em uma mesma edição, de um jornal, por exemplo, venha publicada a carta de reclamação (editada) e a resposta do responsável, demonstrando, desse modo, que o envio da carta original e a cobrança da resposta foi realizada anteriormente à publicação do jornal.
Dificuldades antecipadas: Dois textos são comparados nessa aula: uma carta de reclamação e sua correspondente publicação em jornal. Nesse sentido, dificuldades de leitura e interpretação podem se constituir como barreiras na medida em que as informações são as mesmas, mas com redações diferentes no que diz respeito ao tempo verbal e outros recursos linguísticos como substituições lexicais e combinações de discursos direto (com uso de aspas) e indireto, no caso do texto publicado. A restrição de vocabulário também pode prejudicar alguns alunos atrapalhando-os nos momentos de reconhecimento de termos repetidos e de substituição lexical.
Referências sobre o assunto:
AVANÇO, T. B. Gêneros epistolares: Estratégias de leitura para o gênero carta. In: Os desafios da escola pública Paranaense na perspectiva do professor PDE. Paraná: Governo do Estado - Secretaria da Educação, 2013. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2013/2013_uem_port_pdp_terezinha_braido_avanco.pdf
MENEZES, O. Cartas: simples mensagem, documento ou gênero literário? São Paulo: Marco Zero, 2005.
SILVA, M. E. L. Criando oportunidades significativas de leitura e produção de cartas. In: Brandão, A. C. P. Leitura e produção de textos na alfabetização. (org) A. C. P. B.; E. C. S. R. — Belo Horizonte: Autêntica, p.113 - 126. 2005. Disponível em: http://www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/27.pdf
Título da aula
Tempo sugerido: 2 minutos
Orientações:
- Nessa aula os alunos poderão exercitar a descoberta de regularidades presentes no gênero textual carta de reclamação publicada em jornal.
- Apresente o título da aula e permita que os alunos realizem antecipações sobre os temas a serem trabalhados nessa aula.
Introdução
Tempo sugerido: 8 minutos
Orientações:
- Aguce a curiosidade dos alunos de modo que sejam motivados a tentar descobrir quem escreve as reportagens, cartas e artigos publicados em jornais impressos.
- Peça para lerem o texto.
- Pergunte aos alunos: Quem escreveu o texto publicado no jornal Correio Braziliense?
- Pode ser que alguns alunos digam que foi o João Pedro Nascimento. Pergunte a esses alunos o que os levou a essa conclusão.
- Pergunte se todos concordam que o autor do texto é João Pedro Nascimento. Caso algum aluno diga que discorda, peça para indicar elementos do texto que comprovem essa conclusão. Os alunos podem indicar que o texto está em terceira pessoa, que o nome da pessoa é citado como se alguém estivesse falando sobre ele e que a fala não é da própria pessoa. Podem ainda dizer que são citadas algumas falas do reclamante, como se alguém estivesse contando o que ele disse, portanto, o texto não foi escrito por ele, mas sim por outra pessoa.
- Diga que existe um profissional responsável por escrever os textos de um jornal e que esse profissional se chama redator. Mais informações sobre essa profissão podem ser encontradas no documento “Quadro com funções em um jornal” ou nos links dos materiais complementares.
Materiais complementares:
Para acessar o quadro com as funções em um jornal, clique aqui.
- O que faz um redator. Explica tudo. Disponível em https://explicatudo.com/o-que-faz-um-redator. Acesso em 25 de setembro de 2018.
- Redator: o que e o que faz esse profissional. Marketing Profissional. Disponível em https://mktprofissional.com.br/blog/redator/. Acesso em 25 de setembro de 2018.
- Como funciona uma redação de jornal. Super Interessante. Disponível em https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-funciona-uma-redacao-de-jornal/. Acesso em 25 de setembro de 2018.
Introdução
Orientações:
- Peça para os alunos compararem os dois textos. Peça para perceberem as mudanças realizadas pelo redator para poder transformar o texto enviado pelo leitor em um texto jornalístico adequado à seção na qual será publicado.
- Os alunos podem dizer que a carta enviada pelo leitor estava escrita em primeira pessoa, demonstrando a narração de uma reclamação vivida pelo próprio escritor e que a carta escrita pelo redator está em 3ª pessoa, indicando que é um relato sobre um fato reclamado por outra pessoa, que não é o autor do texto. Os alunos podem ainda dizer que o redator pode adequar o texto evitando termos repetitivos ao utilizar sinônimos, pronomes ou outros recursos de substituição lexical. Pode ainda, se for o caso, corrigir erros de ortografia presentes na carta original.
