Copa do Mundo 2014: suas aulas viram um show de bola
Um dos maiores eventos esportivos do planeta já está na mídia e na boca da garotada. Inclua o tema no planejamento, mas trabalhe apenas com conteúdos que realmente façam sentido
06/03/2016
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Jornalismo
06/03/2016
Já começou a contagem regressiva para a Copa do Mundo, que este ano acontece em terras brasileiras, de 12 de junho a 13 de julho. Os aficionados por futebol e aqueles que nem costumam torcer vão conviver diariamente com o assunto, mesmo antes de se iniciarem os jogos entre 32 seleções de todo o planeta. O tema está nas rodas de conversa, nos programas de TV e nos noticiários. Nas 12 cidades-sede espalhadas pelo país as obras de infraestrutura já mudam a paisagem e as lojas vão inundar as vitrines de produtos verde-amarelos. Difícil, portanto, a escola ignorar o megaevento. "A Copa é um grande acontecimento para nossa população e pode ser um excelente tema gerador, porque possibilita desencadear reflexões e discussões pertinentes relacionadas aos conteúdos curriculares", diz Maria Márcia Sigrist Malavasi, professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A efervescência cultural, social e econômica pela qual o Brasil passa por ser sede do mundial faz com que crianças e jovens sejam bombardeados com informações que, na escola, se tornam úteis na construção de novos saberes. "O fator isolado mais importante que influencia o aprendizado é aquilo que o aprendiz já conhece", afirma David Paul Ausubel (1918-2008) no livro Psicologia Educacional (David P. Ausubel, Joseph Novak e Helen Hanesian, 625 págs., Ed. Interamericana, edição esgotada). Cabe ao professor, em seu planejamento, identificar isso. Assistindo aos telejornais ou lendo notícias em jornais, revistas e sites, por exemplo, eles acompanham a construção dos estádios nas cidades que abrigarão os jogos. "Estudar a estrutura das arenas possibilita abordar vários conteúdos de Ciências, como a tecnologia aplicada na drenagem do gramado", comenta Cristian Annunciato, coordenador da Abramundo.
Mas nem tudo pode ser trabalhado pelo viés do campeonato. "É preciso que a Copa seja um contexto pertinente para o que está previsto no ano, e não o contrário. Aquilo que os alunos têm de aprender em cada etapa de ensino é soberano e não deve ser modificado por causa de um evento social", afirma Débora Rana, formadora do Instituto Avisa Lá e coordenadora pedagógica da Escola Projeto Vida, em São Paulo. Além disso, de acordo com ela, não faz sentido relacionar tudo, durante o ano todo, à Copa. "Crianças em processo de alfabetização, por exemplo, não devem só fazer listas de nomes de jogadores ou de outros itens ligados ao futebol", ressalta.
Outro cuidado que se deve tomar ao pensar em incluir o campeonato em suas aulas é planejar em conjunto com os demais professores. "O tema deve estar no projeto político-pedagógico (PPP) da instituição de ensino. Nesse planejamento, se determina qual a concepção de Educação da escola e o que é importante para a formação dos alunos no ano. Dessa reflexão, sairão as propostas para alcançar os resultados esperados", afirma Maria Márcia. Assim também é possível vislumbrar pontos de congruência entre as sequências didáticas. Por exemplo, se em Geografia a turma tiver de tabular dados sobre os produtos da Copa vendidos nos centros comerciais e em Matemática a garotada estiver aprendendo sobre tratamento da informação.
Assistir aos jogos, fazer colagens da bandeira do Brasil ou se pintar de verde e amarelo está no campo da festividade, não no pedagógico. Em sala de aula, é preciso ir além da bola rolando e chamar a atenção da turma para outros aspectos que estão em sintonia com as aprendizagens esperadas. Para ajudar você a dar o pontapé inicial no planejamento anual, NOVA ESCOLA preparou sequências didáticas para todas as disciplinas, além de Educação Infantil, em que a Copa do Mundo se mostra um valioso contexto. Confira as propostas elaboradas por especialistas e faça de 2014 um ano de conquistas para a garotada.
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