Uma obra, uma história, duas linguagens
PorWellington SoaresUbiratan Leal
13/06/2017
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Jornalismo
PorWellington SoaresUbiratan Leal
13/06/2017
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Não é de hoje que editoras apostam em transformar clássicos da literatura em histórias em quadrinhos para torná-los atraentes aos jovens. A tentativa nem sempre dá certo e o resultado aparece em livros que não conseguem reproduzir a riqueza dos originais nem se tornar divertidos como as HQs que os jovens curtem. Não é esse o caso das novas adaptações da série Clássicos Brasileiros. Os dois são romances do modernista Mário de Andrade (1893-1945), cujo trabalho entrou em domínio público em 2016.
Amar, Verbo Intransitivo, 104 págs., 45,50 reais Macunaíma, O Herói sem Nenhum Caráter, 88 págs., 45,50 reais
As duas versões foram competentes ao transpor a prosa para os quadrinhos. Isso vale tantopara o ambiente austero da casa dos Souza Costas em Amar, Verbo Intransitivo - adaptação de Eloar Guazzelli (arte) e Ivan Jaf (roteiro) - quanto para a Amazônia fantástica e debochada de Macunaíma - adaptada por Rodrigo Rosa (roteiro e arte).
As publicações dão bastante ênfase ao trabalho de linguagem, mostrando como os responsáveis tiveram de estudar a obra e o tempo em que ela se passa, do visual aos diálogos. Neste último aspecto, algumas falas soaram gratuitas ou pareceram expor demais partes da história que deveriam aparecer de modo mais discreto.
Entender essa mudança de linguagem é fundamental, e esse é o grande mérito da versão em quadrinhos dos clássicos. O conteúdo em si jamais será o mesmo da edição original, mas permite entender as nuances desse gênero da literatura.
Para levar os jovens aos clássicos em texto integral, vale destacar os trechos que mais chamarem a atenção da turma e compará-los nas duas versões. Também dá para trabalhar outras obras, de Andrade ou outros autores, e propor que a própria turma crie suas versões em HQ.
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A Montessori brasileira
Armanda Álvaro Alberto se inspirou na educadora italiana Maria Montessori (1870-1952) , de quem foi aluna, para propor novos métodos nas escolas brasileiras. Ela também liderou movimentos feministas e criou a primeira escola a servir merenda aos alunos. O documentário Armanda busca tornar seu trabalho mais conhecido do público e não restrito à academia.
Armanda, Flávio Machado, Liliane Leroux e Rodrigo Dutra. Mais informações na página facebook.com/armandadocumentario
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Os pequenos e o mundo
O projeto Era uma Casa Muito Engraçada, do Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, propõe reunir uma equipe para aprofundar o conhecimento sobre a primeira infância e criar uma oficina. O trabalho terá a orientação da educadora Marisa Szpigel, especializada na formação de professores com ênfase em arte, e refletirá sobre a relação dos bebês e crianças pequenas com o mundo. Inscrições gratuitas.
Era uma Casa Muito Engraçada, formação de grupo de estudos em 14 e 21 de junho e oficina em 6 de agosto (datas dos outros ciclos ainda não definidas). Mais informações: (11) 3026-3913 e agendamento@mcb.org.br
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Piaget inédito
Materiais de um curso dado por Jean Piaget (1896-1980) ao piscólogo brasileiro Cláudio Saltini em 1979 foram editados e lançados pela primeira vez, 37 anos após a morte do biólogo suíço. Na obra, Piaget se dedica a explicar as relações entre as emoções, a afetividade e o processo de aprendizagem das crianças.
Relações entre a Afetividade e a Inteligência no Desenvolvimento Mental da Criança, Jean Piaget, organização e tradução de Cláudio Saltini e Doralice Cavenaghi, 356 págs., 90 reais
Imagens: Guazzelli, Reprodução e Divulgação
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