Jongo do Tamandaré
Pornovaescola
02/09/2017
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Jornalismo
Pornovaescola
02/09/2017
- Colocar os alunos em contato com o Jongo paulista da cidade de Guaratinguetá, sua música, sua dança e seu canto;
- Conhecer um pouco mais a influência e a herança deixada pelos negros escravos na nossa cultura;
- Trabalhar a lateralidade, a noção espacial, o ouvido musical e o ritmo;
Jongo do Tamandaré
6º, 7º, 8º, 9º
5 a 6 aulas
Aparelho de som; computador com acesso à internet; documentário Jongo Levanta Povo e trecho de documentário sobre o Jongo do Tamandaré ou DVD Feiticeiros da Palavra - O Jongo do Tamandaré (Núcleo de Documentário da TV Cultura, co-produção Associação Cultural Cachuera!); CD de Jongo (sugestão: CD, livro e DVD São Paulo Corpo e Alma); saia longa e rodada para as alunas (uma para cada). Os meninos podem dançar com calça e camiseta.
Introdução
O Jongo é descendente direto das danças dos africanos, que vieram em grande número do Congo e de Angola, para trabalhar nas fazendas de café do Vale do Paraíba durante o século 19. Nos tempos de cativeiro, os escravos reuniam-se, quando lhes era permitido, para cantar e dançar ao som de tambores. Trocavam entre si versos (chamados de ponto) em linguagem metafórica - para que pudessem se comunicar sem serem compreendidos.
No estado de São Paulo, o Jongo é praticado principalmente por ocasião das festas juninas e das celebrações do dia 13 de maio. No Jongo do Tamandaré (bairro da cidade de Guaratinguetá, a 175 quilômetros de São Paulo), a dança é realizada por um casal que evolui sem se tocar, no sentido anti-horário no meio da roda formada pelos outros participantes.
FONTE: Livro São Paulo Corpo e Alma, Paulo Dias e Alberto Ikeda. Associação Cultural Cachuera! e Secretaria de Estado de Cultura de São Paulo, 2003.
Dica: neste trecho do programa Manos e Minas, da TV Cultura, fala-se dos batuques afrodescendentes e de sua importância nos dias de hoje. Vale a pena exibir para a moçada.
Inicie falando sobre a origem do Jongo, de seu processo de resistência cultural e de sua importância histórica para os dias de hoje, como patrimônio histórico imaterial. Se possível, passe para os alunos o DVD Feiticeiros da Palavra. Caso não haja esta possibilidade, mostre a eles o vídeo http://abr.io/jongo1, que também fala sobre a origem da dança. Para que a turma visualize o passo básico do jongo, mostre o vídeo http://abr.io/jongo2.
Peça para que os alunos façam uma pequena análise da dança observando, por exemplo, como são os movimentos das pernas, se os braços são "coreografados" ou livres, que desenhos a dança forma no espaço, quem e quantos dançam, se há alguma variação do passo e se há diferenças no modo como as pessoas dançam - o que fazem as pessoas que não estão no centro da roda? Como elas fazem para entrar na dança?
Coloque a música e ensine a letra para os alunos cantarem junto com o CD. Ensine também as palmas. Em seguida, disponha os alunos em uma grande roda e, ainda sem ligar a música, ensine a mecânica do passo com todos fazendo ao mesmo tempo e a roda girando no sentido anti-horário. Como o passo é "cruzado", todos devem começar com o pé esquerdo na diagonal-frente-direita. O passo completo até o final do giro tem 8 tempos.
1º: ?? (tempos 1, 2 e 3)
2º: ?? (tempos 4, 5 e 6)
3º: (2 meios-giros nos tempos 7 e 8)
Quando todos já tiverem relativamente confortáveis na estrutura espacial do passo, coloque a música. Assim que a turma se familiarizar com o ritmo musical, organize os alunos em pares (rapaz com moça) para dançarem frente a frente. Identifique os(as) alunos(as) que estiverem com alguma dificuldade rítmica, espacial ou de lateralidade e coloque-os para fazer dupla com os(as) que tiverem mais facilidade, para que um ajude o outro. Caso a dificuldade de alguma dupla seja manter a proximidade (muitas vezes, quando ainda estão aprendendo, ao realizarem o giro final um vai para longe do outro em direções opostas, ao invés de girarem em torno deles mesmos), peça para que toquem as mãos, palma com palma, no movimento de avançar na diagonal no 1º tempo (mão esquerda) e no 4º tempo (mão direita). Depois de sanado o problema de se distanciarem durante a dança, elimine este toque de mãos e deixe que "brinquem" com os braços pelo ar.
Ensine os alunos a entrar na roda. Explique que, assim como na Capoeira, eles devem fazer a "compra" do(a) parceiro(a) com quem irão dançar. Deixe bem claro que no Jongo o rapaz sempre "compra" a moça, e a moça "compra" o rapaz. Ou seja, o rapaz tira o outro rapaz que estiver dançando no centro da roda, e a moça tira a moça. O melhor momento para realizar a "compra" e entrar na dança é na hora do giro no final do passo.
Reúna a moçada e faça uma roda de Jongo, onde o grupo todo canta os refrães e bate palmas, enquanto rapazes e moças se revezam na dança no centro da roda.
Eleja quais aspectos da dança do Jongo você deseja avaliar e crie uma pauta de observação. Mostre aos alunos para que saibam em que aspectos serão avaliados. Coloque a música e peça para que dancem. É importante que eles saibam desde o início como será o processo de aprendizagem desse conteúdo, e que haverá um momento formal de avaliação. Assim que chegarem à 6ª etapa, a pauta de observação deve ser apresentada aos alunos como parâmetro de autoavaliação. Assim, poderão se perceber, olhar para seu próprio desempenho e, nas aulas subsequentes, melhorar a performance, sob a sua orientação. Dessa forma, a avaliação se dará de forma mais processual e menos como um evento, dando a oportunidade do próprio aluno se autorregular e, inclusive, do professor mapear melhor as necessidades individuais no processo de aprendizagem.
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