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 37 minutos
Orientações:
- Organize os alunos em trios.
- Leia a carta em voz alta para os alunos.
- Peça para os trios analisarem a carta para ver se existe algo que pode ser melhorado. Pergunte: “Se vocês pudessem reescrever essa carta, o que vocês mudariam?”
4. Deixe que falem a respeito. Alguns alunos podem falar sobre a repetição de termos, sobre a ausência de apresentação do autor da carta; nome, idade, onde mora. Podem ainda falar que a carta apresenta uma solicitação, mas que carece de explicação sobre os problemas da praça e precisa de argumentação de modo a convencer o prefeito a solucionar o problema.
Desenvolvimento
Orientações:
- Informe que a carta foi escrita por uma criança de 9 anos chamada Kauã, moradora de Goiânia.
- Mostre as imagens para os alunos. Em seguida promova uma discussão a respeito dos efeitos surtidos pelo envio da carta. Pergunte aos alunos:
- Ao olhar para a imagem, você acha que os direitos de alguém estão sendo desrespeitados? Que direitos são esses? De quem seriam esses direitos? E quem os desrespeitou?
- Ao olhar a imagem, vocês acham que o prefeito atendeu à solicitação do menino?
- Então, vocês acham que o envio da carta surtiu os efeitos esperados?
- Por que o envio da carta não resultou no objetivo desejado?
- O que mais, os moradores desse lugar, poderiam fazer para conseguir a reforma da praça?
Materiais complementares:
Google Maps (imagem de satélite), Jardim Guanabara II, Goiânia - Goiás. https://goo.gl/HKiqZr. Acesso em 24 de Set. de 2018.
Desenvolvimento
Orientações:
- Diga aos alunos que irão trabalhar em trio. Peça para imaginarem que são os redatores de um jornal e que receberam a carta de Kauã para ser publicada.
- Peça para pensarem naquilo que está faltando na carta de Kauã e que precisa ser informado para o autor melhorar essa carta para ser publicada.
- Espera-se que as crianças lembrem que é necessário que o autor se apresente, informando nome, idade e local onde mora. Espera-se que percebam, também, que existem muitos termos repetidos que precisam ser substituídos. Por fim, espera-se que percebam que faltam argumentos para convencer o prefeito a solucionar o problema. É preciso que compreendam que os argumentos são essenciais para o convencimento do destinatário da carta. Dentre os vários argumentos, os alunos podem lembrar o fato de que é direito das crianças ter um lugar seguro e limpo para brincar, que é obrigação do prefeito manter os ambientes públicos conservados, que o lazer é direito dos cidadãos e dever dos governantes, etc.
- Peça para escreverem um texto curto orientando Kauã naquilo que é preciso melhorar na carta.
Desenvolvimento
Orientações:
- Peça para os alunos retornarem ao exemplo da carta publicada no Correio Braziliense disposta no slide 3.
- Peça para identificarem as partes de uma carta de reclamação publicada que não podem faltar.
- Peça para se inspirarem na publicação do Correio Braziliense para produzir o texto a ser publicado.
- Certifique-se que percebam que é preciso apresentar o autor da reclamação com seu nome, idade e local onde mora, que é preciso apresentar o detalhamento do problema reclamado (o que eles precisam criar por estar ausente na carta original), apresentar os argumentos utilizados pelo autor (o que será preciso criar também), que podem recorrer à fala do autor citando-a entre aspas e que é preciso evidenciar a solicitação a ser atendida.
- Quanto ao recurso de reproduzir falas do autor da reclamação, utilizando aspas, os alunos precisam compreender que esse é um importante recurso para agregar credibilidade e veracidade ao texto gerando a sensação de que se pode confiar naquilo que está sendo veiculado e que a reclamação não pertence ao jornal, mas ao leitor que a enviou para ser publicada. Assim, ao mesmo tempo em que acrescenta credibilidade ao texto, o jornal demonstra imparcialidade e se abstém de possíveis responsabilidades advindas das informações apresentadas. Pergunte aos alunos: Com que objetivos o jornal reproduz trechos das falas do autor da reclamação?
