É tudo mentira! (ou quase tudo)
PorWellington SoaresLucas FreireLarissa Darc
08/04/2017
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Jornalismo
PorWellington SoaresLucas FreireLarissa Darc
08/04/2017
Para combatê-las, governos, empresas de mídia e gigantes de tecnologia como Facebook e Google têm desenvolvido ferramentas. Muitas iniciativas dão também dicas de como educar jovens e crianças para certificar a confiabilidade de uma informação recebida pela internet. "É preciso ensinar a separar o joio do trigo estimulando a capacidade de análise dos estudantes", comenta Adilson Odair Citelli, professor de Educomunicação na Universidade de São Paulo (USP). O caminho para chegar à verdade é desconfiar do que se lê e até da própria opinião. Leia abaixo dicas de como encaminhar esse trabalho com os jovens.
Como atestar a veracidade de uma informação
Ao encarar uma mensagem compartilhada nas redes sociais, a primeira pergunta que o leitor deve se fazer é: qual o interesse de quem compartilhou essa informação? Uma pesquisa americana mostrou que jovens de 15 a 27 anos tendem a acreditar em notícias claramente equivocadas quando elas atestam algo em que eles já acreditam. Constatar o viés de quem divulgou a informação não é atestado de mentira, mas pode ser um alerta.
Muitas notícias falsas são divulgadas em sites feitos para se parecer com portais já consagrados. Por isso, abrir um link antes de compartilhá-lo é fundamental. Preste bastante atenção ao veículo que publicou a informação e, caso você não o reconheça, procure checar se jornais e sites tradicionais também divulgaram o mesmo dado. Também vale observar outras notícias do mesmo veículo e ver se todas apresentam tendência semelhante.
Boa parte das informações equivocadas são notícias verdadeiras, mas compartilhadas fora de contexto. Nesses casos, um detalhe pode fazer toda a diferença: checar informações como a data e o local de publicação do texto pode impedir você de espalhar por aí uma informação que já foi desmentida ou que poderia ser lida de uma maneira diferente, dependendo do período em que foi publicada.
Aspectos do próprio texto tambémsão importantes. Vale se questionar: isso é uma notícia, uma análise ou um texto opinativo? O autor se posiciona quanto ao assunto? Os dois lados foram ouvidos? As fontes da informação dada são claras? Quem pode se beneficiar com a divulgação dessa informação? Levar todos esses fatores em conta durante a leitura ajuda a assumir uma postura mais crítica sobre os fatos que são descritos no texto.
Espalhar uma informação é algo sério. Por isso, é importante refletir sobre os motivos e as consequências do compartilhamento de uma notícia: ela é relevante para outras pessoas? Quais interesses estarei defendendo com esse compartilhamento? E, acima de tudo, tenho confiança de que essa informação é verdadeira? Se a resposta à última pergunta for não, é melhor não compartilhar.
Ilustrações: Zansky
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