Separados pelo oceano, unidos pela palavra
PorWellington SoaresPaula Peres
16/09/2017
Este conteúdo é gratuito, entre na sua conta para ter acesso completo! Cadastre-se ou faça login
Compartilhe:
Jornalismo
PorWellington SoaresPaula Peres
16/09/2017
1 B isbilhotar a correspondência alheia pode parecer falta de educação. Mas, quando se trata de troca de cartas, postais e faxes entre dois grandes escritores, podemos abrir uma exceção.
Com o Mar por Meio ilustra a maneira como a comunicação funcionava há não muito tempo, apesar de parecer uma realidade distante em tempos de mensagens instantâneas. No livro, estão reunidas correspondências trocadas entre o escritor brasileiro Jorge Amado (1912?2001) e o colega português José Saramago (1922?2010).
Ao longo da obra, é possível conhecer melhor a relação dos dois autores, que, apesar de terem escritas bastante diferentes, construíram uma sólida e afetuosa amizade. Entre os arquivos, conversas sobre a política nos dois países, problemas de saúde e a possibilidade de que um dos dois fosse agraciado com o Prêmio Nobel criam uma narrativa que desperta interesse e o prazer da leitura, reforçado pelo projeto gráfico.
Viajar por essas correspondências é uma boa maneira de se aventurar a conhecer o gênero carta. A leitura do material pode ser usada como documento de investigação em várias disciplinas: é possível conhecer a visão de Amado sobre a situação política brasileira durante a eleição de 1994 ou também servir como objeto de reflexão para as aulas de Língua Portuguesa.
Vale pensar com a turma sobre o porquê de os autores guardarem esses documentos e refletir sobre quais meios de comunicação atuais serão preservados e analisados no futuro. É uma maneira interessante de fugir das tradicionais aulas em que se ensina os jovens a redigir uma carta, habilidade que perde cada vez mais o sentido nos dias de hoje.
Com o Mar por Meio - Uma Amizade em Cartas, organização Bete Capinan, Paloma Jorge Amado e Ricardo Viel, 120 págs., 59 reais (impresso) e 39,90 reais (e-book)
O que é ser perfeito?
Na história, o pequeno Daniel cumpre suas funções perfeitamente ao longo do dia, mas, à noite, um segredo que guarda vem à tona. O texto e as ilustrações sensíveis podem ser uma porta de entrada para iniciar discussões sobre identidade de gênero sem cair em estereótipos ou no discurso moralizante.
O Menino Perfeito, Bernat Cormand (texto e ilustração), 24 págs., 29 reais
Para valorizar a produção nacional
Snapcine é uma plataforma virtual que reúne produções audiovisuais (curta-metragens, documentários e séries) brasileiras não muito divulgadas, de diversas épocas. É possível, por exemplo, assistir a um filme mudo de 1913 - um dos mais antigos nacionais - ou a um documentário sobre a São Paulo da década de 1920 e conhecer produções independentes recentes de temática futurista. Um prato cheio para buscar referências audiovisuais para oferecer à turma. Para ter acesso, é necessário fazer um cadastro gratuito.
Snapcine, disponível em snapcine.com
Os segredos do Porto Maravilha
Com o aplicativo, é possível fazer um tour guiado pela região portuária do Rio de Janeiro. O usuário deve caminhar para desbloquear informações sobre a relação entre os arredores do Museu do Amanhã e a corrupção, da chegada da Família Real até a Operação Lava Jato.
Museu do Ontem, disponível em apublica.org/museu-do-ontem/
Sempre é tempo de aprender a comer
"É hora de abrir mão da ideia de que é falta de Educação deixar comida no prato." Essa é uma das máximas defendidas em Como Aprendemos a Comer. O livro mostra como a Educação alimentar se dá em qualquer época da vida e que é possível estimular as crianças a ter uma relação saudável com a comida.
Como Aprendemos a Comer, Bee Wilson, 288 págs., 64,90 reais (impresso) e 39,90 reais (e-book)
FOTOS DIVULGAÇÃO
Últimas notícias