Desenvolvimento
Orientações:
- Entre folhas brancas aos trios. Peça para utilizarem uma letra maior para que muitas pessoas possam ler a publicação ao mesmo tempo.
- Deixe a publicação disponível no mural para que eles possam ler durante outros momentos.
Fechamento
Tempo sugerido: 5 minutos
Orientações:
- Oriente os alunos a escrever no caderno tudo aquilo que aprenderam nessa aula. Assim, podem registrar o que aprenderam sobre a função do redator no jornal, sobre as partes de uma carta de reclamação, e sobre como uma carta enviada para publicação é reescrita passando para 3ª pessoa, utilizando trechos da carta original entre aspas, contribuindo para a resolução do problema.
- Note, entretanto, que a questão proposta nesse fechamento é "aberta", pois entendemos que depois de vivenciar todas as atividades da aula (e do bloco, caso você esteja seguindo a sequência de aulas), os alunos estarão aptos a ir além das respostas descritas acima.
- Permita que os alunos evidenciem suas aprendizagens genuínas, fornecendo desse modo, elementos para que você avalie o desenvolvimento da aula (ou da sequência) e as aprendizagens dos alunos.
Sugestão de adaptação para ensino remoto
Recursos indicados
- Necessários: canais de comunicação (como WhatsApp ou e-mail), para envio das orientações por áudio, vídeo ou texto, e troca de mensagens com os estudantes sobre a atividade.
- Opcionais: canais para videochamadas, como Google Meet ou Zoom (tutorial disponível aqui).
Quadro com as funções em um jornal, disponível aqui.
Introdução
Envie aos estudantes, por WhatsApp ou outro canal de comunicação, a proposta de brincarem de redatores de jornal, transformado as cartas de reclamação dos leitores em publicações. Se estiverem seguindo esta sequência de aulas, os estudantes já estarão familiarizados com algumas das características que se mantêm em uma carta publicada e outras que mudam. Se preferir, retome essas características com a proposta da Introdução deste plano, comparando uma carta enviada pelo leitor com a carta publicada no jornal. Siga os questionamentos do plano original para impulsionar a discussão. Caso contrário, passe para a atividade de Desenvolvimento.
Desenvolvimento
Envie, pelo mesmo canal de comunicação utilizado anteriormente, a imagem da carta de um menino que solicita ao prefeito melhorias na praça e em um campinho de seu bairro (essa carta já apareceu em um plano anterior desta sequência). Diga aos estudantes que você percebe que estão faltando partes nesta carta para que ela fique mais convincente. Pergunte se eles podem dizer o que falta. Informe que não pudemos descobrir se a carta atingiu a finalidade desejada e solicite que eles a reescrevam buscando melhorar o texto (utilize as orientações do plano original para dar pistas do que os estudantes precisam melhorar no texto). Estipule um prazo para o término e envio desta tarefa a você.
Fechamento
Combine uma videochamada para analisarem juntos as cartas reescritas. Brinque dizendo que agora sim os redatores do jornal têm um bom material para trabalhar. Abra um arquivo no Word ou Google Docs e compartilhe sua tela. Peça para os estudantes irem dizendo como imaginam essa publicação. Vá escrevendo à medida que eles forem dando ideias. Lembre-os de que nessa seção do jornal os textos são breves, mas não deixam de trazer a identificação do reclamante, a explicação do problema e argumentos que convençam os responsáveis a tomar providências. É possível utilizar também trechos da carta do autor entre aspas para dar mais veracidade à publicação. Finalize solicitando que os estudantes escrevam no caderno conclusões sobre o gênero estudado. Grave a videochamada ou faça um resumo dela para aqueles que não puderam participar.
Caso não seja possível realizar a videochamada, envie aos estudantes a proposta de escreverem individualmente a publicação da reclamação no jornal, como se fossem os redatores, além de enviarem suas conclusões sobre o gênero. Oriente-os com base no plano original. Estipule um prazo para o envio das respostas e dê uma devolutiva geral para a turma.
Convite às famílias
As famílias podem ser convidadas a pensar com as crianças sobre situações que incomodam e poderiam gerar uma carta de reclamação. Se quiserem, podem experimentar escrevê-la juntos e enviar diretamente aos responsáveis, se for alguém próximo, como o síndico do prédio ou o diretor da escola, ou encaminhar para algum jornal ou site especializado, como o “Reclame aqui”. Quem sabe vocês não têm uma surpresa ao descobrir que a carta surtiu o efeito desejado?