Sobre este plano
Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: Esta é a terceira aula de um conjunto de 3 planos de aula com foco em análise linguística e semiótica. A finalidade desse conjunto de planos é fazer com que os alunos reconheçam o uso segundo a norma padrão da colocação pronominal em trechos de cordéis e sonetos. E reconheçam também o contexto da escrita do texto evidenciando a variedade formal e informal da linguagem.
Materiais necessários: Cópia dos trechos e das perguntas apresentadas neste material.
Dificuldades antecipadas: Dificuldade com o uso dos pronomes oblíquos dentro do texto conforme a norma padrão. É interessante ter certeza de que os alunos se lembram das preposições, dos advérbios e das formas nominais para a realização da atividade.
Referências sobre o assunto:
Novíssima Gramática da Língua Portuguesa - Novo Acordo Ortográfico (Domingos Paschoal Cegalla); Moderna Gramática da Língua Portuguesa (Evanildo Bechara); Norma culta brasileira: desatando alguns nós (Carlos Alberto Faraco); Gramática Pedagógica do Português Brasileiro (Marcos Bagno).
Tema da aula
Tempo sugerido: 2 minutos.
Orientações:
- Questione os alunos sobre os pronomes e sua colocação nas frases.
- Questione sobre o pronome e a concordância verbal.
- Caso perceba que os alunos não se lembram dos pronomes, é conveniente realizar uma revisão antes da aula, relembrando os pronomes pessoais do caso reto, oblíquo, indefinidos, demonstrativos e possessivos. Relembre também os advérbios de negação que atraem os pronomes e os verbos no infinitivo e gerúndio.
introdução
Tempo sugerido: 8 minutos.
Orientações:
- Disponha os alunos em duplas ou trios. Isso facilitará a troca de informações e o preenchimento da conclusão. Permita e incentive a discussão entre os grupos.
- Relembre com os alunos o pronome pessoal do caso reto e oblíquo.
- Retome e relembre a importância da concordância verbal em relação aos pronomes.
- Questione sobre exemplos de uso e em quais gêneros textuais costuma-se usar os pronomes. Caso perceba o desconhecimento dos pronomes pelos alunos, forneça pistas, como por exemplo, questionando quais são as palavras que usamos para fazer referência às pessoas do discurso além dos pronomes do caso reto.
- Atente-se, professor, ao fato de que é necessário o conhecimento desses pronomes para a realização do exercício e, se julgar necessário, apresente a definição antes da aula.
- Peça aos alunos que leiam a tirinha que dará pistas sobre o assunto a ser tratado e também fornecerá dicas sobre uma das utilizações do pronome, ou seja, que as palavras negativas atraem o pronome.
- Questione os alunos sobre qual acerto a menina solicita e questione também qual seria a palavra que atrairia o pronome para perto. Dê pistas que levem o aluno a perceber o aparecimento do advérbio de negação “nunca”.
- Leve os alunos a perceberem que, na norma padrão, o pronome oblíquo não inicia frase na Língua Portuguesa e possibilite que percebam que o verbo “abraçar” e “beijar” estão no imperativo.
- Lembre-se que não é necessário insistir na memorização da nomenclatura, mas é interessante que os alunos já se acostumem com os nomes.
Desenvolvimento
Tempo sugerido: 30 minutos
Orientações:
- Apresente aos alunos o cordel do autor cearense Bráulio Bessa, nascido em 1986, e relembre aos alunos que o cordel é um gênero que utiliza a linguagem informal e que percebemos isso por algumas palavras do texto como “pra”, “capiongo”, aperreado”.
- Peça aos alunos que observem o pronome grifado “me” e expliquem se o uso está adequado segundo a norma padrão. Questione os alunos do porquê o autor teria utilizado um corretamente e o outro de forma incorreta. Estimule a discussão em sala.
