Em vez de adeus, trago um até breve e até sempre!
Concluo minha duradoura participação nesta coluna propondo a você leitor uma continuidade de cooperação entre nós
01/03/2013
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Jornalismo
01/03/2013
Os vários anos em que, nesta página, me comuniquei com milhões de professoras e professores constituíram uma preciosa oportunidade de compreender a Educação brasileira e contribuir para seu aperfeiçoamento. Centenas de mensagens trocadas e inúmeras visitas a escolas revelaram as reais perspectivas de nosso país, melhor do que qualquer indicador econômico ou social.
Nos primeiros anos da coluna, foram discutidas políticas educacionais, mas depois o foco se voltou às salas de aula do Ensino Fundamental e da Educação Infantil. Os textos trataram de como desenvolver os conteúdos de Matemática, Arte, Ciências e linguagens e promover valores humanos e competências gerais. A difusão de práticas educativas, como trabalhos em grupo e atividades extraclasse, do uso de tecnologias de informação e comunicação, da cooperação com famílias e da atenção à diferença nos ritmos de aprendizagem tem se alternado com a discussão das condições de quem ensina. Isso inclui a formação e a carreira, suas relações de trabalho e os riscos à saúde decorrentes de suas atividades. Por vezes, incidentes de repercussão nacional trouxeram questões como preconceito, violência física e agressões morais, presentes nas escolas e fora delas.
Esse brevíssimo resumo do que já foi publicado nesta Pense Nisso é apresentado aqui em função de algumas iniciativas, acertadas com a direção desta revista, que me permitem dizer até breve, em lugar de adeus, às leitoras e aos leitores que há anos estimulam minha atuação como educador. Entre essas iniciativas, vale mencionar as seguintes:
- O conjunto de todas as colunas publicadas estará disponível em novaescola.org.br e poderá ser acessado a qualquer momento. Além disso, darei novas contribuições, a exemplo de uma que já preparo para publicação em breve.
- Continuarei respondendo a questões sobre os temas aqui tratados ou outros de interesse educacional nos e-mails pensenisso@ fvc.org.br e menezes@if.usp.br.
Foram muitas as emoções vividas no relacionamento com leitores, e posso relatar uma das primeiras. Próximo à divisa do Pará com o Maranhão, eu participava de um encontro com professoras dos anos iniciais do Fundamental. Eu acabara de chegar e ouvia uma jovem relatar uma experiência em que os alunos descreviam sua forma própria de somar e subtrair. Orgulhosa pela turma, ela disse, citando um dos primeiros textos de Pense Nisso, querer uma Educação que "promovesse todos, em vez de selecionar alguns, que valorizasse diferenças, em vez de nivelar, e que emancipasse, em vez de domesticar". Alguém a advertiu de que eu estava no fundo da sala. Nem sei quem se emocionou mais, se ela ou eu, com o fato de estarmos de repente tão próximos, neste país tão grande.
Portanto, não vou interromper, e sim variar, a forma com que coopero com esta publicação, que tem prestado um incomparável serviço à nossa Educação. Já assumindo essa continuidade, aproveito para contar o que agora me motiva: no plano da formulação de políticas, busco convencer órgãos públicos de que educar deve ser uma carreira real, que não se resuma a "ficar mais velho", e de que a formação prática deve se dar na escola, pois professor não se forma apenas assistindo a aulas. No plano de ações imediatas, apoio, com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), uma reformulação curricular em algumas escolas públicas para que, mais do que alvos da programação educacional, os estudantes sejam agentes de transformação na própria sala de aula, na sua comunidade e no mundo. Para essas ações, sei que contarei com a NOVA ESCOLA, que, anos a fio, me propiciou esta privilegiada tribuna. Então, leitores, até sempre!
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