Contextos prévios: Esta atividade propõe a exploração de folhas naturais com o uso de uma caixa de luz. Caso a escola não disponha de uma área verde, colete as folhas e traga o material para o grupo. Busque por duas ou três folhas de formatos diferentes e que possam servir de inspiração para o grupo. A caixa de luz é uma ferramenta que pode ser facilmente construída com uma uma caixa organizadora transparente que não seja muito alta e nem muito pequena, (deve caber uma luz de emergência dentro dela); papel de seda branco para encapar somente as laterais da caixa; fita adesiva; uma ou duas lanternas de emergência que funcionem com pilhas ou bateria. Vire a caixa de maneira que a tampa fique sobre a mesa e o fundo esteja para cima. Utilize a fita adesiva para prender a luz de emergência na parte interna da tampa. Encape as laterais da caixa com papel de seda branco e ela estará pronta. Você pode encontrar outras formas de fazer a caixa de luz no link
Materiais:
Lápis grafite de diferentes espessuras, borracha, papel vegetal tamanho A4, em quantidade suficiente para todas as crianças, e uma caixa de luz.
Procure por duas ou três folhas de árvores que estejam secas, que tamanhos médios e formatos diferente dos comuns e as leve para mostrar à turma e complementar a coleta que será realizada.
Espaços:
Preveja que a atividade ocorrerá em espaços externos e internos. O ambiente externo deve ser uma área verde que possua árvores. O ambiente interno deve ser uma sala que possa ser facilmente escurecida com cortinas, por exemplo, ou forrando-se as janelas. Organize nesse espaço mesas e cadeiras em grupos dos quais farão parte no máximo cinco crianças. Coloque sobre as mesas lápis grafite, borrachas e folhas de papel vegetal, uma para cada criança. Separe uma mesa para colocar a caixa de luz, atente-se para que a ela esteja à altura da criança, de maneira que possam visualizar autonomamente enquanto produzem. Em outro espaço da sala, coloque brinquedos livres à disposição da turma.
Tempo sugerido:
Aproximadamente uma hora e 20 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
De que forma as descobertas que as crianças fazem ao observar as folhas na caixa de luz contribuem para a realização do desenho? Quais relações estabelecem ao observar diferenças e semelhanças?
Que soluções as crianças encontram para expressar graficamente os detalhes observados nas folhas? Elas trocam ideias e soluções entre si?
Como as crianças expressam seus sentimentos ao realizar o desenho a partir da observação da folha e ao apreciarem sua produção final?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender às necessidades e às diferenças de cada criança ou do grupo. Ofereça ao grupo possibilidades de apoios diferentes para desenhar, que podem ser sobre a mesa, no chão ou na parede. Garanta que todos tenham acesso ao uso da caixa de luz para fazer observações, potencializando para que observem e interajam entre si.
O que fazer durante?
1
Faça uma roda com o grande grupo e converse com as crianças a respeito das observações que fazem da natureza, se já se atentaram aos detalhes que as plantas trazem e o que encontraram de interessante ao apreciar árvores, flores, folhas, terras e raízes. Interaja com elas ouvindo os relatos e compartilhando suas experiências.
Sugira à turma uma expedição na área externa da escola, para que todos possam vivenciar essa observação, possibilitando também que toquem e sintam a natureza e os seus elementos. Proponha que nessa vivência se atentem às folhas que estiverem caídas e as recolham, para que, na sala, o grupo todo possa investigá-las sob o efeito da caixa de luz. Se houver variedade de tipos de folhas no ambiente, chame a atenção para aquelas com formatos diferenciados, buscando coletá-las também. Acompanhe as crianças na expedição observando como participam, se tocam ou cheiram as folhagens, se preferem sentir as raízes e a terra, se conseguem se ater a detalhes. Observe como reagem quando descobrem algo inesperado e quais as expressões que trazem. Transite pelo espaço e registre o momento com fotografias.
2
Ao retornar à sala, reúna as crianças em roda novamente e peça para que comentem as impressões a respeito do momento vivenciado na área externa. Potencialize para que contem se foi fácil ou difícil encontrar as folhas, se identificaram a qual árvore pertenciam e quais observações fizeram durante o passeio.
