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Jornalismo

Objetivo(s) 

  • Aprender sobre o Coco, sua origem, sua música e sua dança;
  • Colocar os alunos em contato com parte das manifestações populares brasileiras, em especial as nordestinas;
  • Trabalhar a noção espacial e o ouvido musical;
  • Desenvolver a noção rítmica através do trupé (sapateado) do Coco.

Conteúdo(s) 

A dança do Coco

Ano(s) 

6º, 7º, 8º, 9º

Tempo estimado 

10 aulas

Material necessário 

Aparelho de som; computador com acesso à internet ou DVD "Danças Brasileiras vol.II - Arte do Brincante para Intérpretes e Educadores" (realização Instituto Brincante) ou vídeos disponíveis em https://www.youtube.com/watch?v=Q871ol8aUKU e https://www.youtube.com/watch?v=2ekFBmA_tjY; CD de Coco (sugestão: Selma do Coco, Antonio Nóbrega, Renata Rosa); saia longa e rodada para as alunas (uma para cada). Os meninos podem dançar de calça e camiseta.

Desenvolvimento 

1ª etapa 

Introdução

Para alguns pesquisadores, o Coco surgiu no século 17, no quilombo dos Palmares em Alagoas, ligado à atividade da quebra da dura casca do coco. No final do século 19, chegou aos salões da sociedade alagoana, assimilando alguns procedimentos coreográficos das danças europeias. Outra tradição ligada à origem do Coco vem das comunidades rurais onde, após a construção das casas de pau-a-pique, era oferecida uma festa com o objetivo não só de comemorar o final da obra, como também de realizar o nivelamento do piso de barro através das pisadas do Coco. Hoje está presente em vários estados do nordeste com inúmeras variações, tanto de suas estruturas coreográficas quanto das poético-musicais.

FONTE: "Espetáculos Populares de Pernambuco", de Carlos da Fonte Filho, 1999; e Tese de Mestrado da Telma C. Cavalcanti.

Inicie falando sobre a origem do Coco e mostre o capítulo 10 do DVD "Danças Brasileiras vol.II - Arte do Brincante para Intérpretes e Educadores". Este vídeo também pode ser encontrado na internet através dos endereços que constam na lista de materiais.
Mostre também:
Samba Coco Raízes do Arco Verde (PE) em apresentação no projeto Rumos, do Instituto Itaú Cultural.

Após terem assistido aos vídeos, pergunte aos alunos que elementos de dança eles conseguem identificar no Coco. O que esta dança tem em comum com outras que eles conhecem? O que tem de particular? Assim será possível identificar o que já sabem e quais os desafios a dança do Coco pode lhes proporcionar.

2ª etapa 

Disponha os alunos em uma roda. Coloque a música e peça para que identifiquem o acento da célula rítmica do Coco. Peça para que batam palma no acento (tempo forte). Em seguida, peça para baterem também o pé direito só no tempo forte (sem transferir o peso do corpo). A próxima ação é pedir para baterem o pé direito no tempo forte e "fora" ou um pouco afastado do eixo (pé esquerdo), e no tempo seguinte "dentro" ou perto do pé de base. E por último, faça a 3ª "batida" no chão com o pé esquerdo. A ideia é ir ensinando a mecânica do passo sem perder de vista seu acento rítmico. A "pegadinha" do passo básico do Coco é que o pé direito bate duas vezes seguidas no chão antes do esquerdo. Os joelhos devem estar o tempo todo semi flexionados e a bacia pesando para baixo.

3ª etapa 

Quando todos já tiverem relativamente confortáveis na realização do passo básico e compreendido seu acento, proponha variações da frente do corpo: virando para os lados direito e esquerdo (como se fosse cumprimentando os colegas ao lado), dando meio giro (para ambos os lados), dando giro completo lentamente (repetindo o passo várias vezes até completar os 180 graus), dando giro completo de uma só vez (num único passo), por exemplo. As mãos podem bater palmas, bater mão contra mão com outros colegas ou ainda pegar no antebraço para fazer trocas de lugar. As moças também têm a possibilidade de pegar na saia e utilizá-la como elemento cênico-coreográfico, balançando-a para os lados.

