Acredito na formação docente como caminho para mudar a Educação
Recém-formada, Lidiane Cristina investe em cursos e leituras porque as considera essenciais para a realidade da sala de aula
26/04/2017
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Jornalismo
26/04/2017
Deveríamos ser mais audaciosos sobre como encaramos as formações iniciais e continuadas e mais atentos para o tipo de profissional que queremos ser. Sou professora recém-formada, mas desde criança me encanta a Educação. Isso me deixou cheia de ideais e sonhos sobre como ela deveria ser: gratuita, igualitária, de qualidade para todos e com poder para mudar o país. Para chegar lá, o maior investimento para mim é uma formação docente equilibrada que levasse em conta também as características do profissional e as atribuições que cada um gostaria de desenvolver. Não acredito que o único motivo para o professor seguir estudando deva ser aumentar a pontuação para os próximos concursos ou garantir um salário melhor.
Fazer um curso de Educação especial porque o tema está na moda e vai somar uns pontinhos na classificação do concurso pode ser bom. Mas se debruçar sobre esses conhecimentos, entender as necessidades dos alunos e aplicar os aprendizados na sala de aula é o que, de fato, faz diferença. Investir em cursos ou em leituras relacionadas agregam tanto no profissional como no pessoal.
Iniciei duas pós-graduações: Psicopedagogia e Gestão Escolar. Escolhi me aprofundar na Educação não para ser uma especialista, mas porque nasci para o chão de sala de aula. E a especialização contribuirá para me tornar uma professora mais atenta e sensível aos detalhes dos processos de alfabetização, área em que trabalho. Precisamos nos esforçar para ser, diariamente, educadores nota 10.
Sou uma alfabetizadora em construção e quero me desenvolver nesta carreira com excelência. Almejo, no futuro, ser coordenadora pedagógica para ajudar outros professores nessa caminhada e também compartilhar, na prática, meus ideais para uma Educação pública de qualidade. Mas, até lá, sei que preciso e quero vivenciar a sala de aula. Entender quais são as dificuldades, acertos, erros e soluções.
Todos os dias ouço que são sonhos difíceis de conquistar, que querer nem sempre é poder e que a gente desanima ao avançar na carreira. Mas tenho, na minha trajetória, grandes exemplos de educadores anônimos que fizeram (e ainda fazem) a diferença pelas creches e escolas que passam.
Deveríamos ser mais audaciosos sobre como encaramos as formações iniciais e continuadas e mais atentos para o tipo de profissional que queremos ser. Meu sonho é ser respeitada por meu trabalho efetivo na luta por uma escola de qualidade e que realmente seja igualitária para todos. E o seu, professor, qual é? Quais são suas expectativas de carreira? Meu sonho está distante, sim. Mas penso que para alcançá-lo precisamos lidar com um aluno, uma família e um dia por vez.
Boas práticas e posturas propositivas contagiam e inspiram o trabalho ao redor. Eu, por exemplo, moro em uma rua sem cor. Todas as casas nela eram cinzas. Triste rua a minha! No entanto, há algum tempo, uma família mudou-se para lá e pintou sua casa de amarelo. Fiquei com vergonha da minha cinza e a pintei de azul. A vizinha da frente pintou a dela de verde e o efeito colorido da família nova transformou a rua. E é assim que vejo a Educação: como uma onda de efeito que pode (e deve) atingir a todos. Basta que um comece no seu dia a dia, na sua escola, nas pequenas atitudes, a pintar esta profissão como sonhamos que ela seja e, com dedicação, ela será."
Lidiane Cristina de Andrade Nogueira é professora do 2º ano na EE Joaquim Gonçalves Ferreira, em Itaquaquecetuba/SP.
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