Mostre os materiais recolhidos para a turma e faça-os circular pela roda, para que as crianças possam tocar, sentir o cheiro, a textura, as nuances, linhas, percebendo as semelhanças e diferenças que cada folha traz. Interaja ressaltando as diferenças de tamanho, cores, formatos e peça para que contribuam também falando a respeito do que sentiram ao tocar as folhas. Peça às crianças que indiquem duas ou três folhas que mais gostaram observá-las com a caixa de luz.
3
Apresente a caixa de luz ao grande grupo e mostre a eles para que ela serve. Esclareça que ali dentro há uma lâmpada que os ajudará a enxergar melhor os detalhes. Combine com a turma que irá chamar pequenos grupos para que observem as folhas na caixa de luz e que, enquanto um grupo investiga, os demais irão brincar autonomamente em outros espaços disponíveis na sala.Indique o grupo que irá iniciar a observação, escureça o ambiente e coloque as folhas sobre a caixa de luz.
Explore com cada pequeno grupo os detalhes e as minúcias que a caixa de luz possibilita investigar e potencialize as descobertas. Acompanhe esse momento de contemplação das crianças e observe se estão atentas a todos os detalhes. Interaja com elas a respeito das cores, formas, texturas, traços, linhas, marcas e outras minúcias que possam apresentar. Anote falas e comentários que surgirão e fotografe o momento.
4
Após todos os grupos terem feito a exploração, convide novamente a turma para sentar-se em roda junto com você. Dialogue com o grupo perguntando o que a observação com a caixa de luz proporcionou. As crianças fizeram descobertas novas a partir desta investigação? Com essa observação terão elementos para compor um desenho das folhas?
Possíveis falas do professor: Agora que já sentimos as folhas com todo o nosso corpo, tocando, observando, cheirando, o que acham de desenharmos tudo o que investigamos? Fechem os olhos e enxerguem dentro da sua memória a folha que exploramos. Todos conseguem encontrá-la dentro de si? Agora vamos deixar que esta folha saia em formato de desenho.
Após a conversa, esclareça ao grande grupo que é chegada a hora da produção dos desenhos e que a caixa de luz ficará à disposição, caso as crianças necessitem de apoio.
5
Conduza para que as crianças se organizem em pequenos grupos de até cinco pessoas.Entregue os materiais para a produção dos desenhos e esteja por perto acompanhando os traçados e as formas que surgem no papel. Ofereça ao grupo possibilidades de apoios diferentes para desenhar, que pode ser sobre a mesa, no chão ou na parede. Enquanto desenham, circule entre as mesas e valorize as produções, ressaltando as especificidades de cada desenho. Observe as crianças que já finalizaram e peça que identifiquem suas produções, se eles já escrevem o nome com autonomia. Caso não tenham ainda esse domínio, ofereça apoios como crachás ou cartazes com fotos para os auxiliar na escrita. Sugira aos que já finalizaram que brinquem com o material que separou enquanto aguardam os colegas terminarem.
6
Quando todos já tiverem finalizado, reúna novamente o grande grupo. Escureça o ambiente e proponha às crianças uma partilha dos desenhos, de modo que todos possam descobrir as diversas folhas que estavam guardadas dentro de cada um e que surgiram na forma de desenho. Para que a partilha seja ainda mais instigante, sugira que utilizem a caixa de luz para observar os desenhos que produziram. Coloque as produções, uma de cada vez, sobre a caixa e peça que observem as tonalidades das cores, as proporções, os tamanhos, as linhas e os detalhes que podem ser percebidos com mais clareza por causa da luminosidade. Interaja com o grupo, valorizando as produções e chamando a atenção para que, embora todos tenham observado as mesmas folhas, surgiu uma diversidade de desenhos que representam o que foi observado, pois cada um trouxe com seu desenho a sua singularidade. Interaja com o grupo conversando a respeito da representação gráfica que as crianças fizeram, pergunte quais foram os desafios na realização da atividade e como conseguiram superá-los. Sugira expor as imagens em um mural e ampliar a proposta desenhando ainda mais elementos da natureza em outros dias.
