Lendas urbanas
Porprofessor
02/02/2017
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Jornalismo
Porprofessor
02/02/2017
7º
5 aulas
Introdução
Esta é a quinta de uma série de 16 sequências didáticas que fazem parte de um programa de estudo de gramática para 6º a 9º ano do Ensino Fundamental. Confira ao lado todas as aulas da série.
O Negrinho do Pastoreio Na época da escravidão, vivia no Sul do Brasil um meigo menino negro. Seus pais tinham sido vendidos para uma fazenda e ele para outra, portanto ele cresceu sozinho, trabalhando nos pastos do patrão. Ninguém sabia o nome que os pais haviam lhe dado e, como ele cuidava muito bem dos animais do pasto, todos o chamavam de Negrinho do Pastoreio. |
Pergunte a eles se já conheciam a história do Negrinho do Pastoreio. Caso conheçam, pergunte qual a fonte desse conhecimento. Questione se gostaram da história. Ouça-os.
Após essa introdução, mencione a escravidão negra no Brasil e assinale a importância dos negros na constituição da cultura de nosso país. Explique aos alunos o eixo das próximas aulas: o foco narrativo e os ajustes que ele exige do texto.
Analise com a turma como a narrativa foi construída. Pergunte a eles quem conta a história.
Caso não consigam dizer com precisão, leve-os a refletir sobre os mecanismos linguísticos. Pergunte se quem conta a história é o Negrinho do Pastoreio. Indague-os a razão da possível resposta negativa. Caso algum aluno assinale a presença do ele, reforce-a.
Insista que, ao falar sobre o outro, nós usamos os pronomes da 3ª pessoa. Dê exemplos variados; use pequenas afirmações sobre fatos que estejam em pauta no cotidiano - uma música polêmica, um técnico de futebol, as ações de um político.
Em seguida, proponha aos estudantes a reescrita do conto, substituindo a terceira pessoa e a primeira pessoa, nos discursos diretos, pela presença do "nós". Dessa forma, o narrador será uma voz coletiva - os negrinhos do pastoreio. Antes de iniciar, discuta com os alunos o significado da primeira pessoa do plural, que inclui o eu e o outro.
Dê alguns exemplos para o trabalho de reescrita. Construa coletivamente, no quadro, o primeiro parágrafo, pedindo que os alunos ditem o texto. Faça, com eles, os ajustes necessários - conjugações verbais, pronomes pessoais retos e oblíquos e pronomes possessivos.
O início poderá ficar assim:
Na época da escravidão, vivíamos no Sul do Brasil. Éramos meninos negros. Nossos pais tinham sido vendidos para uma fazenda, e nós para outra, portanto crescemos sozinhos, trabalhando nos pastos do patrão.
Alguns elementos, como a explicitação ou não do pronome pessoal do caso reto diante do verbo, podem ser objeto de escolha daquele que realiza a reescrita.
Anote no quadro os pronomes pessoais retos, oblíquos e os pronomes possessivos correspondentes. Explique a função desses pronomes e, por meio de exemplos, faça os alunos perceberem que há uma correspondência entre a pessoa do discurso escolhida para uma narração e os pronomes pessoais retos ou oblíquos e os pronomes possessivos.
Proponha aos alunos que, em dupla, continuem a reescrita do conto com a mudança do foco narrativo. Peça que cada dupla reescreva dois parágrafos. Divida o texto de modo que duas duplas reescrevam os mesmos parágrafos. Terminada a atividade, peça que os alunos se juntem com os colegas que estão com o mesmo trecho do texto, leiam os trabalhos conjuntamente e comparem com o que fizeram.
Reúna os trabalhos da turma e proponha a leitura de todo o conto com as mudanças realizadas. Peça que cada grupo leia um parágrafo e faça as observações necessárias.
Retome a sistematização dos pronomes pessoais e possessivos. Peça que os alunos levem para a classe a Gramática utilizada pela escola e faça junto com eles a leitura e a análise dos tópicos referentes aos pronomes pessoais retos e oblíquos e possessivos. Caso julgue interessante e pertinente, vale a pena mencionar o uso do pronome na primeira pessoa do plural na expressão "Nossa Senhora", utilizada para designar o nome de Maria, mãe de Jesus, no conto. Pergunte a eles quais as implicações semânticas desse uso. Isso é interessante, pois muitas vezes fazemos uso da língua, mas nos esquecemos das implicações subjacentes a ela. Permitir aos alunos esse exercício é uma maneira de instigar o interesse pela língua que falamos.
Como atividade avaliativa, proponha aos alunos que individualmente reescrevam as quadras populares abaixo, mudando o discurso da primeira pessoa do singular para a primeira pessoa do plural. Quadras 1) Dois beijos tenho na boca Que jamais esquecerei O primeiro que me deste O primeiro que te dei. 2) Eu amo a quem não me quer E desprezo a quem me ama Fujo de quem me procura Quero bem a quem me engana. 3) A roseira quando nasce Toma conta do jardim Eu também ando buscando Quem tome conta de mim. AZEVEDO, R. Armazém do Folclore. São Paulo: Ática, 2000. Quer saber mais? Bibliografia AZEVEDO, R. Armazém do Folclore. São Paulo: Ática, 2000. BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001. PERINI, M. A . Gramática do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola, 2010. PRIETO, H. Lá vem História: Contos do Folclore Mundial. São Paulo, Cia das Letrinhas, 1997.
Créditos: Conceição Aparecida Bento Formação: Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo e professora universitária
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