Jovens descobridores
Ao organizar um baile medieval, turma de pré-escola aprende conceitos de espaço e tempo e que eles mudam ao longo da história
PorThais Gurgel
09/09/2016
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Jornalismo
PorThais Gurgel
09/09/2016
Perceber a passagem do tempo e reconhecer o espaço a nossa volta é um aspecto básico da vida. Ao dominar essas noções, compreendemos que a sociedade é produto de uma sucessão de acontecimentos e que a paisagem em que vivemos muda e não é a única existente sobre a Terra. Esse tipo de saber - que a partir do Ensino Fundamental é apresentado principalmente nas disciplinas de História e Geografia - pode ser trabalhado na Educação Infantil. Uma boa atividade deve permitir à garotada relacionar os conhecimentos que já possui com os apresentados na escola. Para ter sucesso, literatura, pesquisa diversificada e brincadeira são fundamentais.
No Colégio Madre Cabrini, em São Paulo, a equipe bolou um projeto para cada período da pré-escola. As turmas de 6 anos descobriram a Grécia antiga, as de 5, a China e as de 4, os castelos medievais. Elas foram apresentadas a materiais relacionados a cada uma dessas culturas. Os três projetos tinham como ponto de partida o encanto da meninada pelas histórias. Ao ler contos de fadas e narrativas situadas em épocas específicas, você capta as curiosidades e dúvidas da turma. Referências habituais em textos infantis, como reinos, princesas e fenômenos naturais, como neve e dilúvio, muitas vezes não são totalmente compreendidas. Explique que tudo isso já foi ou é comum em outros lugares ou épocas, ajudando a criar um envolvimento maior - e a construir a noção de que somos parte do mundo.
Na classe de 4 anos das professoras Eneida Vasconcellos e Michelle dos Reis, foi lançado o seguinte desafio: descobrir como homens e mulheres da Idade Média moravam, se vestiam e dançavam e o que comiam. Os pequenos até construíram a maquete de uma vila daquela época e um castelo em que podiam entrar e brincar. Essas informações são úteis para garantir o sucesso da atividade final do projeto - um baile medieval. Além de textos e fotos, foram observadas cenas de filmes, como Shakespeare Apaixonado. Segundo a psicóloga Marilene Lima, coordenadora do Programa Edukaleidos, de São Paulo, esse tipo de experiência faz com que os pequenos trabalhem o conhecimento de maneira simbólica. "Assim, eles experimentam outros costumes e enriquecem o faz-de-conta com novas informações."
Usando sempre o conhecimento anterior como base, fica mais fácil fazer com que a comparação com novas realidades desperte a atenção. "É interessante buscar elementos que permitam confrontar vivências", diz Regina Borella, co-autora do livro Natureza e Sociedade: Educação Infantil. "Descobrir como eram os brinquedos e jogos é um ponto de partida para aprender sobre períodos anteriores." Mas não se preocupe em localizá-los cronologicamente. O que interessa é que esses costumes dizem respeito a um povo distante, que viveu muito antes de nós. "Quando se fala que algo aconteceu 'há muito tempo', a criança começa a entender e a fazer o contraste", afirma Regina.
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