Sobe, mas não valoriza
Diferença entre o piso e o salário mínimo necessário volta a subir
PorRodrigo RatierPedro AnnunciatoNairim BernardoLucas Freire
01/02/2016
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Jornalismo
PorRodrigo RatierPedro AnnunciatoNairim BernardoLucas Freire
01/02/2016
Ousada e necessária, a proposta de equiparar até 2020 o rendimento dos professores ao de outras profissões de nível superior vai se tornando uma miragem. o reajuste de 11% do piso para 2016 elevou o salário mínimo docente a 2.135 reais, mas só cobriu o que a alta de preços comeu no ano passado. "Quando a lei nº 11.738 foi promulgada, em 2008, calculou-se que, para alcançar a meta, seria necessário que o piso crescesse 5% acima da inflação até 2020. Isso não ocorre desde 2013", diz Luiz Araújo, professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB). Pior: a distância entre o piso e o salário mínimo necessário - indicador do suficiente para uma família de quatro pessoas - voltou a subir (veja gráfico acima). Para Araújo, o hiato na valorização é consequência de três fatores:
Recessão O Fundeb é alimentado principalmente pelo ICMS, imposto que incide sobre a atividade econômica e o consumo. Com o mercado desaquecido, arrecadou-se menos.
Pacto federativo frouxo Quando estados e municípios não têm dinheiro para o piso, a lei obriga a União a complementar a receita. Mas o repasse não tem ocorrido: o governo federal alega falta de critérios objetivos na legislação para definir quem merece ajuda.
*VALOR DO SALÁRIO MÍNIMO NECESSÁRIO DE 2016 REFERENTE A DEZEMBRO DE 2015 (ÚLTIMO DADO DISPONÍVEL). FONTE MEC E DIEESE.
Nossa lerda banda larga
Mais da metade das escolas públicas brasileiras não possui internet de alta velocidade, aponta um levantamento do Instituto Ayrton Senna baseado em dados do Censo Escolar. É verdade que a situação melhorou: entre 2008 e 2015, a porcentagem de instituições com o recurso saltou de 17% para 43%. O índice, porém, ainda está distante da realidade da rede privada, onde 4 a cada 5 escolas têm banda larga. Mesmo as escolas atendidas apresentam problemas: a velocidade de conexão é apenas uma fração da ideal (veja abaixo).
Gastamos ( ) muito ou ( ) pouco?
O relatório anual da OCDE Education at a Glance mostrou que o Brasil está em situação curiosa em termos de financiamento da Educação. De um lado, é um dos três países com maior porcentual de gasto público em Educação e um dos que investem mais em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). De outro, tem um dos mais baixos gastos anuais por aluno. Afinal, gastamos muito ou pouco? Se o critério for a qualidade da Educação, pode cravar o X no "pouco". "Nesse caso, o número que importa é o gasto por aluno. Com um valor baixo, não tem como garantir um bom ensino", afirma Marcelo Mazzoli, diretor de Educação do Unicef. Acima, o especialista apresenta os índices do Brasil e comenta a função de cada um.
"Jamais existiu qualquer viés ideológico."
Luiz Cláudio Costa, secretário executivo do MEC, em entrevista ao portal G1. Ele defendeu o polêmico currículo de História proposto na Base Nacional Comum, que privilegiou conteúdos sobre África e América e omitiu marcos como a Revolução Francesa.
Cadastrar não basta
A recente criação de um cadastro nacional para alunos com superdotação é vista com ressalvas pelos especialistas. "O objetivo é ter a lista para estabelecer diretrizes para a Educação desses estudantes, mas essas políticas públicas já existem", afirma Jane Farias Chagas Ferreira, professora da UnB. Para ela, o fundamental é trabalhar a formação de professores para desafiar melhor esses alunos. Na opinião de Carla Mauch, coordenadora da ONG Mais Diferenças, iniciativas para potencializar as competências das pessoas com superdotação são bem-vindas, desde que não prejudiquem a formação global. "As habilidades sociais são tão importantes quanto as cognitivas. Por isso, a inclusão é essencial."
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