Quando o funk dá aula de Educação
PorRodrigo RatierAnna Rachel Ferreira
04/08/2016
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Jornalismo
PorRodrigo RatierAnna Rachel Ferreira
04/08/2016
Dava quase para pegar no ar a mistura de empolgação e constrangimento que tomou conta do Allianz Parque quando os dançarinos do Dream Team do Passinho entraram no palco do TEDxSãoPaulo. O que um grupo de funk estava fazendo no meio da mais descolada série de conferências do mundo - ainda mais em São Paulo, onde o evento focou a Educação? É como se cabeça
e corpo se dissociassem, apontando o dilema: "Essas letras, essa pobreza melódica... Não dá! Mas essa batida, ah, essa batida..."
O funk cresceu e se multiplicou. Um dos fenômenos recentes é o passinho, dança coreografada que acompanha as músicas dos bailes. O Dream Team é fruto desse movimento. No caso do grupo, as quatro comunidades de origem - Rocinha, Praça Seca, Cachoeirinha e Nova Iguaçu - são tão importantes quanto uma quinta, o Projac. Formado num concurso de dança no Caldeirão doHuck, o Dream Team adotou o padrão Globo para assinar contrato com a Sony, gravar comercial da Coca Cola e tocar nas FMs. No CD Aperte o Play, o tamborzão e o beatbox ganham roupagem pop. E as letras não fazem ninguém corar. Ainda que preguem respeito ao funk pornográfico ("Tudo bem tocar depois de uma certa hora", dizem em entrevista ao Canal Brasil), o grupo tem discutido o machismo e a cultura do estupro. No palco do TED, a impublicável Baile de Favela, do MC João, mereceu versão politizada, com citações a Malcolm X e Rosa Parks. E num festival de dança de rua, Lellêzinha, única mulher do quinteto, interrompe o proibidão Ela Quer P, do Mc Pikachu, para proclamar o que a "novinha" quer: "ser livre, ter o direito de ir e vir sem medo". É mais do que fazem muitas escolas, que preferem ignorar a trilha sonora de milhões de alunos.
Ótima chance de conferir 75 obras de 32 mestres da pintura que resolveram buscar uma nova linguagem para além do impressionismo, movimento que os celebrizou. Em quadros de Van Gogh, Cézanne e Matisse, a visão subjetiva do mundo ganha o aporte de cores vivas e de temas da vida real.
Autêntica obra de referência, esse livro simples e conciso é fruto do trabalho que a Comunidade Educativa Cedac realiza com educadores da rede pública desde 1997. O ponto forte é o passo a passo real da implantação de um projeto político-pedagógico (PPP), o que confere concretude ao documento.
Nesta obra para crianças, Felipinho estranha o comportamento do pai ao voltar do trabalho. Ele não quis brincar de ninja cosquinha e parecia um clone-zumbi. Ao se esgueirar pela sala de casa, o menino escuta sua mãe cochichar para a avó: "Mandaram ele para o olho da rua". Era o que o garoto precisava para ter certeza de que seu parceirão havia sido substituído por um impostor. Vestido de super-herói, o Magnificão, o menino encontra o "olho da rua": um bueiro, onde ele se enfia em busca do pai, para desespero da família. Delicado no texto de Moisés Liporage e nas ilustrações de Alexandre Rampazo, o livro mostra que as crianças sentem o drama do desemprego - mesmo sem compreendê-lo totalmente - e discute quais perdas na vida são realmente irreparáveis.
O paradesporto, modalidade para pessoas com deficiência, é o tema do documentário que acompanhou por quatro anos as equipes paralímpicas brasileiras de atletismo, canoagem, natação e futebol de 5. Não há vitimização. A rotina de treinos é pesada e as cobranças são intensas, já que o Brasil é uma potência na área. O destaque é a honestidade do retrato dos esportistas. É o caso da ansiedade da nadadora Susana Schnamdorf, portadora de uma doença degenerativa, que luta para ser reclassificada por causa da piora de seu quadro. Ou a vergonha do velocista Alan Fonteles. Ouro em Londres, ele se desmotivou, ganhou peso e agora corre contra si próprio para retomar a forma.
Imagens: divulgação
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