O que aprendi com os projetos de alfabetização do Prêmio Educador Nota 10
PorMara Mansani
05/06/2017
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Jornalismo
PorMara Mansani
05/06/2017
Em 2017, a mais importante premiação da Educação brasileira completa 20 anos! O Prêmio Educador Nota 10, realizado pela Fundação Victor Civita com apoio de NOVA ESCOLA, reconhece e valoriza o trabalho de professores brasileiros. Docentes e gestores que atuam em todas as fases, da Educação Infantil ao Ensino Médio, podem se inscrever até o dia 12 de junho.
Em 2014, tive a felicidade de estar entre os dez premiados com um projeto que realizei com meus alunos do 1º ano. Eles puderam ler e escrever textos autorais a partir do contato com as lengalengas. Além de concluir o projeto alfabetizada, a turma produziu cinco livros com as próprias produções. Foi uma das melhores experiências de alfabetização da minha carreira! Tanto que continuo desenvolvendo esse projeto com minhas turmas. Este ano, por exemplo, já fizemos mais cinco livros maravilhosos!
Não é tão raro ver projetos de alfabetização premiados ao longo da história do Educador Nota 10. Nesses 20 anos, sete iniciativas venceram. Dessas, seis são do estado de São Paulo e uma da Bahia (gostaria muito de ver trabalhos de outros estados nessa lista!).
Mas o que faz desses projetos tão maravilhosos? O que eles têm de diferente e o que podemos aprender com eles? Embora diversos e criativos, os projetos não têm grandes segredos e podem inspirar aulas em qualquer escola. Todos estão ancorados na prática diária e sistemática da leitura e da escrita, inserida em contextos reais.
Por isso, quero resgatar algumas lições que aprendi com três desses campeões em qualidade, e que me ajudaram a aperfeiçoar meu trabalho.
Quem pensa que é necessário criar sequências didáticas muito complexas para realizar um bom trabalho, se engana. A prova disso é o Projeto Escrever de Verdade, realizado pela Educadora Nota 10 Sandra Valéria Lucio, em 2006, na EE Professora Carolina Mendes Thame, em Piracicaba (SP).
Ao realizar uma atividade de reconto da Branca de Neve, os alunos leram, escreveram e revisaram seus próprios textos numa sequência simples, rica e bem organizada, composta basicamente de leitura do conto original, escrita das histórias e revisão. Outro ponto importante foi a capacidade da professora de envolver a todos, mesmo aqueles que ainda não sabiam ler e escrever com autonomia. Como produto final, a turma produziu coletivamente um livro com a versão dos alunos para a clássica narrativa.
No ano passado, a Educadora Nota 10 Débora Gomes Gonçalves foi uma das vencedoras, com o Projeto Tartarugas Marinhas, realizado com alunos do 2º ano da EM João Francisco dos Santos, em Mata de São João (BA).
A grande sacada de Débora foi trazer um tema que faz parte da realidade daqueles alunos para dentro da sala de aula, explorando a curiosidade que eles tinham. O projeto Tamar, que se dedica a preservar a vida das tartarugas marinhas, está presente no município (aliás, muitos pais dos alunos trabalham no projeto).
A partir disso, a docente desenvolveu as práticas de leitura e escrita por meio da pesquisa e do estudo de textos informativos, infográficos e tirinhas sobre esses animais, e da construção de fichas técnicas. Outro ponto forte do projeto é justamente a diversidade de atividades e textos para atender alunos com diferentes necessidades na aprendizagem.
O produto final foi um folheto informativo sobre as tartarugas marinhas. Maravilha!
A Educadora Nota 10 Elisangela Carolina Luciano, que venceu em 2013, não só trouxe para a sala de aula um contexto real, mas também levou os alunos a pensar em uma solução para um problema concreto. Com o Projeto Alfabetização e comunicação visual, a turma do 1º ano da EMEF Adirce Cenedeze Caveanha, em Mogi Guaçu (SP), fez a diferença num dos comércios do bairro.
Elisângela e seus alunos visitaram um hortifrúti próximo à escola para analisar as placas informativas de frutas e legumes. Em sala de aula, a professora propôs a pesquisa das informações nutricionais de cada produto e, a partir dos resultados, a turma escreveu, revisou e reescreveu textos.
Ela usou vários recursos para o desenvolvimento da escrita, de letras móveis a editor de texto no computador. O resultado desse trabalho foi a confecção de novas placas informativas entregues ao estabelecimento, com as principais informações nutricionais para consulta dos clientes.
Esses são só alguns dos projetos que podem inspirar a todos nós, alfabetizadores. No site da Fundação Victor Civita, é possível ter acesso a todas as iniciativas vencedoras, com reportagens completas.
Aproveite! Leia com atenção e se inspire para criar o seu próprio projeto. Mas se você tem um belo trabalho de alfabetização para compartilhar, se inscreva! Ainda dá tempo!
Um abraço e até a próxima segunda,
Mara Mansani
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