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Jornalismo

Vamos ter uma relação saudável com o Facebook

Rodrigo Ratier fala sobre questões do cotidiano

PorNOVA ESCOLA

07/06/2016

Rodrigo Ratier,

Rodrigo Ratier,
Editor executivo de NOVA ESCOLA e doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP)

Toc, toc. Com licença, posso chegar? Esta nova coluna é um espaço para trocarmos ideias sobre pequenas e grandes coisas que queremos transformar, deixar de lado ou aprimorar. A intenção é pensarmos em questões que nos desafiam e buscar caminhos para enfrentá-las.

Talvez você já tenha lido alguma coisa minha aqui na revista, mas não custa me apresentar: sou Rodrigo, jornalista e educador, pai da Luiza e editor da NOVA ESCOLA desde 2008. Vou me empenhar para investigar soluções que melhorem o dia a dia: tecnologias que simplifiquem tarefas, novidades sobre qualidade de vida ou, simplesmente, outras formas de enxergar uma questão cotidiana.

Um aspecto que quero mudar é minha relação com as redes sociais. Meu lance é com o Facebook. Acho um ambiente fascinante. Acesso artigos recomendados, descubro cursos, retomo amizades, tenho uma amostra do debate de opiniões na sociedade. São tarefas que a tecnologia tornou mais fácil e disponível. Isso faz da rede, para mim, uma ferramenta muito útil.

O problema, como muita coisa na vida, está na dose. Considerava que eu estava a salvo do excesso: abria uma ou duas vezes por dia (quase nunca no trabalho, viu, chefinho) e só. Me incomodei no dia em que a minha filha estava brincando na sala e eu me vi ali, deslizando o polegar pela timeline, num misto de tédio e de escape daquele momento precioso e fugaz...

Pesquisei formas de buscar informação gastando menos tempo. E exercitei o autocontrole evitando levar o celular para aquela última olhada antes de dormir.

Agi por métodos radicais. Desinstalar o aplicativo no celular não rolou: eu continuava acessando pelo navegador. Meu "facebuquecídio" também foi um fiasco. Senti falta das discussões e ressuscitei ao final do nono dia. Optei, então, por uma estratégia mais gradual.

Pesquisei formas de buscar informação gastando menos tempo. Encontrei o botão "ver primeiro", que faz com que as publicações de uma pessoa ou página apareçam no começo (ative a opção clicando em "seguir" na página desejada). É válido quando se tem um interesse específico. No meu caso, cadastrei perfis que oferecem cursos.

Outra coisa legal é o recurso de listas (tutorial bacana em bit.ly/face-lista). Elas servem tanto para hierarquizar os amigos que você quer ver mais quanto para controlar quem pode ler o que você publica (como seus alunos). O Face tem listas pré-prontas de melhores amigos, conhecidos e restritos, mas você também pode criar as suas próprias. A minha de família economiza um tempo com as atualizações dos parentes.

Certas ações têm a ver com autocontrole. Uma é básica: se você não quer ser incomodado, desative as notificações de mensagem. Elas são um gerador de ansiedade. Outra é resistir a entrar em debates quando o tempo é curto. Conferir quem comentou e responder exige dedicação. Por fim, evite ver o celular antes de dormir. Uma pesquisa recente (bit.ly/sono-fb, em inglês) mostra que a luz azul da telinha manda para nosso cérebro a mensagem que é hora de acordar. Aí, babau, sono.

Para mim, o caminho da moderação tem funcionado. Ainda vejo o Face na cama de vez em quando (incrível como a qualidade do descanso piora mesmo...), mas já não troco meu tempo com a Luiza por nenhuma atualização de status.


Fotografia: Fernando Gazinhato

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