- Questione os alunos quais frases soam mais natural:
- “porém nunca me senti desmotivado,” ou “ “porém nunca senti-me desmotivado,”
- “me agarrava sempre numa mão amiga,” ou “agarrava-me sempre numa mão amiga,”
- Faça com que os alunos percebam que na língua falada e em situações informais a ênclise “desaparece” da Língua Portuguesa e a próclise é mais comumente utilizada.
- Possibilite aos alunos perceberem que no Brasil utiliza-se com mais frequência a próclise.
- Peça a eles que analisem em frases com os pronomes como:
- Explique aos alunos que a utilização da linguagem varia muito conforme o contexto e o interlocutor (pessoa com quem se fala).
desenvolvimento
Orientações:
- Apresente aos alunos o cordel de outro autor cearense Patativa do Assaré, nascido em 1909 e falecido em 2002. Peça aos alunos para observarem os pronomes e relembre que o cordel é um texto que possui características regionais e por isso, faz uso da linguagem informal.
- Questione os alunos quais frases são mais utilizadas no dia a dia.
- “me desviando do assunto” ou “desviando-me do assunto”
- “da história que lhe remeto,” ou ”da história que remeto-lhe”
- Leve os alunos a perceberem que assim como no slide anterior, a primeira frase parece ser mais natural que a segunda.
desenvolvimento
Orientações:
- Apresente agora aos alunos o soneto do autor português Luís de Camões, nascido em 1524 e falecido em 1580. Peça aos alunos para observarem os pronomes e relembre que o soneto é um texto que possui características clássicas e por isso faz uso de uma linguagem formal. Peça aos alunos que observem os pronomes grifados.
- Conduza os alunos a perceberem que os autores, mesmo que de épocas diferentes, fazem uso da mesma colocação pronominal.
desenvolvimento
Tempo sugerido:
Orientações:
- Peça aos alunos que analisem cada pronome grifado e que expliquem a colocação utilizada segundo a norma padrão.
- Solicite também que reescrevam o verso quando perceberem que a colocação foi utilizada em desacordo com a norma padrão.
- Oriente os alunos para o preenchimento da lista, forneça ajuda e dê dicas e pistas informando que a palavras com sentido negativo e também as outras classificações de pronomes atraem os pronomes (não, nem, isso), mas não dê as respostas, estimule-os a pensar.
Fechamento
Tempo sugerido: 10 minutos
Orientações:
- Oriente os alunos quanto às observações principais com relação ao uso da próclise e da ênclise. Atente-se de que a nomenclatura não é o item mais importante, mas sim reconhecer as palavras que atraem o pronome para antes ou depois do verbo.
- Explique aos alunos que no Brasil usa-se mais a próclise por uma questão de oralidade e formação cultural, porém nos textos escritos formais é necessário seguir algumas regras específicas de colocação pronominal que nem sempre coincide com as formas que nos parecem mais natural.
- Comente que isso acontece porque muitas dessas regras se baseiam nos pronomes átonos usados em Portugal.
- Explique também aos alunos a questão enunciativa discursiva, ou seja, que a linguagem é sempre adequada ao contexto e que cada autor escreve conforme o grau de estudo e conhecimento que possui.
- Chame a atenção dos alunos para o fato de que mesmo em épocas diferentes os autores utilizaram as mesmas colocações.
- Respostas do “Concluindo”
CONCLUINDO…
Lembre-se que a enunciação discursiva é a atividade linguística do interlocutor no momento da fala e que por isso ela pode ser alterada por vários motivos como:
- Adequação entre locutor (aquele que fala) a seu interlocutor (aquele que ouve).
- A linguagem é influenciada pelo nível de instrução e leitura de quem fala e pelo contexto em que é utilizada.
- Camões utilize a linguagem formal e Patativa do Assaré uma linguagem regional e mesmo assim os dois apresentaram desvios na colocação pronominal segundo a norma padrão.
- E por último, lembre-se de que a principal função da linguagem é a comunicação, mas é muito importante conhecer o uso segundo a norma padrão, porque essa é a forma exigida em um ambiente formal de trabalho, negócios e apresentações acadêmicas.