Para finalizar:
Ao encerrarem a roda de conversa, convide a turma para guardar os materiais utilizados nos locais adequados e, assim, coletivamente, reorganizem o espaço.
Desdobramentos
Retome as anotações que fez com as sugestões das crianças e proponha novamente a observação da folha na caixa de luz e do desenho já realizado. Promova interações entre a turma por meio das observações e, conforme o envolvimento do grupo, sugira sob a forma de desafio, um segundo ou terceiro desenho no qual possam colocar detalhes que antes não tinham observado. Aproveite a caixa de luz mais vezes para fazer experiências com outros elementos da natureza, por exemplo, areia, flores e insetos.
Engajando as famílias
Você pode, antes da realização desta atividade, encaminhar um bilhete às famílias sugerindo que promovam um passeio em um local arborizado e escolham junto com a criança a folha que mais gostaram. Solicite que a recolham-na e tragam-na à escola para a realização de uma atividade. No final do dia, quando as famílias forem buscar as crianças, coloque a caixa de luz e as folhas coletadas à disposição dos familiares, para que também possam observar as folhas que recolheram.
Desenhando folhas sob o efeito da luz
Apresente a proposta Grave um vídeo observando uma folha em ambiente natural, a partir da janela de casa ou em um jardim, chamando a atenção para alguns detalhes curiosos como formato, cor e espessura. Ilumine-a com a lanterna do celular, questione sobre outros detalhes que podem ser percebidos com a luz e faça algumas considerações. Envie o vídeo por Whatsapp ou outra plataforma de comunicação com as famílias e faça o convite: - Que tal fazermos observação de folhas e representá-la em desenho?
Adaptações necessárias Convide as famílias para recolherem folhas em um ambiente natural, caso seja possível visitar um jardim ou um quintal. Caso não seja, podem colher em vasos de plantas diversas. O objetivo é observarem e realizarem desenhos com o que recolherem.
Sugira às famílias Convide os familiares a recolherem algumas folhas junto às crianças, para observarem cores, linhas presentes, formas e texturas. Caso não seja possível, sugira que estabeleçam essa relação com a natureza através de uma planta em um vaso, por exemplo.
Proponha que, em seguida, coloquem as percepções no papel por meio de um desenho, expressando as observações. Sugira que em alguns momentos possam utilizar a luz (da lanterna do celular, por exemplo) para aguçar as percepção e reconhecer outros detalhes despercebidos, fazendo testes com a folha e com o desenho na luz, instigando as crianças a desenharem as novas percepções.
Para compartilhar com o grupo Peça para os familiares compartilharem com você as produções, contando por áudio ou mensagem quais foram as percepções retratadas no desenhos. Podem também fotografar a folha observada. Depois, é possível compartilhá-las com todo o grupo por Whatsapp, de modo que cada um possa contar como foi realizar a atividade em família. É esperado que, conforme você compartilhe essas ações, mais famílias se sintam estimuladas a realizarem a atividade. Continue recebendo e encaminhando os resultados para o restante do grupo.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor:Josiane Souza do Porto
Mentor:Elisiane Andreia Lippi
Especialista do subgrupo etário: Mônica Sâmia
Campos de Experiência:. Espaço, tempo, quantidade, relações e transformações; Escuta, fala, pensamento e imaginação.
Objetivos e códigos da Base:
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
(EI03ET04) Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.
(EI03ET05) Classificar objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e diferenças.
Abordagem didática: Apreciar significa observar com maravilhamento, uma atitude muito própria da infância, mas por vezes pouco valorizada e estimulada pelos adultos. A educação do saber sensível, estético é fundamental para o desenvolvimento das crianças, pois assim elas apuram seu olhar sobre o mundo, aprendendo sobre cores, formas, linhas, cheiros, texturas, ao tempo em que se sintonizam com as belezas naturais, aprendendo a valorizá-las e a compreender os ciclos de vida e a desenvolver uma atitude respeitosa e contemplativa da natureza.