Dalila Jucá: ela quer contar uma história diferente
Em uma das comunidades mais pobres de Fortaleza, educadora promove a leitura e a brincadeira entre as crianças
PorPaula Nadal
01/01/2013
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Jornalismo
PorPaula Nadal
01/01/2013
Dalila em ação Brincadeiras com as crianças da creche e sua obra publicada. (Crédito: Fábio Lima)
As histórias que Dalila Jucá conta no CEI Almerinda de Albuquerque, em Fortaleza, apresentam às crianças realidades diferentes daquela em que vivem. Afinal, a comunidade do Lagamar, onde estão, possui um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade. Na região, há taxas altas de criminalidade e de desemprego entre a população adulta.
Coordenadora pedagógica, Dalila não deixa a prática com os pequenos e ainda se empenha no envolvimento dos pais. Pensando neles, criou um mural com fotos das atividades e quase triplicou a presença de responsáveis nas reuniões.
Ela assumiu a função em 2007, quando a creche, antes comunitária, foi municipalizada. São três salas de atividades, cozinha, banheiro, brinquedoteca e o espaço da coordenação, também usado como depósito. Tudo é limpo e organizado. "Há crianças que nem sequer têm água em casa e trabalhamos com elas as noções de higiene. Mas também me preocupo com os outros conteúdos importantes nessa fase", explica.
Antes de chegar ao CEI, ela foi professora alfabetizadora, deu aulas de Língua Portuguesa e coordenou uma escola de Ensino Médio. Hoje, diz que jamais deixará a Educação Infantil. Sempre preocupada com a aprendizagem, cria soluções para a falta de infraestrutura. Em 2011, escreveu o livro Vai Começar a Brincadeira: 100 Atividades para Movimentar o Corpo e a Mente, com jogos tradicionais adequados para espaços reduzidos. As cópias produzidas por ela se tornaram uma referência na rede municipal. Decidiu, então, editar outra obra, Falando Sério: 100 Brincadeiras(80 págs., Ed. Autêntica, tel. 0800-283-1322, 37 reais), com fotos dos pequenos do CEI, que testaram todas as atividades com ela.
Hoje, a instituição tem 19 funcionários e atende 60 crianças, de 1 a 3 anos, das 7 às 17 horas. Quando chegam, são divididas em grupos e integram um rodízio bem organizado por Dalila. Participam de uma roda de conversa e de canções no pátio, tomam o café da manhã, cuidam da higiene e vão para as salas. A rotina contempla, ainda, a leitura, a contação de histórias (muitas vezes feita pela coordenadora), os momentos de aprendizagem e, claro, as brincadeiras. "Eu sei que as crianças merecem mais. E vou lutar por isso todos os dias", diz.
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