Literatura marginal
Pornovaescola
02/09/2017
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Jornalismo
Pornovaescola
02/09/2017
6º, 7º, 8º, 9º
Oito aulas
Discuta com a turma por que contamos histórias e o que fazemos para recontá-las. Alguns elementos que podem fazer parte da conversa: as pessoas se orgulham de suas tradições, de seus mitos e de suas lendas. Para ilustrar a segunda questão, use o ditado "quem conta um conto aumenta um ponto".
Apresente o livro e diga que o capítulo dedicado aos contos é Quem Reconta um Conto Acerta os Pontos. Pergunte qual o efeito dado pelo autor com a troca das palavras em relação ao ditado tradicional. Dê outras informações sobre o livro, destacando que é um exemplar da literatura marginal. Leia a orelha, enfatizando o trecho "a periferia tem motivos de sobra para bater no peito e dizer: temos uma literatura nossa!". Questione o que isso significa.
Peça que os alunos pesquisem os significados da palavra "cota" e reúnam textos variados em que ela apareça. Diga que um dos contos do livro chama-se Uma Cota de Desprezo e pergunte o que imaginam ser contado nele. Explore a função que a palavra "cota" assume dentro da luta social e de que maneira a literatura se torna um veículo para a discussão.
Organize um momento de leitura coletivo do conto e chame a atenção para a narração feita sobre um momento antigo e presente. O texto está em primeira pessoa e a narradora-personagem lança mão tanto do discurso indireto como do direto. Explore os sentidos causados pela variação: quem fala? O que fala? Quais os significados da fala?
Analise com a turma estes dois trechos do conto: "Eu de volta para casa e respondendo as já esperadas perguntas dos meus pais de: ¿Como foi, filha?¿, com um feliz e nada modesto ¿Fui bem, já passei!¿ e na sequência, abraços e beijos de orgulho e satisfação e quem sabe até um refrigerante pra comemorar a conquista" e "- Como foi o teste da minha campeã? Passou, minha preta? - Ah, sei lá, mãe. Acho que não." Discuta o uso do discurso direto em contraposição ao discurso indireto.
Divida os alunos em trios e peça que pesquisem em jornais e revistas sobre pessoas que sofreram a discriminação racial. Cada grupo pode ler os principais resultados de sua pesquisa e escolher, entre os casos apresentados, os que mais chamaram a atenção. Proponha que, individualmente, usem os resultados para elaborar um conto. Avalie o uso de elementos constituintes da narrativa, as escolhas lexicais e as relações estabelecidas entre o lido e o conhecido.
Para trabalhar esta sequência com alunos com deficiência intelectual, o primeiro passo é redefinir os objetivos de acordo com as capacidades e limitações do aluno. Apresente o livro que será utilizado em sala antecipadamente, amplie o tempo de realização das atividades e escolha outros textos que possam ser trabalhados no contraturno, no Atendimento Educacional Especializado. É importante que este aluno já tenha alguma familiaridade com as práticas de leitura. Isso vai ajudá-lo a compreender a intencionalidade da literatura marginal. Mesmo assim, não se pode exigir que ele entenda, por exemplo, a relação entre o ditado popular e o título do capítulo do livro proposto. Se necessário apresente um novo texto que trate de assuntos mais próximos do cotidiano do aluno. Ajude-o propondo respostas e significados para as palavras desconhecidas. Dramatizar a narrativa pode auxiliar o aluno com deficiência intelectual a compreender melhor a lógica dos discursos direto e indireto, mesmo que ele não saiba explicá-la gramaticalmente. Na avaliação, verifique se o aluno conseguiu contribuir com ideias para a elaboração do conto e se ele foi capaz de relacionar elementos das diferentes histórias lidas.
Intelectual
Créditos: Ione Jovino Formação: Professora da área de Metodologia de Ensino na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPR).
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