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Jornalismo

Afinal, o que é esforço produtivo e como ele funciona na Matemática?

O aluno deve se sentir desafiado diante de um problema. Para estimulá-lo, o professor deve ter perguntas que os ajudem a pensar por eles mesmos

PorLarissa Darc

03/11/2017

Katia Smole tira dúvidas dos professores sobre esforço produtivo | Foto: Mariana Pekin

Mobilizar os alunos com perguntas certas, que levem à reflexão. Essa é a premissa do processo que tem ganhado espaço no ensino de Matemática: o esforço produtivo. Ele nasce de uma premissa que deveria ser óbvia no mundo da Educação, mas que nem sempre é valorizada por professores e alunos: a dificuldade é uma oportunidade de aprendizagem.

No Brasil, Katia Smole, diretora da Mathema e consultora de NOVA ESCOLA no projeto de planos de aula, é uma das principais defensoras dessa abordagem. Aos professores que participam da Virada de Autores, que visa produzir milhares de planos de aula de alta qualidade, ela explicou que o esforço produtivo está intimamente relacionado ao tipo de atividade que o professor propõe e ao modo como conduz a aula.

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Segundo a especialista, a proximidade com a turma muda a ideia de que errar é ruim. "Na hora em que você supera o erro e faz com que o aluno reflita sobre o processo percorrido, ele adquire conhecimentos bem sedimentados". Ou seja, ao trabalhar duro em algo, o estudante desenvolve uma mentalidade de crescimento constante, que o instiga a buscar novos progressos.

Mas como isso funciona na prática? Ana Lígia Scachetti, gerente pedagógica dos Planos de Aula de NOVA ESCOLA, exemplifica: “O professor pode apresentar uma situação problema e deixar que o aluno chegue à resolução. O professor não intervém, ele estimula o raciocínio por meio de perguntas". Por exemplo, há vários caminhos para chegar à resolução de uma questão sobre frações. O importante é o caminho do aluno e o que ele aprende no percurso para chegar à resposta.

Para tanto, é imprescindível que o docente tenha um olhar sensível e considere as múltiplas possibilidades de reflexão e de resolução de um mesmo desafio. E isso passa, obrigatoriamente, pelo planejamento. Ao definir o agrupamento dos estudantes, o material a ser utilizado e as informações necessárias, ele otimiza o tempo disponível e torna possível uma aprendizagem efetiva e inspiradora.

Como diz Silvana Tamassia, coordenadora da Elos Educacional, consultoria de gestão escolar e formação de professores, é fundamental começar pelo fim. Primeiro, você define o que espera da aula e dos alunos. E, então, começa a preparar o caminho para chegar até lá.

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