4ª etapa 

Faça com a turma vários deslocamentos no espaço: girando a roda para ambos os lados, abrindo e fechando em relação ao seu centro, enrolar e desenrolar o "caracol", formação em duas filas frente a frente que se aproximam, se afastam e se cruzam, que avançam e recuam no espaço. Lembre os alunos que os pés nunca deixam de fazer o passo básico do Coco - eles ficam percutindo a célula rítmica "mãe" o tempo inteiro. Em relação a desenhos no espaço, o Coco se aproxima da quadrilha, que tem em sua estrutura muitas formações espaciais.

5ª etapa 

Junte os elementos trabalhados na 3ª e 4ª etapas. Estruture e proponha à turma que faça uma sequência coreográfica que contenha deslocamentos com variações mais complexas. Por exemplo: organize duas rodas, uma dentro da outra, frente a frente, que abram e fechem, se aproximando e se afastando. Isso, ao mesmo tempo em que os alunos realizam meio giro com o corpo. Ou seja, quando a roda de dentro abre, ela se aproxima da roda de fora de frente para os alunos, e quando a roda fecha, os alunos viram de costas para a roda de fora e se afastam deles. O mesmo acontece com a roda de fora em relação à de dentro.

6ª etapa 

Ensine alguns trupés, os passos do sapateado do Coco. Para tanto, proponha o sistema de "pergunta e resposta": você faz o sapateado e o grupo responde, ao repetir o movimento em seguida. Comece com o trupé simples e pequeno e vá aumentando aos poucos o grau de complexidade rítmica e a duração.

7ª etapa 

Divida a classe em grupos mistos de 10, 12 ou 14 alunos. O ideal é que os grupos sejam de número par para facilitar a simetria dos desenhos e a formação de duplas. Desafie os grupos a compor uma coreografia, o mais elaborada possível, com várias formações espaciais (rodas, filas, duplas, caracol etc.), trocas de direções e trupés com e sem deslocamento. Estabeleça um número mínimo de variações de cada elemento e combine com a turma. Por exemplo: a coreografia deve conter no mínimo seis formações diferentes no espaço sendo uma inédita (que não tenha sido trabalhada nas aulas anteriores), três trupés e a duração de 3 minutos. Lembre a turma de que todas essas possibilidades devem ser escolhidas e organizadas respeitando a estrutura da música eleita, pois muitas vezes a própria música sugere determinadas manobras ou floreios na coreografia. Ainda em relação à música, tanto pode ser a mesma para todos os grupos coreografarem, como cada um pode escolher a sua.

Avaliação 

A coreografia dos grupos pode ser o instrumento de avaliação. Estabeleça critérios individuais (consegue realizar o passo durante toda a coreografia, faz o passo dentro da música, sabe a coreografia decorada, participou ativamente do processo de composição etc.) e coletivos (o grupo tem coesão, consegue dançar em uníssono, faz o número mínino de cada elemento estabelecido, respeita a estrutura musical etc.). Explicite todos esses critérios aos alunos antes que apresentem as coreografias. Porém, tão importante quanto esta avaliação final, é a avaliação parcial. Ela pode acontecer ao término das etapas 3 e 4, com uma pauta de observação que possa ser mostrada ao aluno para que ele esteja a par de seu processo de aprendizagem e saiba onde deve se empenhar mais. Nas etapas 5 e 6, proponha uma avaliação mais formal, que gere uma nota, também com base na pauta de observação. Dessa forma, o aluno tem a oportunidade de reverter uma eventual nota baixa ao longo do trimestre e garantir um resultado melhor ao final da sequência. Além disso, você trabalha proporcionando uma maior autonomia do aluno no processo de aprendizagem.

Créditos: Sandra Cavallini Formação: Professora na pós-graduação em Dança e Consciência Corporal da Universidade Gama Filho e da FMU e diretora da Companhia Giz de Cena de Dança Contemporânea.

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