Investigando seres invisíveis
O experimento de cultivar micro-organismos revela: há micróbios por todos os lados e só a higiene pode combatê-los
PorCamila CamiloJacqueline HamineMonise Cardoso
11/05/2017
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Jornalismo
PorCamila CamiloJacqueline HamineMonise Cardoso
11/05/2017
Mergulhar cotonetes sujos em uma mistura de gelatina com caldo de carne e checar a mudanças após alguns dias é uma atividade clássica em Ciências. Ela é popular porque está nos livros didáticos, é simples (nem precisa de um superlaboratório) e prova a existência de micro-organismos. Eles serão mais estudados no Fundamental 2 (quando se ensina a diferença entre bactérias, fungos, vírus etc.). Nos anos iniciais, o experimento ajuda a criança a entender porque todo mundo pede para ela escovar os dentes diariamente ou lavar as mãos antes de comer. "Ela relaciona hábitos de higiene com a existência danosa de bactérias no corpo", explica Luisiana Carneiro, editora de materiais didáticos em Ciências.
O trabalho com meios de cultura é tópico carimbado nas aulas desde a década de 1970, quando o livro Da Biologia ao Homem chegou às escolas. Para fugir da mera constatação, um bom projeto contempla uma discussão prévia, o experimento e sua conexão com a realidade, sempre incentivando o comportamento investigativo dos alunos. "Nessa idade, o grau de abstração é baixo. É com base na observação que eles entendem o conceito", conta Mara Cassas, professora do Colégio Santo Américo, em São Paulo.
A mistura feita com caldo de carne representa os restos de comida na boca ou o suor dos pés. "São lugares quentinhos, úmidos e com células mortas. Um prato cheio para a reprodução bacteriana", diz Luisiana. Com o tempo, elas "estragam" o meio de cultura. O resultado é o que o educador precisa para mostrar que micróbios se multiplicam rápido. Aglomerados, eles se revelam: lá estão os causadores de cáries, chulé e micoses.
Pergunte: "O que é cárie?" ou "De onde vem o chulé?". É comum a criança achar que micro-organismos são mostrinhos gosmentos. Também anote essas hipóteses.
Faça com a turma: dissolva meio tablete de caldo de carne em água quente. Adicione gelatina incolor e coloque na geladeira. Depois de frio, despeje na placa de petri ou em um copinho de plástico. Coloque na geladeira e retire 15 minutos antes da atividade. Passe um cotonete na boca ou por entre os dedos dos pés e depois sobre a gelatina.
Em até cinco dias, a turma registra o que vê. Quem ainda não escreve pode desenhar. Eles observarão o crescimento de uma camada escura onde o cotonete sujo foi colocado.
Aproveite as observações das crianças para explicar que o potinho simulou as condições no nosso corpo para os seres que não vemos se multiplicarem e causarem infecções.
FOTO Ricardo Toscani / MODELO Julia Vitória / Agência Kids
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